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45. Lidando com o ódio

"Eu odeio o jeito que você diz meu nome, eu odeio seus lábios perfeitos nos meus. Se eu pudesse, eu cortaria os freios... Quando você me olha, preciso virar o rosto, se eu olhar demais, nunca irei desviar meus olhos... – I Hate The Way, Sofia Carson."

JORDAN

Era um pouco diferente sair com uma garota desinibida, acho que já tinha me esquecido de como isso era comum para mim antes da Lizzie. Geralmente eu não tinha que me esforçar muito, as garotas só caíam na minha cama. Digamos que ser um cara popular tinha lá as suas vantagens, principalmente nesse quesito, e eu nunca me privei de usufruir desse "privilégio", a não ser quando estava namorando, porque acreditei ter conhecido alguém que valia a pena, mas estava errado.

Ontem pela noite acabei saindo pra beber com uns caras do time, e demos a sorte grande de encontrar com um grupo de garotas bem animadas. Não preciso nem dizer que as coisas esquentaram bem rápido com uma tal de Heather, que me convidou para a casa dela assim que o bar fechou. Seus pais estavam viajando e, bom, eu não era de ferro para resistir a uma gostosa daquelas se insinuando para mim a cada cinco segundos. Depois de alguns beijos e amassos dentro do carro, ela me engoliu gostoso, num boquete profundo.

Claro que por mais experiente que fosse, não chegava nem perto do que a boquinha da Liz me fazia sentir, mesmo assim a vadia quase me fez gozar. "Quase", porque precisei pará-la, estava com muito tesão e precisava saciar minha fome de uma vez, então finalmente aceitei subir para o seu quarto. Confesso que estranhei um pouco ao entrar no cômodo, não havia nada que indicasse ser o quarto de uma adolescente. Digo, nesse quesito Heather também era completamente oposta a Lizzie, mas realmente não me impediu de foder gostoso com ela a noite toda.

Foi bem louco, mas era só isso, não tinha nada além de sexo, no fim eu não a tomei em meus braços para trocar carinhos, não esperei que dormisse só pra ficar apreciando seu rosto um pouco mais, apenas fumei um e dormi feito uma pedra. Já pela manhã, acordei cedo com o despertador, Heather que estava agarrada em um dos meus braços acabou acordando junto comigo, e pelo visto queria um segundo round. Aquela vadia gostosa conseguiu me deixar bem ligado.

– Ai, Jordan! – ela gemeu apertando o forro branquinho da cama quando estapeei seu traseiro.

– Shh... Você pediu, agora aguenta, vagabunda! – decaí um pouco meu peso sobre o dela, disparando mais dois tapas estalados naquele rabo farto, enquanto intensificava as socadas – Rebola, caralho! Rebola tomando nessa boceta, cadela!

Sussurrei rouco em seu ouvido, ao tempo em que puxava seus cabelos com força para trás. Nada de ser doce ou carinhoso como era com a Lizzie, eu não estava fazendo amor, e gostava de foder uma puta como ela merece. Pra mim, Heather era só uma vadia cheia de fogo, e eu sabia muito bem cuidar de uma puta safada assim. O barulho do sexo ecoava pelo quarto inteiro, se misturando aos gemidos e aos rangidos que a cama fazia batendo contra a parede.

– Ah... isso! Ai, meu Deus, assim, Davis! – vi quando suas unhas cravaram no forro da cama, então deslizei minha mão ao seu pescoço, tratando logo de apertá-lo

– É uma puta mesmo, gostosa e oferecida! – reduzi a velocidade das socadas, aumentando a força que invadia aquela vadia – Você não passa disso, cadela!

– Jord... – antes que ela pudesse gemer o meu nome, eu tapei sua boca, disparando um tapa estalado em sua coxa.

A qual apertei logo em seguida, me erguendo outra vez, puxando seu corpo junto. Suas duas mãos empurraram a minha em direção ao seu pescoço novamente, e tentei não me concentrar no que ela gemia, ansiando ouvir a minha Lizzie, ela era tão... Porra, era tão gostosa. Como eu queria comer aquela puta de novo, mas assim sem dó de socar naquela boceta apertada e quentinha dela.

Pensar na Lizzie me deixava puto de tesão, e sem nem perceber acelerei as estocadas, fazendo o corpo daquela vadia dar solavancos para frente. Heather tentou me olhar, e eu rapidamente a empurrei contra os travesseiros, prendendo seu rosto de lado ali, ao tempo em que usava aquela boceta para aliviar o meu prazer. Uma coisa que aprendi muito bem comendo putas desse tipo, é que uma vagabunda fácil como ela adorava ser usada.

E a prova disso veio quando suas pernas bambearam, junto aos seus olhos que reviraram de prazer enquanto gozava num orgasmo gostoso para mim. "Eu te amo, Jordan!", ouvir a voz doce e ao mesmo tempo excitada da Lizzie ecoar em minha cabeça, foi a gota d'água para mim. Apertei aquele rabo, socando o mais fundo que podia, enquanto urrava bem alto gozando com força na camisinha.

– Caralho! Que delícia, Liz! – gemi rouco, quase sem perceber, enquanto dava as últimas socadas naquela boceta gostosa.

