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44. Uma conversa difícil

"Eu achei que tivesse sido machucado antes, mas ninguém nunca me deixou tão ferido. Suas palavras cortam mais fundo do que uma faca... Tenho a sensação de que estou afundando, mas eu sei que conseguirei sair vivo se eu parar de te chamar de meu amor... – Stitches, Shawn Mendes."

Já terminava de vestir meu pijama confortável, quando ouvi algumas vozes se aproximarem pelo corredor, e não demorou até que eu escutasse batidas na porta do meu quarto. Aquilo me fez estremecer e paralisar por completo em meu closet, pois não sabia exatamente o que fazer, a única coisa da qual tinha certeza é que não queria conversar com os meus pais agora.

Provavelmente queriam explicações, porque a essa altura a diretoria da escola já devia ter entrado em contato para relatar a minha fuga "repentina" da detenção mais cedo. Soltei a respiração com força ao ouvir as batidas se repetirem, e apertei a toalha ainda em mãos. Conhecendo os pais que tinha, podia imaginar que estavam furiosos comigo agora, mas antes que eu pudesse pedir que me deixassem em paz, ouvi uma voz familiar soar do outro lado.

– Lizzie, somos nós, Emily e Dylan. – disse ela, em tom baixo – Estávamos aqui perto, então decidimos dar uma passadinha pra te ver.

– Ah, eu... Já estou indo. – estendi minha toalha num gancho de parede, e me apressei para fora do closet.

Ao abrir a porta, seus olhares vieram em minha direção, e logo notei seus semblantes mudarem.

– Florzinha, o que aconteceu com o seu cabelo? – Dylan foi direto ao assunto.

Por um instante eu havia esquecido aquele detalhe, e senti minhas bochechas esquentarem de vergonha ao notar estranheza estampada em suas caras.

– Isso? É que... – sorri sem graça – Eu decidi mudar um pouco o visual.

– E o seu cabeleireiro estava com raiva de você, por acaso? – questionou ele, me julgando com o olhar.

– Dylan! – Emily lhe deu uma cotovelada nada discreta.

– Ai! O que foi? Desculpa, mas ela fez um estrago no cabelo, isso é quase um assassinato. – ele continuava indignado.

– Você é inacreditável. – ela rolou os olhos, mas assentiu quando dei espaço para que entrassem – Liz, desculpa por isso.

– Não se preocupe, está tudo bem. – menti, enquanto fechava a porta outra vez.

– Ainda não está, mas fiquem tranquilas porque a fada madrinha acabou de chegar. – Dylan deu uma voltinha como se asas fossem surgir em suas costas – Anda, me arruma uma tesoura, que eu vou dar um jeito nisso agora, florzinha.

– Desde quando você corta cabelo? – Emily arqueou as sobrancelhas ao sentar em minha cama.

– Amiga, acorda! – ironizou ele – Desde quando eu não faço muito bem tudo o que me proponho?

– Ok, mas que tal a gente conversar sobre "aquilo" primeiro? – ela enfatizou com aspas ao falar.

– Tá, você tem razão. – ele pareceu concordar forçado, e logo tratou de levantar a poltrona que eu havia derrubado ao chegar – Parece que passou um furacão e tanto por aqui.

– Ah, eu joguei a mochila com mais força do que devia, então... – dei de ombros ao vê-lo assentir antes de se sentar ali – Mas sobre o que querem conversar comigo?

– Bom, é que nós ficamos preocupados com você, depois que soubemos sobre a prisão do Jason. – respondeu Emily, me pegando de surpresa – E vocês estavam bem próximos...

– Ah, Emy! Próximos? – questionou Dylan, num certo tom irônico – A gente ficou sabendo que você estava no rala e rola com o Davis marginal. Como é que não conta um babado desse para os seus amigos, mulher?

– E-eu... É que... – gaguejei de nervoso, sentindo meus batimentos acelerarem dentro do peito – Como vocês...

– Esqueceu que o Jason é irmão do seu ex, que é amigo do Tayler, que é namorado da Christine? – ele me interrompeu antes que eu conseguisse completar a pergunta – A propósito, que vingança deliciosa!

– Fica calma, isso foi um mau entendido. – Emily tentou aliviar um pouco – Acontece que encontramos a Christine no shopping, e ela acabou contando pra gente porque pensou que já sabíamos, por sermos seus amigos mais próximos.

– E a gente pensando que você ainda estava com dor de cotovelo pelo traíra do Jordan... – Dylan riu anasalado – Rapidinha toda hein, dona Lizzie!

– Mais alguém sabe disso? – questionei, com os nervos a flor da pele.

– Claro que não. – ele negou de imediato – E só pra deixar registrado, todos aqui notaram que nadica de nada do que dissemos foi negado, né?

– Olha, isso não é bem como estão pensando. – tentei me justificar, antes que se tornasse impossível.

– Então, você não transou com o Jason? –  as sobrancelhas dele arquearam.

