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Capítulo 04: De "inimigos" para "amigos"

Changbin fechou a porta do quarto e deixou a mochila no chão, a cabeça latejando pela discussão anterior. Como previsto, Miyan o encurralou bem na porta e o encheu de reclamações sobre como ele era irresponsável por deixá-los em casa preocupados pela demora e por não ter chegado a tempo para jantar. Changbin nunca entenderia sua mãe, ela acreditava que jantares fazia com que as pessoas criassem laços, mas Changbin conseguia lembrar com clareza de todas as tentativas - falhas - dela de reatar o casamento com aqueles jantares em família, e olha onde eles chegaram hoje.

Emburrado, o menino foi direto para a cama, tirando a camisa de botões do colégio, optando apenas pela regata que usava por dentro pelo tecido branco ser fino demais. Ele se encolheu no beliche inferior e abraçou as pernas, pedindo para que ninguém entrasse no quarto, não queria ter que lidar com Christopher, muito menos com Erick, que ainda tentou apaziguar a situação e fazer com que Miyan parasse de gritar, mas do que adiantaria? Changbin estava tão acostumado com aquele comportamento bipolar da mulher que apenas abaixou a cabeça e subiu para o quarto, embora Erick o pedisse para ir comer na cozinha, ele não escutou. Subiu sem nem olhar para trás, constrangido pela forma como sempre era repreendido.

Changbin pescou o celular no bolso da calça, vendo as mensagens no grupo dele e dos amigos, Jisung permanecia mandando figurinhas bobas numa competição ainda mais boba com Hyunjin sobre quem tinha a figurinha mais sem noção, e Minho apenas visualizava, vez ou outra mandava alguma mensagem breve perguntando se eles eram idiotas. Changbin queria ter ânimo para se juntar a Minho e provocar os amigos, mas estava tão deprimido que apenas visualizou e bloqueou a tela do celular, desejando que a noite passasse logo e ele pudesse se encontrar com eles no dia seguinte na escola. Changbin fechou os olhos, mas dormir não era uma opção, ele estava com fome e nunca conseguiria dormir sujo, mas sair do quarto significava ter que encarar sua mãe e fingir que nada aconteceu, e ele odiava fingir que nada aconteceu, porque aconteceu e ele se sentia magoado com isso. Magoado com ela, magoado com todos eles lá embaixo.

Ele quis chorar. Ou talvez fosse só os hormônios conflitantes de ter dezessete anos, mas independente disso, ele quis muito chorar. Chorar por estar deprimido, chorar porque se sentia mal, chorar porque podia fazer isso, porque ainda era um garoto e queria exercer seu papel de menino e se permitir ser fraco quando quisesse. Mas, Changbin não queria fazer isso e ser visto. Ele cogitou a ideia de ligar para um dos amigos e pedir para dormir na casa deles, mas sua mãe veria isso como uma afronta e ficaria ainda mais chateada com ele, e Changbin odiava ver sua mãe triste por sua casa, então ele apenas deitou na cama, se encolheu o máximo possível e não deixou que as lágrimas acumuladas no cantinho dos olhos descessem, ele esfregou o rosto e não se permitiu chorar, embora o nariz estivesse começando a ficar entupido pelo choro e aquela sensação de nó crescesse no peito.

Eventualmente, ele caiu no sono, os olhos ardendo com lágrimas não derramadas e o corpo dolorido pela posição fetal. Changbin acordou duas ou três horas depois suado e com a boca seca, usando os cotovelos, ele ergueu o corpo e olhou ao redor, sendo recepcionado pela escuridão. Desorientado, ele ficou de pé e caminhou até a porta, sem a menor noção do horário que era, o corredor estava igualmente escuro, idêntico ao restante da casa. Ele desceu os poucos degraus e não tinha ninguém na sala, mas ao se virar, a luz da cozinha estava acesa, indicando que alguém além dele estava acordado a essa hora da noite. Changbin foi em passos calculados até o outro recinto, com medo do que encontraria. Changbin conseguia lembrar com clareza da última vez que acordou no meio da noite e viu a própria mãe aos beijos com um cara estranho que ela trouxe para casa. O menino não queria ter esse pesadelo repetido, por isso, antes de entrar, ele bisbilhotou pela brecha da porta, não notando nada de muito estranho.

