55. Um estranho conhecido
"Chame meu nome quando eu te beijar tão gentilmente... Eu quero que você fique mesmo que você não me queira... Garota, por que você não pode esperar até eu me desapaixonar? Apenas chame meu nome e eu estarei a caminho... – Call Out My Name, The Weeknd."
JASON
Após a reunião com o Montenez, Frederick e Thomas decidiram aproveitar o resto da noite enchendo a cara num barzinho, ambos até me convidaram, mas eu não aceitei. Não era da minha índole abaixar a guarda mesmo com os aliados da Black Wings e, além disso, também estava de cabeça cheia. Por esse motivo, segui direto para a casa que o Enrico nos disponibilizou na cidade, assim que cheguei, tudo o que fiz foi tomar um banho e comer antes de vir treinar na academia, era o jeito que eu conhecia para esvaziar a mente.
No entanto, por algum motivo não parecia estar funcionando hoje, não importava quantos malditos socos eu desse naquele saco de pancadas. Confesso que, em parte essa história toda de estabelecer acordo com o inimigo me incomodava bastante, mas não era nada comparado com o que eu sentia ao pensar na Lizzie. Ela simplesmente não saía da minha cabeça, e a pior parte era saber que a essa altura muito provavelmente já estava na cama do Jordan. Eu só queria me convencer de que fiz certo em vir embora, mas não era isso que sentia.
Algumas lembranças...
"Sem mexer as pernas, você precisa levantar o tronco pra frente, dois socos no ar e deita." – ia demonstrando enquanto falava – "Quinze minutos, ou até cansar?"
"Se eu já estiver cansada, a gente para aqui?" – Lizzie arqueou as duas sobrancelhas, me arrancando uma curta risada.
"Sem moleza, pequena, esse é o último de hoje." – me levantei, passando a sua frente – "Eu te ajudo, hum?"
"Tá, mas se eu infartar, não vai dizer que não avisei." – ela se endireitou, assim que dei dois toques em seus joelhos.
Logo depois, passei a segurar firme os seus pés para que ela iniciasse os movimentos da sequência. A vi respirar fundo, numa medida de se concentrar, e automaticamente meu olhar seguiu até o delicioso decote em seu top, o que havia lhe caído ainda melhor do que eu pensei. No final daquela sessão, eu já tinha ideia de qual seria o próximo exercício que faria por cima dela, aposto que desse a Lizzie ia gostar. Ri fraco com aqueles pensamentos maliciosos, e sacudi a cabeça para os lados, antes de observar atentamente cada um dos seus movimentos.
"Acabou? Diz que acabou?" – implorou ela, fingindo um choro.
"Sim, por hoje acabou." – sutilmente acariciei as laterais das suas coxas – "Você se saiu muito bem para o primeiro dia."
"Que bom, porque eu estou exausta." – a vi abrir os braços, olhando fixamente para o teto – "Você arrancou minhas forças hoje!"
"Deixa pra dizer isso depois que a gente foder." – ri anasalado, e seu olhar rapidamente veio na minha direção, com aquelas bochechas vermelhinhas de vergonha – "Te garanto que vou adorar ouvir."
"Idiota!" – Lizzie deu um chute em minha direção, o qual rapidamente segurei.
"Calma aí, pequena! Não fique tão animada. Eu não disse que seria agora." – enquanto falava, já ia tirando os seus tênis – "Além do mais, você mesma acabou de falar que estava cansada, não foi?"
"Você é tão irritante às vezes!" – ela puxou seus pés assim que teve a chance, mas antes que pudesse se levantar, eu me encaixei entre as suas pernas, decaindo meu peso sobre o seu corpo.
"A culpa é toda sua por ser tão gostosa." – com a destra, segurei firme seus quadris, apoiando meu peso com o antebraço esquerdo no tatame.
"O que tá" – ela fez uma curta pausa quando minhas correntes tocaram seu colo suado – "fazendo?"
"Nada, só..." – tornei a olhar o seu decote agora mais de perto, antes de lhe encarar outra vez.
Estávamos tão perto agora que, nossas respirações quente se misturavam quase como uma só. Suas mãos delicadas tocaram meus braços, apertando bem firme os músculos expostos, sei que ela se amarrava nessas paradas. Não demorou nada até que seu doce olhar recaiu aos meus lábios, e tive certeza de que ela também queria me beijar. Sem dizer nada, sua destra tocou carinhosamente o meu rosto, e em resposta eu apertei seu quadril o empurrando para baixo, ao mesmo tempo que movia o meu de encontro.
Queria que ela sentisse o volume que crescia em minha calça, e a vi franzi a testa arranhando sutilmente meu braço. Aproximei meu rosto do seu, sentindo sua destra deslizar em direção a minha nuca, onde passou a acariciar os meus cabelos. Lizzie fechou os olhos quando esfreguei meus lábios nos seus, e pude ouvi-la arfar baixinho no segundo que movi meu quadril outra vez, com mais força agora. Seus dedos puxaram meus cabelos, e eu finalmente selei seus lábios, iniciando um beijo lento e envolvente, o qual ia se intensificando mais a cada segundo.
