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Capítulo 28 - Ano 2010

Eu persisti tanto, cheguei tão longe
Mas no fim, nem mesmo isso importa
Eu tive que cair, perder tudo
Mas no fim, nem mesmo isso importa
In the end
Linkin Park

Após todos os alunos sofrerem para montar suas barracas o professor fez uma fogueira perto do lago e chamou a todos para fazer um círculo a sua volta e escutar ele cantando tão desafinadamente uma música antiga do cazuza.
Aquilo era uma tortura em um grande nível.

Murilo esteve longe de mim o tempo todo e Ulisses não saía do lado dele por nada. Aquilo já estava ficando estranho para mim e minha vontade era de ir lá e questionar o quê estava havendo.
Fui naquele maldita viagem por ele e por Ellie e naquele momento ela era a única presente.

— Eu só queria entender por que o professor não foi preso por assassinar a música. Minha cabeça já está doendo. — Ellie disse dramaticamente o que fez minha atenção se voltar para ela.

Eu tinha que parar de ser ridícula, como eu estava sendo. Desde que terminei com Bernardo eu agia como se nada me importasse mais e que o mundo fosse para o inferno por pensar que eu tinha que ser igual a todos, mas desde que comecei o lance com Murilo era fato que eu havia mudado e eu não estava gostando nenhum pouco daquela mudança.
Como naquele momento, ao invés de estar curtindo com Ellie eu estava obssecada vigiando os passos do garoto que eu estava apaixonada. Era patético.

— Concordo. — Falei. Estava decidida a não agir mais daquela maneira. Se Murilo queria ficar com o amigo dele que assim fosse.

— Eu queria entender por que Belle não para de te olhar. Parece aquelas psicopatas pensando em formas de matar a próxima vítima. — Olhei para a dita em questão e vi que Ellie estava certa.

A diaba loira me encarava de uma forma que me dava arrepios. Quando nossos olhares se encontraram, mais uma vez, vi aquele mesmo olhar que havia me dado no dia anterior.
Ela estava aprontando alguma.
Eu só gostaria de estar a par da situação, se fosse algo contra mim eu não teria remorso nenhum em arrancar fio por fio daquele cabelo lustroso dela.

— Come alguma coisa Isa.— Ela falou e me ofereceu um espeto com salsicha. Olhei com receio para aquilo, mas peguei afinal estava com fome.

— Podíamos amanhã fazer uma trilha. — Revirei os olhos com aquela sugestão.

— Odeio trilhas Ellie. Sempre quando ando mais do que o necessário minha unha encrava. — Dei uma desculpa esfarrapada esperando que colasse, mas pelo olhar de Ellie não colou.

Eu só queria ficar em paz e em um canto sem chamar atenção de ninguém. Participar de atividades não estavam em meus planos, mas Ellie não queria entender. Ela era especialista em me encher o saco até fazer o que ela queria.

— Vai ser legal. Mapeei o território todo e há uma trilha curtinha aqui perto que dá para uma cachoeira.

— Não trouxe biquíni.

— Nem eu. Não tenho coragem de entrar em cachoeiras, dizem que há cobras nelas. — O tom de medo dela me fez dar uma risada baixa. — Só dei a sugestão porque se depender de você ficaremos em nossas barracas escutando rock.

— Você é insuportável.

— Como estão os planos para a fuga? — Ellie questionou se aproximando de mim e falando baixinho. Mudando totalmente o assunto.

— Tudo ocorrerá na volta para não levantar suspeitas. Iremos entrar dentro do ônibus, mas na hora de ir embora vamos para a rodoviária.

— Me parece um bom plano. Só fico triste pois não sei quando irei te ver. — Abracei Ellie e seus olhos se arregalaram com meu gesto. Até eu mesma estava impressionada com aquilo.

— Sempre que quiser irá me ver.