Apertei seu rabo farto com as duas mãos, e me retirei de dentro dela. Depositei um suave beijo em suas costas, enquanto me livrava da camisinha usada, e suas pernas estremeceram antes dela desabar na cama. Sorri satisfeito ao me levantar, vendo que Heather tentava juntar ar aos pulmões, estava exausta e satisfeita.

– Vou tomar um banho, se não se incomodar... – dei um nó na camisinha, enquanto seguia para o banheiro.

– Espera... Como você me chamou? – ela se virou em minha direção, antes que eu adentrasse seu banheiro.

– Quê? – me fiz de desentendido, pois sabia que tinha gemido o nome da Lizzie em voz alta.

– Me chamou pelo nome da sua ex? Foi isso? – ela franziu a testa, sentando na cama bem chateada, e eu rolei os olhos, adentrando o banheiro.

Pelo horário, precisava tomar um banho rápido e sair dali o quanto antes, ou acabaria me atrasando para o treino com os caras, não tinha tempo para perder explicando nada para aquela garota. Descartei a camisinha no lixeiro e entrei no box, ligando o chuveiro imediatamente. Por sorte, ela não veio atrás de mim, não sei se por estar chateada, ou sem forças já que praticamente acordou dando pra mim em todas as posições.

Em cinco minutos, terminei meu banho, e me sequei com uma toalha que encontrei dentro do armário embaixo da pia. Ao sair do banheiro, notei que Heather ainda se encontrava na cama, de braços cruzados e cara amarrada. Ela retorceu o nariz ao me ver, mas não me importei, apenas terminei de secar os cabelos e joguei a toalha sobre uma poltrona, apanhando minha cueca no chão, a qual logo vesti. Já terminava de abotoar minha calça, quando senti seu olhar sobre mim outra vez.

– O que foi? – perguntei incomodado, ao me sentar na ponta da cama para calçar meu tênis.

– Não vai me responder, Jordan? – ela tocou na mesma tecla, extremamente brava comigo.

– Responder o quê? – continuei dando uma de desentendido, e logo me levantei, apanhando minha camisa no chão.

– Você estava pensando na sua ex enquanto me comia? – Heather bateu com as duas mãos no forro da cama, e olhei brevemente em sua direção – Você gemeu o nome dela, não foi? Me chamou de Liz!

– Você tá viajando. Só te chamei de Heather. É o seu nome, não é? – vesti minha camisa e alcancei minha jaqueta na cama.

– Sim, mas é que eu achei ter ouvido...

– Achou errado, tá legal? – rolei os olhos, pegando minha carteira sobre a cômoda – Você foi ótima, tivemos uma foda incrível, então não mela imaginando coisa que não aconteceu.

Preferi mentir, geralmente era muito bom com isso, as garotas sempre caíam na minha conversa. E também não era como se eu estivesse de consciência pesada, por pensar na Lizzie durante a transa. Ela me excitava, e não dava para mudar isso. Eu a amava com todas as minhas forças, mas dizer isso para a Heather seria maldoso da minha parte, e desnecessário também. Ela era linda, só que... não era a minha garota, e bom... não era da minha índole ser um babaca desnecessariamente com as garotas.

– Tá. Tudo bem... você tem razão. – ela sorriu leve, um tanto aliviada – Não precisa ir agora, se não quiser, gato.

– Não posso ficar. Tenho treino bem cedo hoje, mas... a gente se fala. – me dirigi para a porta do quarto – Eu te ligo.

– Vai me ligar mesmo? – sua voz esperançosa me fez olhar para trás, por cima do ombro.

Seus olhos buscavam uma confirmação nos meus, e isso me incomodou um pouco. Acho que tinha me esquecido o quanto era tenso ser um filho da mãe mentiroso. Não sei, mas... aquilo me fez pensar que eu não queria que ninguém tratasse a Lizzie assim, só que era muito provável que isso acontecesse já que ela era só mais uma.

– Claro, eu ligo sim. – menti com o melhor sorriso que tinha, e abri a porta – Até mais, Heather.

– Até! – nos despedimos com um aceno de mãos, e finalmente saí daquele quarto.

Desci as escadas refletindo um pouco sobre o que rolou essa manhã, foi divertido, mas... não tanto, quanto costumava ser antes dela. E não sei se isso era bom ou ruim, talvez tivesse um pouco de cada, eu só precisava dar um jeito de esquecê-la. Assim que saí de casa, notei que caía um chuvisco fraco, então me apressei até o meu carro, adentrei o veículo, jogando minha jaqueta no banco de trás, e logo dei partida, colocando o cinto de segurança, antes de seguir caminho...


LIZZIE

Acordei com um sobressalto, me sentando assustada na cama, podia sentir os batimentos em minha garganta, o suor escorria pela testa e até algo simples como respirar parecia difícil. Mais um pesadelo para a lista dos piores, abracei meus joelhos por cima do edredom, numa necessidade inexplicável de conferir se estava mesmo acordada. Fechei os olhos com força por um tempo, tratando de engolir o choro preso na minha garganta, e se passaram alguns minutos até que tudo se acalmou dentro de mim.