Nossas línguas pareciam dispostas a seduzir uma a outra, numa dança extremamente sensual, de toques leves e profundos que misturavam o doce sabor dos seus lábios entre nossas bocas. Sua mão esquerda deslizou pelo meu braço até alcançar o meu ombro, o qual logo passou a apertar a cada investida do meu quadril contra o seu. Naquele momento, eu já não conseguia pensar em mais nada além do quanto precisava me enterrar fundo dentro dela. Rompemos o beijo com alguns selinhos, que rapidamente desceram pelo seu pescoço em direção ao seu colo...
...
Agora...
Lembrar dos nossos momentos juntos, e pensar que muito provavelmente agora era com o babaca do Jordan que a Lizzie estava, fez subir uma raiva tão animalesca que estourei mais um saco de pancadas com um soco, aquele já era o terceiro da noite. Retirei as luvas, as quais arremessei com força no tatame, sentia a droga do meu sangue ferver dentro das veias só por imaginar a possibilidade dela estar com outro. Eu sabia que era culpa minha, e também sabia que seria melhor pra ela, mas não tinha a menor condição de aceitar aquilo numa boa, não dava.
– Cheguei numa hora ruim? – Frederick surgiu na entrada da academia.
– O que você quer agora? – passei a encará-lo, sem muita paciência.
– Nada não, é que lá no bar tava uma merda, daí eu trouxe as cervejas pra casa. – respondeu ele, tratando de levantar o gradeado – Estão geladinhas, e parece que você precisa esfriar a cabeça, então...
– Isso não é da sua conta. – me virei, tratando de retirar o saco de pancadas do gancho.
– É, eu sei. – concordou ele, se aproximando do ringue – Mas acontece que já tive a sua idade, e acho que entendo o que está sentindo, garoto.
– Qual é, velhote? Vai dar uma de psicólogo pra cima de mim? – usei de ironia, sem ao menos olhar em sua direção.
– Não estou pedindo pra gente conversar, só estou dizendo que eu sei que é difícil dar as costas pra quem a gente ama. – ouvi o barulho das garrafas quando o gradeado foi colocado sobre o tatame – Mesmo sabendo que é o certo a fazer, aposto que não te agrada ter entregue a sua garota de bandeja para o seu irmão.
– Não sei do que está falando. – me desfiz do saco de pancadas estourado, tratando logo de substituí-lo.
– Olha, não foi planejado, mas você deixou o Walkie Talkie ligado no banco de trás do carro. – Frederick conseguiu minha atenção novamente – Acabei ouvindo uma parte da conversa de vocês.
– Você o quê? – arqueei as sobrancelhas.
– Não sei exatamente do que estavam falando, mas escutei a parte da amerida e que foi você que vendeu. – ele me encarava diretamente agora – Sei que mentiu. Quando cheguei na Black Wings, foi a primeira coisa que a Allana me alertou, não vendemos amerida há quase um ano por conta dos efeitos colaterais.
– E daí? – rolei os olhos, apanhando minhas luvas no tatame.
– Bom, não sou eu que estou estourando todos os sacos de pancadas da academia do Enrico. – o vi dar de ombros – Eu não sei porque mentiu sobre isso, mas aposto que a garota vai ficar chateada com você. E está com raiva agora, porque sabe que o Jordan estará por perto pra cuidar dela, não é mesmo?
– Vai se foder! – rangi os dentes, lhe encarando com ódio.
– Hey, calma! Isso é o que eu acho que você planejou, e estava certo numa coisa, ela vai ficar mais segura. – suas mãos se enfiaram para dentro dos bolsos da jaqueta – Anda lá, senta aí e vamos beber um pouco.
– Não estou a fim de beber, então vaza daqui, ou a sua cabeça vai ser a droga do próximo alvo que eu vou estourar. – tratei de prender as luvas bem firme nos punhos de novo.
– Tá legal, eu vou ficar na sala assistindo TV. – ele tornou a pegar o gradeado com as cervejas, assim que eu lhe dei as costas – Mas se você mudar de ideia, já sabe...
Não respondi absolutamente nada dessa vez, apenas voltei a treinar e percebi de relance quando o Frederick se dirigiu à saída. Não sei como, mas aquele filho da puta estava mesmo certo quanto ao lance com a amerida. Eu não menti sobre tudo, o Jordan realmente havia sido drogado, mas a parte que foi eu que vendi para o Marcus era a maior balela. Só falei isso porque sabia o que a Lizzie ia pensar de mim, ela me odiaria ainda mais quando soubesse, o que só reforçaria que tudo o que fiz foi ser um grande babaca aproveitador.
