13- Meias na Lareira
11 de novembro de 2017
44 dias para o Natal
New York
Guinevere
Saio do quarto de Mabel depois de ter colocado a pequena pestinha na cama. Minha sobrinha era uma pequena dadiva para mim, mas muitas vezes ela se mostrava um desafio. Diferente de Avery, ela é teimosa e exigente, além disso, ela estava cada vez mais inteligente. Com apenas 7 anos ela já estava lendo livro de pré-adolescentes, agora estávamos lendo Percy Jackson.
Fecho a porta e caminho em direção ao meu quarto, assim que abro a porta sinto um cheiro que tem ficado cada vez mais familiar. O perfume de Stuart imunda o local e eu sei que ele está ali antes mesmo dele sair do closet segurando uma sacola escura.
— Eu já disse que devemos ser mais discretos. — Murmuro trancando a porta. — O que você está fazendo aqui?
— Eu sei, mas hoje na hora do almoço, eu fui ao restaurante e na volta passei por uma loja e vi algo que tenho certeza que irar combinar perfeitamente com você. — Ele me estende a sacola de papel e eu a pego, logo vejo a logo da Jojo Mars, essa é uma das maiores marcas de lingerie da cidade. Segurando a sacola, encaro o homem parado a minha frente. — Quero que use isso para mim, passei o dia inteiro visualizando você nisso aqui.
Olho dele para sacola em minhas mãos e me dirijo para minha cama, me sento antes de abrir a sacola e me surpreender com o que está ali dentro.
A lingerie é uma peça bem trabalhada, ela é feita toda em tule vermelho com faças de elástico brilhante. O sutiã não possui bojo, é uma peça ornamentada com flores no topo e um padrão de renda sobre o tule. A parte de baixo é uma simples tanga, a parte da frente possui o mesmo padrão de rendas e flores do que a de cima, mas a parte de trás é totalmente perturbadora, apenas um fio com um laço. Observo a peça em silêncio, confiro o tamanho e vejo que Stuart acertou o meu número. Pego a calcinha na mão e a observo com atenção, estico o cós dela, olho a parte de trás e tento tomar uma decisão.
— Eu sei que é algo muito ousado, mas acredito que ficará bom em você. — Olho Stuart e olho para lingerie.
— Eu vou provar, mas se eu não gostar, eu não vou te mostrar. — Stuart fica em silêncio, pensando por um longo tempo. — Eu não quero me sentir feia.
— Você não vai ficar feia, você é linda e se não quiser usar, eu vou entender. — Diz Stuart parando na minha frente, ele estica a mão e toca meu rosto com carinho. — Só prova e eu estarei aqui te esperando.
Suspiro e olho mais uma vez a lingerie, tomo um pouco de coragem e pego as peças, me levanto e encaro Stuart antes de ir para o meu closet, fecho a porta e para a frente do espelho.
— Calma Guinevere, você não precisa sair se não quiser. — Sussurro para o meu reflexo no espelho.
Coloco a lingerie sobre o banco e começo a tirar meu pijama, paro quando estou apenas com minha simples calcinha e meu sutiã estruturado. Me sinto nervosa, mas penso que Stuart já estava me vendo nua a mais de uma semana, nada poderia ser mais revelado do que isso. Tiro o restante da roupa e logo coloco a que Stuart comprou, o sutiã entra como uma luva, o vermelho vivo da peça se destaca sobre minha pele, criando um contraste que me deixa surpresa. Coloco a parte de baixo e a realização me atinge. Me sinto mortalmente sexy e acima de tudo, me sinto realmente linda.
Penso se estou totalmente segura sobre sair e respirando profundamente, chego à decisão de que devo sim sair do quarto. Sem pressa, paro em frente a cômoda e penteio meu cabelo, passo um pouco de batom e arrumando meu cabelo uma vez mais e tomando coragem, caminho até a porta. Após alguns instantes, abro a porta e saio.
Stuart está sentado na cabeceira da minha cama usando apenas sua tradicional box preta. Ele está digitando algo no celular, mas para assim que me ver. Observo a forma como ele encara meu corpo, como o desejo se refrete em seus olhos, a respiração dele muda, fica mais pesada. Até mesmo a postura dele fica diferente, de um homem calmo e relaxado, ela vira um predador.