O despertador ainda não havia tocado, mas eu sabia que não conseguiria voltar a dormir, então me apressei a se levantar seguindo em direção ao banheiro, onde tomei uma ducha rápida e fiz minhas higienes matinais. Já haviam se passado alguns dias desde a minha última conversa com o Jason, e de lá para cá não tive mais nenhuma notícia dele. Aquilo foi extremamente perturbador para mim, e sem dúvidas me fez se sentir ainda mais culpada pelo acidente da Rose, acho que ainda não sabia como lidar com o peso.

Parecia bem fácil para ele, como uma questão de raciocínio numa simples prova do colégio, mas não era tão simples para mim. Primeiro Ashley, depois o sequestro, e nas duas situações Rose tinha tomado a pior no meu lugar, aquilo realmente me deixou abalada. Compareci a casa dela todas as tardes nos últimos dias, queria acompanhá-la nas sessões de fisioterapia, e até cheguei a sair mais cedo de um dos ensaios das Lioness, o que não foi lá tão difícil assim, já que as meninas estavam me ignorando a ponto de não quererem me passar os passos certos.

Para ser honesta, acredito que só não me tiraram da equipe porque a final da interestadual seria no fim dessa semana, e teríamos de nos apresentar. A única que ainda mantinha contato comigo era a Emily, mas ela e Noah haviam decidido voltar e tinham muito o que acertar entre si, afinal era esperada a chegada de um bebê. Assim, eu passava a maior parte do dia sozinha, estava até almoçando na biblioteca entre uma tutoria e outra, me sentia mais confortável lá, apesar dos olhares curiosos me acompanharem por todos os lugares daquele colégio idiota.

– Oh, já está pronta tão cedo? – perguntou minha mãe, após abrir a porta do meu quarto – O que aconteceu?

– Só não quero me atrasar para o colégio. – terminei de calçar meu tênis, e apanhei minha jaqueta sobre o braço da poltrona – Ah, e depois da aula vou passar na casa da Rose, combinei de almoçar com ela.

Minha consciência estava pesada, e tudo o que eu podia fazer agora era estar presente para ajudá-la com sua readaptação, era importante pra mim que ela se sentisse acolhida, agora ainda mais que antes. Seus pais também estavam fazendo tudo o que podiam para lhe devolver o sorriso lindo que sempre costumava carregar, e ela parecia estar aceitando melhor, talvez por ver avanço com a fisioterapia, o que por si só era um grande passo.

– Ah, que bom, fico feliz que esteja fazendo companhia a sua amiga. – disse minha mãe, assim que me levantei seguindo até a minha mochila sobre a escrivaninha – Bom, se puder esperar um pouco, eu só vou me vestir e posso te dar uma carona.

– Não precisa se preocupar, eu vou pegar um ônibus. – passei a alça da mochila pelo ombro, me virando em sua direção.

– Tem certeza? – a vi cruzar os braços, era perceptível sua cara de desgosto ao analisar o que fiz com os cabelos.

– Sim. Tenha um bom dia! – me despedi, e ela assentiu, dando espaço para que eu pudesse passar.

Minha relação com os meus pais não estava lá das melhores, e eu evitava ao máximo qualquer conversa com eles, meu tio também havia sumido, mas isso realmente era a última coisa que me importava agora. Antes de sair de casa, passei pela cozinha, onde peguei uma maçã na fruteira, a qual fui comendo pelo caminho até o ponto de ônibus. Esperei por uns cinco minutos, até que ele finalmente chegou, era bem cedo então estava praticamente vazio.

Durante o caminho, o sol decidiu surgir entre as nuvens no céu, e seus raios transpassavam pelas janelas, o que me fez fechar os olhos. "Acho que deixei as coisas irem longe demais... Não foi nada pessoal... Eram só negócios...", "Putas feito você tem aos montes por aí...", ambas as conversas fervilhavam em minha cabeça, por mais que eu tentasse esquecer. Não queria mais pensar neles, eu não queria mais me importar com nenhum deles, e isso me machucava pra caramba.

Ainda era bem cedo, então desci duas quadras antes do colégio, precisava tomar um café, ou acabaria tendo uma daquelas tonturas estranhas no decorrer do dia. Então, segui para a Candy's, depois dava para ir caminhando dali até o colégio. O sininho da entrada soou assim que empurrei a porta, acho que seria a primeira cliente do dia. Me dirigi até o balcão, onde fiz meus pedidos, e logo em seguida me sentei em uma mesa bem ao lado de um dos janelões.

Coloquei minha bolsa em um dos bancos, e escutei o sino da porta soar outra vez, ao olhar naquela direção, avistei Jordan adentrar o local. Ele não demorou a me ver de volta, inclusive precisei desviar o olhar enquanto ele se dirigia até o balcão, disfarçando que não me importava com sua presença ali. Apanhei meu celular na mochila, junto dos fones, os quais me apressei a colocar para tocar. Quando ele se virou para escolher uma mesa, eu passei a observar o estacionamento lá fora onde seu carro estava parado.

– O que faz aqui tão cedo, Lizzie? – tomei um susto ao vê-lo sentar no sofá a minha frente, ignorando o fato de que eu já estava naquela mesa – Vai me responder, ou continuar fingindo que não me viu?

– Eu só quero tomar um bom café da manhã, então por favor... – o encarei, pausando a música em meus fones, e suas sobrancelhas arquearam como se não tivesse entendido – Tem um monte de outras mesas vazias, e eu cheguei primeiro.

