39. Desentendimentos
"Estou cansado de amar de longe, e nunca estar onde você está... Oh, querida, todas as luzes da cidade nunca vão brilhar tanto quanto os seus olhos, eu trocaria todas elas por mais um minuto... – Car's outside, James Arthur."
JASON
Apesar do que Lizzie me contou sobre o neto do velho Raymond ficar martelando na minha cabeça, consegui encarar aquele café da manhã numa boa, afinal os Gibson costumavam ser quase da minha família antes do maldito Gobain assassinar o meu pai. Eles eram boas pessoas, eu não tinha dúvidas quanto a isso, mas não posso negar que, caso tivesse a chance, nem mesmo todo o respeito que eu tinha por aqueles dois, livraria o desgraçado do Luke de ir direto pra vala.
Se aquele filho da puta tentasse machucar a Lizzie outra vez, eu desceria ao inferno só pra poder acabar com a raça dele, e não me importava nem um pouco com o que isso poderia custar. Tentei me manter calmo enquanto ela me contava tudo ontem, não queria que ficasse ainda mais assustada do que já estava, mas assim que adormeceu, eu precisei sair para descontar a maldita raiva que me consumia por dentro. E a cada galho que cortava, eu imaginava o machado abrindo a cabeça daquele infeliz, enquanto ele agonizava aos meus pés.
Pensei que tivesse sido o suficiente para extravasar, e só voltei para casa depois de toda a raiva amenizar, por sorte Lizzie não percebeu, e nossa noite ontem me ajudou a empurrar tudo para o fundo da minha cabeça. Mas ter de vir aqui hoje fez tudo voltar de uma vez, ainda mais com tantas fotos daquele merdinha espalhadas pela casa. Assim que encerrei a chamada no escritório do Raymond, coloquei o telefone de volta no gancho e não pude deixar de encarar o porta retrato sobre a escrivaninha, me perguntando se aquele estupradorzinho continuaria sorrindo depois que eu metesse uma bala no crânio dele...
– Ah, você já terminou? – questionou o velho Gibson, adentrando a sala após dois leves toques na porta.
– Sim, obrigado. – me virei em sua direção, e pude vê-lo assentir.
– Ótimo, é... Isso é bom, rapaz. – ele sorriu fraco, parecia um tanto preocupado – Será que agora nós podemos dar uma palavrinha lá fora?
– Olha, é que eu e a Liz estamos meio apressados. – tentei despistá-lo, não estava nem um pouco a fim de ouvir um de seus sermões.
– É coisa rápida, filho, eu garanto. – disse ele – Além do mais, as moças estão conversando na cozinha, não vai querer interromper, não é?
– Sendo assim... – dei de ombros, numa sutil confirmação.
– Venha, vamos lá fora. – Raymond deu espaço para que eu passasse, e assim fiz.
Eu tinha uma ideia do que iríamos conversar, aquele velho sempre achou que tivesse alguma autoridade sobre mim e Jordan, talvez de algum modo ainda se sentisse responsável por nós. Então, provavelmente viria com uma série de conselhos idiotas para eu não desperdiçar o meu futuro, e voltar aos ringues enquanto ainda estava em forma. Isso não me agradava nem um pouco, mas já que estava aqui, não havia muito o que fazer para evitar.
Ao chegarmos a sala, ouvi a voz da Lizzie vindo da cozinha, ela e Marie estavam mesmo distraídas conversando enquanto lavavam os pratos, o que me garantia alguns tediosos minutos de um sermão sem interrupções. Raymond e eu saímos pela porta da frente, e a princípio achei que fossemos sentar nas velhas espreguiçadeiras daquela varanda, mas ele logo passou por mim, se dirigindo ao quintal nos fundos, então o segui.
– Lembra quando vínhamos caçar aqui? – ele me deu um curto olhar – Você sempre trazia a velha bola de baseball do Martin, e ficava arremessando nas árvores quando estava entediado.
– É, eu lembro disso. – respondi, olhando em volta.
Estava começando a ficar entediado agora.
– Isso te ajudava a manter o foco enquanto o resto de nós enchia a cara, não é mesmo? – Raymond riu anasalado – Sua parte favorita era a caça, e tenho que dizer... você era muito bom nisso.
– Sabe que não gosto de rodeios, Sr. Gibson, então onde quer chegar? – parei de caminhar, e ele fez o mesmo dois segundos depois.
– Só estou dizendo que você é um bom caçador, filho, e nada consegue tirar o seu foco durante uma caçada. – ele se virou devagar em minha direção – Mas às vezes, não faz mal perder uma.
– Sabe, estou começando a achar que isso é uma metáfora, porque não caço há muito tempo. – franzi a testa – O problema é que não gosto de metáforas, então pode pular a parte filosófica e ir direto ao ponto.