– Meu Deus! Você não consegue conversar como uma pessoa normal, Dylan? – Emily se exaltou um pouco, e parecia bem chateada.

– Não, ele... tem razão. O Jason e eu... – senti o suor frio surgir nas palmas das minhas mãos, quando seus olhares se dirigiram a mim novamente – Nós dois... Aconteceu mesmo, mas antes que pensem mal, isso só rolou depois que eu terminei com o Jordan.

– Não duvidamos de você nem por um segundo. – disse Emily, numa tentativa de me confortar.

– Obrigada, é realmente importante pra mim. – forcei um sorriso agradecido – Eu não sei onde estava com a droga da minha cabeça, mas agora está claro que foi um erro, e podem ficar tranquilos porque não vai mais se repetir.

– Tem certeza? – indagou Dylan, chamando minha atenção mais uma vez – Não que eu apoie uma amiga se relacionar com um criminoso recentemente preso, só estou dizendo que não julgaria se você quisesse tirar uma casquinha daquele gostoso às vezes.

– Você devia procurar um psiquiatra, Dylan! – rosnou Emily, ainda zangada com ele.

– Ah, qual é? Nas fics o gângster sempre tem uma pegada que faz a mocinha delirar, e as duas sabem muito bem do que eu estou falando. – ele justificou como se aquilo fizesse todo sentido – E só pra completar, o Davis marginal tem uma cara que maceta muito na cama.

– É sério, você precisa mesmo se tratar! – Emily tornou a enfatizar sua opinião – Desculpa por isso, Liz, esse idiota não bate muito bem das ideias.

– Não tem problema. – ri fraco pelo nariz, enquanto cruzava os braços – Bom, acho que não sei mais o que dizer, estou muito envergonhada agora.

– Envergonhada? Amiga, no seu lugar eu me sentiria fabuloso. – Dylan girou na poltrona – Afinal, o baby gângster pode até não ser a melhor pessoa que a gente conhece, mas ele é um gostoso. E se quer a nossa opinião, que se foda o traíra do Jordan!

– O que nós queremos dizer é que você não tem que ficar se explicando, não fez nada de errado. – Emily deu um meio sorriso – Talvez só um pouco perigoso, afinal estamos falando do Jason, mas não foi errado.

– Perigoso e excitante, não podemos esquecer a química que rola entre esses dois. – acrescentou Dylan, fazendo minhas bochechas inflamarem de vergonha.

– O quê? Não! – neguei de imediato – Não rola nada entre a gente.

– Amiga, como assim? – ele franziu a testa – É quase como ver fogo e gasolina juntos.

– Eu preciso concordar com o Dylan nessa. – Emily o apoiou pela primeira vez naquela conversa – Sempre achei que o Jason estava a fim de você, por mais que acreditasse que nunca iria rolar nada. Eu não sei, mas o jeito que ele te olha é diferente, é intenso.

– Intenso é apelido. – Dylan se abanou com as próprias mãos – A Liz derreteu o coração de gelo do nosso badboy, eu arrisco dizer que ele está completamente apaixonado.

– Não, o Jason não é assim... – apertei meus próprios braços, numa tentativa de reagir – Ele não é esse tipo de cara.

– Está brincando, não é? – Emily me encarava incrédula – Liz, pensa comigo, quando foi que ele demonstrou se importar com outra pessoa além de você?

– Acreditem em mim, o motivo pra isso é bem diferente do que estão pensando. – me esforcei para responder, pois no fundo ainda não queria acreditar que tudo não passou de uma manipulação estúpida – O Jason nunca esteve apaixonado por mim, e com certeza não está agora.

– Como assim, florzinha? – Dylan se inclinou em minha direção, ao me ver secar as lágrimas nos cantos dos olhos.

– Se importariam em não falarmos mais sobre isso? – questionei, tentando me recompor – Eu não posso e não quero entrar em detalhes.

– Não se preocupe, está tudo bem, nós entendemos. – respondeu Emily, em tom compreensivo.

– É, fica tranquila. – concordou Dylan.

– Obrigada. – cocei o nariz com a palma da mão, a fim de espantar as lágrimas.

– Bom, não me agradeça ainda... – ele deu um sorriso ao ficar de pé – Não antes de eu dar um jeito nisso aí.

– Acho que eu tenho uma tesoura nova aqui. – vi Emily abrir sua mochila – Prontinho, mas cuida bem da Liz, nada de penteados esquisitos.

– Ai, meu Deus! Você vai mesmo cortar o meu cabelo? – ri fraco, quando Dylan me indicou a poltrona.

– É claro, amiga minha não sai por aí assim, não pega bem pra mim. – disse ele, em tom divertido – Agora senta e relaxa, deixa sua fada madrinha favorita trabalhar, garota.

– Tá legal, parece que eu não tenho escolhas. – concordei com um aceno de cabeça, e logo me sentei.