– Está dizendo que não quer que eu fique aqui? – um sorriso malicioso surgiu em seus lábios, o que me deixou um pouco mais incomodada.

– Sim, eu quero que você saia. – apertei o celular com força entre as mãos.

– Qual é? – Jordan se inclinou um pouco pra frente, e consegui ver um arroxeado em seu pescoço – Não consegue nem tomar um café comigo sem ficar toda nervosinha?

– Bom, se você não vai sair, então eu...

– Seu novo corte ficou bonito. – fui interrompida abruptamente – Combinou com você.

Aquele elogio repentino me pegou de surpresa, e por mais que eu quisesse acreditar que ele só estava debochando de mim, não era bem isso que seus olhos me passavam. Cerrei os punhos com força por baixo da mesa, me obrigando a lembrar que o odiava, o que me fez romper o contato visual com desprezo. Afinal, apesar do Jordan ainda fazer meu coração disparar dentro do peito, eu nunca mais permitiria que os meus sentimentos falassem mais alto do que a razão.

– Não preciso que goste de nada do que eu faço. – respondi ríspida, me apressando em juntar minhas coisas – Apenas me deixe em paz!

– Claro... Mas então, tem se divertido com o Jason nos últimos dias? – perguntou ele, antes que eu pudesse me levantar dali – Pelo seu estado, eu suponho que não. Ele foi solto, não foi? Como funciona o lance de vocês agora?

– Você não cansa? – rangi os dentes, frente ao seu estúpido sarcasmo, e o vi relaxar mais no banco, com um sorriso zombeteiro nos lábios – Eu só quero tomar o meu café, será que não consegue fingir que não existo?

– Eu até poderia, mas não quero. Sabe o que é? Bom, o seu tio me contou sobre as drogas... – ele riu anasalado – Preciso que me diga, como você se sente sabendo que foi só a porra de uma moeda de troca para o Jason? Ah, perdoe minha memória fraca, quase esqueci que vadias feito você, merecem caras fodidos feito ele.

Fechei os olhos com força por um ou dois segundos, impedindo que o maldito choro subisse por minha garganta. Sabia que Jason tinha sido um grande idiota, e que dormir com ele foi mais um erro infeliz que cometi, tanto pelos seus motivos pessoais, quanto por ser irmão do meu ex-namorado, eu tinha plena consciência das minhas escolhas frustradas. No entanto, não anulava o fato de que ouvir isso era difícil e doloroso pra mim, ainda mais quando dito por Jordan que ao menos media suas palavras para me ofender.

Ele não se importava nem um pouco com o que eu estava ou não sentindo, e ouvi-lo era como ter uma lâmina afiada atravessando meu peito de um lado ao outro. Não voltei a olhar em sua direção, muito menos pensei em lhe responder, agora sabia muito bem o quanto aquele garoto idiota podia ser maldoso quando queria, e tinha as armas certas para me machucar. Então, sob seu olhar desdenhoso, juntei o pouco de orgulho que ainda me restava, e me levantei, seguindo apressada até o balcão.

Definitivamente, não tinha condições de dividirmos o mesmo ambiente, e eu preferia tomar meu café no caminho para o colégio do que em sua insuportável companhia. Tinha acabado de pedir que embalassem meu lanche, quando a garçonete recusou meu dinheiro, avisando que já estava tudo acertado. Olhei por cima do ombro, e Jordan continuava sentado à mesa, mexendo em seu celular como se nada tivesse acontecido, ele se divertia em me torturar, e posso dizer que era muito bom com isso.

– Vai querer mais alguma coisa, moça? – perguntou a atendente a minha frente, e rapidamente neguei com a cabeça.

– Não. – franzi a testa, observando a sacola sobre o balcão – Na verdade, quero que entregue isso ao babaca que pagou a conta, diga a ele que eu não aceito esmolas. Tenha um bom dia!

Me despedi, guardando minha carteira de volta na mochila e, sem dizer mais nada, me virei saindo logo dali. A essa altura, caía um fraco chuvisco arrastando uma brisa gélida de encontro ao meu corpo. Apenas me agasalhei melhor com a jaqueta e segui caminho, precisava chegar no colégio antes que começasse a chover forte. Já terminava de atravessar a rua quando ouvi a sineta da porta da lanchonete soar ao longe.

– Deixa de bancar a orgulhosa, podia ter tomado seu café, Liz! – Jordan berrou do estacionamento, e eu apressei o passo – Qual é? Posso te dar uma carona, basta pedir com jeitinho. Escutou? – ele continuava insistindo – Vai acabar se molhando toda, ou pegando um resfriado por conta desse seu teatrinho!

Fingi não ouvi-lo e continuei seguindo meu caminho, nem morta entraria com ele naquele carro, não daria motivos para reforçar o que estavam falando sobre mim no colégio. Afinal, sem provas do que a Ashley fez, e com aquele maldito vídeo circulando, eu me tornei a "vadia ciumenta", assunto preferido nos corredores do J. Falls. Jordan nem se esforçou para desmentir, parecia muito bem sendo o centro das atenções. Toda aquela merda só serviu para aumentar sua popularidade, e se me vissem junto dele...

