Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

29. Sem perdão

"É como se você fizesse qualquer coisa pela minha afeição. Você está fazendo tudo da pior maneira... Disse a todos que sou uma vadia, então me tornei uma... Então deixa eu soletrar: Foda-se você e seus amigos... – abcdefu, Gayle."

Depois que a Maya finalmente foi embora, eu senti uma tristeza profunda me tomar. Digo, o que ela fez comigo foi horrível, mesmo assim não dava para descartar todos os anos da nossa amizade de uma hora para a outra. Eu a amava, não era capaz de perdoá-la e disso tinha plena certeza, no entanto, ela ainda tinha feito parte de uma fase importante da minha vida, a qual agora havia sido manchada com borrões feios. Em outras palavras, seria difícil cortar aquele pedaço fora, o que não significava que eu não fosse fazer.

Tive bastante tempo para me recompor durante todo o percurso até o hospital, sei que podia ter chamado um uber, ou até pego um ônibus, mas era bem cedo e preferi mesmo caminhar. Acho que foi o certo, tomar um ar e observar a vista me fez sentir um pouco melhor, até parei no caminho para comprar um café, o qual tomei sentada num parque enquanto olhava um senhorzinho fofo e simpático jogar migalhas para os pássaros.

Quando cheguei ao hospital, os pais da Rose já estavam lá e ficaram bem felizes em me ver, eles disseram que ela gostaria de saber que eu estava ali para lhe dar apoio. Aguardamos um pouco, e logo o médico os chamou para conversarem em sua sala. Como o horário de visitas ainda não havia iniciado, fiquei tomando conta da Destiny na sala de espera, e agora a observava brincar entretida com seus bonecos na área reservada para crianças.

– Liz, você pode vir aqui? – perguntou ela, de repente.

– Claro. – sorri doce, levantando da minha cadeira para me juntar a ela no tapete – Pronto, o que você quer me dizer?

– É que tem alguém querendo te conhecer. – Destiny sorriu sapeca.

– Ah, é mesmo? – arqueei as sobrancelhas – E quem é que quer me conhecer?

– Não olha agora, mas – ela se aproximou para cochichar no meu ouvido – você deixou eles bem curiosos. Não param de me perguntar sobre você.

Discretamente, a linda garotinha apontou com os olhos em direção aos seus bonecos escorados na casinha de brinquedo, e precisei segurar a risada. Franzi a testa, assentindo com a cabeça, como se levasse aquilo tão a sério, quanto ela.

– Tudo bem, acho que eu também quero conhecê-los. – confirmei, lhe arrancando um largo sorriso.

– Sendo assim, essa é a Sra. Bigols, e esse é o marido dela. – ela rapidamente os alcançou.

– É um prazer conhecê-los. Sou amiga da Destiny, e me chamo Lizzie Andrews. – apertei suas mãos de borracha com dois dedos – Preciso dizer que formam um belo casal.

– Preciso te contar que – minha amiguinha voltou a sussurrar só pra mim – eles andam brigando porque ele trabalha demais, só que eu sei que no fundo se amam muito.

– Então, não acha que eles deviam tentar se entender? – cochichei de volta, não queria estragar a brincadeira.

– Sim, mas acontece que os adultos são burros, Liz. – ela deu uma risadinha – Eles ficam ignorando o que sentem um pelo outro, e enrolam muito para resolverem os problemas.

Ouvir aquilo estranhamente me afetou mais do que eu podia esperar, e não consegui pensar em nada para dizer. Acho que precisava concordar com a pequena garotinha, afinal crianças tinham um jeito especial e mais fácil de ver o mundo a sua volta, não é mesmo?

– E ainda acham que nós crianças é que somos idiotas. – completou Destiny, sem se dar conta que havia me deixado sem palavras.

– Hum, já te disseram que você é bem esperta pra sua idade? – agarrei seu nariz entre o polegar e o indicador, lhe dando um leve apertãozinho.