– Você tem razão, não estou falando de servos. – ele acrescentou o óbvio – Sei do seu envolvimento direto com a queda dos Darks, e que mesmo depois de ter destruído o desgraçado do Gobain, ainda está se afundando na Black Wings. – confesso que aquilo me pegou de surpresa – Não precisa o espanto, Jason, ou será que devo chamá-lo de McClainn?
– Então, você já sabe... – tentei não dar tanta importância, aquilo não representava em si um problema pra mim.
– É claro que sei. – Raymond confirmou novamente – Tenho acompanhado seus passos desde que Pietro e Lorenzo sumiram do mapa. Se me lembro bem, você veio até mim para saber o paradeiro deles depois da morte do seu pai, e aquela foi a última vez que te vi, filho.
– Espero que não tenha criado muitas expectativas com o prêmio de melhor detetive aposentado, é que não tinha espaço suficiente na mala. – ironizei, e ele não fez uma cara muito boa.
– Isso é uma piada pra você? – o velho Gibson me encarava um tanto irritado agora – Estou dizendo que sei o que fez. Você matou aqueles homens, junto com a mesma mulher que te ajudou a se livrar dos corpos. Por Deus, eu achei que fosse parar por ali. Tirar a vida de alguém é um peso muito grande, rapaz.
– Se sabe o que eu fiz, e está falando comigo, invés de alertar seus amigos na polícia, também deve saber que os filhos da puta só tiveram o que mereceram. – fui direto ao ponto.
– Sim, eu sei o que eles fizeram, e por isso não lhe entreguei às autoridades. – uma brisa gélida soprou contra nós, e Raymond mexeu as mãos, afundando-as dentro do bolso de seu casaco – Fiquei de olho apenas para a sua segurança.
– A Marie já sabe? Ela também sabe sobre isso? – olhei breve para dentro da casa, pela janela da porta dos fundos.
Lizzie ainda conversava entretida com a Sra. Gibson.
– Não, ela não faz a mínima ideia. – Raymond chamou minha atenção outra vez – Sabe que Marie te vê como o filho que ela nunca teve, seria um golpe e tanto para ela descobrir que se tornou um assassino.
– Vejamos, você ficou calado por todo esse tempo, então o que te move a falar comigo sobre isso agora? – questionei, encarando-o diretamente.
– É simples, você veio até aqui porque no fundo sabe que foi longe demais, sabe que precisa sair disso antes que toda essa merda te consuma. Você não quer ser um lixo como o cara que matou o seu pai, mas está perdendo o controle, eu posso ver nos seus olhos. – ele deu um passo em minha direção – Está buscando qualquer coisa em que se agarrar, porque tem medo do que está se tornando.
– Não sei do que está falando. – tentei desviar do assunto, mas Raymond parou bem a minha frente.
– Não minta para esse velho escaldado, filho. – sua leve risada fez meu sangue começar a ferver dentro das veias – Eu conheço você, conheço muito bem. Me escute quando digo que precisa sair enquanto ainda é tempo. O Gobain sumiu do mapa, e não vai mais voltar. Você fez tudo o que podia, tirou o que era importante para aquele filho da puta. Ele não é mais nada, mesmo que esteja vivo não representa nenhuma ameaça a sua família ou a essa cidade.
– Eu quero ele morto, Raymond! – falei entredentes, e logo senti seu olhar cansado recair sobre mim – Não vou descansar até enfiar uma bala na cabeça daquele desgraçado.
– A que preço, Jason? – suas palavras eram estranhamente pesadas – Nada do que faça vai trazer o seu pai de volta, sabe disso.
– Você não entende, eu sei que estou perto, não posso simplesmente...
– Desistir e ter uma vida normal? – ele alteou um pouco a voz, cortando minha fala ao meio – Não acha que já se culpou por tempo suficiente, Jason? O que mais você tem que fazer para se sentir completo? O que te impede de seguir em frente? Essa não era a vida que o Martin queria para você!
– Mas é a que eu tenho agora, e não posso mudar isso. – senti um certo incômodo no peito.
– É claro que pode. Para início de conversa, tem uma bela garota lá dentro e, me corrija se eu estiver errado, mas acho que ela é importante pra você. – observou o velho Ray – O que pretende fazer? Porque não acredito que está disposto a arrastá-la para o inferno onde se enfiou.
– A Lizzie não tem nada a ver com o que eu faço. – me apressei em dizer – Ela não sabe de nada.
– Eu acredito em você. – o vi assentir, antes de dar dois leves tapas em meu ombro esquerdo – Lizzie me parece uma boa moça e, se me permite falar, eu vi o jeito que você olha para ela... como se estivesse disposto a tomar um tiro só para defendê-la. Seus olhos falam o quanto essa garota é importante para você, eu juro que posso ver o velho Jason surgir quando olha pra ela. E sabe o que é pior? Os seus inimigos também vão perceber isso.