"Eu gosto de você... Gosto até do seu jeito idiota quando me provoca só para me irritar...", sacudi a cabeça tentando espantar aquelas lembranças. "Meu coração acelera toda vez que se aproxima de mim...", segurei o saco de pancadas quando seus lindos olhos verdes surgiram em meus pensamentos. "Quando me toca, minha pele inteira ferve como se estivesse pegando fogo...", senti os pelos da nuca eriçarem ao ouvir sua voz soar em meus ouvidos, quase como se a Lizzie estivesse soprando aquilo agora mesmo.
O que diabos estava acontecendo comigo? Era uma tortura ter tantas lembranças com ela, e saber que nada disso voltaria a ser meu um dia. Precisava dar um jeito nessa merda, ou juro que ficaria maluco. Empurrei o saco de pancadas, tratando de deixar o ringue ao mesmo tempo que me livrava das luvas. Tomei um pouco d'água, a mesma que usei para jogar na cara, depois apanhei uma toalha para secar o suor e foi quando avistei o meu celular sobre um dos equipamentos. Assim que o apanhei, notei que já estava ali há quase duas horas treinando.
Não era à toa que me sentia tão cansado. Soltei a respiração com força ao finalmente me sentar, conferindo se não havia nenhuma nova mensagem de quem quer que fosse. Sem nada pra fazer, acabei me dirigindo para a última conversa aberta, era de ontem a noite, antes que percebesse já abria novamente as fotos que a Lizzie tinha me enviado. Olhei uma por uma, sem pressa dessa vez, ela era tão sexy... "Gostei de saber que sou a sua mulher...", ri fraco ao lembrar disso também, tratando logo de subir suas fotos para a nuvem. Precisava apagar a conversa, mas me peguei pensando em ligar no seu número só para ouvir a sua voz de novo...
LIZZIE
– Vamos? – arranhei suavemente seu peito, e Jordan me puxou para mais perto pela nuca.
Deixei um suspiro pesado escapar, assim que seus lábios macios passaram a se esfregar delicadamente nos meus. Aquilo foi o bastante para as borboletas acordarem eufóricas em minha barriga, batendo suas asas freneticamente. Fechei os olhos, ainda indecisa entre permitir o beijo que estava prestes a acontecer, ou me afastar, e Jordan pareceu respeitar aqueles poucos segundos, até que tornei a lhe encarar. Nesse instante, o clarão de mais um raio iluminou o quarto de um canto ao outro, tornando seu olhar ainda mais vibrante.
Por algum motivo, aquela proximidade fez minhas bochechas inflamarem de vergonha, e Jordan sorriu leve quando estremeci com o rugido furioso de um trovão nos céus, me puxando cuidadosamente para mais perto. Engoli em seco, me perdendo no mar de mel que eram seus olhos e, antes que me desse conta, selei seus lábios demoradamente, ele não custou a retribuir. Iniciamos um beijo lento e envolvente, ao mesmo tempo que Jordan apertava firme meus cabelos.
Ele pediu passagem com a língua e eu cedi, queria sentir o sabor do seu beijo outra vez, lembrar do seu toque, a necessidade que nossos corpos tinham um do outro era intensa e tão real que chegava a ser sufocante. Sua mão esquerda apertava meus cabelos, enquanto com a destra ele desenhava minhas curvas, me arrancando arrepios por todo o corpo, até apertar forte meus quadris. Num súbito impulso espontâneo, apertei seus ombros, onde me apoiei para subir em seu colo, me sentando com uma perna para cada lado.
Mesmo surpreso, Jordan não rompeu o contato. Suas mãos apertaram firme minhas coxas, me arrastando um pouco mais para cima em seu colo, ao passo em que as minhas deslizavam em direção a sua nuca. Puxei seus cabelos, mesmo ainda curtos, na intenção de intensificar aquele contato. "Vê se para de bancar a difícil... Putas feito você tem aos montes por aí... Não tem nada de especial em você...", empurrei Jordan contra a cabeceira da cama, rebolando fundo em seu colo, numa tentativa de ignorar os malditos alertas que se acendiam na minha cabeça.
A essa altura, pensar era a última coisa que eu queria fazer. Arranhei sua nuca, avançando meu corpo contra o seu e, em resposta, suas mãos deslizaram por baixo do meu moletom, ao mesmo tempo que a sua língua macia sugava a minha de modo provocante. Era evidente o quanto precisávamos um do outro naquele momento, mas nem mesmo essa necessidade foi capaz de conter as lágrimas pesadas que voltaram a rolar pelo meu rosto. "Eu nem precisei tirar o vestido daquela sua amiguinha... Estava a fim de me aliviar, e continuei arrombando aquela boceta com força...".
– Chega! – o empurrei, rompendo o beijo no mesmo segundo – Eu não consigo.
Minha cabeça pareceu desanuviar um pouco nesse momento, e consegui recobrar o juízo, apesar de ainda estar tão confusa. Uma parte de mim queria muito beijá-lo, mas a outra não conseguia, por isso reprimia esse desejo absurdo com fatos e lembranças que me machucavam. Afinal, depois de tudo o que Jordan esfregou na minha cara, do quanto ele me fez se sentir estúpida e insignificante, eu não podia simplesmente perdoá-lo, por mais que fosse isso que meu coração gritasse para fazer. Amá-lo agora era tão doloroso, quanto jogar sal nas feridas abertas, e essa era a única coisa da qual eu ainda tinha certeza.