– Bom, então eu espero continuar assim. – a vi dar de ombros, o que me arrancou um fraco sorriso.

– Ah, Lizzie?! – uma voz familiar chamou a minha atenção – Pensei que não viesse, eu te liguei algumas vezes.

– Desculpa, Emy, é que eu deixei o meu celular em casa no carregador. – me levantei, sorrindo sem graça – Mas não perderia isso aqui por nada.

– Tudo bem, estou feliz de te ver. – ela se aproximou, e me deu um abraço apertado – Como está tudo por aqui?

– Ainda não podemos entrar para ver a Rose, mas os Campbell já devem voltar. – expliquei ao rompermos o abraço – É que o médico chamou eles para uma conversa.

– Aconteceu alguma coisa? – vi seus olhos arregalarem.

– Acho que não, deve ser só para esclarecer os cuidados e falar sobre a fisioterapia. – tentei acalmá-la, o que pareceu dar certo.

– Ah, que bom! – Emily sorriu doce – Nossa amiga deve estar empolgada por finalmente ir para casa, não acha?

– É claro, estou ansiosa para...

– Vamos, meninas? – fui interrompida pela Sra. Campbell que apontou no corredor – Está na hora.

– Ebaaa! – Destiny se levantou animada, e logo correu em direção a sua mãe.

– Oh, Emily querida, é um prazer te ver por aqui! – observou a mulher alta, corando as bochechas ao ser golpeada por um abraço da filha mais nova.

– O prazer é todo meu, Sra. Campbell. – respondeu ela, enquanto nos aproximávamos.

– Eu já disse a vocês duas, me chamem apenas de Olívia, por favor? – a vimos franzir a testa, com um sorrisinho animado nos lábios.

– Está bem, me desculpe, Olívia. – Emily rapidamente se retratou.

– Bem melhor assim, não acham? – suas sobrancelhas arquearam, e nós concordamos com rápidos acenos de cabeça – Ótimo, agora venham, vamos buscar a Rose, ela já deve estar nos esperando.

Assentimos outra vez, tratando de segui-la pelo corredor. E, quanto mais nos aproximávamos do quarto, mais rápido meu coração batia no peito, estava mesmo muito ansiosa por aquilo. Assim que chegamos, notei a porta já aberta, e logo vi o Sr. Campbell ao lado da cama conversando com o médico, enquanto uma enfermeira terminava de prender as pernas da Rose na cadeira de rodas.

A pequena Destiny soltou a mão da Olívia, invadindo o quarto super animada para abraçar sua irmã que, aparentemente, foi pega de surpresa, mas não custou nada a retribuir o gesto carinhoso da mais nova. Sob o olhar cansado da Rose, nos aproximamos com um pouco mais de cautela, pois sua mãe havia avisado que ela estava um pouco ranzinza nos últimos dias.

– Olha só quem veio nos acompanhar para casa hoje, querida. – disse Olívia, assim que a enfermeira terminou ali.

– Ah... – ela nos olhou não muito animada – Por acaso, vocês não tinham nada melhor para fazer hoje?

– Filha, não fale assim com suas amigas. – sua mãe rapidamente lhe repreendeu.

– Ok, sejam bem-vindas ao trenzinho da alegria! – Rose sorriu mostrando os dentes, depois encarou a Olívia – Melhorou?

– Não liguem, meninas, sei que ela adorou ver vocês. – a Sra. Campbell pousou uma mão no ombro da filha mais velha, enquanto Destiny observava curiosa todos os lados da cadeira de rodas.

– Tudo bem, Olívia, não se preocupe com a gente. – disse Emily, a fim de amenizar o clima.

– Como você está, Rose? – perguntei, um tanto receosa.

– Bom, minhas pernas estão amarradas numa cadeira, então como pode ver, estou ótima! – ela me deu um falso sorriso, e vi sua mãe rolar os olhos.