– Eu sei cuidar dos meus problemas sozinho. – esquivei do seu toque.
– Não tenho dúvidas disso, Marie tem razão, já é um homem feito. – disse ele – Mas sabe que não estou errado. Você precisa tomar uma decisão importante, antes que pessoas inocentes como a Lizzie se machuquem por conta de uma vingança idiota, eu sei que você sabe do que estou falando. Seja o homem que o seu pai te ensinou a ser!
– O meu pai morreu! – cerrei os punhos com força – Eu não sei o quanto ensaiou essa merda de discurso, mas se quer saber, só tem uma forma de me parar agora, e ela termina com a porra de um caixão embaixo da terra. Só que isso não vai acontecer, até eu arrancar a maldita cabeça do filho da puta do Gobain, eu fui claro o suficiente?
– Filho...
– Eu não sou a porra do seu filho, velho! – berrei furioso – E ao invés de cuidar da minha vida, você deveria dar um conselho ao seu neto bastardo de merda, diga para aquele verme ficar longe da Lizzie, ou juro que vou dar a ele o mesmo fim que os assassinos do meu pai tiveram, e a pior parte é que você e a Marie não vão nem ter um corpo pelo qual chorar. Sabe do que estou falando, não é?
– O que meu neto tem a ver com isso? – questionou Raymond, de olhos arregalados.
– Talvez se perdesse menos tempo comigo, soubesse a resposta para essa pergunta. – concluí, dando um passo a frente, o que automaticamente o fez recuar – É melhor abrir o olho para a sua própria família, Ray, porque se não colocar eles na linha, eu mesmo coloco.
Dei a última palavra e, tirando que o velhote extasiado a minha frente parecia não ter mais nada a acrescentar, me virei seguindo apressado para dentro de casa outra vez. Precisava me mandar com a Lizzie dali o quanto antes, ou juro que não sei onde aquilo acabaria. Empurrei a velha porta dos fundos com força, praticamente invadindo a cozinha onde Marie e ela conversavam, ambas estremeceram com estardalhar alto que causei.
– Anda logo, Lizzie, vamos embora daqui! – falei de uma vez, e ela logo me olhou por cima do ombro.
– O quê? – a vi franzir a testa – O reboque já chegou?
– Não, – me adiantei a agarrar um dos seus braços – mas já está a caminho. Agora vem logo de uma vez, não me faz repetir!
– Espera, o que aconteceu, querido? – Marie se pôs de pé, assim que forcei Lizzie a se levantar.
– Sinto muito, Sra. Gibson, mas estamos de saída. – me adiantei pela cozinha, enquanto empurrava Lizzie em direção ao corredor logo à frente.
– Jason, isso é ridículo, me larga! – ela tentava se soltar, mas só garantia que eu apertasse mais forte o seu braço – Para, você está me machucando.
– Se andasse mais rápido, eu não machucaria. – rosnei furioso, ignorando seu olhar irritado.
– Não querem uma carona para casa? – Marie nos seguia pelo estreito corredor, um tanto preocupada – Garanto que o Raymond pode levá-los.
– É uma boa caminhada, não queremos dispensar a vista. – abri a porta da frente – Obrigado pelo café, estava uma delícia, mas temos mesmo que ir agora.
– Tem certeza, querido? – Marie segurou a porta, antes que eu a fechasse.
– Deixe-os ir. – ao olhar por cima do ombro, avistei o velho Raymond surgir no fim do corredor.
– O que deu em você? Eu mandei me largar! – Lizzie aproveitou a brecha e me empurrou, se afastando de mim – Eu não sou a droga do seu bicho de estimação, não saia me arrastando pelos cantos como se eu fosse um.
– Faça como quiser, mas ainda estamos de saída. – passei por ela, me apressando a descer os degraus, contudo ainda pude sentir seu olhar feroz queimando minha nuca.
Dei mais alguns passos a frente, até que ouvi Marie se despedir de Lizzie um tanto emotiva, acho que no fim aquelas duas haviam mesmo se dado bem, mas isso não vinha ao caso agora. Apesar da estranha conversa que tivemos, Raymond também veio se despedir dela, e nem preciso dizer que tive de me controlar para não arrastá-la outra vez para longe dali.
Me virei apenas quando finalmente escutei seus passos descendo os degraus e, assim que seu olhar se encontrou com o meu, pude perceber que Lizzie não estava apenas zangada, mas também parecia um tanto decepcionada comigo, ou com o fato de eu tê-la arrastado daquela forma grosseira por toda a casa, dava no mesmo.