Isso sem contar o fato dele ter dormido com a May, ou sequer falar sobre a humilhação no final da semana passada e durante o longo dos últimos dias. Sem dúvidas eu preferia chegar ensopada, do que aceitar a droga da sua carona. No entanto, não demorou muito até que Jordan me alcançou, ouvi os vidros do seu carro abaixarem, e me afastei um pouco mais do acostamento pela calçada. Ele buzinou umas cinco vezes, na tentativa de chamar minha atenção e, por cansaço, acabei olhando em sua direção.

– Não seja idiota, Liz, eu não mordo. Entra aí, vai? – Jordan dirigia bem devagar, acompanhando meus passos.

– Ah, como você é gentil... – rolei os olhos numa ironia – Mas eu não preciso da sua ajuda, sei me virar muito bem sozinha!

– É mesmo? Porque, olha... Não parece muito que sabe. – ele riu anasalado, se esticando um pouco para me ver melhor – Na verdade, se você parasse de bancar a garota orgulhosa e ofendida, a gente até podia continuar se divertindo.

– O quê? – franzi a testa, completamente incrédula.

– Eu lembro bem como fica toda safada na cama, e agora que eu sei o tipo de vadia que você é, posso te dar o tratamento que merece. – ele me fez parar de caminhar, então voltou de ré – Ah, finalmente mudou de ideia, foi? Entra aí, podemos conversar melhor sobre isso.

– Vai embora. – apertei a alça da mochila, sentindo o sangue ferver nas veias, mas ele pareceu não entender – VAI EMBORA AGORA!

– Hey, calma aí... – o vi arregalar os olhos, quando me aproximei furiosa.

– SOME DAQUI, SEU DESGRAÇADO! – chutei a droga do pneu, batendo com a mochila contra a porta do seu carro – EU NUNCA VOLTARIA A ME DEITAR COM VOCÊ, NEM QUE FOSSE O ÚLTIMO CARA NA TERRA. VAI EMBORA!

– Eu tentei ser legal, mas quer saber? – Jordan voltou a se endireitar no banco – Faça um bom caminho debaixo de chuva até o colégio!

Dito isso, os vidros das janelas tornaram a subir, e ele arrancou dali. Gritei o mais alto que pude, arremessando minha mochila em direção ao seu maldito carro, a qual acabou parando no meio da rua. Algumas pessoas olhavam incrédulas para mim, como se eu fosse louca ou algo parecido, então respirei fundo, engolindo a vontade de cair no choro. Caminhei até a mochila, e novamente a recolhi, tornando a seguir meu caminho com mãos e pernas ainda trêmulos.

No entanto, de alguma forma, me sentia de alma lavada por não ter deixado passar em branco dessa vez, por ter revidado ao invés de só ouvir os absurdos daquele cretino. Como pude me apaixonar por alguém tão estúpido assim? Simplesmente não conseguia entender, não haviam respostas além de que Jordan não era nada daquilo que eu pensava que era, e a cada dia que passava ele só estava se tornando a maior decepção da minha vida.

Por sorte, o fraco chuvisco que caía, sessou antes de eu chegar ao colégio, e quase não me molhei. Apesar de ainda ser cedo, já haviam algumas pessoas espalhadas pelo pátio, mas segui direto para sala de aula, não queria ter o azar de esbarrar naquele filho da mãe outra vez. Quando o primeiro sinal bateu, mais pessoas começaram a chegar, o professor também não demorou muito, e logo iniciou sua aula. Tentava me concentrar nas explicações, mas por motivos óbvios minha cabeça estava bem longe dali.

O balanço do carro, indicava que avançávamos pela rua, mas pelo retrovisor externo ainda podia ver Jason estático no mesmo lugar, apenas olhando em nossa direção. Isso seguiu até ficar tão distante, que não mais conseguia vê-lo. Suspirei baixo, secando discretamente as lágrimas nos cantos dos olhos, enquanto me questionava o que diabos teria feito ele vir atrás de mim?

– Está tudo bem, Liz? – Alice chamou a minha atenção.

– Está, eu estou bem, não se preocupe. – desviei o olhar ao mentir.

– Não precisa mentir pra mim, tá legal? – disse ela – Sei que você e o McClain brigaram lá em casa.

– Então você percebeu... – tornei a encará-la, agora um tanto envergonhada.

– É claro! – ela riu anasalado – Depois que você saiu, aquele idiota quase quebrou a própria mão, socando uma parede.

– Ah... – franzi a testa – Por isso a faixa suja de sangue.

– É, eu vou dar uma olhada no estrago, quando voltar pra casa. – paramos no sinal vermelho – Mas agora, me diz o que aquele babaca fez pra você sair sem rumo daquele jeito?

– Eu não sei se quero conversar sobre isso, Alice. – fui sincera.

– Lembra quando desabafou comigo, naquela noite, e se sentiu melhor? – suas sobrancelhas arquearam, e eu assenti – Então, talvez seja bom colocar tudo pra fora de novo.

– É, provavelmente você tem razão. – concordei com um aceno de cabeça – Acontece que eu descobri que o Jason só estava me enganando esse tempo todo. Nunca foi de verdade... As coisas entre a gente, era tudo mentira.

– O quê? – Alice cerrou os olhos, completamente confusa – Como? Não pode ser verdade.