— O que me deixa mais tranquila é que meus país querem que eu faça faculdade no Rio de Janeiro. Então eu não verei sua cara emburrada por pelo menos dois meses.

— Sério isso Ellie? — Quase gritei animada com a possibilidade. Quando a vi assentindo um misto de alegria e animação tomaram conta de meu corpo. — Então por que todo aquele drama de segundos atrás?

— Só para ver se você valoriza a minha amizade como eu valorizo a sua. — Ela falou toda cheia de si e antes que eu pudesse a responder, o professor saiu da barraca dele e avisou que já era hora de dormir. Mal havia me dado conta de que a canção tinha parado.

Os alunos começaram a resmungar, mas o tom autoritário dele não deixava espaço para reclamações e logo todos se calaram e obedeceram.
Eu não estava com sono algum, afinal tinha costume de dormir tarde por vezes nem dormir por conta da minha insônia frequente. Não precisava dizer que aquela seria uma longa noite me revirando no colchonete.
Nos levantamos e seguimos para a nossa barraca, mas antes dei uma última olhada para ver onde Murilo estava e minha última imagem dele era entrando na barraca com Ulisses. Nossos olhares se encontraram e poderia ser até impressão minha, mas tive a suspeita de ver um pedido de desculpas velados.
Qual era a necessidade dele de pedir desculpas?
Meu coração latejava de curiosidade para saber, mas uma parte de mim gritava que aquilo não cheirava nada bem.

Levantei do colchonete com minha bexiga doendo e clamando por alívio. Maldita hora que decidi beber muita água antes de dormir. Já era dificil conseguir aquela proeza e acordar no meio da noite iria contribuir para não conseguir retornar ao mundo dos sonhos.

Demorei muito para pegar no sono por conta de Murilo, meus pensamentos volta e meio se voltando para o comportamento dele desde que chegamos aqui. Na verdade de umas semanas para cá.
Ele andava estranho e já não era mais o mesmo, como se estivesse sendo atormentado por algo que não era compreensivo para mim.
Eu queria tanto que ele se abrisse comigo.

Fui mais a frente em um arbusto escondido. Xinguei a maldita idéia de estar no meio do Mato, repleto de mosquitos sugadores de sangue e tinha que fazer as minhas necessidades básicas atrás de uma Moita. Aquilo era parecido com o inferno só que em doses cavalares.
Subi minha calça e sai detrás daquele pedacinho de mar de enxofre e segui em direção a minha barraca.

— Está curtindo suas férias esquisita? — Fechei os olhos ao escutar aquela voz horrorosa.
Me virei e vi Belle a minha frente.

Me dava raiva o quão perfeita ela era. Mesmo àquela hora da madrugada seus cabelos estavam alinhados. Seu conjunto de moletom era de marca e seu olhar para mim era de repulsa.

— Na verdade estava aproveitando sim até ver sua cara. — Falei sem deixar que ela visse o quão abalada eu ficava em sua presença.

— Não estou aqui para ter algum contato com você. Eu vou para a minha barraca e faz um favor para mim, me deixe em paz. — Falei e me virei para ir ao meu destino.

— Como se sente ao ser enganada pela segunda vez? — Ao escutar aquilo estaquei no lugar.

— O que quer dizer com isso? — Falei ao me virar. Meu coração gritava para que eu desse meia volta e seguisse meu caminho, mas a minha mente me paralisava no lugar para escutar aquilo até o fim.

— Não acredito que você não sabe. A escola toda deve estar sabendo. — O tom de Belle era debochado e fazia com que meu sangue corresse gelado por minhas veias. — Se não sabe vou te deixar a par. Murilo apostou que namoraria você. — Naquele momento meu castelo de areia foi levado por uma onda gigante vinda do mar e jazia no chão, somente o que restou em lembranças.

— É mentira. — Falei sem muita convicção. Parecia que nem eu mesma estava certa em minhas palavras.

