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Capítulo 23 - Ano 2010

Por que eu quero te abraçar forte e retirar toda a sua dor...
Porque eu fico quebrado quando estou só
Eu não me sinto bem
Quando você vai embora
Broken
Seether e Amy Lee



As férias passaram rápidas demais para meu gosto e deixaram um misto de saudade e renovo para mim.
Nicole havia ido embora uma semana antes e meu namoro com Murilo estava assumido, apesar do pedido não ser feito oficialmente. Aquilo criou transtorno na pequena cidade de Prazeres pois todos estavam acostumados a ver Murilo com Belle formando a síntese do casal perfeito. Ver o garoto bonito com a menina estranha era o cúmulo do absurdo para aquele bando de alienados.
Eu não ligava para aquilo, mas via que Murilo não se sentia confortável com o julgamento das pessoas e por vezes ele me dizia que seu pai não estava nem um pouco satisfeito.
Talvez tenha sido um erro assumir assim tão rápido o namoro e aquilo já estava cobrando o preço para mim também.

Eu ficava triste por ver Murilo triste e tudo se intensificava quando o mês de Julho ia embora trazendo o mês de agosto.
O dia dos pais estava chegando e não conseguia esconder o quanto aquilo me deixava mal.
Os pesadelos retornavam e tive que voltar a tomar remédios para poder dormir após algumas noites em claro.
Meu rosto estava um caos total tomado por olheiras profundas e o choro sempre vi há tona quando me via sozinha. Quando pensava que tudo estava indo bem, meu tapete era puxado de forma brusca.

Fazia uma semana que as aulas haviam voltado e eu não sentia a mínima vontade de ir para lá. Belle já devia saber do meu namoro com o ex dela e eu não precisava daquela merda no momento. Já tinha a cabeça fodida demais para suportar mais bagagem.

Minha mãe sempre vinha no quarto ver como eu estava. Fazia o discurso que eu precisava me reerguer, que aquilo era difícil para ela também ou que eu não deveria demonstrar a fraqueza para minha irmã mais nova. Por mais que ela tivesse razão eu não conseguia.
Aquela época do ano era a pior para mim e somente aquilo me comprovava que nada havia mudado, que eu ainda era uma fodida.

Estava deitada em posição fetal no meu quarto, no mais completo silêncio. As cortinas se encontravam fechadas para claridade alguma entrar e a minha única companhia eram as minhas lágrimas ao olhar as fotos tiradas no último passeio que fizemos em família.
Julie estava no colo da minha mãe, sorrindo, um dente faltante na frente.
Ian e eu estávamos um ao lado do outro fazendo careta e meu pai atrás com ambas as mãos nos nossos ombros.
Uma lágrima caiu no pedaço de papel e o manchou temporariamente.
O limpei rapidamente não querendo sujar algo tão precioso para mim.

Escutei alguns segundos depois o barulho específico de uma pedrinha batendo em minha janela. Já estava acostumada com aquele som e sabia que era Murilo.
Me levantei de maneira letárgica e abri a janela dando de cara com um sorriso que não se demorou muito em sua face quando viu meu estado. Parecia que mesmo de longe minha aparência estava pior que de costume.

— Pode entrar a porta lá está aberta. — Ele assentiu e nada disse.

Voltei a me deitar e agradeci a Deus pelo pessoal da minha casa terem saído. Minha mãe insistiu que eu fosse também para o jantar que ia ter na minha avó, mas preferi ficar na minha bolha de auto comiseração.
A porta do quarto se abriu e logo os cabelos que eu tanto amava de Murilo apareceram na soleira.

— Vejo que não está nada bem Honey Bu. — Ele disse aquilo e veio caminhando lentamente até a minha cama, se sentou e passou a mão em meu cabelo em um gesto afetuoso. — Só quero saber o que te aflige. — Aquilo para mim foi a gota d'água. Abracei sua cintura como se fosse um bote salva vidas em meio ao mar e chorei até não restar mais lágrimas, até não restar nada de mim, até não conseguir mais abrir os olhos de tão inchados que se encontravam.