Antes de começar, Dylan me virou de costas para a penteadeira, pois não queria que eu visse absolutamente nada do processo. Talvez em outras circunstâncias, isso tivesse me deixado nervosa, mas com a avalanche dos últimos acontecimentos eu nem liguei. Acho que não me importava se ficaria bom ou não, simplesmente não parecia relevante agora. Logo ele começou a cortar, e Emily puxou um assunto mais leve para aliviar o clima tenso que havia ficado.

Ela pediu a nossa opinião sobre aceitar ou não o convite do Noah para tomarem um milkshake na Candy's, mas acabou negando antes mesmo que respondêssemos. Era óbvio que ainda o amava, mas estava muito magoada para admitir. Apesar de tudo, acho que os dois só precisavam de um tempo juntos para acertarem as coisas, e estava torcendo para que tudo ficasse bem no fim das contas. Pelo menos alguém ainda tinha a chance de consertar a bagunça.

Acabou que conversamos sobre os últimos dias no colégio, e as aulas que perdi por estar de suspensão, aqueles dois me atualizaram sobre as novas matérias e também compartilharam o cronograma com as provas finais. Combinamos de estudar juntos na biblioteca, o que seria perfeito para matar o tempo livre e me concentrar em outras coisas. Agora, mais que nunca, eu precisava de uma distração, ou não sei se conseguiria lidar com tudo desabando, não sem ele.

– E quanto ao vídeo? – perguntei em tom baixo, temendo ouvir a resposta – O que estão falando de mim no colégio, depois que o Jordan vazou aquilo pra todo mundo?

– Ah, o vídeo? – Emily lançou um olhar preocupado para Dylan, que automaticamente ficou em silêncio – As pessoas comentaram alguma coisa, mas foi abafado depois que o Marcus sofreu um acidente.

– O Marcus sofreu um acidente? – franzi a testa confusa – Como assim, o que aconteceu?

– O Tayler não explicou direito, mas parece que ele fraturou o joelho num jogo de basquete. – ela não parecia muito certa do que dizia.

– A verdade é que ninguém acreditou nessa conversa fiada. – comentou Dylan – Mas seja como for, o carma nunca falha, e aquele desgraçado teve o que mereceu.

– Foi feio assim? – arqueei uma sobrancelha.

– O treinador disse que ele nunca mais vai jogar na vida. – respondeu Emily, com uma cara nada boa – Mas o que importa é que meio que esfriou as fofocas idiotas sobre você no colégio.

– Esse tempo que você passou longe pode ter sido bom para acalmar os ânimos, mas tem que saber que o Jordan está ainda mais popular entre as garotas agora. – alertou Dylan – O que me dá mais raiva é que ele age como se não tivesse culpa de nada.

– Ah, claro... Acho que eu já devia esperar por isso. – desviei o olhar, falando mais comigo mesma.

– Tá, mas agora chega de falar sobre gente negativa. – ele ajeitou melhor meus cabelos com os dedos – Está pronta para ver o resultado?

– É, eu... quero ver como ficou. – tentei soar animada, mas não sei se funcionou.

– Ok, vou girar no três, então... – suas mãos se apoiaram nos braços da poltrona, e Emily se levantou apressada da cama, estava bem mais entusiasmada que eu com aquilo – Um, dois...

O "três" os dois disseram juntos, na maior empolgação, e logo minha poltrona foi girada. Pude me ver no reflexo do espelho na minha penteadeira, Dylan havia aparado as pontas e feito uma franja que caiu muito bem com o corte. Estava muito melhor do que instantes atrás, e fiquei grata por isso.

– E aí, o que achou? – ele arqueou as sobrancelhas, dando mais volume aos meus cabelos com as mãos.

– Ficou muito bom, obrigada. – forcei um sorriso, não queria parecer ingrata.

– Você odiou? – vi sua expressão mudar drasticamente – Pode dizer, eu sei que odiou.

– Não, eu gostei. – me virei em sua direção – Você conseguiu, deixou bem melhor do que estava, eu só... Bom, é que os últimos dias tem sido um pouco difíceis, e não estou tão animada quanto deveria. Não é sua culpa.

– Tem certeza? – ele estava mesmo nervoso.

– É claro. – me levantei, estendendo minhas mãos em sua direção – Obrigada por me ajudar. Obrigada vocês dois por virem até aqui hoje, eu estava precisando conversar mesmo.

– Não tem que agradecer, você é nossa amiga, Liz. – Emily sorriu leve, quando Dylan apertou minhas mãos – Sempre estaremos aqui para te apoiar.

– É isso aí. – ele me puxou para um abraço, e Emily logo se juntou a nós.

Estranhamente, aquele momento foi reconfortante pra mim. A verdade é que eu estava me sentindo muito sozinha, principalmente agora que havia descoberto as mentiras do Jason, e até dos meus próprios pais. Então, acho que era bom saber que podia contar com pessoas que se importavam de verdade comigo. Sim, fazia toda a diferença lembrar que eu ainda tinha os meus amigos por perto.