Com um pouco mais de coragem, ele entrou no cômodo e estreitou os olhos pela luz, vendo apenas Chan de costas na sua direção. Ele parecia ocupado, usava fones de ouvido conectados por um fio ao celular que estava no bolso da bermuda tactel que usava, além de, obviamente, estar sem camisa. Changbin ficou encostado no batente da porta, o observando em silêncio do mesmo jeito que ele fez na noite anterior. Distraído, Chan continuou de costas, os braços se movendo para lá e pra cá, sem que Changbin visse o que exatamente ele fazia. As costas dele eram largas, pálidas e cheias de pintinhas, Changbin pode contar cerca de cinco, espalhadas por todo o dorso. Ei, por que estou prestando tanta atenção? Changbin balançou a cabeça, se negando a continuar parado.

- Tá fazendo o que aí? - Changbin indagou, a voz saindo arranhada pelo tempo sem usar. Chan se virou devagar e com medo, tirando um dos fones das orelhas.

- Moleque, não me assusta desse jeito, achei que tinha ouvido a voz de Deus vindo me chamar.

- Que Deus o que, cara. Você vai pro inferno.

- Achei que a gente tinha feito as pazes. - Changbin deu de ombros, um sorrisinho pretensioso brincando nos lábios.

- Vamos fazer as pazes quando você começar a usar roupa dentro de casa. Você não tem vergonha, não?

- A gente não tem que ter vergonha de mostrar o que é belo. - Ele tencionou o músculo do braço e Changbin não conseguiu segurar a risada.

Eles riram e Changbin pensou que talvez não fosse tão ruim conviver com Chan, que talvez ele tivesse razão, seria bom ter com quem conversar dentro de casa no meio de todo o caos que estava ultimamente. Chan pegou dois pratos em cima do balcão largo da pia, levando até a pequena mesa de quatro lugares, neles havia sanduíches com queijo derretido caindo pelas bordas e a barriga de Changbin roncou instantaneamente pelo cheiro.

- Fiz pra gente. - Chan disse antes que Changbin pudesse perguntar se um daqueles era seu. Ele sentou do lado de Changbin na mesa e dispôs os pratos. - Não é muito, mas pelo menos você não vai ficar de barriga vazia. - Changbin começou a comer, o queijo derretido sujando seus dedos e o delicioso cheiro de bacon preenchendo o ar. Ele mordeu um generoso pedaço do sanduíche e quase foi ao céu pelo sabor agradável. - Tá gostoso? - Chan indagou com um sorriso.

- Se você fizer um desse pra mim todo dia, juro que nunca mais te chamo de insuportável. - Changbin estava com os cantinhos da boca sujos e as bochechas cheias de comida. Chan riu, esticando o braço até o fogão para conseguir alcançar o pano de prato que estava pendurado na alça do forno, ele entregou ao menino lambuzado e Changbin limpou a boca.

- Se eu soubesse que era tão fácil assim te conquistar, teria feito antes. - Changbin franziu as sobrancelhas. - Conquistar sua amizade, bonitinho. Você não faz meu tipo.

- E nem você o meu! - Exclamou indignado, finalizando o último pedacinho do sanduíche. Changbin nem sabia se realmente tinha um tipo, mas não poderia deixar isso barato. Quem ele pensa que é? - Tá se achando a última bolacha do pacote, né? Se enxerga, esquisitão.

- Vai dizer que eu não sou bonito?

- Precisa tanto assim da minha validação? E honestamente, você nem é isso tudo. - Virou o rosto, embora estivesse dando olhadinhas sugestivas para o sanduíche intacto que estava no prato de Chan. Percebendo, ele empurrou na direção de Changbin e ele pegou sem hesitar. - Você no máximo é arrumadinho, e olhe lá! - Concluiu, dando uma mordida no sanduíche.

