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Capítulo 14: Você não pode gostar de mim

— Está feliz? — Miyan pergunta assim que Changbin cruza o caminho da sala até as escadas. Ele não quer conversar no momento, a melancolia que o perseguiu durante o dia faz um peso considerável em seus ombros. Ele só quer ir para a cama, deitar lá e questionar porque de repente tudo virou do avesso. Porém, lá está ela, sentada no sofá de pernas cruzadas, usando uma camisola florida e comendo alguma coisa enquanto vê televisão. Essa é a visão costumeira de Miyan quando ela retorna de um plantão no hospital. Changbin está acostumado com esse hábito dela.

— Com o que? — Changbin não sabe de onde aquela indignação surge, mas ela borbulha no peito e cresce até sua garganta. Ele se vira até a mulher no sofá, punhos firmes e mandíbula cerrada. Não sabe porque, mas quer discutir com ela, reclamar de tudo que vinha vendo e sentindo nos últimos meses. Miyan se vira também, encarando ele dos pés a cabeça e franze o nariz desgostosa de sua atitude.

— Com o que fiz. — Changbin sabe que ela se controlou para não xingá-lo por seu comportamento. Ele vê isso nas linhas enrugadas da testa dela. É nítido e isso o acanha um pouco. — Finalmente tive coragem de jogar tudo fora daquele escritório, agora você tem seu quarto novamente só para você. Não está feliz? Fiz algo que você queria há muito tempo. Sei que não estava feliz com Chan dormindo no seu quarto e te incomodando. Inclusive — Ela levanta e vai na sua direção, passos leves e calculados. Changbin fica nervoso sem motivo, suas mãos ficam molhadas e ele quer recuar, mas não faz. Acha que isso só a deixaria ainda mais descontente. — ele fez algo com você? — Ela indaga, tocando seus ombros e subindo até o pescoço, o olha analítica, como se pudesse ler todos os pensamentos embaralhados da cabeça de Changbin.

— Do que a senhora está falando?

— Você parece diferente, filho.

— Não acho que estou.

— Changbin — Miyan diz firme. — ele fez alguma coisa com você?

— Não, mãe. O que ele poderia fazer comigo?

— Não sei, garotos como ele são perigosos. — Como ele?

— O que a senhora quer dizer?

— Você não sabe? — A preocupação cresce em seu olhar, mas não é somente isso. Há algo escondido por trás. Algo que deixa Changbin com medo. — Erick me contou recentemente, e como ele pode levar tão na boa? Acho isso tão… estranho. E agora, tem um deles vivendo na nossa casa, e com você! Como ele não me contou antes? — Miyan suspira, tentando controlar um descontentamento que cresce. Ela abre os olhos novamente e encara Changbin ainda analítica, preocupada e algo mais. Changbin quer que ela não o toque agora, é como se estivesse sendo hipnotizado.

— Não estou entendendo onde a senhora quer chegar. — Ele toca na mão que permanece projetada sobre seu pescoço, afrouxando o aperto dela.

— Ele fica com homens, Changbin. Acho que é gay, ou algo do tipo. Não sei as nomenclaturas. — É como uma bigorna esmagando seu peito, Changbin quase se curva numa dor silenciosa que nasce entre as raízes do seu peito. Ele não sabe como reagir, não sabe o que dizer. — Filho? — Miyan toca o rosto quase pálido de changbin. — Tudo bem?

— Como a senhora pode ter certeza? — Ele pergunta de volta, a voz falha e um gosto desagradável na boca. Ele sabia, lá no fundo ele sabia que Miyan não era a mulher mais mente aberta do mundo, mas Changbin não queria que fosse verdade. Não queria de jeito nenhum.

— Erick me contou. — Changbin tenta disfarçar o quanto aquilo o atingiu. — Filho — Ela o toca no rosto novamente. — Ele te fez algo? Você sabe, pessoas como ele são…

— Por que ele te contou? — Ele a interrompe. Não é possível que ele seja esse tipo de pessoa. Changbin realmente queria dar alguns votos de confiança no outro australiano, estava verdadeiramente se esforçando para vê-lo com bons olhos, mas tirar o próprio filho do armário sem ao menos avisá-lo? Changbin acha que pode vomitar, a ânsia sobe mas tudo que ele consegue é fitar a mãe que parece confusa com a expressão em seu rosto.

— Eu o vi com o garoto no sábado, em frente a nossa casa. Eles estavam… muito perto um do outro, de uma maneira estranha. Não sei. — Ela se acolhe, abraçando o próprio corpo, numa tentativa de se confortar de algo. Changbin recua e bate os calcanhares no incômodo da escadaria que leva ao andar superior. A ânsia em seu estômago aumenta, ele vê se perdido, sem ao menos saber o que isso significava. Seu coração dói, mas ele não sabe direito o porquê. Ele e outro garoto? — Enfim — Miyan suspira. — Fui perguntar ao Erick o que aquilo significava, e ele me contou que Chan gosta de meninos, simples assim, como se não fosse nada. “Meu filho ama as pessoas, ele é desse jeito.” Acredita nisso?

— Eu vou pro meu quarto. — Changbin avisa antes de subir, incapaz de permanecer nessa conversa infundada.

— E o seu jantar? Filho? Changbin! Estou falando com você! Changbin!