– Espero que voltem mais vezes, para passarem mais tempo se possível. – disse Marie, com lágrimas nos olhos.
– Eles irão voltar, querida, não se preocupe. – Raymond tocou os ombros dela, numa sútil tentativa de acalmá-la, enquanto me lançava um olhar severo.
– Até logo! – Lizzie se despediu uma última vez com um aceno, o que me fez rolar os olhos ao mesmo tempo em que girava os calcanhares novamente.
– Se cuide, querido! – ouvi a voz chorosa de Marie, no segundo em que dei o primeiro passo a frente.
Em resposta, eu apenas levantei brevemente a destra e, sem mais olhar para trás uma única vez, segui caminhando de volta para a trilha em silêncio, Lizzie veio logo em seguida. Mesmo sem dizer nada, eu ainda podia sentir seu olhar queimando na minha nuca, provavelmente queria entender o que havia acontecido lá atrás, mas eu não tinha certeza do que lhe dizer, e mentir para ela não era uma opção.
A certo ponto, ela passou por mim muito irritada, teria me levado junto caso eu não tivesse esquivado para o lado a tempo, aquilo me fez sacudir a cabeça numa tentativa de não ser o primeiro a abrir a boca. Apenas reduzi o passo e deixei que se afastasse consideravelmente, talvez um pouco de espaço para respirar fizesse toda aquela raiva irracional se dissipar até chegarmos de volta a cabana. Foi nisso que eu decidi acreditar.
No entanto, a primeira coisa que ela fez ao entrar em casa, foi bater a droga da porta com força na minha cara, o que causou um estardalhar, espantando um bando de pássaros nas árvores mais próximas. Confesso que precisei respirar fundo duas vezes antes de subir os degraus de madeira, a fim de segurar a onda, Lizzie estava irritada pra valer e não ajudaria em nada discutirmos por algo tão estúpido. Ao passar pela porta, avistei ela sentada na cama, de costas para mim. Já havia se livrado da jaqueta, e parecia analisar um de seus braços.
– Eu machuquei você? – questionei, um tanto preocupado.
– Por acaso se importa com isso? – Lizzie nem mesmo olhou em minha direção, mas logo me aproximei.
– Que merda! – xinguei em tom baixo ao ver o pequeno hematoma que se formava em seu braço – Lizzie, olha, eu não queria... Não queria machucar você. Me desculpa, por favor?
– É só o que tem a dizer? – questionou ela, sem se mover um só centímetro.
– O que mais você quer que eu diga? – franzi a testa, um tanto confuso.
– O que aconteceu lá, Jason? – ela finalmente passou a me encarar – Por que saiu me arrastando daquele jeito? O que deu em você?
– Eu não quero falar sobre isso. – me virei, alcançando minha mochila sobre a poltrona – O Joel já deve estar a caminho, então é melhor me ajudar a juntar as coisas.
– Não, você não vai fugir dessa conversa! – Lizzie se levantou num sobressalto – Vai me dizer agora por que merda fez isso comigo, e é melhor que tenha uma boa desculpa.
– Eu já disse que... – as palavras fugiram da minha boca ao me virar e vê-la tão perto.
– Não quero brigar com você, então só dessa vez, me diz o que aconteceu lá? – ela segurou meu braço esquerdo, como se tentasse evitar que eu fugisse do seu contato visual – Por favor, Jay?
Fiquei em silêncio, apenas lhe encarando de volta nos dez primeiros segundos, pois não fazia ideia do que devia responder. Lizzie sabia sobre a BW, mas só ia até aí, ela não me conhecia de verdade, e talvez somente por isso estivesse comigo agora. Ao contrário, provavelmente sentiria medo, raiva ou nojo de mim como todas as outras pessoas. Acho que não me agradava nada a ideia de ver isso em seus olhos, mesmo sabendo que estaria suscetível um dia.
– O Raymond sabe. – optei pelo caminho mais fácil para finalizar aquela discussão – Ele estava me dando um sermão, porque sabe o que eu faço, e sobre a Black Wings.
– Espera aí, como... – ela recuou um passo após me soltar, como se tentasse juntar as peças – Como é que ele sabe disso?
– Caso não se lembre desse detalhe, estamos falando de um policial aposentado. – prossegui, mesmo sem a intenção de contar todas as partes – Suponho que ele ainda tenha muitos contatos dentro da polícia.
– Meu Deus, o Sr. Gibson ameaçou você? – Lizzie arregalou os olhos, um tanto preocupada agora.
– Não. – fui sincero, a fim de acalmá-la – Para ser honesto, eu não acho que ele tenha intenção de me entregar às autoridades.
– Então, por que ficou tão estressado? – ela parecia confusa.