Eu me sentia afundando a cada momento com tudo aquilo que estava em minha cabeça. Era como um looping infinito, quando eu pensava que iria terminar, recomeçava. Me destruindo aos poucos, me deixando destruída por dentro até que estivesse refletindo por fora.
Sem salvação, sem ter o que fazer. Não aguentava mais segurar tudo aquilo dentro de mim, tudo aquilo que acabava com qualquer esperança de vida que pudesse ter dali por diante.

— Quer conversar sobre o que está acontecendo com você? Vi que você mudou muito durante esses meses Isa, mas agora parece que retrocedeu. Não está mais indo a escola. — Ele passou a mão por minha barriga e sentiu as costelas que apontavam pela falta de alimentação certa. — Nem comendo você está.

— Quero tanto falar, mas tenho medo. — Sussurrei tão baixo que seria um milagre se ele tivesse me escutado.

— Nós temos nossos segredos Isa. Eu tenho os meus malditos demônios por tudo que já fiz de errado nessa merda de vida, mas vejo que os seus lhe consomem até a alma. — Assenti e respirei fundo tomando coragem para falar.

Eu precisava desabafar, contar logo tudo aquilo que estava dentro de mim. Não dava mais para manter algo daquela magnetude dentro de um corpo frágil.
Respirei fundo e decidi que aquela seria a hora. Murilo acendeu algo dentro de mim entrando em minha pele. Seria ele capaz de exorcizar os demônios que me devoravam a todo momento? Era o que eu descobriria.


Estava deitada no sofá tentando decidir o que era mais apropriado para assistir. Queria ver alguma notícia sobre a última moda, mas toda vez que eu ligava a internet o telefone ficava ocupado então minha mãe só deixava usar quando tinha alguma necessidade escolar, apenas para aquele propósito.

— Desenhos. — Julie falou animada com sua vozinha infantil de quatro anos. Dei um sorriso para ela e deixei que ela visse os tais desenhos.

A porta se abriu com violência e Ian entrou em casa visivelmente consternado. Me olhou com um semblante de pura raiva do qual eu não sabia se era dirigido à mim.

— Isadora posso saber o que isso significa? — Ele retirou um maço de papéis de dentro da mochila e jogou no meu rosto.
O fitei confusa e peguei os papéis calmamente, meu coração parando de bater por milésimos de segundos.

Aquilo se tratava de fotos minhas em vários estagios de nudez. Eu me lembrava daquele dia. Fora quando eu perdi minha virgindade com Bernardo. Só não tinha consciência de como aquilo foi para ali.

— Como essas fotos foram parar em suas mãos? — Falei com a voz trêmula pelo nervosismo.

— Isso não importa agora. Só me diga uma coisa: você tinha consciência de tais fotos? — Ele gritou fazendo com que meus pais sugissem na sala com um semblante espantado por tal gritaria.

— O que está acontecendo aqui? — Minha mãe disse e foi até Ian para tentar o acalmar.

— Responda Isadora.

— Não Ian. Eu não sabia disso. — Falei a verdade escondendo meu rosto tomado pela vergonha de meus pais estarem presenciando a queda da filha perfeita.

Aquele dia foi especial para mim e me fez muito feliz por Bernardo ser o meu primeiro. Só que eu não tinha conhecimento de tais fotos, nem sabia como foram tiradas pelo ângulo que se encontrava.
Não foi ele que fez pelo visto teve dedo de outra pessoa naquilo.
Eu só esperava de verdade que Bernardo estivesse como eu, sem saber quem tinha feito. Que ele não tivesse consciência de que aquelas fotos estavam sendo tiradas.

— Desgraçado. — Ian gritou e bateu na mesinha de centro.

— Ele não teve nada a ver com isso Ian. — Falei desesperada tentando o defender.

— Tem sim porra, ele estava se gabando na escola sobre isso. Merda Isadora parece que tem um vídeo seu e dele na rede. — Meus olhos saltaram nas órbitas.

— É mentira Ian. Não pode ser. — Levantei exaltada.

— Calma minha filha. — Meu pai me segurou quando eu mesma já não conseguia me manter de pé.

— É a verdade. A Porra da escola toda já sabe eu ouvi no treino. Eu vou matar aquele desgraçado.
— Meu corpo todo tremia e eu não sabia mais o que dizer.