Nesse momento, ouvimos duas leves batidas na porta, o que logo chamou nossa atenção. Ao olhar por cima do ombro, avistei o garoto de cabelos escuros ajustar seu óculos, um tanto sem graça, e não consegui conter um sorrisinho. Era Matthew quem havia acabado de chegar, trazendo um girassol muito bonito por sinal. Pelo que fiquei sabendo, ele andava bem atencioso com a Rose, e ela adorava sua companhia. Emily me lançou um olhar, e tive certeza de que estava pensando o mesmo que eu.

– Matt? – Rose franziu a testa – Você disse que não ia poder vir hoje...

– Eu... queria fazer surpresa. – ele ajeitou a mochila no ombro à medida em que adentrava o quarto.

– Oh, querido, é lindo. – observou Olívia, se referindo ao girassol.

– Lembrei que era a flor favorita da Rose, e... Bom, é pra você. – ainda envergonhado, ele estendeu o modesto presente para ela, que sorriu doce ao receber.

– Obrigada, eu adorei! – disse ela, após sentir o aroma daquela linda flor.

Emily e eu trocamos olhares outra vez, ao ver suas bochechas corarem. Acho que com tempo e paciência, aquela amizade tinha altas chances de se transformar em algo mais, e eu esperava mesmo que desse certo. Rose merecia alguém que valorizasse cada minuto ao seu lado, e não sei mesmo como ignorou alguém tão gentil e atencioso como Matthew por tanto tempo.

Mas quem sou eu para falar de assuntos do coração, não é mesmo? Minha vida amorosa estava tão catastrófica, que soava até irônico querer dar palpite no relacionamento dos outros. Ri fraco dos meus pensamentos, sacudindo a cabeça de leve. Acho que quando nos apaixonamos por alguém, é como se nada e ninguém mais importasse além daquela pessoa.

– Então, vamos para casa? – o Sr. Campbell nos chamou, recolhendo as mochilas da Rose sobre a cama.

– Por favor... – ela parecia um pouquinho mais animada agora.

Então, Olívia se despediu educadamente da enfermeira, e Matthew tratou de tirar as travas da cadeira de rodas, a qual lentamente foi empurrando junto com Destiny para fora do quarto. Emily e eu seguimos logo atrás, e ao puxar conversa outra vez, não recebemos uma resposta mal-humorada, o que já era de bom tamanho. Precisamos esperar uns minutos na recepção, enquanto o Sr. Campbell terminava de assinar uns papéis para confirmar a liberação, depois finalmente deixamos o hospital.

Quando chegamos ao estacionamento, os Campbell avisaram animados que tinham uma surpresa, e pediram que Matthew cobrisse os olhos da Rose. Dali em diante fomos caminhando bem devagar, até chegarmos na vaga com um carro coberto por uma enorme lona, a qual todos tivemos o gostinho de puxar. Era um Jeep Renegade, o modelo que ela sempre quis. Empolgado, o Sr. Campbell tratou de destravar o veículo para mostrar a adaptação especial para a filha.

– Você gostou, querida? – perguntou Olívia, após notar o silêncio da Rose.

– Claro, como se não bastasse essa cadeira idiota, agora eu também tenho um carro para me lembrar de que estou aleijada. – ralhou ela – É uma maravilha!

– Mas isso tudo é temporário. – tentei fazê-la olhar pelo lado positivo – Você vai ficar bem logo.

– Se "ao longo de um ano" é "logo" pra você, por que não experimenta ficar aleijada também, Lizzie? – suas sobrancelhas arquearam, e era possível notar seu rosto ganhar um tom avermelhado de raiva.

– Rose, não seja grosseira. – Matthew também quis intervir.

– Ah, é... – ela rolou os olhos – Eu esqueci, devo sorrir e acenar com a cabeça toda vez que ouvir alguém falando merda com pena de mim, me desculpe.

– Olha, eu não quis...

– Tudo bem, Liz. – Olívia tomou a palavra outra vez – Acho que a Rose precisa de um tempo, agradeço por terem vindo, mas é melhor deixarem a gente cuidar da situação agora. Podem visitá-la outro dia, aposto que esse mau humor todo vai passar logo.