– Fora ele ser avô do desgraçado que machucou você? – não consegui evitar – Eu não suporto sermões tirados da traseira de um caminhão. O velho encheu a minha cota.
– Espera aí, você falou sobre o Luke com ele? – seu tom de voz soou mais como uma acusação – Jason, por que fez isso?
– Hey, relaxa um pouco. Eu não disse nada sobre o que você me contou. – alcancei sua destra, antes que se afastasse demais – Posso ter mandado um recado pra ele ficar longe de você, mas não disse o motivo.
– Você prometeu que não ia falar nada sobre isso. – Lizzie estava mesmo desapontada agora.
– É, e eu cumpri. Não fica chateada. – larguei minha mochila sobre a poltrona outra vez, agarrando seus quadris com as duas mãos – Pense que se acontecer algo terrível com o Luke no futuro, eu fui bonzinho o suficiente para avisar a ele antes.
– É sério mesmo? – ela arqueou uma sobrancelha, e cruzou os braços.
– Vamos lá, eu sei que se amarra quando eu sou um idiota bonzinho. – me aproximei um pouco mais, quase colando meu corpo ao seu – Isso foi um sorriso?
– Claro que não! – a vi rolar os olhos, com um leve sorrisinho no canto dos lábios – Ainda estou chateada com você.
– Sabe que eu acho sexy quando fica chateada. – toquei a ponta do meu nariz no seu, ao mesmo tempo em que apertava seus quadris um pouco mais forte.
– Quer parar? Não pode resolver tudo me levando pra cama. – ela me deu um leve empurrão, mas lhe puxei para mais perto antes que pudesse me soltar.
– Como assim não posso? – arqueei as sobrancelhas – Você mesma disse que eu sou ótimo na cama...
– Não, eu não lembro de ter dito isso. – suas mãos delicadas pousaram em meu peitoral e, a essa altura, um largo sorriso tomava seus lábios rosados.
– Não? – me fiz de ofendido – Bom, acontece que eu lembro que te fiz gozar três vezes ontem a noite. Se isso não quer dizer que eu sou bom de cama, não sei mais o que pensar de mim mesmo.
– Jason... – suas palavras foram interrompidas, quando me precipitei a beijar seu pescoço.
– Se continuar assim, vai ser difícil me controlar, pequena. – sussurrei quente em seu ouvido, e pude ver seus pelos eriçarem.
– Quê? – suas mãos seguraram meus ombros – Eu não fiz nada, seu idiota!
Rimos juntos, deixando assim aquele clima estupidamente tenso para trás de uma vez. Era mesmo engraçado como coisas tão bobas lhe arrancavam os sorrisos mais lindos, Lizzie era perfeita em todas as formas. Eu não podia negar que adorava observar cada traço nela, como uma obra de arte preciosa e angelical. Posso ter perdido a conta de quantas vezes assisti aqueles belos sorrisos de longe no colégio, ao mesmo tempo que pensava no quanto Jordan era sortudo.
Começou como um passatempo, uma garota bonita como ela chama a atenção de qualquer cara, e eu não tinha nada melhor pra fazer, então acho que me divertia analisando suas reações, mas não foi só isso. Lizzie tinha alguma coisa que lhe tornava diferente, e não me refiro ao fato de que era virgem quando nos conhecemos, não foi o que me chamou atenção nela, apesar de ser um pouco excitante.
Digo, ela era genuinamente boa, e talvez tenha sido a única pessoa que me tratou de igual para igual, no meio de tantas outras que me temiam, ou odiavam. Eu sabia que o Jordan tinha tirado sorte grande por ser o cara que ela escolheu amar, e por um tempo cheguei a desejar profundamente que ele fizesse alguma merda, o que era extremamente egoísta. Mas aquele sorriso... Aquele sorriso era a minha perdição.
Havia um brilho diferente nos olhos da Lizzie quando estava com o Jordan, e uma parte de mim já tinha aceitado o fato dele ser o cara certo pra ela, mesmo que isso significasse nunca tê-la em meus braços, mesmo que significasse sempre ficar no banco observando o jogo de longe. Ela estava feliz com ele, e acho que era o que importava, mas por outro lado eu odiava o meu irmão, odiava saber que os olhos dela nunca brilhariam do mesmo jeito quando olhassem pra mim, e odiava o fato dele poder machucar alguém tão... boa.
– O que foi? – ela entrelaçou seus braços em meu pescoço – Por que está me olhando desse jeito?
– Eu só... quero dizer o quanto você é linda. – encostei minha testa na sua, me segurando para não devorar seus lábios macios e deliciosos.
– Um elogio barato assim não vai me comprar, você vai precisar fazer melhor que isso. – senti as pontinhas dos seus dedos acariciando minha nuca.
