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Cotidiano

Já eram quase seis da manhã e eu ainda não havia conseguido pregar os olhos. Às vezes tudo que eu não queria ter, é esse maldito bom senso. Se bem que, se eu o tivesse  o mantido desde o começo, não me encontraria aqui, deitado num sofá, com uma garrafa de vinho ao lado, sentindo pena de mim mesmo, por fazer aquilo que acreditava ser o certo.

Levanto exausto e caminho até a cozinha, ainda há meia lata do café favorito dela e eu decido que hoje será a última vez que vou vê-lo em minha prateleira. Pego a cafeteira coloco algumas colheres do pó e o resto da lata, deixo que se esvaia pelo ralo da pia, junto com um pouco de água morna.

Ontem, no jantar de despedida da Carol, o qual dei uma passada rápida, apenas para não parecer indiferente ou rancoroso com sua partida, pude perceber que mesmo negando a mim mesmo, ainda a amo e ainda não sei como ou quando, esse sentimento vai passar.

Foi tão estranho o modo como as coisas aconteceram, nos romances que vivi, eu sabia dizer exatamente o momento em que me apaixonei, ou o porquê me apaixonei. Com Carolina era totalmente ao contrário, eu não conseguia racionalizar o momento que a ví com outros olhos, o instante que ela deixou de ser apenas a filha do Tom, ou o porquê dela passar a ocupar um espaço em minha vida, que eu jurava ter se apagado.
Sei que muitos devem pensar que foi coisa da idade, aquela ânsia por juventude a qual buscamos quando nos damos conta de que estamos envelhecendo. Mas somente eu e talvez ela, conseguimos mensurar a intensidade da nossa pequena primavera.

Deixei que o cheiro de café com menta preenchesse meus pulmões e trouxessem a minha mente as doces lembranças das nossas tardes. A vi se enrredar em meu braço, enquanto assistíamos algum programa bobo na televisão e depois me seguir empolgada pro nosso mundo empoeirado de livros velhos e vinhos ruins no porão da minha casa.

Voltei a realidade quando o bip da cafeteira disparou, tomei uma caneca em mãos e desta vez só havia uma a ser servida. Me coloquei a preparar o café do meu filho e também seu lanche para escola, tentando distrair meus pensamentos, me afundando novamente na minha rotina, na minha vida, antes da Carolina.

Ouvi o ronco barulhento do motor do Ford antigo do Thomas, enquanto deixava a sua garagem. Me dirigi a porta da frente, e fingi procurar pelo jornal quando percebi Carol sair de casa. Com aquele sorriso lindo no rosto, uma mala de rodinhas e uma mochila nas costas ela saiu aparentemente apressada em direção ao carro, agora estacionado em frente ao portão. Tom, buzinou duas vezes e ela se apressou para colocar as malas no banco traseiro e antes de adentrar o automóvel olhou para a sua varanda e depois para minha, por mais que tentasse, dessa vez, não consegui disfarçar que observava atentamente a sua partida.
Ela sorriu e acenou, senti vontade de correr atrás dela e pedir para ficar, que era loucura ela deixar a sua casa, sua família para se aventurar em outro país atrás de um garoto que ela nunca sabia o que esperar. Mas apenas sorri e acenei de volta com o jornal. Amar as vezes é mais sobre deixar ir, do que qualquer outra coisa.
Eu sabia o quanto Carolina precisava e queria aquilo, ela precisava viver sua aventura, lançar-se ao desconhecido, provar novos sabores, amores, se sentir viva, assim como eu me sentia ao lado dela.

—Boa viagem — grito com outro aceno.

— Até mais, Alec! — Ela responde adentrando o carro.

Vejo o velho Ford se afastar e sinto um aperto no peito, respiro uma, duas vezes, me sento aos degraus da varanda e não consigo conter as lágrimas que vinha guardando dentro de mim há mais de três meses. Dizem que a dor de perder um amor, é menor do que a de nunca tê-lo amado, bem pelo menos foi nisso que quis acreditar quando me entreguei aquele sentimento que eu mesmo considerava insano. No entanto, agora ela se foi, e isso dói, como jamais imaginei.