— Caralho Guine, você parece uma fodida deusa. — Sinto meu rosto corar com o elogio dele. — Minha imaginação falhou miseravelmente, você está ainda mais bonita.
— Você está me deixando envergonhada com tantos elogios. — Falo sem jeito olhando para ele.
— Não fique. — Stuart se levanta e se aproxima de mim. — Você está... mortalmente sexy. — Sinto os olhos de Stuart correrem por todo o meu corpo antes dele colar nossos corpos e me beijar de forma tão intensa que penso que ele poderia até mesmo machucar meus lábios.
As mãos dele correm pela minha lateral, uma desce até minha bunda e a outra como sempre se perde nos meus cabelos. Seu membro ereto, se pressiona contra minha barriga, um lembrete do motivo pelo qual estamos aqui. Corro minhas mãos pelas costas dele e depois pela nuca, a arranho aprofundando ainda mais o beijo.
Stuart só para o beijo para irmos para cama, ele me olha antes de explorar meu corpo, primeiro meus seios. Ele os chupa e os mordisca, tudo sem nem mesmo tirar meu sutiã. Ele forma uma tria de beijos dos meus seios até minha vagina. Sinto sua respiração sobre o fino tecido, assim como o beijo que ele deposita sobre minha volva. Suspiro excitada e me contorço de prazer.
Sem a mínima pressa, ele beija o interior das minhas coxas antes de chegar ao centro da minha feminilidade. Ele afasta o tecido delicado da calcinha e então sua boca me domina. Sua língua explora minhas dobras e reivindica minha entrada antes mesmo de circular meu clitóris e o chupar. Tento me controlar, mas acabo gemendo, Stuart sabe usar sua língua de forma pecaminosa e certeira. Ele me domina e me mergulha em pura luxuria e prazer avassalador. Chego ao meu limite, afundo meu rosto no travesseiro para abafar meus gemidos quando gozo.
Minha respiração está irregular, tento me acalmar, mas não tenho muito tempo, quero retribuir o prazer que Stuart me proporciona, mas ele entra em mim de forma dura, mês fazendo sufocar um grito. O Encaro e ele me devolve o olhar, leio o que eles transmitem, vijo realização neles, carinho, afeto e acima de tudo, luxuria.
Deixo que ele reivindique o meu corpo e me tome em seu vai e vem poderoso. Seu pau me enche, suas estocadas me fazem esquecer cada vez mais a culpa, me fazem esquecer que ele nunca será totalmente meu. Mas durante nossos momentos juntos, esqueço o restante e me permito a acreditar que ele é apenas meu.
Encontramos nossa libertação juntos, ele se aperta contra mim e como sempre afunda o rosto no meu pescoço. Ficamos deitados, ainda perdidos um no outro, sinto a respiração dele quase em sincronia com a minha.
— Guinevere, você ainda tem certeza que quer manter isso em segredo? — Escuto ele me perguntar um tempo depois.
— Sim, não quero dar esperanças a Mabel. — Respondo mentindo para mim mesma. — Além disso, você tem Jennifer.
— Você sabe que Jennifer não é nada para mim. — Ele murmura contra o meu pescoço. — Você me tem nas mãos Guine, apenas você.
A frase de Stuart me atinge como uma bala, sinto vontade de chorar quando todo o preso da traição me atinge. A culpa me domina e eu me sinto suja.
— Stuart, você deve ir, eu tenho que dormir. — Murmuro não conseguindo olhar para ele. Stu fica em silêncio enquanto sai de mim, assim que ele se afasta, me sinto gelada e sozinha. Escuto ele se vestir e ir até a porta, ele destranca e quando penso que ele irá sair, sua voz grave me atinge.
— Não estamos traindo-a Guinevere, Avery se foi, mas nós estamos aqui. — Sinto minha lágrimas rolarem, eu quero levantar e o abraçar, mas não posso, não consigo. — Ela não nos uniu por acaso, eu tenho certeza disso.
Stuart sai do quarto e eu sinto um vazio ainda maior.
Me lembro de uma frase de um filme antigo.