Nosso momento melancólico não se estendeu por muito tempo, mas passamos o resto da tarde juntos e, já que eu estava de castigo, a Emily teve a ideia de pedirmos uma pizza. Comemos enquanto assistíamos a um show de comédia e, apesar de não estar no clima, aquilo ainda foi legal. Ao cair da noite, ambos tiveram que ir embora, no entanto combinamos de irmos juntos para o colégio pela manhã, eu realmente não queria chegar sozinha naquela selva de pedra.

Poucos minutos depois que Emily e Dylan saíram, minha mãe subiu as escadas para perguntar se eu queria jantar, e apenas neguei sem abrir a porta ou sequer me levantar. Por sorte, ela não insistiu, era melhor assim. Sem mais nada para fazer, passei alguns minutos encarando o teto branco, em completo silêncio. As lembranças dos últimos dias iam e vinham na minha cabeça, como um terrível martírio sem fim, até que ouvi o toque do celular do Jason ecoar pelo meu quarto.

Aquilo me fez levantar num sobressalto e, sem nem perceber, caminhei em direção a minha mochila caída no chão. Ao retirar o aparelho de um dos bolsos, pude ler "Allana" no identificador de chamadas, e logo senti meus batimentos acelerarem dentro do peito. O que ela poderia querer agora? Em pensamento, eu só pedia para que não fosse nada com a minha avó. Por menos que eu quisesse atender aquela ligação, sabia que deixar cair na caixa de mensagens não era uma opção.

– Por que está ligando? O que você quer agora? – apertei o celular contra a orelha.

– Onde estão seus bons modos, Lizzie? – debochou ela, do outro lado da linha – As pessoas civilizadas costumam cumprimentar os amigos, caso você não saiba.

– Você não é minha amiga! – franzi a testa – Então, o que quer dessa vez?

– Ai! Isso magoou um pouco, amor. – ela continuava zombando – Mas tudo bem, vamos ao que interessa... O McClain foi liberado há poucos minutos, e preciso que se encontre com ele.

– Espera, o Jason foi liberado? – senti um leve friozinho na barriga – Como... Ele está bem?

– Eu não sei, por isso preciso dos seus serviços. – dessa vez, Allana pareceu mesmo se importar – Tudo o que posso deduzir é que se ele ainda não está socado na sua casa, provavelmente está com a Alice.

– Por que ele... – me auto interrompi, cerrando o punho livre com força – Se o idiota do Jason escolheu procurar a Alice, você deveria tentar ligar pra ela.

– Ai, cacete! Olha, isso não é hora pra ficar com ciúmes, garota. – disse ela, numa chamada direta – Estou me fodendo pra quem o McClain vai comer essa noite, desde que não atrapalhe os negócios. Então, vê se segura esse seu drama adolescente de merda. Acha que se eu pudesse falar diretamente com ele, estaria mesmo perdendo meu tempo com você?

– Está dizendo que não pode entrar em contato com a Alice? – franzi a testa – Por quê? Ela não trabalha pra vocês? Aposto que atenderia suas ordens sem pestanejar.

– Acorda, isso não é uma colônia de férias. – respondeu ela, como se fosse óbvio – Caso não se lembre, graças ao seu ex-namoradinho, os federais invadiram a boate, e agora todas as meninas estão sendo observadas. É arriscado entrar em contato com qualquer uma delas.

– Então por que acha que o Jason iria procurá-la? – rebati, um tanto zangada – Pelo que entendi, ele pode estar em qualquer lugar agora.

– Acontece que o McClain não é burro, e sabe que precisa sustentar o disfarce. – seu tom de voz soou sorrateiro – Ele faz isso como ninguém, você sabe do que estou falando, não sabe?

Ouvir seu deboche me fez apertar ainda mais o celular, contendo o choro quente que subia pela garganta. Era humilhante e doloroso saber que o Jason havia me enganado daquela forma, que tinha mentido e me usado para atingir os interesses da Black Wings, sem ao menos se importar com os meus sentimentos. A verdade é que ele me tratou como se eu fosse descartável, e era muito difícil lidar com isso, então fiquei em completo silêncio por alguns segundos.

– Bom, agora chega de enrolação, pegue um pedaço de papel e anote o endereço da Alice. – Allana soou bem mais confortável do outro lado da linha.

Respirei fundo, engolindo a enorme vontade de lhe dizer umas poucas e boas, e depois encerrar aquela ligação, por mais tentador que fosse. Afinal, aquela mulher continuava sendo perigosa, e eu não podia arriscar que ela acabasse machucando a minha avó. Então, me obriguei a fazer exatamente o que ela pedia, passando a anotar suas instruções. Ao fim da ligação, um suspiro pesado me escapou e caí sentada em minha cama.

Ainda não sabia exatamente como reagiria ao encontrar com o Jason depois de tudo. Talvez eu só não quisesse encarar a realidade assim tão rápido. Uma parte de mim insistia em negar que fosse verdade, que ele havia mesmo me enganado, mas a sensação que me consumia era que depois de vê-lo não restaria pedra sobre pedra. Isso me assustava um pouco, contudo eu não tinha escolhas, precisava ser forte.

