🏴☠️ Capítulo III
Uma onda de pavor tomava conta do corpo de Lawrence, ele queria fugir dali, olhou em sua volta em busca de uma rota de fuga, mas o único caminho era pela porta de entrada do jardim. Para sua infelicidade, aquele estranho de sorriso no rosto estava plantando no meio do caminho, atrapalhando sua única rota de fuga.
Foi quando Lawrence mergulhou mais uma vez naqueles olhos castanhos intensos e no sorriso de Calico, ele cerrou o punho e tentou controlar sua mente, aquele não era momento ideal para se perder em detalhes corriqueiros. Era o momento de trazer sua raiva a torna, ele precisava dela para lidar com aquele sujeito petulante.
- Notei que saiu as pressas do salão? Esta se sentindo mal ? - Perguntou o estranho com aquela voz rouca e aveludada, voz que causava sensações da quais o Marquês não queria perder tempo pensando a respeito.
Ele encarou por tempo além do aceitável aquele jovem, até se da conta de fato ele parecia realmente preocupado. Lawrence inspirou fundo na tentativa de acalmar-se, mas sorriso insinuante do jovem estava ali para afronta-lo. Como ele ousava querer saber do seu bem-estar? Foi pensando naquele maldito sorriso, que o Marquês finalmente explodiu toda raiva acumulada que estava sentindo:
- E o que você tem a ver com isso? Não seja inconveniente, eu não lhe pedir ajudar.
Diante da explosão do Marquês, o jovem Calico ficou estático, ele gesticulou com as mãos e tentou falar com homem que estava alterado e ao que parecia queria descontar as frustrações nele.
- Perdão! Não é do meu feitio ser inconveniente, vir quando saiu as pressas do salão e só quis prestar minha ajudar, como o senhor não necessitar dela, irei me retirar.
O jovem fez menção de dar as contas e sair, Lawrence ainda com os punhos cerrados impediu a ação dele. O Marquês não soube dizer da aonde veio aquela inesperada vontade de atacar o rapaz, Mas assim ele e o fez:
- Senhor não, alto lá, não me tome por uma reles pessoa que fez fortuna com trabalho suado. Eu sou um Marquês. Um legítimo Marquês. Como tal exijo respeito da sua parte. - atacou Lawrence.
O rapaz virou -se lentamente até encarar o Marquês novamente, com os olhos meio cerrado. O sorriso dele havia se alargado para o descontentamento do Marquês. O jovem em seguida fez uma reverência exagerada e engraçada diante dele.
- Perdoar-me pela terrível falha, oh, grande majestade soberana.
Foi demais para Lawrence suportar. Ele passou a passos largos pelo jovem que ainda estava curvando e saiu as pressas do jardim. No meio do caminho os anfitriões do baile ainda tentaram chamar sua atenção, mas era em vão. Sua noite havia acabando, e junto com ela sua curiosidade em sabe quem era o verdadeiro dono do casarão. Em sua carruagem ele olhava o interior estufado nas cores azul e dourado, era uma tentativa de distrair sua mente e manter sua sanidade, o brasão do seu título estava presente nas portas, assim como no interior da carruagem. O caminho de volta para o palacete foi feito no mais absoluto silêncio. Seu único pensamentos era como adoraria apagar aquela noite da sua mente.
Quando cruzou a porta duplas do seu aposento, o suspiro de alívio foi o único som que preencheu o ambiente. Para sorte dele, sua mãe estava dormindo, a última coisa que ele queria aquela noite era conversa sobre o novo vizinho, por um momento ele temeu que a mãe estivesse acordada para sabe alguma informação a respeito de Calico.
Calico
Ele tirou a gravata, o colete, jogando-o longe. Desabotoando a camisa, tentou acalmar-se, aproximou da lareira, seus olhos se embrenhava junto a chamas do fogo. A cabeça de Lawrence latejava de tal forma que chegava a se incomoda. Talvez ele só precisasse de uma noite de descanso, seu dia foi cheio. Primeiro suas investigação para enfim captura o famoso pirata. Por fim, o novo vizinho que trazia a torna tudo aquilo de ruim que o Marquês gostaria de deixar bem guardado.
Ele dispersou ajudar do criado, afastou as pesadas cobertas da sua cama e deitou sua cabeça nos travesseiros macios. Seu quarto era todo escuro com decoração em madeira nas cores negra, vermelha e vinho. Um ambiente completamente masculino, o Marquês não se incomodava de viver com mãe, ela era sem sombra de dúvida a pessoa que ele mais amava na vida.
Enquanto tentava colocar os pensamentos em ordem, ele se deu conta de que foi uma má ideia dispersa o criando, talvez uma taça de vinho o faria dormir bem aquela noite. Depois de muito se revirar de um lado para outro na cama, finalmente o sono tomou sua consciência, ele sonhou a noite toda com um pirata e com os olhos castanhos do novo proprietário do casarão.