— É a verdade sua esquisita. Ele brincou com você. Apostou com Ulisses que namoraria com você, em troca ele ganhava a moto dele. — Ela me rodeava e me olhava com asco de cima a baixo, mas aquilo nem era o meu problema maior.

O meu problema maior era juntar cada caco do meu coração. O que me parecia impossível.
Havia sido difícil juntar tudo o que Bernardo quebrou, mas ao conhecer Murilo eu sentia que tinha um futuro. Eu o amava, muito mais do que eu sentia por Bernardo, mas ali estava a prova do quão burra eu era.
Quantas vezes seria necessário um coração ser quebrado para poder encontrar a felicidade?

— Patético não acha? Você pensava mesmo que Murilo, o garoto mais popular e lindo da escola iria querer algo sério com você? Patético é a palavra que te resume Isadora. — Eu queria rebater, queria falar, xingar, fazer qualquer coisa, mas parecia que minha língua estava presa ao céu da boca e eu era incapaz de falar

— É engraçado. Uma garota que se diz tão esperta ser tão burra. — Eu não conseguia mais escutar. Saí correndo de volta para minha barraca antes que Belle visse as lágrimas que faziam meus olhos arderem, escorrem por meu rosto em uma demonstração de fraqueza.

Por mais que eu tentasse não correr e fingir que nada do que aquela cobra dissera havia me afetado. Que a risada debochada de Belle em nada havia me atingido. Nada adiantava.
Eu poderia colocar minha máscara de indiferença novamente, era boa em fazer aquilo, mas havia colocado tudo a perder quando saí correndo e não ter enfrentado aquela loira diabólica.
Realmente eu não era mais a mesma, nem interpretar a força que eu não tinha eu sabia mais.

Entrei na barraca como um furacão e balancei Ellie de um lado para o outro para a acordar.
Se todos na escola sabiam da piada ela deveria também saber, mas seria muito decepcionante tão ou mais do que a decepção que eu tive com Murilo.
Os olhos dela se abriram devagar e confusão se encontravam neles.

— O que houve? Está com insônia?

— Quero saber de tudo Ellie e não se finja de desentendida. Todos sabem. — Confusão ainda nublava seus olhos sempre vivaces.
Ela pegou os óculos de grau e os colocou.

— Não sei do que fala Isa.— Eu queria gritar, bater nela, agredir física e verbalmente todos aqueles que brincavam comigo.
Mas não fiz nada daquilo, ao contrário, mantive minha calma o que era assustador dado o desespero que me corroia de dentro para fora.

— Da aposta de Murilo com Ulisses. Da brincadeira de mal gosto onde a piada era eu.

— Eu não sei do que fala. Que aposta é essa?

— Não acredito em você. Belle falou que todos sabem, logo você deve saber também. — Minha voz se elevou em vários tons e minha mente gritava para me manter calma. Um escândalo àquela hora não era o que eu precisava. Tinha que me manter tranquila pois Murilo saberia e arrumaria algo para tentar me enganar e eu que iria o surpreender dali por diante.

— Isa olhe nos meus olhos. Dizem que são o espelho da alma. Não sei do que fala. Eu sou tão ou mais invisível que você naquela escola, ninguém compartilha nada comigo, ninguém nem fala comigo a não ser você. Acha mesmo que eu ia trair a única amiga que tive em muito tempo. — Após o seu discurso ela fez uma pausa. Talvez para que eu analizasse os fatos e algo dentro de mim dizia que ela não tinha mesmo nada a ver com aquilo

— Droga. — Falei por fim e as lágrimas que só ameaçavam cair saíram sem controle algum.
Me enrosquei em posição fetal e chorei tudo aquilo que sentia até não restar mais nada.

Senti o abraço de Ellie me envolvendo e um afago em meus cabelos.
Eu sabia que tudo ia demorar para ficar bem, mas ao contrário da ação que tive com Bernardo eu iria fazer diferente com Murilo

Aquele era o fim.

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