– Tem certeza? Nós entendemos e não nos incomodamos, não é mesmo? – Emily tocou seu braço no meu.

– É, a gente entende que ela está passando por uma fase difícil. – concordei no mesmo instante.

– Eu sei, meninas, e agradeço todo o carinho e paciência, mas – ela passou por Rose, que nos deu as costas – é melhor darmos um tempo a ela. Ainda é tudo novo, e todo esse processo tem sido tão complicado. Eu espero que entendam...

– Claro, Olívia, não se preocupe. – Emily sorriu doce – Prometemos visitá-la em breve.

– Fico feliz que a minha filha tenha amigas assim, e agradeço de coração. – pude ver seus olhos lacrimejarem, antes que ela nos abraçasse uma de cada vez – Espero vê-las logo.

Matthew se juntou a nós enquanto aguardávamos todos se acomodarem devidamente no veículo, nos despedimos com acenos, e o Sr. Campbell não demorou a manobrar para fora da vaga. Soltei a respiração com força ao vê-los sumirem de vista pelo estacionamento a fora. Emily me abraçou pelos ombros, durante o percurso de volta até o seu carro.

– Você aceita uma carona, Matthew? – ela quebrou o silêncio constrangedor que se formou no curto espaço de tempo em que caminhávamos lado a lado.

– Ah, obrigado, mas não precisa se preocupar. – o vimos coçar a nuca – Eu vim no meu patinete elétrico, vou ficar bem.

– Tem certeza? – Emily arqueou as sobrancelhas – Se quiser, podemos colocar no porta-malas.

– Não se incomode, eu estou bem mesmo. – garantiu ele, o que pareceu convencê-la dessa vez – A gente se vê.

– Está bem, até mais! – nos despedimos, e ela logo destravou o seu carro.

Abrimos as portas, e ficamos paradas por alguns segundos, observando em silêncio o Matthew se afastar, até que nos entreolhamos numa risadinha contida. Sacudi minha cabeça, tratando de entrar no carro, Emily fez o mesmo, e rapidamente colocamos os cintos de segurança antes que ela desse a partida, saindo da vaga sem a menor dificuldade.

– Por favor, diz que viu o que eu vi? – suas mãos apertaram o volante, e seus olhos vieram em minha direção.

– O Matthew gosta da Rose, e ela fica toda bobinha com ele... É, eu vi isso. – confirmei, e a vi assentir – Achei muito atencioso ele dar um girassol de presente para ela.

– Sim, menina, e devemos acrescentar que ele também não é de se jogar fora. – observou Emily – Na verdade, se a gente tirar aqueles óculos, aposto que fica o maior gatinho.

– Eu acho que os óculos dão um charme a mais a ele. – dei uma risadinha – Só espero que tenha paciência, acho que a Rose ainda vai precisar de bastante tempo até se sentir confiante de novo.

– Eu pensei no mesmo. – concordou ela – Acha que devemos conversar com ele?

– Não, acho que o Matthew é inteligente o suficiente para entender os sinais sozinho. – fui sincera – Além de que, falar com ele assim, pode estragar todo o desenrolar das coisas.

– Tudo bem, você tem razão. – Emily deu seta para sair do estacionamento, e logo seguimos pela rua – Então, mudando de assunto, como foi a festa ontem?

– Ah, eu... – cerrei os punhos sobre o meu colo – Desculpa, mas realmente não quero falar sobre isso.

– Tudo bem, eu acho. – ela me deu uma rápida olhada confusa.

– Que tal falarmos sobre você? – puxei uma nova pauta – Como estão as coisas com o Noah?

– Bom, eu não sei. – vi o sorriso morrer em seus lábios – Quer dizer, nós conversamos com calma no hospital, eu ouvi tudo o que ele tinha a me dizer, mas acho que preciso de um tempo para digerir todas as informações que recebi.

– Você está certa. – concordei de imediato.