Changbin fecha a porta do quarto e gira a chave na maçaneta, trancando ela, apesar de saber que Miyan não gosta disso. E ela aparentemente também não gosta de quem eu sou. Ele deixa a mochila no chão e cai na cama. É um pesadelo, é um pesadelo. Seu coração ainda dói, é como pequenas agulhadas em cada cantinho dele. Ele se belisca no braço mas não é um pesadelo muito menos um sonho muito desagradável, é a realidade. É como as coisas são. Changbin sobe mais na cama, se encolhe ainda usando a roupa do colégio, camisa, calça jeans, meias, e tenta achar um pouco de aconchego no medo e agonia que parece encher o quarto. Passa pela cabeça dele que isso deveria ser uma vitória, Chan gosta de meninos, e ele é um! Ele tem uma pequena chance, de certa forma. Ele poderia tentar. Mas isso não o anima, o pensamento entra e sai pela cabeça dele como um trem desgovernado que traz desgraça logo em seguida. Changbin mergulha naquele medo e insegura que sempre esteve lá quando o pensamento de se assumir para sua família surgia, isso enche todos seus sentidos e o faz se sentir como um fracasso.

— Ela vai me odiar. — O sussurro sai e é devastador.  Changbin agarra a camisa sobre o peito e puxa, querendo expulsar tudo que um dia sentiu em relação a outros garotos. Ele quer ser normal. Ele quer desesperadamente ser um garoto normal. — Por favor. — Ele diz, a voz chorosa e os olhos marejados. — Por favor.

Ele acha verdadeiramente que pode morrer, e se isso o fará renascer como um menino normal, ele acha que está disposto a aceitar essa realidade.

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— Changbin? — É distante, a voz que o chama parece entrar no seu sonho e Changbin não sabe o que é realidade ou o que não é. — Baixinho, abre aqui. — Esse apelido. Ele vira o corpo de posição sobre lençóis bagunçados, olhando em direção a porta que permanece fechada. É bem mais escuro do que Changbin lembra, talvez já fosse de madrugada, o silêncio da noite invade o quarto e o deixa com medo de realmente ser apenas coisa da sua cabeça. — Ei. — Alguém bate na porta três vezes e aquilo ecoa dentro dos ouvidos de Changbin. — Sou eu, Chan. Você pode abrir? Por favor.

Changbin arregala os olhos e levanta, tonto e fraco, ele tomba na escrivaninha e o barulho faz com que o rapaz lá fora tente forçar a porta a abrir. Chan gira a maçaneta e bate mais três vezes, na sua tentativa — falha — de ser silencioso.

— Você tá bem? — Ele indaga, quase como um murmúrio. — Sua mãe falou que você não jantou quando chegou, tô preocupado com você. — Changbin para em frente a porta, a mão pendendo no ar, incerto se deve abrir ou não. Ele estava com outro garoto. A voz de Miyan mente ecoa na sua cabeça e ele abaixa a mão. Na frente da nossa casa. Changbin encara a porta e espera que ele vá embora. Eles estavam muito perto um do outro. Ele deseja silenciosamente que Chan saia, que ele pare de se importar e ser assim, porque Changbin não é forte o suficiente para rejeitá-lo. Não é forte o suficiente para rejeitar quem realmente é. — Escuta, eu sei que não fui a melhor pessoa do mundo nos últimos dias, eu sei que fiquei todo estranho com você do nada, e que não te dei nenhuma explicação. Foi bem idiota da minha parte, eu assumo. E me desculpa por ter feito isso, não é como se eu quisesse fazer isso, só fiquei com medo.

Medo? A curiosidade cruza seu olhar. Changbin se aproxima da porta novamente, as mãos tateando a madeira escura. Do outro lado, Chan encosta mais, quase se unindo como um só a porta, o coração acelerado e a voz trêmula pelo medo de dizer coisas em voz alta que só existiam em sua cabeça. De falar verdades que ele provavelmente vai se arrepender. Changbin não sabe que expressão ele faz e não sabe como ele se sente, mas decide continuar ouvindo. O silêncio paira entre a divisória que os separa, tornando difícil para que Changbin saiba se ele ainda está ali ou não. Por impulso, ele abre a boca e decidi falar algo, perguntar se Chan ainda está ali, porém a voz do menino o interrompe antes que ele possa dizer qualquer coisa.

— Eu gosto de você. — O sussurro atravessa a barreira entre eles e invade Changbin em cheio. É como um sopro de vida. — Eu gosto de você, Changb-

— Não.

— O que? — Chan força a maçaneta novamente. — Changbin? Abre, por favor.

— Não diz isso. — Ele prossegue, a testa encostando na superfície da porta. — Por favor, não diz isso.

— Binie, por favor, você precisa comer alguma coisa.

— Você não pode gostar de mim. — Ele continua sem se importar que o estrangeiro esteja balançando a maçaneta e tentando entrar. — Não pode.

— Olha, se você quer me dar um fora, pelo menos abre a porta e diz isso na minha cara. — De repente, Chan não diz mais nada e para de girar a maçaneta em tentativas falhas de entrar. — Porra. — Ele resmunga. — Escuta, tudo bem você não gostar de mim, na verdade, não tá nada bem, mas vou relevar por enquanto. Mas você vai dizer que não me quer na minha cara, entendeu? Você tem que dizer isso olhando para mim, não se escondendo, seu baixinho desgraçado. — Changbin acha que Chan vai embora pelo silêncio que novamente se estende, porém ele logo ouve a voz dele mais uma vez. Um pouco distante, mas ainda está lá. — E vê se come ou eu vou escalar sua janela e te fazer comer à força

Silêncio novamente. Changbin senta no chão do quarto e se encolhe, levando os joelhos até a altura dos ombros e escondendo o rosto entre eles. Ele só quer que tudo isso seja um grande pesadelo.

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