- Eu te faço comida e é assim que você me trata? - Chan fingiu estar ofendido, mas Changbin não ligou, ocupado demais saboreando o sanduíche de queijo mussarela e bacon. - Vou deixar passar porque você é fofo, mas não vai se acostumando, a vida não é um morango. - Ele pegou os dois pratos vazios na mesa e levou até a pia, passando uma água neles antes de deixar secando no escorredor. - Você deveria tomar um banho. Tá desde cedo sem se trocar, o cheiro aí embaixo deve tá horrível.

- Você não tem modos? - Chan deu de ombros, encostado no balcão da pia. - E eu não levo em consideração opinião de gente que fica pelada dentro de casa.

- Primeiro que eu tô vestido. Segundo, você não consegue lidar com uma barriguinha sexy igual a minha? Deve ser por isso que fica pedindo pra eu me vestir.

- Você escuta os absurdos que diz? - Changbin o olhou com uma careta, desgostoso da conversa que estavam tendo. Com certeza a última coisa que Changbin não queria conversar naquela noite era sobre a suposta barriga sexy do filho do seu padrasto.

- Tá indo tomar banho? - Chan indagou, observando o menino saindo.

- Não é da sua conta. - Mostrou o dedo do meio para ele. - Vai cuidar da sua vida.

- Não esquece que a gente dorme junto, e eu não durmo com gente fedorenta. - Irritou mais um pouco, vendo Changbin mostrar dessa vez os dois dedos do meio, um de cada mão. Chan riu, e Changbin sumiu na escuridão que estava a sala de estar.

///////

Changbin tomou banho. Não porque Christopher quis, mas porque ele queria. E precisava. A situação realmente não estava das melhores. Ele voltou para o quarto usando desta vez calça moletom e um casaco de capuz com a estampa do Wolverine, que ganhou de aniversário no ano anterior. Conseguiu checar o celular quando subiu momentos antes de ir para o banho, e viu que já passava das onze da noite, prevendo que amanheceria com um zumbi na manhã seguinte para ir ao colégio.

Ele entrou no quarto e Chan já estava deitado na sua cama, com um suspiro, Changbin se juntou a ele. Deixou a toalha estendida na cadeira da escrivaninha e deitou desta vez na beirada, apesar de preferir o cantinho da cama, era mais frio e ele saberia que estava seguro, na beirada ele poderia cair, já que não estava acostumado com a ideia que agora iria ter que dividir a cama com mais alguém. Changbin geralmente não fazia isso, apenas com os amigos, mas não tinha mal, ele podia escapulir para a cama superior - como faria hoje - quando Christopher estivesse dormindo, e como acordava mais cedo que ele, o rapaz nem notaria. E se notasse, Changbin não ligava o suficiente.

Changbin afofou o travesseiro e pegou o lençol para se cobrir, deitando na cama e virando automaticamente na direção contrária do australiano, que parecia ocupado com o celular. Eles ficaram de costas um para o outro como na noite anterior, e Changbin não conseguia nem fechar os olhos para dormir, consciente de tudo que aconteceu hoje: da discussão que teve com a mãe, das conversas com Chan, de Chan estar ali bem do seu lado. Talvez na noite anterior estivesse muito cansado para perceber, mas hoje, alerta como estava, não conseguia parar de reparar na presença dele. As costas dele na sua, os pés inquietos tocando nas suas pernas vez ou outra, na agitação dos seus braços para mexer no celular, em como a respiração dele de repente se mesclou com a sua, e como ele parecia quente mesmo com o lençol separando a pele nua dele da sua, porque obviamente ele estava dormindo sem camisa.

Changbin tentou ignorar fechando bem os olhos, mas a mente estava irritantemente barulhenta. Queria conversar, mas não conversar com ele, porque Christopher era um completo idiota. Queria falar com Minho, ou talvez Jisung, sabia que aqueles dois dormiam tarde, já que Hyunjin era o único com o sono regulado além de Changbin. Porém, o celular estava na escrivaninha, e ele não conseguia alcançar sem ter que levantar, e Changbin não queria levantar. Queria mudar de posição, mas isso significa revelar que ele não estava dormindo, por isso permaneceu imóvel, embora os olhos estivessem bem abertos, o suficiente para ele se acostumar um pouquinho com a escuridão. De repente, Changbin parou de ouvir o barulho do celular de Chan, e ele parou de se mexer tanto, a agitação diminuindo. Ele dormiu. Presumiu, querendo mudar de posição.