Ri anasalado, assentindo enquanto tocava seu rosto carinhosamente com a destra. Deslizei o polegar por sua pele macia, até alcançar seus lábios os quais passei a desenhar bem devagar, à medida que nossas bocas se atraíam feito ímãs.
– Melhoraria se eu te beijasse agora? – sussurrei, esfregando sutilmente meus lábios nos seus.
– Um pouco, talvez... – pude ouvir um suspiro lhe fugir após segurar firme em sua nuca.
Num reflexo imediato, Lizzie puxou meus cabelos de leve e, nesse instante, seus olhos verdes hipnotizantes mergulharam nos meus, me causando a estranha certeza de que aquela era a gota d'água, eu precisava me deliciar no doce sabor do seu beijo. Sem mais demoras, pressionei meus lábios aos seus, emaranhando meus dedos por entre os fios macios dos seus cabelos, e pude sentir suas unhas arranharem a minha nuca bem devagar.
Pedi passagem com a língua e ela cedeu rapidamente, me puxando para mais perto quase como se quisesse se fundir a mim. Em resposta, deslizei minha mão livre ao seu traseiro, o qual apertei com força, fazendo ela arfar baixinho entre o beijo. Não demorou nada até que lhe tomei entre meus braços, me virando com ela em direção a cama. Lizzie me olhou nos olhos, e notei um certo ar selvagem emergir naquelas duas esmeraldas, prendendo ainda mais a minha atenção.
No instante seguinte, ela me puxou pela gola da camisa, voltando a me beijar ainda mais intenso que antes. Não posso negar que adorava isso, adorava saber que aguçava seus desejos ao ponto dela deixar toda a vergonha de lado sem nem perceber. Sua língua tocou a minha gentilmente, e pressionei seu corpo contra o meu, sentindo suas mãos pequenas apertarem meus ombros, ao mesmo tempo em que as minhas apertavam os seus quadris. No entanto, rompemos o contato novamente, antes que alcançássemos a cama, e ela se virou de costas, me puxando pela nuca.
Rapidamente, agarrei firme sua cintura, pressionando meu quadril contra o seu traseiro, ao passo em que começava a distribuir beijos molhados pelo seu pescoço, inalando o doce perfume que exalava da sua pele e cabelos macios. Lizzie tocou uma das minhas mãos, sorrindo sacana antes de rebolar em provocação, e quando lhe empurrei em direção a cama bem a nossa frente, ela se soltou dos meus toques, se afastando alguns passos antes de se virar de frente pra mim outra vez.
– Mas o que...
– Quanto tempo ainda temos aqui? – ela me interrompeu, com um sorriso ousado nos lábios, enquanto dava alguns passos para trás.
– Eu não sei... Por volta de uma hora, talvez... – respondi, um tanto confuso pela pergunta repentina.
– Isso quer dizer que – Lizzie subiu um pouco a saia do vestido, para se sentar sobre a escrivaninha logo em seguida – ainda temos algum tempo, certo?
A fenda em seu vestido se abriu de forma sexy, ao passo que ela puxava lentamente o tecido para cima, me dando a visão das suas coxas completamente nuas. Não demorei a entender que aquilo era uma clara insinuação para o sexo, mas posso ter sido pego de surpresa por sua atitude, afinal Lizzie nunca tinha expressado assim antes a sua vontade de ser tocada. Nos primeiros segundos, tudo o que fiz foi apreciá-la, alimentando o desejo que esquentava ainda mais o sangue em minhas veias.
– É, nós temos bastante tempo. – respondi por fim, me adiantando a arrancar minha camisa pela cabeça.
Ao arremessar aquele pedaço de tecido para trás, me adiantei em sua direção, agarrando firme suas coxas, à medida que me encaixava perfeitamente entre as suas pernas. Lizzie entreabriu os lábios em silêncio, apertando a saia do seu vestido com um pouco mais de força quando mergulhei meu rosto entre a curvatura do seu pescoço, e senti meu pênis latejar dentro da calça ao ver seus pelinhos eriçarem com o toque molhado dos meus lábios em sua pele macia. Segui distribuindo alguns beijos por ali, no mesmo ritmo em que lhe ajudava a subir mais a sua saia.
Não demorou muito, até que senti sua destra tocar a minha nuca, arranhando o local e me puxando para mais perto, o que me fez sorrir quente contra a sua pele em chamas. Era extremamente satisfatório saber que Lizzie já não conseguia mais esconder o quanto me desejava, porque agora ela também sabia que era desejada na mesma intensidade. Mordisquei o lóbulo da sua orelha, deslizando meus dedos pelo interior das suas coxas e, ao tocar sutilmente o elástico da sua calcinha, vi seu corpo estremecer num forte arrepio.