Sequei as lágrimas nos cantos dos olhos, e me levantei em direção ao closet, onde vesti uma roupa mais quentinha, pois estava chovendo lá fora. Tentei não pensar muito quando chamei um uber, e logo recolhi minha carteira, junto com os celulares os quais guardei em minha bolsa. Ao tocar na maçaneta da porta, senti meu pulso latejar, e ao olhar naquela direção notei que estava um pouco roxo.

No mesmo instante, alguns lapsos da discussão com o Jordan hoje mais cedo, surgiram em minha cabeça. Ele provavelmente acabou me machucando quando apertou forte meus pulsos, mas só agora vim perceber isso. Puxei um pouco a manga do meu suéter para baixo, numa tentativa de esconder as marcas, e logo abri a porta, tratando de sair do meu quarto. Tentei não fazer muito barulho, enquanto descia as escadas, o que pareceu dar certo.

Meus pais estavam na cozinha, e nem sequer me viram sair de casa, era melhor assim ou com certeza tentariam me impedir. O uber não custou a chegar, e eu agradeci mentalmente por isso. À medida que o carro avançava pela cidade, eu podia sentir a ansiedade me consumindo lentamente de dentro para fora. Parte de mim queria encerrar tudo de uma vez e seguir em frente, mas o outro lado implorava por uma explicação. Eu não sabia o que queria de fato.

"Quero guardar cada detalhe seu, Liz... Mesmo depois de você ir embora... Você não entende... Sei que logo vai entender, mas até esse dia chegar...", antes que eu percebesse, uma lágrima quente rolou pesada pelo meu rosto, a qual logo tratei de secar. Eu não podia dar esse gostinho para o Jason, ele já tinha se divertido bastante me enganando esse tempo todo. Então, passei a reprimir todas as nossas lembranças juntos, enquanto observava as gotas da chuva escorrendo pela janela do carro.

– Moça, nós já chegamos. – avisou o motorista, ao estacionarmos em frente ao prédio onde Alice supostamente morava.

– Ah, claro, eu agradeço. – me apressei em pagar o valor da corrida.

Antes de sair do veículo, agradeci novamente, e o homem perguntou se eu tinha certeza de que estava no endereço correto. O prédio em si não era o problema, mas talvez as figuras estranhas que se espalhavam pelos arredores como urubus mal encarados, assustassem um pouco, então o motorista só deu partida depois que entrei. Confesso que aquilo me deixou mais tranquila. Ao passar pela recepção, segui diretamente para o elevador, assim como Allana sugeriu que eu fizesse.

As portas de metal se abriram, me revelando dois homens ali dentro, um deles fumava, e o outro segurava uma garrafa de tequila pela metade, indicando que talvez estivesse bêbado. No momento em que seus olhares vieram em minha direção, meu sexto sentido disparou alertando que eu não deveria entrar ali. Por isso mesmo, tratei de fingir procurar algo na minha bolsa, enquanto dava a volta em direção as escadas.

– Qual é a dessa vadia? – ouvi um deles me xingar.

– Tá maluco, otário? Essa é a mulher do McClain! – respondeu o outro, após socar o ombro do amigo – Você quer morrer por acaso, porra?!

Eu nem sequer pensei em olhar para trás, apenas empurrei a porta que dava acesso a escadaria, passando apressada por ali. Só diminuí o passo ao perceber que não estava sendo seguida, e agradeci a Deus por isso. "Essa é a mulher do McClain...", não fazia ideia de como um daqueles caras me conhecia, mas parece que veio a calhar no momento. Ri anasalado, negando sutilmente com a cabeça, enquanto conferia mais uma vez o endereço que a Allana havia me passado.

– Quarto andar, apartamento 32B. – li em tom baixo, terminando de subir os três lances de escada.

Caminhei mais um pouco pelo extenso corredor vazio, até finalmente parar de frente ao apartamento da Alice. Aquela altura, o suor frio surgia nas palmas das minhas mãos, e precisei tomar um fôlego de coragem antes de bater na porta. Somente após ouvir os passos se aproximarem do outro lado, percebi que Jason podia abri-la, então o que eu diria ao vê-lo bem na minha frente? Bom, agora não dava mais tempo de pensar em nada.

– Lizzie? – Alice franziu a testa, ao abrir a porta e dar de cara comigo – O que está fazendo aqui?

– Ah, é que...

– Alice, onde colocou as minhas roupas? – Jason me interrompeu, surgindo na sala só de toalha.

Em resposta, ela riu anasalado, abrindo um pouco mais a porta, para que ele me visse ali. Não demorou até que nossos olhares se encontraram, fazendo todos os pelos do meu corpo eriçarem. No entanto, logo em seguida senti meu coração ficar pequenininho dentro do peito, ao ver todos os hematomas e machucados espalhados pelo seu rosto, tórax e abdome.

– Suas roupas estão bem ali. – Alice apontou para a poltrona, mas o Jason nem sequer olhou naquela direção – Vem, entra, Lizzie. Pode ficar a vontade.