– Liz...
– Eu disse que não consigo! – o interrompi, tratando de sair do seu colo – As coisas que você fez e me disse, não consigo esquecer, Jordan. Não quero uma noite vazia de sexo, porque não preciso de mais uma merda pra me arrepender amanhã.
– Como assim vazia, Lizzie? – seu olhar parecia triste agora – Está me dizendo que não sente mais nada quando eu te toco?
– Você me humilhou dia após dia, o que mais quer que eu sinta agora? – cerrei o cenho.
– Eu estava com raiva, e posso ter passado dos limites, mas estou arrependido. – Jordan soou um tanto magoado.
– Eu também estava com raiva, estava perdida, magoada, ferida... – fui sincera – Mas ninguém além do Jason pareceu se importar com isso.
– Tudo bem. – disse ele, enquanto eu secava minhas lágrimas com as costas das mãos – A culpa é minha. Eu sei que as minhas atitudes magoaram você.
– Não quero mais conversar, eu só...
– Liz, eu não mereço a garota incrível que você é, mas... – fui interrompida – Te dou a minha palavra que vou corrigir isso, vou consertar as coisas independente de ser perdoado ou não. Eu só preciso que você prometa que não vai mais se colocar em nenhuma situação de risco.
– Não tenho que prometer nada pra você! – respondi asperamente – Agora vamos dormir, ou juro que saio por aquela porta. Prefiro congelar até morrer lá fora, a ter que ouvir suas mentiras e desculpas esfarrapadas.
Voltei a me deitar sobre a cama, de costas para Jordan, que permaneceu estático por mais alguns minutos. Fechei os olhos com força, numa tentativa de impedir que as lágrimas os alcançassem outra vez. Ele ficou em silêncio, talvez ainda estivesse assimilando minha recusa, mas isso não era da minha conta. Eu só precisava aguentar um pouco mais, pela manhã as coisas voltariam ao normal, e não teríamos de dividir o mesmo cômodo, ou a mesma cama nunca mais.
Por fim, Jordan finalmente se deitou de novo, puxando junto as cobertas. Respirei fundo, tentando esvair o aperto que parecia destroçar o meu coração no peito, quando de forma cuidadosa ele me agasalhou. Me encolhi um pouco mais na cama, me obrigando a engolir o maldito choro entalado na minha garganta. "Péssima hora para começar a chorar, Lizzie!", alertou a irritante voz previsível em minha cabeça, o que me fez dar um leve aceno automático.
Funguei com o nariz, o qual logo esfreguei com a palma da mão, por sorte as pancadas de chuva continuavam fortes contra a vidraça da janela, abafando qualquer leve som que eu fizesse. Agradeci por isso mentalmente, eu não queria que ninguém me ouvisse naquele momento. Contudo, antes que eu pudesse pensar em me recompor, pude sentir o calor do corpo de Jordan ao se aproximar, me agarrando firme com um dos seus braços.
– Uma vez eu te disse que enquanto me amasse, eu estaria por perto para cuidar de você. – aquela voz rouca sussurrava rente ao meu ouvido – Era mentira. Quero que saiba que, ainda estarei aqui, mesmo que não me ame mais.
Arregalei os olhos ao ouvi-lo, e meus lábios entreabriram trêmulos no mesmo instante. Senti o ardor do choro queimar minhas narinas quando Jordan depositou um beijinho carinhoso na minha cabeça e, antes que eu pudesse impedir, as lágrimas já rolavam quentes pelo meu rosto. Eu não consegui me mover, era como se todas as minhas forças tivessem evaporado, eu me sentia completamente esgotada.
Nenhuma outra palavra foi dita, acho que não era necessário dizer mais nada, por sorte Jordan também pareceu entender assim. Funguei baixinho, numa tentativa de controlar o choro, e ele me apertou ainda mais firme, colando minhas costas ao seu peitoral. De alguma forma, o calor intenso que emanava do seu corpo foi lentamente acalmando o meu, até que o sono finalmente me alcançou, fazendo meus olhos pesarem...
Pela manhã...
Senti uma respiração quente se chocando contra a minha nuca, e apertei os olhos com força numa tentativa de voltar a dormir, mas logo em seguida os arregalei, lembrando da noite passada. O quarto do Jordan ainda estava escuro, e ele me abraçava tão forte quanto eu me lembrava antes de pegar no sono. Então aquilo não havia sido um sonho, eu realmente o beijei, onde estava com a cabeça? Aceitar maconha, e conversar com ele como se nada tivesse acontecido...