Ouço os passos descalços de Max sob a madeira um pouco frouxa do deck de entrada e tento me recompor antes que ele perceba.

— Pai? Você está bem? — ele questiona envolvendo os braços no meu pescoço e colocando seu queixo sobre meu ombro.

— Foi só um cisco no meu olho filho. Já escovou os dentes?

— Não, mas você está assim por causa da Carol, não é? Eu te entendo, vou sentir falta do brigadeiro dela — ele responde sentando-se ao meu lado.

— Eu não consigo esconder nada de você, né amigão? — Falo fazendo um cafuné na cabeça dele — Sim eu acho que vou sentir falta da Carol.

— Mas ela vem no verão, não precisa ficar triste papai — ele fala recostando a cabeça no meu ombro.

— É, ela vem no verão. Agora vamos escovar esses dentes e já pra escola!

Deixo Max no colégil e o dia passa lentamente, trabalho, assuntos superficiais, sorrisos falsos e gentilezas casuais. No fim da tarde, busco Max na escola e voltamos pra casa caminhando. Novamente ele fala que talvez eu pudesse deixar ele voltar sozinho pra casa, pois ele não é mais um bebê e também sobre termos um cachorro. E depois de uma breve discussão sobre as responsabilidades que ele ganharia por não ser mais um "bebê", ele desistiu da idéia, mas não do cachorro.

Quando chegamos em casa o carro de Casey, minha ex esposa e mãe do Max estava estacionado em cima do meu gramado. Revirei os olhos e vi Max jogar sua mochila ao chão, sair em disparada e a enrredar num abraço. 

— Sabe esta rampa de concreto, serve pra estacionar os carros — digo com o semblante fechado.

— Olha que mau humor.

— Papai tá triste porque a Carol foi embora — denuncia Max.

— Carol a "garotinha" estrangeira? Seu pai devia é ficar feliz, pois aquele romancezinho ia acabar na polícia ou com um belo para de chifres — ela fala me encarando.

— Porque chifres e polícia? — Questiona Max inocentemente.

— Max, vai buscar suas coisas. Sua mãe deve estar com pressa — falo e vejo meu menino adentrar a casa correndo —Precisa mesmo falar desse jeito na frente dele?

— E eu menti por acaso? sinceramente Alec, se envolver com aquela menina?

— Realmente, eu tenho que concordar sempre tive um gosto duvidável para relacionamentos, afinal, eu casei com você, não é mesmo?

— Estou pronto! — fala Max vindo na nossa direção — Vocês estão brigando de novo?

— Não filho, vem cá — digo me abaixando na frente dele — Comporte -se na casa da sua avó certo? Bate aqui!

— Vou me comportar! — Ele promete batendo a palma da mão na minha.

Me despeço com um aceno e o vejo se afastar pela rua. Quando Casey regressou a Jackson, pensei que talvez pudéssemos ao menos manter uma relação amigável, porém isso parecia impossível. Ela nunca perdia uma oportunidade de me tirar do sério, e eu já não tinha mais paciência para aturar suas provocações.

Volto pra dentro de casa e desço até o porão, pego um livro e uma garrafa de vinho e assim passo meu fim de semana, vez ou outra saia para a sacada e sem perceber me pegava olhando para a varanda da Carolina. Mesmo que não estivéssemos mais juntos, ela estar ali, me dava certo conforto. Eu a via todos os fins de tarde com um livro nas mãos, que atualmente não eram mais romances doces e sim livros sérios da faculdade. Vez em quando, trocávamos algumas palavras pela cerca ou ela dividia alguma das delícias que cozinhava para o pai.  Respiro fundo e volto pro silêncio da minha casa.

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