– Obrigada. – agradeci com um leve aceno de cabeça, me obrigando a romper o contato visual com o Jason, enquanto adentrava aquele apartamento.

– Bom, eu estava indo tomar uns drinks no meu quarto, então a casa é de vocês. – ela passou por mim, muito bem humorada – Qualquer coisa, finjam que eu não estou aqui.

– Ah, tá legal. – foi tudo o que eu consegui responder, estava nervosa demais para pensar em algo melhor.

E, sem dizer mais nada, Alice alcançou a garrafa de whisky sobre o balcão, depois desapareceu pelo corredor para os fundos, nos deixando sozinhos na sala.

– O que aconteceu? – Jason finalmente pareceu lembrar que sabia falar – Por que cortou os cabelos?

– Acho que isso não é a coisa mais importante a se discutir agora. – passei uma mecha de cabelo para trás da orelha – Parece que você se machucou feio dessa vez... O que houve?

– Não foi nada demais. – ele envolveu o braço em seu abdome, ao dar um passo em minha direção.

– Não é o que parece. – tratei de me aproximar, antes que aquele idiota acabasse se machucando mais ainda – Você precisa limpar os ferimentos e fazer alguns curativos, ou vai acabar infeccionando.

– Ah, é? – Jason apoiou seu peso em meus ombros, e eu o ajudei a sentar no sofá – E você conhece alguém especializado que possa cuidar disso pra mim? Lembro que da última vez que tentei resolver sozinho, você ficou brava comigo.

– É, por que você havia tomado um tiro, e devia ter ido ao hospital. – pontuei, sem enrolação – Talvez devesse ir agora mesmo tirar um raio-x, para ver se não fraturou nenhuma costela.

– Em minha defesa, eu não tomei um tiro caçando ou fazendo nada lícito, então levantaria suspeitas se eu fosse a um hospital. – ele fez uma careta de dor ao tentar sorrir – E pra terminar, pode ficar tranquila, eu não quebrei nada, só está meio dolorido.

– Bom, isso quer dizer que você só tem que fazer o que eu disse e tomar uns analgésicos. – olhei em volta, após deixar minha bolsa ao seu lado no sofá – Aqui tem um kit de primeiros socorros?

– Eu não sei, talvez tenha alguma coisa na despensa. – seus olhos apontaram a direção – Mas não precisa se preocupar, eu posso dar um jeito.

– Não estou preocupada, só... – me apressei em seguir até a despensa – Eu te conheço, e sei que não pode dar um jeito sozinho coisa nenhuma.

– É, parece que você me pegou nessa. – ele completou a frase quase num murmúrio para si mesmo.

Sim, eu sei que era meio estranho ajudá-lo agora, mas não conseguia ignorar o fato de que Jason estava machucado, nem o quanto isso me deixava nervosa. Tentei não pensar muito a respeito, enquanto procurava qualquer coisa que se parecesse com um kit de primeiros socorros, até que finalmente achei uma maleta. Respirei fundo antes de deixar a despensa, e ao finalmente retornar para a sala, percebi o sofá vazio.

– Como sabia que eu estava aqui, Lizzie? – a voz rouca de Jason me fez se virar rapidamente.

Ele saiu de um cômodo que julguei ser o escritório, e agora usava uma calça moletom, pelo visto havia encontrado suas roupas. Abri a boca com o intuito de responder a sua pergunta, mas não consegui pensar em nada para dizer. Talvez estivesse mais nervosa do que pensava, ou podia ser o fato de que admirava cada traço em seu rosto. Odiava o quão sexy aquele idiota conseguia ser, mesmo todo quebrado, mas não conseguia negar que adorava a forma que seus cabelos desgrenhados recaíam sobre a sua testa, sempre achei que lhe davam um charme a mais.

– Deixa eu adivinhar, foi a Allana? Ela falou com você? Mandou que devolvesse o meu celular? – ele tornou a perguntar, enquanto tirava o aparelho do bolso da calça – Se for só isso, acho que já peguei de volta, então você não precisa mais ficar.

– Está falando para eu ir embora? – franzi a testa, um tanto confusa.

– Bom, para ser sincero, suponho que o seu tio te contou sobre as drogas e o roubo da BW, e imagino que você já tenha juntado as peças. – Jason parecia não se importar nem um pouco com aquilo – Então, acredito que não temos mais nada para conversar.

– Uau! –  coloquei o kit de primeiros socorros sobre a poltrona – É só isso que você tem a me dizer?

– Na verdade, nada que eu diga vai mudar alguma coisa, Lizzie. Então... – ele me lançou um curto olhar sem demonstrar o mínimo interesse – Olha, eu chamei um uber pra você, mas pode esperar aqui se quiser, está um pouco tarde.

– Ah, então agora você está preocupado porque está tarde... – ironizei, sentindo o sangue esquentar nas veias – É engraçado, porque há algumas semanas nem se importou em me usar pra ter o que queria, não foi?