Agora a ideia da minha mãe de me levar a uma psicóloga não parecia tão absurda, porque eu realmente devia estar com sérios problemas de baixa autoestima. Suspirei pesado, negando com a cabeça, precisava sair dali antes que ele acordasse e as coisas se tornassem mais embaraçosas. Então, cuidadosamente retirei seu braço de cima de mim e me esgueirei para fora das cobertas. Um suave choque térmico me percorreu quando pisei no assoalho gélido, e quase tombei contra a mesinha de cabeceira.
– Droga! – praguejei baixinho, me virando bem devagar para constatar se havia feito barulho suficiente.
Acredito que não, pois Jordan ainda dormia um sono pesado, o que me deixou um pouco mais aliviada, mas posso ter me arrependido de olhá-lo. Lembranças as quais eu devia esquecer começaram a invadir minha cabeça em disparada. Contudo, ao vê-lo agarrar o travesseiro, um leve sorriso espontâneo surgiu em meus lábios, os quais rapidamente toquei com as pontas dos dedos. Acho que ainda podia sentir o sabor de menta, e o quão macio era o toque dos seus lábios nos meus.
"Ainda estarei aqui, mesmo que não me ame mais...", suas palavras ecoaram na minha memória, e eu dei um passo para trás, sentindo minha respiração pesar. "O que está acontecendo, Lizzie?", questionava a voz em minha cabeça, tendenciosa a acreditar no que ouvia. Uma parte de mim sabia que eu devia ter levantado daquela cama no momento que aquela conversa idiota começou, mas eu não consegui, e me odiava por ser tão estupidamente fraca perto dele.
Então veio o beijo. Eu estava mais fodida do que pensava, essa era a verdade. Respirei fundo ao me virar, e apressei o passo para o banheiro, era lá que havia deixado minhas roupas, mas já que ainda estavam úmidas, acabei vestindo apenas a calça, dobrei as mangas do moletom do Jordan e prendi os cabelos com uma amarra que tinha guardado no bolso. Recolhi o resto das minhas coisas, e saí do banheiro, Jordan continuava dormindo quando calcei os sapatos, me forcei a não olhá-lo outra vez e logo deixei o quarto.
O sol ainda estava escondido por entre as nuvens cinzentas, mas agora apenas um leve chuvisco caía do céu, enquanto uma neblina densa cobria quase toda a rua. Abracei meus próprios braços, a fim de me esquentar ao mesmo tempo que seguia para a lanchonete, precisava tomar um bom café, antes de conferir se a Emily já estava disponível. Para ser sincera, eu nem sabia as horas, saí tão apressada do quarto de Jordan que nem mesmo lembrei de conferir, mas parecia ser bem cedo já que não haviam pessoas perambulando além de mim.
– Seja bem-vinda! – disse a moça que limpava o extenso balcão de madeira escura, assim que a sineta da porta soou – No que posso ajudá-la?
Seu olhar veio em minha direção, à medida que eu me aproximava. De relance, notei que as mesas ainda estavam vazias, não havia ninguém ali, com a exceção de um velho senhor encostado ao balcão tomando o que parecia ser uma sopa de tomate.
– Ah, bom, eu gostaria de um café. – parei bem em frente a atendente – Bem forte, por favor?
Ela assentiu, com um sorriso simpático estampado nos lábios, e ao vê-la se virar em direção a cafeteira, eu logo tratei de me sentar num dos banquinhos. O enorme relógio de ponteiro a frente marcava 7am, peguei meu celular para confirmar e respirei um pouco mais tranquila, pois não era tão cedo assim. O café não demorou muito a sair, estava quentinho do jeito que eu precisava que estivesse, paguei a conta após terminar e me dirigi ao banheiro.
Depois de usar o toilette, lavei minhas mãos e joguei um pouco d'água no rosto, não estava tão mal assim, mas precisava esfriar as ideias que fervilhavam na minha cabeça. Respirei fundo, alcançando o lenço para me secar, era chegada a hora de ligar para a Emily, afinal ainda precisava arrumar minhas coisas para a nossa partida. Então, peguei o celular em minha bolsa, rapidamente discando o seu número.
– Alô? – sua voz soou sonolenta do outro lado da linha, após o terceiro toque, acho que tinha acabado de acordar.
– Bom dia, "Sra. Dorminhoca". – forcei um tom animado.
– Lizzie? Que horas são? – sua voz ficou um pouco distante, acho que conferia no celular – Meu Deus, Noah, acorda!
Por um instante, a ligação ficou muda, e eu podia imaginar a Emily escorraçando Noah da cama com tapas e chutes, aquela cena me soava um tanto cômica. Me encostei na pia do banheiro, aguardando ela voltar para a ligação, o que demorou uns dois minutos no máximo.
– Pode vir para o quarto, o Noah já está de saída. – Emy falou apressada, parecia nervosa – Desculpa, mas é que perdi o horário.
– Sem problemas. – ri anasalado – Vejo que se divertiram bastante ontem.
– Lizzie! – ela me repreendeu, agora envergonhada – Vem já pra cá, conversamos quando chegar.
– Tá legal. Até já. – nos despedimos e logo encerrei a ligação.