Três dias depois do desastroso baile, Lawrence se via totalmente recuperado do seu rompante inesperado. Durante esse tempo, ele não teve nenhuma notícia do novo vizinho, o que de certa forma era um alívio para ele, mesmo que o Marquês soubesse que aquela altura toda Cornualha deveria falar do jovem, as pessoas não eram discretas ali.
Estranhamente sua mãe parecia não ter nenhuma curiosidade referente ao dono do casarão, para alívio do Marquês, ela nem mesmo perguntou o nome do proprietário.
Por outro lado, seu trabalho e sua busca pelo pirata roubava todo e qualquer pensamento de Lawrence. O Marquês estava a três dias sem nenhuma notícia do detetive Glencarron, um bilhete com a nota de suas investigação foi tudo que ele recebeu do detetive, Lawrence convidou o mesmo para ir até sua casa, assim ambos poderia conversar a vontade e sem nenhuma interrupção.
Dark Scorpio, Lawrence pensava como de uma hora para outra, alguém que ele nem mesmo conhecia, havia virado o centro do seu universo. Sim, ele tinha que concorda que sentia uma leve obsessão pelo pirata, mas isso se dava pelo fato do mesmo tê-lo atacado três vezes, pelo menos era isso que ele tentava converse a si mesmo, o que mais poderia ser?
Talvez fosse uma vontade insana de ter um propósito na vida, ou até mesmo fugir da sua própria realidade e de seus deveres. O pirata representava isso, uma fuga da sua vida. Ele sacudiu a cabeça em negação, suspirando, olhou a escrivaninha repleta de papéis. Pensar no pirata era bem melhor!? Resolveu ir para casa mais cedo, quanto antes avisar sua mãe que eles teriam um convidado, melhor.
- Oh! Querido que surpresa, não é comum vê-lo deixar o trabalho cedo? Aconteceu algo? - lady Brighton arqueou o cenho surpresa.
- Um pequeno contratempo, senhora minha mãe - O Marquês inclinou ate sua mãe para depositar um suave beijo em sua face - Marquei uma reunião com o detetive Glencarron para mais logo a noite aqui em casa...
O Marquês parou de falar quando viu a expressão de espanto da sua mãe.
- Fiz mal?
- Oh, não é isso querido, é que tomei a liberdade de preparar um pequeno sarau para hoje - comentou lady Brighton. Embora mexesse o chá, o olhar não abandonava o rosto do filho.
Lawrence fez uma careta e sentou-se na poltrona próxima mãe, pegou seu relógio e perguntou-se ainda tinha tempo de cancelar o compromisso. Os saraus de sua mãe era conhecido e famosos pelo requinte e ele não estava com ânimo para encarar um evento social tão cedo.
- Conheço bem essa expressão de desagrado, se você está pensando em fugir do meu sarau, esqueça! Sua presença é fundamental. - avisou sua mãe divertida com a careta do Marquês que aumentou.
- Não vejo como senhora minha mãe, tenho uma reunião de trabalho, talvez fosse melhor marcar com detetive em outro lugar, não quero estragar seu sarau.
Lady Brighton negou com um gesto de cabeça ,bebericou seu chá antes de responder ao filho:
- Não vejo motivo para isso querido, traga o detetive Glencarron para sarau, terei muito gosto em conhecê-lo. Teremos vários tipos de bebidas e comida, ânimo, será uma noite agradável.
O Marquês se serviu de uma taça de vinho e estudou o comportamento de sua mãe, ela estava um pouco misteriosa aquele dia.
- E impressão minha ou esse sarau tem um motivo oculto, devo me preocupar senhora minha mãe.
Lady Brighton sorriu enigmática, ela queria muito fazer uma surpresa ao filho, por esse motivo ela resolveu revelar somente uma parte sobre o motivo do sarau.
- Será uma pequena reunião em apresentação ao meu novo amigo.
- Amigo? Eu o Conheço?
- Hum...creio que ainda não querido e uma amizade recente e digamos que inusitada...
O Marquês ergueu cenho em curiosidade, sua mãe era expert na arte de deixar qualquer pessoa intrigada, por outro lado, ela estava cheia de mistério.
- Se sua intenção era deixar-me curioso, conseguiu, bom, irei aproveitar o tempo que me resta para descansar, até mais tarde minha mãe.
- Até querido, e nem tente escapar do compromisso.
O Marquês sorriu e respondeu:
- Eu não seria tão cruel.
Lady Brighton apenas anuiu com um movimento de cabeça, e acompanhou os passos do filho até ele desaparecer pela porta, aquela séria uma noite de grandes surpresas.
Lawrence fitou seu reflexo no espelho, o traje estava imaculado como sempre, na última moda. Cortara recentemente seu cabelo em um estilo mais curto, era chegada a hora de encarar mais um evento social, e para piorar esse era sua casa.