– Eram só negócios. – justificou ele, como se isso limpasse tudo – O seu tio apreendeu a nossa carga, e a BW tomaria de volta de qualquer jeito, eu só tentei fazer as coisas pacificamente. Ninguém precisava se machucar.

– Acontece que a Rose está numa cadeira de rodas! – cerrei os punhos com força.

– A Allana precisava de uma distração convincente para o seu tio acreditar no sequestro. – Jason falava tranquilamente, o que só conseguia me deixar ainda mais irritada.

– Está dizendo que a vida da Rose não passava de uma distração pra vocês? – arqueei as sobrancelhas – É isso mesmo?

– Era o meu trabalho, Lizzie. – suas palavras soavam frias como pedras de gelo – Já estava tudo determinado, eu só precisava executar a minha parte, e foi o que fiz.

– Eu confiei em você... Como teve coragem de me enganar assim? – dei alguns passos em sua direção, mas me auto interrompi antes que chegasse perto demais – Não acredito que fui burra ao ponto de me deixar levar, de me envolver com você. Isso... foi um erro!

– É, você está certa, foi um erro. – ele concordou com um aceno de cabeça – Mas eu quero que saiba que não foi nada pessoal.

– Acontece que foi pessoal pra mim, Jason! – senti as lágrimas se acumularem nos meus olhos – Eu achei... Achei que fosse de verdade com você, mas estou vendo que não.

– Sinto muito, acho que deixei as coisas irem longe demais. – ele me fez rir amargo.

– Ah, claro... – rolei os olhos – Por sua causa, a Rose não vai conseguir andar por pelo menos um ano, e não acaba por aí porque os desgraçados dos seus amigos também ameaçaram a vida e a segurança da minha avó, e o pior é que nenhuma delas tem nada a ver com isso. Mas calma, nada importa porque você... sente muito.

– A sua amiga vai ficar bem, e quanto a sua avó... – Jason fez uma curta pausa, ao me encarar diretamente – Ela foi só uma garantia, ninguém vai machucá-la.

– Você sabia? – cerrei os olhos, completamente incrédula – Sabia de tudo?

– Eu já disse, esse é o meu trabalho. – ele deu de ombros.

– É claro... Você é igualzinho a essas pessoas, são todos farinha do mesmo saco. – sorri amargamente – Mas sabe o que é mais louco? Eu sou tão estúpida que teria te ajudado se tivesse me pedido como amigo, se tivesse jogado limpo comigo.

– Você não entende, não dava pra arriscar. – vi seu maxilar travar, como se ele tentasse se controlar.

– Espero que tenha se divertido muito, me fazendo de idiota todo esse tempo. – me forcei a engolir o choro quente que subia pela minha garganta – Espero do fundo do meu coração, que tenha valido a pena pra você, afinal conseguiu o que queria. Isso... É, isso deve ter sido ótimo.

– Lizzie...

– Não chega perto de mim! – dei um passo para trás, ao vê-lo se aproximar – Nunca mais chegue perto de mim.

Jason não disse mais nada, apenas assentiu ao paralisar no meio do caminho. Então, me virei apressada, tratando de secar as malditas lágrimas nos cantos dos olhos, enquanto recolhia minha bolsa do sofá. Eu realmente precisava ir embora dali, ou juro que não responderia por mim.

– Espera, o seu uber ainda não chegou. – antes que eu pudesse perceber a proximidade, sua destra pousou em meu ombro.

– NÃO TOCA EM MIM! – berrei, me virando pronta para acertar um tapa em cheio na sua cara, mas ele segurou meu braço – Me larga! Já mandei você ficar longe.

– Eu só... – ele se interrompeu quando tentei me soltar, e sua atenção desviou para o meu pulso agora amostra – Quem fez isso com você?

– Me solta! – rangi os dentes, me soltando num solavanco.

– Lizzie, quem fez isso com você? – Jason tornou a perguntar, evitando que eu passasse por ele – Foi o Jordan? Aquele desgraçado te machucou?

– Não é da sua conta! – olhei bem no fundo dos seus olhos – Agora sai logo da minha frente.

– Só me responde... Foi o Jordan que fez isso? – ele continuou impedindo que eu passasse.

– Por que está tão interessado? – franzi a testa – Até onde sei, você é muito pior que o seu irmão. Não passa de um monstro que manipula qualquer um pra ter o que quer. Eu te odeio, Jason! Fica bem longe de mim.

Terminei de dizer aquilo entredentes, e pude acompanhar o seu olhar ficar distante novamente, como se minhas palavras carregadas de raiva o atingissem profundamente. Acho que funcionou, porque quando o empurrei, ele não tentou me impedir outra vez. Não consegui mais controlar as lágrimas e, ao sair daquele apartamento, senti o chão faltar embaixo dos meus pés, mas continuei me forçando a andar até desabar dentro do elevador vazio. Sentia como se meu coração fosse esmigalhado dentro do peito pela milésima vez.