Bom, pelo menos a noite de alguém tinha sido divertida, não é mesmo? Guardei o celular, recolhendo minhas coisas, ao mesmo tempo que me apressava a sair do banheiro, mas minhas pernas travaram ao som da sineta da porta de entrada. Jordan pareceu aliviado por me encontrar ali, contudo eu não podia dizer o mesmo. Senti meus batimentos dispararem no peito, e a cada passo que ele dava em minha direção, a vontade de cavar um buraco e me enfiar dentro pra sempre, crescia avassaladora.
– Por que foi embora antes que eu acordasse? – ele parou alguns poucos centímetros a minha frente – Por que... Liz, por que saiu sem me chamar?
– Caso não lembre, só fiquei no seu quarto porque era noite e estava chovendo muito. – me concentrei para responder o mais ríspido possível – E veja só, agora é dia, e também não está mais chovendo.
– Fiquei preocupado. – sua mão esquerda tocou meu ombro – Achei que depois...
– Depois de quê? – me esquivei do seu toque – Se está falando do que rolou entre nós, saiba que não significou nada pra mim. E também... – fiz uma pausa, apertando a alça da minha bolsa – Só te beijei ontem por conta da maconha, e no outro dia... Bom, eu estava fora de mim, e vi o Jason no seu lugar. Vocês são tão parecidos, que eu confundi.
– O quê? – vi sua testa franzir – Do que está falando?
– O que você ouviu, por um momento eu pensei que era o Jason bem na minha frente. – não era de tudo mentira, mas o mais importante é que eu sabia que alfinetaria diretamente o seu ego – Ele fode gostoso, e pensar nele me tocando de novo me deixou excitada. Foi só por isso que cedi pra você, mas foi um erro e não significou absolutamente nada pra mim.
– Não é verdade! – Jordan impediu que eu passasse – Não acredito em você. O que rolou entre nós significou muito pra mim, e sei que você queria tanto, quanto eu.
– Está enganado. – realmente não sei de onde eu arranjava forças – Agora esquece isso, e sai logo da minha frente!
– Liz...
Antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, eu o empurrei com força, passando a sua frente como um furacão. Minhas pernas ainda estavam bambas quando alcancei a rua, mas não parei de andar nem por um segundo. Por sorte, Jordan não veio atrás de mim, e pude respirar mais aliviada ao chegar no corredor onde ficava o meu quarto. De longe, pude ver Noah e Emily na porta, ambos se despediam felizes entre beijinhos e risadas, e assistir aquela cena fez o coração em meu peito apertar um pouco mais.
Cumprimentei os dois com um sorriso amarelo, antes de adentrar o quarto, e só então soltei o ar com força pelo nariz, me jogando de cara na cama. Eu não sei ao certo o que estava sentindo, não era só tristeza, mas acho que uma boa mistura entre raiva, mágoa, vergonha e medo. Sim, eu tinha muito medo de não conseguir lidar com tanto, estava sendo terrível me manter firme naquela enxurrada de problemas. Por que a minha vida não podia ser um pouco mais simples?
Esmurrei o travesseiro, contendo o grito preso em minha garganta, minha vontade agora era de quebrar aquele quarto inteiro, assim como o Jason me ensinou para esvaziar. Mas não dava, eu precisava engolir tudo em seco, e foi o que fiz. Quando a Emily voltou para o quarto, ouvi seus suspiros e como uma boa amiga perguntei sobre sua noite. Ela estava feliz, muito na verdade, e conversamos um pouco, ao mesmo tempo que arrumávamos nossas coisas.
O ônibus sairia as 9am, então precisávamos nos apressar, e todo tempo era ouro, como dizia minha avó. Contudo, ouvimos duas batidas na porta, e sabendo que Christine estava com o cartão reserva, Emily me olhou como se me perguntasse "Está esperando alguém?", eu rapidamente neguei e ela deduziu que poderia ser o Noah pensando que havia esquecido algo, então se dirigiu para atender.
– Ah, bom dia, Emy. – pela voz, reconheci ser o Tayler – Espero não estar incomodando assim tão cedo, mas é que a Christine me pediu para pegar as coisas dela.
– Bem típico. – comentou Emily, abrindo mais a porta – Pode entrar, tem bastante coisa pra juntar, sinta-se a vontade.
– Obrigado. – ele sorriu, se adiantando a entrar em nosso quarto – Bom dia, Liz.
– Bom dia. – respondi sem ânimo, não conseguia encarar nenhum dos meninos do time de bom humor agora que sabia sobre seus podres.
– Bela camisa. – ele apontou para o moletom que eu ainda usava – Não acredito que finalmente fez as pazes com o Jordan. Aquele mané não para de choramingar por você pelos cantos.
– Quê? – franzi a testa, sentindo minhas bochechas esquentarem.
– O moletom... É dele, não é? – Tayler me fez engolir em seco, chamando a atenção da Emily pra mim também – Depois de finalmente te dar um trato de novo, aquele otário deve estar nas nuvens.