– Mas é. – o sinal abriu, e ela logo deu partida outra vez – Ele mesmo confessou pra mim hoje.

– Ok, isso não faz o menor sentido. – a vi negar com a cabeça – Por que o McClain faria algo assim? Por que ele enganaria você?

– É uma longa história, mas resumindo... O meu tio é policial federal, e acabou apreendendo umas drogas da BW. – comecei explicando – E o jeito que o Jason achou pra recuperar a carga foi esse, ele mesmo admitiu pra mim hoje que eram só negócios.

– Impossível! – ela continuou negando – Olha, eu conheço o McClain, e sei que tem coisa estranha aí, Liz... Ele nunca faria nada nem parecido, não com você, confia em mim...

...


Agora...

– Lizzie, você não vem? – despertei dos meus pensamentos apenas quando Emily me chamou – O sinal já bateu, não ouviu?

– Ah, eu... – senti minhas bochechas esquentarem ao ver a sala já quase vazia – É que eu estava concentrada na atividade.

– Mas você nem respondeu nada do exercício. – ela arqueou as sobrancelhas, e me apressei em fechar os livros – Quer conversar? Posso pedir para o Noah dar um espaço, e a gente almoça juntas hoje, o que me diz?

– Não precisa se preocupar, eu estou bem. – forcei um sorriso, e ela soltou a respiração com força – Mas e aí, me conta como foi ontem, seus pais reagiram bem?

Me referia ao jantar onde ela e Noah planejaram dar a notícia sobre o bebê, essa foi uma das condições que Emily impôs para perdoá-lo, ela não queria ficar escondendo dos pais, até porque um bebê era motivo de alegria e não de tensão. Fora que logo seu corpo começaria a mudar, com isso precisaria de atenção e cuidados especiais, não dava para ser algo que ficasse apenas entre os dois. Claro que os apoiei quanto a isso, pois era mesmo o melhor a se fazer, e não restavam dúvidas.

– Eu não diria exatamente bem, mas o Noah saiu de lá com a cabeça em cima do pescoço e um emprego, isso já é uma coisa boa. – ouvi sua risadinha, enquanto guardava meus livros – Ele vai começar a trabalhar semana que vem na oficina do meu tio, assim que as aulas acabarem.

– Isso é ótimo! – comemorei ao me levantar, e ela assentiu.

– É, nós vamos precisar de uma renda, então também decidimos adiar a faculdade. – Emily passou timidamente uma mecha de cabelo para trás da orelha – Quer dizer, não dá com um bebê no colo, né?

– Mas vocês podem tentar no ano que vem, ou quem sabe aquelas a distância? – tentei ser positiva, agarrando seu braço enquanto seguíamos para fora da sala – O importante é que vai dar certo, e eu tenho certeza que essa criança vai receber todo o amor de vocês dois.

– Ah, Liz, obrigada. Você é sempre tão gentil. – seus olhos estavam carregados de lágrimas quando tornei a encará-la – Promete que vamos continuar amigas?

– É claro que vamos! – garanti, me apressando a secar suas lágrimas – Não importa para qual faculdade eu vá, vamos sempre manter contato, e também quero mimar esse bebezinho, vou ser a tia que estraga.

Lhe roubei um sorriso, era o bastante para saber que estava tudo bem, Emily parecia super sensível nos últimos dias, e ainda não se sentia totalmente certa de que perdoar Noah tinha sido a melhor opção. Para ser sincera, eu também não tinha certeza, mas queria acreditar que sim, pois receio que já seria difícil os dois juntos cuidarem de uma criança, quanto mais se ela estivesse sozinha. Então, eu tentava confortá-la como era possível, sem fazer pressão ou julgamentos, não queria que minha amiga se sentisse ainda mais insegura, pois sabia o quanto aquele sentimento era horrível.

– Posso saber como está a minha princesa hoje? – Noah se aproximava com uma rosa em mãos.

Ele vinha sendo muito atencioso com a Emy, e isso até me deixava um pouco mais tranquila. Acredito que poderia mesmo estar arrependido do que fez, ou dos motivos idiotas pelos quais se aproximou dela no passado.

– Onde conseguiu isso? – a vi franzir a testa, após se cumprimentarem com um selinho – Não quero que fique gastando com coisas bobas.

– Te lembrar todos os dias o quanto te amo, e como sou grato por te ter, não é uma coisa boba, bebê. – disse ele, acariciando delicadamente o rosto dela – Está ainda mais linda hoje.

– Ah, bom... Eu tenho que ir, prometi que almoçaria com a Rose hoje. – dei alguns passos para trás – Mas faz a Emy comer direitinho tá, Noah? Ela precisa se alimentar bem.

– Claro, pode deixar comigo. – ambos deram uma risadinha, e eu assenti antes de me virar.

Aquilo não era nenhuma mentira, mas também não era da minha índole ficar entre um casal, e de forma alguma despejaria meus problemas em quem já tinha os próprios para lidar. Então, logo segui sozinha para o meu armário, vinha passando bastante tempo sozinha nos últimos dias, e acho que era mais fácil do que fingir o tempo todo que estava tudo bem. Já terminava de guardar meus livros, quando ouvi um barulho nos armários do outro lado do corredor, seguido de alguns gritos e risadas animadas.