– Já está excitada assim, pequena? – sussurrei em seu ouvido, numa doce provocação, enquanto tocava as pontas dos dedos pela renda encharcada da sua calcinha – Mas eu ainda nem comecei...
– Então, – ela fez uma pausa, respirando fundo, e com sua mão livre me tocou por cima da calça – acho que somos dois, não é mesmo?
Inconsciente, movi meu quadril em direção a sua mão, e Lizzie me apalpou, sentindo o quão duro eu já estava para ela. Aquilo lhe arrancou um sorriso de canto, o qual soou extremamente sexy em seus lábios rosados, quase me fazendo perder a postura. Seu olhar penetrante logo encontrou os meus olhos, e tive a sensação de que tentavam ler meus pensamentos, por alguns segundos eu acreditei que pudessem. Sem avisos, ela me puxou pela nuca, se inclinando em minha direção e, ao esfregar nossos lábios de forma provocante, tornou a me apalpar por cima da calça, a fim de checar até onde estava no controle da situação.
Travei o maxilar, e Lizzie sorriu novamente, acariciando meu rosto com o polegar, se divertindo enquanto me provocava um pouco mais. Contudo, assim que tentei beijá-la, a vi recuar, e num impulso agarrei seu pescoço lhe empurrando contra o espelho atrás da sua cabeça. Seus olhos arregalaram pelo susto, mas logo foram tomados pelo prazer estampado em seu sorriso. Devagar, aproximei meu rosto do seu outra vez, domando seu olhar aos poucos, à medida que começava a brincar com as pontas dos dedos entre o elástico da sua calcinha, até finalmente arrastar aquela peça para o lado.
– Jay! – Lizzie arfou meu nome, apertando meu ombro esquerdo, antes de me puxar pela nuca para mais perto, ao passo que meus dedos tocavam sutilmente os lábios maiores da sua boceta sensível.
– O que foi? – questionei, rente aos seus lábios, enquanto deslizava meu polegar pelo seu pescoço, o qual fiz questão de apertar um pouco mais – Por acaso, não consegue se concentrar e me provocar quando te toco assim?
Sem dizer mais nada, ela apenas fechou os olhos com força por alguns segundos quando ameacei lhe penetrar com o anelar, o que já era resposta suficiente para mim. Mas, invés disso, segui acariciando seu clitóris em movimentos circulares que se tornavam cada vez mais ágeis e, ao ver aquelas duas pedras verdes me encarando com extremo desejo e luxúria outra vez, quase tomei seus lábios em um beijo, precisei me controlar para não fazê-lo. Poucos minutos depois, folguei minha mão em seu pescoço, apreciando sua respiração que ia ficando mais pesada a cada segundo.
Seu colo oscilava rápido e sexy de baixo para cima, o que acabou chamando a minha atenção. Dei um meio sorriso, antes de desfazer o laço em seu decote, o qual puxei junto com o sutiã para baixo com certa brutalidade, a fim de adimirar seu belo par de seios macios e rosados. Em resposta, Lizzie apertou meus ombros bem no segundo em que eu lhe invadi com o anelar, e lhe lancei um último olhar antes de abocanhar seu seio esquerdo, passando a chupar e mordiscar o mamilo rígido, enquanto com minha mão livre apertava e dava leves puxões no outro.
Troquei algumas vezes, enquanto acelerava e reduzia os movimentos de vai e vem com os dedos em sua boceta quente e molhada, até perceber Lizzie se contorcer sobre a escrivaninha, me apertando mais entre suas paredes internas. A essa altura, suas duas mãos mergulharam entre os fios dos meus cabelos, apertando e puxando-os enquanto gemia manhosa e se derramava num orgasmo delicioso para mim. Sorri satisfeito, apreciando seus curtos espasmos, ao passo em que finalizava as penetrações, retirando meus dedos de dentro dela.
– Muito bem! – me ergui a sua frente outra vez – Agora seja uma boa vadia, e limpe eles pra mim.
Esfreguei sutilmente as pontas dos meus dedos, lambuzados pelo seu melzinho, em seus lábios carnudos e, antes que Lizzie os abocanhasse, vi suas bochechas enrubescerem de vergonha, o que me arrancou um sorriso sacana. Ela começou a chupar bem devagar, saboreando o seu próprio gosto, enquanto fazia meu pênis latejar dolorosamente em minha calça, com o toque erótico da sua língua quente e macia em meus dedos. Para finalizar, ela inclinou sua cabeça em minha direção, engolindo o máximo que dava, numa provocação fodida de gostosa, ao mesmo tempo que suas mãos trilhavam caminho até a barra da minha calça.