Nem se eu tentasse, conseguiria descrever o quanto estava doendo agora, aquela era a pior sensação que já tive. Quando as portas de metal se abriram, me ergui com certa dificuldade, e caminhei para fora do prédio, mesmo sem conseguir suportar direito o meu peso sobre as minhas próprias pernas. A chuva ainda caía forte, mas eu realmente não me importava com isso agora, só queria ir o mais longe que pudesse. Tentava secar as drogas das lágrimas, para poder enxergar melhor o caminho, mas tudo que eu conseguia ver eram as luzes borradas dos carros que passavam pela rua.

"Acho que deixei as coisas irem longe demais... Não foi nada pessoal... Eram só negócios...", aquela conversa fervilhava na minha cabeça, aumentando a minha vontade de sufocar toda a dor no meu peito, até não sentir mais nada. Mas, ao mesmo tempo, não conseguia entender como fui tão burra de não perceber antes, como pude acreditar que alguém como o Jason se importava mesmo comigo? Isso era tão ridículo, o que eu estava pensando? Ao sentir o cansaço me vencer, eu parei embaixo de uma marquise, tentando me acalmar um pouco. Foi aí que percebi que não sabia onde estava, e isso conseguiu me deixar mais nervosa.

– O que temos aqui? – ouvi alguns passos se aproximarem, mas estava escuro e com toda aquela chuva não consegui ver de qual direção vinham – Está perdida, princesa?

Apertei minha bolsa contra o meu corpo, rapidamente desencostando da parede. Não sabia onde estava, ou pra onde deveria ir, mas ficar parada não me pareceu uma boa opção, então voltei a caminhar pela chuva.

– Está com pressa? – aquela voz continuava me seguindo, e eu podia ouvir os passos atrás de mim.

– Fica mais um pouco, bebê, a gente não morde. – escutei uma segunda voz – Volta aqui, vai?

Nesse momento, um carro apontou no início da rua, e precisei cobrir o rosto com uma das mãos por causa do farol, até que percebi o veículo diminuir a velocidade. Aquilo fez meu coração disparar dentro do peito, eu não conseguia pensar em outra coisa além de correr, e estava pronta quando as luzes baixaram me permitindo ver quem era no volante. Logo em seguida, o veículo estacionou ao meu lado, e pude ver uma porta abrir.

– Entra no carro! – aquela voz rouca fez eriçar os pelos da minha nuca.

– Lizzie, graças a Deus que te achamos, eu já estava ficando nervosa. – Alice me olhava do banco do motorista – Onde estava com a cabeça? Não é seguro andar a essa hora sozinha por aqui.

– E-eu... – olhei rapidamente por cima do ombro, e pude reconhecer a silhueta de dois homens parados um pouco mais atrás.

No entanto, assim que reconheceram o temido "McClain", logo se assustaram e saíram correndo em direções opostas.

– Eles te machucaram? – Jason se aproximou, numa tentativa de conferir se estava tudo bem comigo.

– Não chega perto de mim! – me afastei alguns passos para trás – Eu não preciso da sua ajuda.

– Tá legal, agora entra no carro. – ele segurou a porta, e notei uma faixa suja de sangue em volta da sua destra, indicando que havia se machucado há pouco tempo.

– Não! – neguei de imediato – Eu já disse que não preciso...

– Da minha ajuda. É, eu entendi da primeira vez. – fui interrompida – Só deixa a Alice te levar em segurança pra casa, e prometo que fico longe de você.

– Vem, Liz, pode confiar em mim. – ela deu um meio sorriso, e eu concordei com um leve aceno de cabeça – É isso aí, só as garotas.

– Ótimo! – Jason saiu da frente, dando espaço para que eu entrasse.

Em outras circunstâncias, tenho certeza de que não aceitaria aquela carona de nenhuma forma possível, mas acontece que estava cansada e com medo. A verdade é que, eu só queria chegar em casa, tomar um banho quente e deitar a minha cabeça no travesseiro, para talvez conseguir tomar decisões melhores daqui pra frente.

– Obrigada. – agradeci, quando Alice me ajudou com o cinto de segurança.

– Ah, isso não foi nada. – notei seu olhar se dirigir a janela ao meu lado – Hey, você consegue voltar pra casa sozinho?

– Não se preocupa comigo, só tira logo ela daqui. – pelo reflexo, vi Jason enfiar as mãos dentro dos bolsos da jaqueta.

Alice concordou, e ele não disse mais nada, apenas continuou parado no meio da chuva, olhando fixamente pra dentro do carro, como se esperasse que eu olhasse de volta. Bom, isso não aconteceu, eu não queria mais ter que olhar na sua cara uma única vez sequer. O veículo logo deu partida, seguindo pela rua, mas pelo retrovisor externo ainda pude ver Jason estático no mesmo lugar...

[...]

💕. Poxa, Jason... 😩 No lugar da Lizzie, o que vocês fariam? Será esse o fim do casal? 🥺

💕. Deixem seus comentários, e não esqueçam de apertar a ⭐️. Até o próximo capítuloooo 😘

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