Precisei respirar fundo ao olhar por cima do ombro e avistar Jordan se pegando com a Madison, ou melhor quase engolindo ela de tanto que seu corpo pressionava o dela naquele beijo bem caloroso. Não posso dizer que aquilo me impressionava, pelo menos não mais àquela altura. Ele fazia questão de que eu o visse com outras pelos corredores, isso já estava virando costume, mas ainda assim me machucava tanto... Neguei com a cabeça, enquanto fechava meu armário, numa tentativa de espantar as malditas lágrimas que subiam quentes por minha garganta.

Sem dizer nada, fechei o zíper da minha mochila e me apressei a sair do meio da pequena multidão que se formava naquele corredor. Ouvi um grupo de meninas resmungar algo após esbarrarem em mim, e me desculpei sem encarar nenhuma delas, apressando meu passo em direção a saída. Precisava ir embora dali o quanto antes, e me obriguei a ignorar todos os olhares, risadinhas e cochichos enquanto seguia apressada pelos corredores. No entanto, minhas pernas travaram bem no meio da movimentada escadaria, ao avistar aquela figura trajada de cores mórbidas mais a frente.

– Escuta aqui, seu... – a fala exasperada de Ashley foi interrompida assim que ela me avistou.

Notei que pareceu engolir o que há segundos estava praticamente berrando no meio do pátio, seu olhar expressava uma mistura de medo e raiva. A vi apertar os livros, mordendo seu lábio inferior, antes de sacudir a cabeça e seguir caminho, passando tão apressada por mim que por um triz não esbarrou em meu ombro. O que aqueles dois estariam conversando? No mesmo segundo em que concluí a pergunta, um estalo me ocorreu.

– O que estava fazendo? – voltei minha atenção para Jason, que já havia se desencostado do corrimão – Sobre o que conversava com a Ashley?

– Me desculpe, mas o que você tem a ver com quem eu falo ou deixo de falar? – ele cerrou os olhos.

– Se for algo sobre mim, eu já disse que não...

– Não estou aqui por você! – Jason me interrompeu – Não é o centro do mundo, Lizzie, vê se baixa a bola.

Apertei a alça da minha mochila, enquanto me obrigava a não respondê-lo de forma agressiva. Não estava pronta para mais uma discussão, fosse com ele ou com qualquer um. Em seguida, terminei de descer os últimos degraus, parando bem a sua frente, nossa diferença de altura era pateticamente exagerada, mesmo assim consegui encará-lo muito bem.

– Quando você voltou pro colégio? – fui direto ao assunto – Eu não fiquei sabendo.

– Achei que você tivesse deixado claro que não queria papo comigo. – ele me fez engolir em seco – Isso inclui não receber notícias minhas, não é mesmo?

– Claro que sim. – cruzei os braços, um tanto incomodada com minha própria confirmação.

– Então, o que foi agora? – suas sobrancelhas arquearam – Perdeu alguma coisa na minha cara?

– Vai se ferrar! – rangi os dentes, e ele deu de ombros, assentindo levemente.

– Beleza! – sua voz soou tão fria e afiada quanto uma lâmina atravessando meus ouvidos.

Antes que qualquer outra palavra fosse dita, Jason passou por mim seguindo em direção ao estacionamento. Não consegui me mover, ou sair do lugar, então fiquei ali parada, assistindo ele subir em sua moto e colocar o capacete na cabeça. Meus olhos lacrimejaram ao ouvir o ronco do motor que soou alto pelo pátio, ele logo fez a volta e eu dei um passo a frente ao vê-lo olhar em minha direção como se não quisesse mesmo ir embora. Contudo, no instante seguinte sumiu a toda pelo portão a fora, me deixando completamente sozinha outra vez.

Sacudi a cabeça para os lados, não sabia exatamente o que senti ao ver Jason bem ali na minha frente, mas acho que fiquei um tanto aliviada por saber que ele estava bem. Eu sabia que era errado, tendo em vista sua participação no acidente da Rose e todo o resto, mas por mais que tentasse evitar, ainda me preocupava muito com aquele grande idiota. Bom, era um fato que ele não precisava saber, então tratei de me recompor e seguir caminho até o ponto de ônibus em frente ao colégio...


Um pouco mais tarde...

Quando cheguei à casa da Rose, a moça que atendeu a porta avisou que ela estava no banho, mas permitiu que eu subisse para aguardá-la. Assim eu fiz, adentrei seu quarto, ouvindo o barulho de água misturado a risadinhas e cochichos vindos do banheiro. Acredito que havia se dado bem com a enfermeira que ficaria lhe auxiliando até que se adaptasse, isso era ótimo. Coloquei minha mochila sobre uma das poltronas e me virei, enfiando minhas mãos nos bolsos de trás da minha saia.

Não tinha muito o que fazer até Rose ficar pronta, então me ocupei tentando visualizar melhor a decoração, o que não foi possível antes. Avistei então, sobre a escrivaninha, alguns livros do colégio, e bem acima havia um mural de fotos, acredito que registros de viagens da família. Preso as tachinhas no mural, tinham pequenos ledes que se interligavam de uma foto à outra, me dando a sensação de uma linha do tempo indicando, mesmo sem dizer nada, a ordem das viagens.