– Eu não transei com o babaca do Jordan! – empurrei as roupas com força na minha mochila – E vê se para de bancar simpatia comigo, seu imbecil. Não somos amigos!
– Hey, calma aí! – ele deu um passo pra trás – Eu só achei que...
– Achou errado. Achou muito errado, Dempsey! – rangi os dentes, cerrando os punhos com força – Você é nojento, e o que fez com a Christine é nojento!
– Do que está falando? – suas sobrancelhas arquearam.
– Sabemos das apostas. – respondeu Emily, cruzando os braços – Você apareceu no vídeo do Marcus, assim como o Noah e o Jordan.
– Espera aí...
– Não temos intenção de contar nada disso pra Christine. – ela o interrompeu – Sabe melhor do que todo mundo como ela é uma pessoa difícil.
– Obrigado. – Tayler pareceu aliviado, mas Emily rolou os olhos.
– Isso não é por você. A todo caso, depois do verão a Christine vai para a Europa, o relacionamento de vocês está com os dias contados, não é mesmo? – ouvir aquilo me trazia um certo alívio – Recolhe as coisas dela, e vai embora daqui.
Depois disso, ele não falou mais uma palavra sequer, apenas assentiu e começou a guardar as coisas da Christine em sua enorme mochila rosa. Emily me lançou uma discreta piscadela, ela sabia torturar psicologicamente qualquer um, ainda me lembrava muito bem de como fez Dafne entregar o jogo rapidinho, e agora isso, deu para apreciar o brilho sumindo do rosto de Tayler lentamente. Ri fraco, sacudindo minha cabeça, esses escrotos de merda tinham mais era que se foder mesmo.
Ignorando sua presença incômoda no quarto, eu terminei minha parte, e logo escolhi a roupa que vestiria, a qual deixei sobre a minha cama. Afinal, não dava simplesmente para entrar no ônibus usando o moletom do Jordan, ou acabaria passando uma impressão errada. Vi quando Tayler fechou o zíper da mochila de Christine, ele olhou de mim para Emily, mas não disse nada e saiu apressado pela porta, aposto que ainda estava atormentado pelo que ouviu. Ótimo!
– Então... – Emy trancou a porta com a chave – Quer dizer que dormiu com o Jordan de novo?
– Não do jeito que está pensando. – a vi sentar na cama ao lado da minha – É que não tinham quartos disponíveis, e eu não queria atrapalhar você e o Noah.
– E isso não tem nada a ver com o fato de que vocês ainda se amam? – suas sobrancelhas arquearam.
– Não! – neguei apressada – Não, claro que não. Uma coisa levou a outra, mas isso não tem nada a ver.
– Liz, será que você não percebe? – a vi franzir a testa – Na primeira noite foi a bebida, ontem eu e o Noah... Se ficássemos hoje, qual seria a próxima desculpa?
– Eu não sei do que está falando. – passei algumas mechas de cabelo para trás da orelha – Não rolou nada.
– Porque vocês são dois cabeças duras, que insistem em continuar machucando um ao outro. – disparou ela – Não importa o que acontece, sempre dão um jeito de ficar perto um do outro, você não pode ignorar isso.
– E-eu... – gaguejei, sentindo lágrimas se acumularem em meus olhos.
– Eu sei o quanto o Jordan é importante pra você, o quanto ele te fazia sorrir, e o quanto adorava estar ao lado dele. – Emily seguiu jogando todas aquelas palavras na minha cara – Sei também que o que aconteceu te machucou feio. Você vem agindo como se estivesse tudo bem, mas não está. Não pode fingir que não sente a falta dele, ou que seu coração não bate mais rápido quando estão perto.
– Não quero conversar sobre isso. – sequei as lágrimas nos cantos dos olhos, me apressando a recolher minha roupa sobre a cama.
– Você precisa parar de fingir que tudo isso não te machuca, porque não tem a menor chance de não estar doendo aí dentro. – suas palavras eram duras de ouvir – Eu sei o quanto você é forte, Liz, e na maioria das vezes decide carregar o peso sozinha, mas está sofrendo e se quer saber, o Jordan também está.
– Emy, chega! – a essa altura, lágrimas quentes e pesadas se emendavam em meu queixo – Por favor, para.
– Lizzie...
– Não! – dei alguns passos para trás, antes de me virar adentrando apressada pelo banheiro.
Bati a porta com força, e um soluço escapou por entre meus lábios, minhas mãos tremiam e eu não sabia dizer se pela raiva ou pela dor horrível em meu peito. Encostei minha cabeça na madeira gélida da porta, chorando sem controle por pelo menos uns cinco minutos, era difícil ouvir aquelas coisas, muito mais do que a Emily podia imaginar. Quando finalmente voltei a si, dei um passo para trás, puxando todo o ar que consegui aos pulmões.