"Culpa é apenas o passado querendo atrapalhar o futuro.''
13 de novembro de 2017
42 dias para o Natal
Mabel
Eu odeio a forma como adultos acreditam que enganam crianças.
Genebra estava mentindo para mim, assim como tia Guine, eu odiava ser a última a saber sobre algo.
Marine ronrona enquanto faço carinho nela. Estamos assistindo Percy Jackson e o ladrão de raios. Era um filme divertido para quem não tinha lido os livros. Penso em como os produtores do filme não se deram ao trabalho de nem mesmo terem pintado os cabelos da Annabeth. Marine mia se remexendo no sofá, ela agora quer carinho na barriga, o que faço sem demora.
Marina ainda era um filhote magricela quando a resgatei da monstra da nossa vizinha, aquela mulher era terrível, além de fofoqueira era uma pessoal que fazia maldades. Jude uma vez tinha arrancado os pisca-piscas que minha tia havia colocado nos arbustos da frente da nossa casa. Além disso, ele tinha mandado o filho dela tacar ovos na nossa casa, um caiu no meu quarto, estragando totalmente o meu tapete felpudo.
Aquela mulher merecia carvão nas meias de natal dela.
Volto a prestar atenção no filme quando o Elevador apita e eu olho para ele esperando que fosse Genebra ou meu pai chegando. Mas assim que ele abre uma Mulher alta e muito bonita sai dele. Ela está usando calças jeans, tênis brancos, uma blusa do incrível mundo de Gumball e uma touca muito esquisita.
Observo ela tira a mochila que estava em suas costas e a touca liberando uma cascata de cabelos vermelhos como os meus, só que os dela eram lisos e os meus cacheados. Ela se espreguiça e só então olha em volta, nossos olhos se encontram e ela me olha primeiro com surpresa e depois assombro.
— Puta merda, então você realmente existe! — Exclama a mulher que deve ser minha tia Brin. — Você não vai vir falar com sua tia cenourinha?
— Minha tia Guine me ensinou a não falar com estranho. — Digo me levantando ainda olhando para ela.
— Uma estranha saberia o código do elevador? — Ela me pergunta cruzando os braços. — Eu sou Brianna, sua tia e isso daí é um gato?
Tia Brin corre em minha direção o que assusta Marine que sai correndo como uma louca.
— Ai meu deus, eu assustei ela! — Exclama tia Brin
— Mabel, eu escutei o elevador, a Genebra chegou? — Tia Guine sai da cozinha com seu tradicional avental de cupcake. Ela para assim que ver Tia Brin.
—Oi, desculpa aparecer sem avisar, eu sou Brianna, irmã do Stuart e você deve ser a Guine, não é? — Tia Brin olha tia Guine com espanto e o que acho ser admiração. — Eu estava louca para conhecer você, a muitos anos.
Brianna corre até tia Guine e a abraça com força, encaro a cena sem saber o que fazer, mas isso muda quando escuto soluço e percebo que Brin está chorando.
— Calma Brin, não é? — Tia Guine pergunta a abraçando de volta. — Eu também estava louca querendo te conhecer.
***
Após a tumultuada chegada da tia Brin, tia Guine havia feito as apresentações e ligado para Greta e Stuart avisando da chegada da minha nova tia. Como sempre, tia Guine nos levou para cozinha e serviu bolo de nozes para nós duas. Enquanto comíamos, Brin explicou o porque havia tido aquela reação.
Assim como para o meu pai, minha mãe havia falado muito sobre tia Guine e tia Brin sentia como se ela e tia Guine fossem amigas, o que tia Guine confirmou e disse que de agora em diante ela e Brin seria amigas também.
Penso em como tudo isso é confuso. Avery havia falado da tia Guine para todo mundo e todos passaram a gostar dela mesmo sem conhecê-la. Eu queria que todos gostassem de mim assim também.
— Meu amor, o bolo está bom? — Pergunta minha tia fazendo cafuné no meu cabelo.
— Tia Como Posso fazer todo mundo gostar de mim como gostam de você? — Pergunto encarando tia Guine.
— Mabel, todo mundo gosta de você. — Tia Guine responde sorrindo.