Fiquei um tempo parada, analisando cada foto, uma por uma, até que de repente olhei para cima. Meus olhos encheram de lágrimas ao ver a pintura de um céu estrelado no teto, era lindo e passava uma sensação de tranquilidade extrema. Ao me virar, sequei as lágrimas, avistando uma penteadeira, também tinha uma corda de pequenas luzinhas envolta do espelho. Pelo vidro acima dava para ver as maquiagens dentro da gaveta, sorri ao bater o olho no delineador.

Rose adorava delineado de gatinho, ficava tão fofo nela. Suspirei baixo, abraçando um dos meus braços, ao tempo em que analisava as prateleiras repletas de livros de romance muito bem enfileirados, ela adorava falar sobre os mocinhos das páginas de papel. Mas o que verdadeiramente me chamou atenção foi a mesinha de cabeceira bem ao lado da sua cama. Ali havia um abajur delicado de porcelana, e o porta retrato que Destiny tinha colado, o qual em poucos segundos estava em minhas mãos.

– Ela sempre foi muito boa com quebra-cabeças. – ouvi a voz da Rose soar pelo cômodo, e me dei conta de que já havia terminado seu banho.

– Sim, ficou quase como novo. – sorri leve, devolvendo o porta-retrato ao seu lugar.

– Bom, meninas, tenho que descer e checar se já está tudo pronto para o almoço, mas volto bem rápido. – a enfermeira saiu do banheiro, secando suas mãos numa toalhinha.

– Pode ir tranquila, prometo que não vamos a nenhum lugar, Sarah. – Rose comentou em tom risonho, o que fez sua enfermeira rolar os olhos numa risadinha.

– Tudo bem. – Sarah se despediu, logo nos deixando a sós.

– Então, – Rose empurrou as rodas da cadeira um pouquinho para trás, checando se a enfermeira havia mesmo descido as escadas – como estão as coisas no colégio? Aconteceu algo interessante nesses últimos dias?

– Ah, eu acho que não tenho muitas novidades para te contar. – passei uma mecha de cabelo para trás da orelha, e seu olhar veio novamente em minha direção – O pessoal está bem animado com a final da interestadual.

– Só isso? – a vi franzir a testa, tratando de se aproximar quando me sentei em sua cama – Não tem mais nada pra me contar?

– O que... você quer saber? – indaguei, um tanto apreensiva, e ela parou bem na minha frente, cruzando os braços.

– Ah, Liz, eu vi o seu vídeo com a Ashley na cantina. – Rose me fez engolir em seco – E o Dylan me contou tudo, você... Por que me escondeu isso?

– Bom, é que... eu não quis te preocupar. – fui sincera, me pesava muito esconder tanto dela.

– Me preocupar? – suas sobrancelhas arquearam – Você arrebentou com aquela vadia, aquilo foi o máximo. Eu me senti de alma lavada quando fiquei sabendo.

– É sério? – ri anasalado ao vê-la assentir – Foi merecido, não é?

– Você foi incrível. – suas mãos alcançaram as minhas – Obrigada por se importar tanto comigo, mas fico preocupada por saber que acabou arrumando problemas.

– Não foi nada. A Ashley machucou muita gente, ela passou dos limites... – expliquei, apertando suas mãos de volta – Eu não me arrependo do que fiz.

– Eu não sei como me enganei tanto com ela. – Rose desviou o olhar, desfazendo o sorriso lentamente – Me sinto tão estúpida por ter confiado mais nela do que em você ou na Emy. Digo, vocês duas sempre estiveram comigo, mas...

– Hey! Aquela garota é doente, ela enganou todo mundo. – apertei suas mãos, numa tentativa de chamar sua atenção outra vez – Não tem que se sentir culpada por nada.

– Eu sei, mas acho que por um tempo quis ser menos como eu, e mais como ela, sabe? – seus olhos, agora um tanto marejados, tornaram a me encarar – Achei que fosse minha amiga, e isso me machucou um pouco.

– Você não tem que ser, agir ou pensar como outra pessoa, porque já é perfeita assim. É linda, inteligente, criativa... – senti minha voz embargar, e rapidamente funguei com o nariz – Tive tanto medo de nunca mais podermos conversar assim.

– Ah, Liz, você é a melhor amiga que eu já tive. – uma lágrima fujona rolou de seus olhos – Obrigada por não desistir de mim. Quero um dia poder retribuir todo esse carinho e atenção, você é realmente maravilhosa.

– Bom, eu fico feliz só de te ver se recuperando bem. Está de bom tamanho pra mim. – sorri leve, secando cuidadosamente sua lágrima – Mas agora o que acha de esquecer esse papo triste, e me deixar fazer uma maquiagem linda nesse rostinho?

– Eu realmente estou precisando disso, o Matthew disse que vem hoje aqui, e eu queria... – ela fez uma curta pausa, e vi suas bochechas corarem – Queria ficar bonita.

– Bom, isso não é nenhum problema, já que você é linda naturalmente. – me levantei da cama – Mas agora me conta mais sobre o Matthew, vocês dois... Tá rolando alguma coisa, né?

– Liz! – a vi arregalar os olhos, e logo caímos na risada...

[...]

💕. Deixem seus comentários, e não esqueçam de apertar a ⭐️. Beijos e até o próximo capítulooooo 😘

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