Assim que soltou os meus dedos, Lizzie tentou me beijar, mas segurei o seu queixo entre o polegar e o indicador, negando sutilmente com a cabeça. Em seguida, inclinei um pouco mais o meu quadril em sua direção, e não demorou para que nossos olhares recaíssem às suas mãos que desabotoavam o meu cinto lentamente. Ela entendeu bem o recado e, sem que eu precisasse dizer nada, sua destra tornou a acariciar o enorme volume ali embaixo, me arrancando um arrepio gostoso. Sua mão livre seguiu desabotoando a minha calça, e meus olhos mergulharam nos seus outra vez.
Puxei seu rosto para mais perto do meu, até nossas respirações praticamente se tornarem uma só e, no momento que sua destra se meteu para dentro da minha cueca, toquei meus lábios aos seus, iniciando um beijo lento e cheio de desejo. Lizzie começou a me tocar em carinhos delicados lá embaixo, e num impulso recaí meu corpo sobre o seu, lhe empurrando contra o espelho às suas costas. Mordisquei seu lábio inferior, intensificando nosso beijo, à medida que conduzia sua língua numa dança estimulante. Minha destra agarrou sua coxa esquerda, a qual fiz questão de afastar um pouco mais para o lado.
Com a minha mão livre, abaixei um pouco minha calça junto a cueca, e travei o maxilar ao sentir sua mão me apertar mais forte. Rompemos o beijo quando avancei meu quadril contra o seu, pois Lizzie arfou baixinho, inclinando sua cabeça para cima. Apertei sua coxa, quando ela começou a esfregar a cabeça do meu pau entre os lábios maiores da sua boceta lambuzada, até me conduzir à sua entrada apertada. Pressionei nossos quadris novamente, e seus lábios entreabriram num curto gemido manhoso.
– Eu posso? – resolvi perguntar para conferir, tendo em vista que, apesar de ter gostado, Lizzie ficou um tanto chateada quando gozei nela sem avisar ontem pela noite – Você quer mesmo transar sem proteção?
– Não podemos... Eu quero, mas não assim, Jay. – disse ela, despertando do transe um tanto nervosa – Ontem aquilo... Você sabe, foi muito bom, mas irresponsável.
– Tudo bem, você tem razão. – concordei, me afastando um pouco dela – Desculpa... É que pela noite eu perdi a cabeça, não pensei direito, mas vou tentar me controlar daqui pra frente, está bem?
– Obrigada. – suas bochechas coraram, e eu rapidamente lhe roubei um selinho.
– Então, você quer colocar? – me estiquei um pouco para pegar a carteira no bolso da minha calça – Eu só...
Minha fala foi interrompida quando Lizzie desceu abruptamente da escrivaninha, se ajoelhando a minha frente. Ela me lançou um olhar, antes de abaixar mais a minha calça e segurar firme em meu pênis, me fazendo engolir em seco e apertar a carteira em mãos. Em seguida, começou a bater uma punheta bem lenta pra mim, aproximando seus lábios da cabeça inchada e já lambuzada pelo seu melzinho. Assim que ela depositou o primeiro beijo molhado ali, senti meus pelos eriçarem e movi meu quadril para frente, arremessando a carteira sobre a escrivaninha.
Sem pensar duas vezes, juntei seus cabelos entre as minhas mãos, travando o maxilar ao assistir sua língua quente e macia percorrer por toda a extensão do meu pau, fazendo as veias saltarem ainda mais de prazer. Lizzie repetiu aquele movimento algumas vezes, até que finalmente sua boca deliciosa me engoliu gostoso. Puxei seus cabelos, me obrigando a não socar fundo na sua garganta logo nos primeiros segundos. Adorava quando aquela puta me pagava boquete, porque ela sabia exatamente como me proporcionar ainda mais tesão no sexo oral, quase como se tivesse aprendido apenas para me satisfazer.
Sua língua me acariciava em movimentos circulares, à medida que engolia cada vez mais centímetros, lambuzando toda a extensão. Já estava com mais da metade do meu pênis para dentro, quando comecei a mover meu quadril bem devagar para frente, lhe obrigando a me receber por completo. Lizzie fechou os olhos com força, arranhando minhas coxas, assim que me enterrei fundo na sua garganta. E, sem perder tempo, segurei firme sua cabeça me deliciando em foder aquela boca gulosa, lhe dando curtas investidas antes de soltá-la.
– Shh... – segurei seu queixo entre o polegar e o indicador, ignorando o fato de que ela estava completamente ofegante – Eu mal comecei, e foi você que pediu... Agora mostra pra mim o quão boa é a minha cadela, hum?
[...]
💕. Esses dois são uma loucuraaaa 🤣🤣 O Jason tá tão caidinho pela Lizzie que chega dá uma dó do que ainda vem pela frente. Estão preparadas??? 👀
💕. Deixem seus comentários, e não esqueçam da ⭐️. Até o próximo capítuloooo 😘
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