— Não tia, não como gostam de você. — Protesto encarando-a. — Minha outra mãe falou de você para todo mundo, todo mundo gosta da senhora porque a mamãe Avery falou de você, mas ninguém sabia de mim, como podem gostar de alguém que não conhecem?
— Meu coração, meu amor! — Tia Guine me abraça e enche minha cabeça de beijos. — Ela não falou porque ela ainda não tinha você, mas eu tenho e falo de você para todo mundo, seu pai também.
— Mas eles não gostam de mim. — Murmuro chorosa enquanto minha tia se abaixa na minha frente e me encara.
— Mabel Glimes, que história é essa? — Questiona tia Guine. — Todo mundo te ama ou a mocinha esqueceu de tudo que estão fazendo por você? — Minha tia limpa minha bochecha das lágrimas que acabaram rolando. — Seu pai montou um quarto para você, comprou tudo que você gosta. Esqueceu daquele estojo gingante de lápis de cor e marcadores que o tio Michael e a tia Clarisse te deram ou tenho que lembrar você da cama e dos presentes que sua vó Greta comprou para aquele seu espanador com pernas? Isso em falar da sua tia Brianna que largou tudo na Europa só para vim te conhecer, não é mesmo Brin?
— Sim cenourinha, eu larguei tudo para vir conhecê-la. — Brin fala se aproximando de mim. — Eu conheço seu pai, sei o quanto ele detesta animais em casa, mas veja só, Marine está aqui, ou você acha que ele deixaria um gato aqui sem te amar muito?
— Está vendo coração, todo mundo gosta muito de você. — Afirma tia Guine. — Mesmo se não gostassem, eu estou aqui para te amor incondicionalmente, como sua mãe me amava e como eu a amava. — Minha tia me beija novamente e me encarando diz. — Nunca duvide que gostam de você, nunca mesmo.
— Até porque, se ela duvidar, eu terei que lembrá-la. — Tia Brin fala me abraçando assim que tia Guine se afasta. — E será com um ataque de beijos e cosquinhas. — Minha nova tia começa a me beijar e fazer cosquinha na minha barriga, o que me faz de mita risada e me contorcer na cadeira.
— Brianna pare de atacar minha filha. — A Voz do meu pai me chama a atenção de todas nós, olho para porta da cozinha e o vejo parado ali.
— Stu! — Tia Brin grita me soltando e correndo para abraçar meu pai.
Observo meu pai abraça Brin e girar com ela como fazia comigo as vezes, quando ele para ele beija o topo da cabeça dela e sorri, o que faz a tia Brin chorar.
— Calma Brianna, não precisa fazer um escândalo. — Murmura meu pai beijando tia Brin novamente. — Você já ligou para nossa mãe avisando que você está aqui?
—Sempre um temendo babaca. — Brin limpa as lágrimas e sorri para o meu pai. — Não avisei a mamãe, queria conhecer a Mabel e a Guine antes da dona Greta surtar.
— Então já conheceu minha filha. — Papai olha para mim e sorri. — Falando nisso, onde está meu abraço Mabel?
— Oi pai! — Falo descendo da cadeira e correndo até ele. — Como foi seu dia?
— Meu dia foi bom, minha pequena princesa. — Ele me abraça e me pega no colo como se eu fosse uma criancinha. — Você estava chorando? — Encaro meu pai assustada e depois olho para tia Guine que está parada olhando para nós.
— Mabel ficou chateada porque achou que ninguém gostava dela. — Explica tia Guine. — Tive que explicar a ela que todos a amam muito, não foi Brin?
— Sim, ela disse que queria que todo mundo gostasse dela como gostam da Guinevere. — Explica Brin.
— Entendo, mias Mabel, quero que saiba que todos nós te amamos muito. — Me pai fala me olhando. — Nunca duvide disso, nunca mesmo.
— Agora você falou como a tia Guine. — Falo sorrindo.
— Falou mesmo. — Confirma tia Brin, ela olha para o meu pai e depois para tia Guine.
Percebo que minha tia desvia o olhar e depois olha para o meu pai.
Algo passa pela minha cabeça, mas se fosse verdade minha tia me contaria.
Não contaria?
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