O salão nobre de sua mãe estava devidamente decorado, uma mesa com variados petiscos para se degustado antes do jantar estava posta e liberada para os convidados. Os candelabros de cristais, dava uma iluminação de tirar o fôlego no ambiente, e como sempre o sarau da sua mãe mais se assemelhavam com um baile do que com uma pequena reunião.
Aos pouco, os convidados chegavam e logo o burburinho tomava conta do ambiente, o piano de sua mãe tocava uma canção espetacular, o sorriso e energia das pessoas era quase contagiante, quase, porque Lawrence não deixava transparecer nenhuma emoção.
Ele estava próximo à porta de entrada com o copo de uísque na mão, o único convidado que realmente interessava a ele aquela noite, acabava de cruzar o vestíbulo.
- Creio que estou no lugar certo, mas na hora errada - o detetive Glencarron desconcertado, apontou para si mesmo e para o sarau que estava acontecendo.
Lawrence deixou escapar um raro sorriso e convidou o homem a entrar.
- De forma alguma, a hora está certa, lamento não tê-lo informado antes do sarau, acredite, nem eu mesmo sabia.
- Não tem problema, e uma forma diferente de se trabalhar, imagine que depois da reunião tenha uma diversão, isso não me parece ruim. - Brincou o detetive, ele acompanhava Lawrence até o escritório.
- Olhando por esse prisma não. - Concordou o Marquês já entrando com o detetive em seu escritório. - Então, temos alguma novidade?
- Nenhuma ainda, e receio que terei que viajar em breve, conversei com os ex capitães dos seus navios, e me dei conta que os ataques sempre aconteceu perto de rotas marítimas. Talvez as respostas estejam nesses pequenos povoados.
- Entendo, julgar que terá alguma pista do pirata? - perguntou o Marquês pensativo, ele sabia que ia ser difícil sair no encalço desse pirata.
- No momento e a melhor solução, sempre a alguma pessoa nessas rotas que ouviram ou até mesmo viram algo a respeito desse pirata. Apenas uma questão de sorte em encontrar a pessoa que nos de informação certa. - afirmou detetive dando de ombros. - Dark Scorpio não pode viver nos mares o tempo todo, em algum momento ele deve ter alguma pausa.
- Leve o tempo que precisa, passe amanhã no meu escritório que lhe darei dinheiro para as despensas da viagem, assim como para eventuais problemas. Só me assegure de que virá com respostas de que preciso. - Comentou o Marquês categórico.
- Farei tudo que estiver ao meu alcance - Prometeu o detetive - Agora creio que está na minha hora, não quero ser inconveniente no sarau de sua mãe.
O Marquês negou com a cabeça e afirmou:
- Tanto minha mãe como eu faço questão da sua presença. De fato o senhor salvaria minha noite, uma vez que prefiro passa o tempo falando desse pirata ao ter que encarar a sociedade.
O detetive Glencarron sorriu diante do convite do Marquês, e sem alternativa, seguiu o mesmo até o salão nobre. Ele notou quando Lawrence se aproximava de uma dama elegante, e ao mesmo tempo jovial e de sorriso caloroso.
- Presumo que seja o detetive Glencarron, encantada, sou lady Brighton, mãe do Marquês.
O detetive segurou com delicadeza a mãe enluvada de lady Brighton e curvou-se encantando diante dela.
- Encantado milady, e perdoe-me a intromissão no seu sarau.
Lady Brighton sorriu, ela estava curiosa para sabe o assunto que o detetive e seu filho compartilhava, mas aquele não era momento certo.
- Não é incômodo, o senhor e bem-vindo. - Em seguida ela se voltou para filho e falou - Querido estava te procurado, meu amigo acabou de chegar e quero apresenta-lo a ele. Claro, se o detetive não se importar em ficar sozinho por um momento.
Glencarron fez um movimento e rapidamente saiu dando privacidade a mãe e filho.
- Mamãe, me fale mais do seu novo amigo. Como o conheceu?
- Costumo dizer que são os acasos da vida, estava lendo meu livro no Jardim e o vir solitário no Jardim da casa dele, uma coisa levou a outra, e nesses três dias fiz a amizade mais inusitada da minha vida.
Enquanto sua mãe falava, uma expressão de pavor tomava conta do Marquês, uma desconfiava nascia em seu interior, mas ele tentou nega a mesma, não podia ser! Era coincidência demais o jardim do seu palacete se justamente de frente para o casarão.
Entretanto já era tarde demais, diante dele se materializava a pessoa que ele tentou a todo custo esquecer naqueles últimos três dias, o dono do seu pesadelo. E para o espanto do Marquês, ele estava de tirar o fôlego naquele traje negro e acompanhado daquele sorriso que jogava a sua alma cada vez para um precipício sem volta.
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