Mas Chan fez isso antes, e Changbin travou completamente, sem nem saber a explicação. Ele só congelou completamente, ainda mais consciente que Chan estava respirando perto da sua nuca, que ele se encolheu na sua direção, os joelhos dele bem pertinho das suas pernas, as mãos talvez próximas a suas costas? Changbin quis tanto virar, e ao mesmo tempo não quis. Por isso, escolheu a segunda opção, ficando onde estava, apertando o lençol em um nervosismo muito fora do comum. O que estou fazendo? Por que estou me deixando levar tão facilmente? É só o idiota do Christopher. Ele sabia disso, sabia muito bem disso, mas seu corpo decidiu não digerir essa conclusão, continuando a reagir de forma estranha e o mantendo acordado.

- Ei, você tá acordado? - O sussurro fez Changbin encolher os ombros, como uma reação automática, e todo seu esforço para fingir que estava dormindo foram para o ralo. Ainda temeroso, ele virou devagar na mesma direção que o outro rapaz, ficando de frente para ele, numa distância confortável. - Oi.

- Oi. - Respondeu, escondendo metade do rosto utilizando o lençol. Apesar da escuridão, Changbin conseguia ver os traços do rosto de Chan, como as bochechas pálidas com sardas quase invisíveis, a cor castanha forte dos seus olhos e o nariz pontudo. Ele ficou tentado a tocar as sardas, pincelar os dedos pela palidez natural do menino, mas não fez isso. Por que eu faria isso? - Insônia? - Indagou, a voz ainda abafada pelo lençol.

- Você me conhece tão bem. - Eles riram baixinho, em segredo. - Queria falar com você.

- Com quem mais você falaria aqui?

- Nossa, você é tão engraçado. - Eles continuam rindo, embora Chan no começo tenha fingido que aquilo não tinha sido engraçado. - Dá pra parar de ser engraçadinho? - Empurrou a testa dele usando o dedo. Changbin fechou os olhos pelo empurrãozinho sutil, e de repente o calor subiu pelo pescoço e se alojou nas orelhas. - Isso tá me perturbando um pouco, por isso quero te dizer que conversei com Miyan depois que você subiu. Juro que tentei te ajudar no meio da confusão, mas ela não me deixava falar.

- Ela nunca deixa ninguém falar quando está brava. - Explicou, tentando não deixar aquele sentimento de mágoa tomar conta.

- Sinto muito, Changbin. A culpa nem foi sua.

- Em teoria, foi sim. Se eu tivesse aceitado sua carona antes e não ter ficado discutindo com você, isso poderia ter sido evitado. - Chan estreitou os olhos. - Mas, entende meu lado, eu não confio em você ainda, e estava irritado, por que faria isso? Mas o que passou, passou. Amanhã ela vai fingir que nada aconteceu, e vamos seguir a vida.

- Eu devia ter interferido de alguma forma, ela falou um monte sem necessidade.

- Você não tem porque fazer isso.

- É isso que amigos fazem, eles se ajudam, Changbin. - Changbin sabia disso, seus amigos estavam o ajudando a todo instante, mas não conseguia ver Chan como um amigo. Eles poderiam se chamar assim? Era difícil. Changbin ficou quieto, apenas o olhando ainda parcialmente escondido, e percebeu que não tinha uma resposta para aquilo. Considero ele meu amigo? Não sabia dizer, talvez por enquanto não. Ainda era cedo, Changbin não costuma confiar facilmente nas pessoas, e confiar em Chan parecia ainda mais difícil.

- Acho que vou dormir. - Resolveu avisar, virando de costas para ele.

- Eu também. Boa noite, Changbin.

Ele não respondeu, dessa vez decidido que iria dormir, por bem ou por mal. Changbin se encolheu, e esperou até que Christopher dormisse, e levantou. Pegou o travesseiro, o lençol e subiu para o beliche superior, deixando a cama debaixo apenas para ele. Changbin deitou no canto da parede e decidiu que não queria mais pensar nas coisas que estavam acontecendo, e nem que iriam acontecer.

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