Precisava de um bom banho para relaxar, então foi tudo o que me dispus a fazer, deixei minhas coisas sobre a pia, e enchi a banheira antes de me despir. Ao entrar fiz bastante espuma com as mãos, tentava não pensar em nada enquanto esfregava meu corpo, mas era difícil me desprender de tanta coisa. Respirei fundo, e deslizei para baixo d'água, ficando completamente submersa ao passo que passava a encarar o teto branco, de repente a ideia de ficar ali pra sempre me pareceu tão reconfortante.
Fechei os olhos, soltando lentamente o ar dos meus pulmões, a cada segundo parecia mais certa de continuar ali, completamente imóvel. Aos poucos, os problemas pareceram sumir um por um, e me detive em uma lembrança agradável, em específico o dia que finalmente aprendi a patinar no gelo. Parecia tão idiota, mas era última lembrança realmente feliz que eu tinha, o estranho é que o Jason também estava nela. Sorri ao lembrar do som da sua risada, e do quanto ele me fazia bem.
No entanto, aquela doce lembrança foi abruptamente substituída pela voz do Jordan que soava como alerta em meus pensamentos: "Eu só preciso que você prometa que não vai mais se colocar em nenhuma situação de risco...". Ergui meu corpo num impulso, espalhando a água da banheira por todo o chão, enquanto tossia desesperada, quase sem ar em meus pulmões. Quando finalmente acalmei minha respiração, agarrei meus joelhos um tanto assustada, eu ia mesmo...
– Liz, está tudo bem aí? – a voz da Emily soou preocupada atrás da porta – Não quis te magoar quando falei aquelas coisas, desculpa.
– Não... – senti meus lábios trêmulos, e fechei os olhos com força – Não tem problema. Está tudo bem.
– Tem certeza? – ela insistiu um pouco mais.
– Sim, já estou saindo. – assenti para mim mesma, visto que ninguém mais poderia ver.
Dessa vez, Emily pareceu acreditar em mim, pois ficou em silêncio do outro lado, e acho que agradeci internamente por isso. Passei mais alguns minutos, sentada naquela banheira, tentando associar as ideias, até que finalmente resolvi sair. Me sequei e penteei os cabelos, encarando meu próprio reflexo no espelho ao mesmo tempo que uma única questão rondava sem descanso: "Eu não teria mesmo coragem, teria?".
Sacudi a cabeça, ao ouvir o barulho da TV ligada, e me apressei a vestir minha roupa, tentando esquecer o que tinha acabado de acontecer ali. Aquela definitivamente não era eu. Fiz uma maquiagem leve, a fim de cobrir o inchaço na região dos olhos pelo choro, e em menos de quinze minutos já estava pronta. Enfim iria para casa, não via a hora dessa viagem idiota acabar de uma vez. Ao abrir a porta do banheiro, vi que a Emily assistia atenta ao noticiário local, e não dava para não prestar atenção ao que a jornalista dizia:
"A polícia acaba de nos confirmar que o carro queimado pertence ao traficante conhecido como 'Bastijn', mas que também atende pelo nome de 'Sebastian Wilson'".
– Meu Deus, Lizzie! Esse é o cara com quem você estava dançando na festa, não é? – Emily apontou para a TV assim que a foto dele apareceu.
– Não. – forcei um sorriso me aproximando – Ele... é um traficante?
– Parece que sim. – ela me puxou pelo braço e me sentei ao seu lado na cama – E dos grandes.
"O indivíduo é extremamente perigoso, e se encontra foragido até o momento. As autoridades não sabem o motivo do seu carro ter sido queimado, mas desconfiam de retaliação vinda de outros traficantes locais..."
Emily acariciou o meu ombro, e eu engoli em seco, apertando a pequena necessaire em meu colo. "Os campistas estão assustados com o que aconteceu hoje pela manhã... Parece que explodiram um carro próximo onde essas pessoas acampam...", imediatamente a conversa que eu tive com a recepcionista pela noite veio a minha lembrança, assim bem como a cena do Jason saindo apressado do campo de futebol. Mas espera aí, o fato dele estar na cidade ontem, não podia estar ligado com o Bastijn ser um traficante perigoso e ter subitamente o seu carro queimado, certo? Não, pensar isso era loucura...
[...]
💕. E com esse capítulo, finalizamos mais um livro da sequência. Espero que tenham gostado e que as suas expectativas estejam boas para o próximo que promete vir com tudoooo!
💕. Já peço que salvem "Meu Doce Amor Selvagem" nas suas listas de leitura, para continuarem acompanhando o desenrolar desse trio assim que eu começar postando os capítulos. Estou trabalhando duro nisso, e posso dizer que ainda vem muita coisa pela frente 🥰❤️
💕. Será que a Lizzie finalmente vai se decidir por um dos irmãos Davis? A resposta é SIIIIM! Na verdade, o coraçãozinho dela já escolheu o amado faz um tempo, só falta ela se dar conta agora rsrs. Mas qual deles vocês acham que é? Eis a questão... kkkkkkk Curiosas??? Comentem aqui #teamJordan ou #teamJason? 🤔
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