Eu não estava acreditando naquilo. Bernardo me traiu da maneira mais vil possível, mentiu para mim dizendo que me amava, pois era aquilo que tudo se tratava. Uma mentira.
Quem ama não faz o que ele fez.
Logo meu corpo não respondia mais aos meus atos e apaguei nos braços do meu pai.

               ---*---

Ao chegar na escola pude ver o tamanho do estrago que aquele vídeo e fotos fizeram em minha reputação. A popularidade que eu tanto prezava já não existia e logo meu posto de jogadora principal estava a prêmio.
Minha índole estava manchada e eu me afundava cada vez mais em meu poço de tristeza.
Amigos se afastaram, que mais tarde descobri que não se tratavam de serem verdadeiros. A única que permaneceu comigo, que me defendia e que dizia que tudo terminaria bem era Nicole.

Descobri que Bernardo não havia me traído apenas daquela maneira e sim de várias. Ele e Clara estavam transando aquele tempo todo e armaram para me derrubar. Eu só queria saber os motivos de se fazer algo tão ruim para outra pessoa. Eu o amava, só o amava por ele ser quem era.

Meus país denunciaram sobre o vídeo e tudo o que ele acarretou, mas era tudo tão precário, não sabia nem dizer quem foi o autor do vídeo e ninguém tinha provas.
A desculpa do delegado era que talvez mais a frente os crimes ocasionados na Internet fossem mudar com o tempo, mas em 2008 não havia como descobrir quem o colocou na rede.
Era a minha palavra contra a de Bernardo que dissera não ter conhecimento sobre tal vídeo, mas todos na escola sabiam que foi ele só que ninguém ia contra o astro do time.

Por mais que meus pais fosse a escola diariamente nada fazia que as piadas sobre mim e nem todo o bullying que os alunos cometiam parassem. Os professores tentavam conter como podiam, mas tudo só piorava.
Passei a fazer meu lanche no banheiro feminino, mas até ali eu não tinha paz já que um grupo de meninos me encurralaram lá com a tentativa de me assustar.

Eu já estava entrando em um estado melancólico. Não comia, tinha medo de sair de casa e todas as atividades que antes eu fazia não me agradavam mais.
Meu pai já estava desesperado e Ian todos os dias ia parar na diretoria por bater em algum garoto que soltava alguma piada para mim.

— Eu ja não aguento mais a ver assim Lívia. — Escutei meu pai falar em um tom alto com minha mãe e coloquei as mãos em meus ouvidos para abafar tudo aquilo.

— Tem que deixar nas mãos da Polícia. Eles vão resolver amor se acalme... Espere, onde voce e Ian vão? — Saí do meu estado letárgico ao escutar aquelas palavras e levantei da cama para ver o que estava acontecendo.

Fui até o topo da escada e vi minha mãe tentando impedir meu pai de sair. Ian já estava lá fora o esperando e logo ele fez companhia para meu irmão.
Aquela foi a última vez que os vi.
Aquele foi o início do meu tormento.


Murilo me olhava em estado de choque após o meu relato sobre tudo o que aconteceu comigo há dois anos.
Eu não poderia o culpar, lembrar daquilo ainda me causava dor física. Ele deveria estar com nojo de mim naquele momento.

— É por isso que você é tão desconfiada? Tem medo de que tudo aconteça de novo? — Eu assenti e para a minha surpresa ele me abraçou. Aquilo foi capaz de liberar a represa de lágrimas que eu segurava contando tudo.
Chorei por tudo o que perdi, pelas pessoas que eu amava, por culpa. Pelo meu erro.

— A culpa não foi sua. — Ele repetia isso para mim sem parar como que querendo que eu enfiasse aquilo na minha cabeça. Por mais que eu não fosse acreditar.
Meu pai e Ian morreram naquele noite chuvosa em um acidente de carro rumo a casa de Bernardo para defender a minha honra. Foi culpa minha sim.

Murilo me deitou ma cama e fez o mesmo logo em seguida, ficando de conchinha comigo. Alisando meu cabelo e sussurrando palavras doces em meu ouvido. O quanto gostava de mim, o quão vivo eu o fazia se sentir e a cada dia mais eu me tornava importante para ele.
Fechei os olhos e adormeci jurando ter escutando ele dizer que me amava e que eu não iria o perdoar.







Espero que estejam gostando.
Dois capítulos porque semana que vem não postarei.
Beijos e até a próxima

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