– Obrigada. – suas mãos apertaram discretamente o volante – Você... Liz, você acha que ele se arrependeu mesmo da aposta?

– Quer a verdade? – arqueei as sobrancelhas, e logo tive seu consentimento – O que o Noah fez foi horrível, mas quando o confrontei percebi o medo nos olhos dele, não medo de você descobrir, e sim de te perder.

– O que quer dizer com isso? – Emily pareceu confusa.

– Acho que o Noah mudou, ele mudou por você, Emy. – falei exatamente o que achava – Talvez o cara que fez aquela aposta estúpida, não seja o mesmo que pretende assumir o bebê e...

– Espera, como sabe sobre o bebê? – a vi cerrar os olhos – Ele te contou, ou a minha barriga...

– Ele me contou, relaxa ainda é imperceptível. – garanti, a fim de acalmá-la – Mas como eu ia dizendo, o Noah quer mesmo esse filho, e quer casar com você. Não acho que o cara estúpido que fez a maldita aposta agiria assim, então acredito que ele se arrependeu de verdade.

– Ele falou isso pra você? – vi um discreto sorrisinho surgir em seus lábios – Disse que quer se casar comigo?

– Sim, e nós conversamos bastante sobre isso, eu precisava sondar se estava sendo honesto com as palavras. – expliquei – Ele está procurando um emprego, e disse que pediria sua mão assim que conseguisse um.

– Eu não sabia disso. – Emily parecia surpresa.

– Agora você sabe. – sorri leve – Ele foi um idiota, mas não necessariamente continua sendo um, entende?

– Eu não sei, – ela fez uma pausa, um tanto pensativa – não é tão simples saber que o cara que você ama, não é quem você pensava que era.

– É, eu sei bem como é isso. – senti uma pontinha de tristeza surgir – Só que no meu caso, o Jordan sempre foi e continua sendo um canalha desgraçado, eu que não conseguia ver.

– Eu sinto muito. – seu olhar tristonho veio em minha direção por alguns breves segundos – Mas você tem mesmo certeza que ele te traiu?

– O Marcus me mostrou em fotos e vídeos, não tem como ter mais certeza que isso. – sorri amargo.

– Amiga, o Marcus não é a pessoa mais confiável que eu conheço. – observou ela.

– Eu sei, mas acontece que vi com os meus próprios olhos, Emy, o Jordan não presta. – tentei ignorar os flashs do episódio na festa ontem – Agora deixando isso de lado, como estão as coisas com o bebê? Você já contou para os seus pais?

– Não, eu... – a vi fazer uma careta de nervoso – É que o Noah e eu estávamos planejando contar juntos, mas agora eu não sei muito bem como dar essa notícia sozinha.

– Se precisar de ajuda, eu estou aqui. – me ofereci prontamente.

– Ah, obrigada, Liz, é bom saber que posso contar com você. – ela sorriu doce – Mas, tem algum plano para hoje? Se quiser, te deixo em casa, mas pensei em passarmos o dia juntas.

– Confie em mim quando digo que a minha casa é o último lugar para onde quero voltar hoje. – lhe arranquei uma risadinha – Mas adorei a parte de passarmos o dia juntas, então o que tem em mente?

– Bom, agora a próxima sessão no cinema deve estar prestes a abrir, o que acha de darmos uma olhada no catálogo? – sugeriu ela, e preciso dizer que adorei – Depois a gente passa no colégio para buscar o Dylan, e vemos outro programa para fazer.

– Isso que eu chamo de ter uma ótima ideia! – sorri animada, numa clara confirmação.

Então, Emily rapidamente tratou de mudar a rota no GPS, traçando um novo destino rumo ao cinema. Seguimos conversando diversos assuntos durante todo o caminho, e ao chegarmos decidimos que só assistiríamos um filme se fosse para nos fazer rir, pois de problemas e melancolia já bastava nossas vidas mesmo. Acabamos escolhendo os Minions, mas ainda precisamos esperar um tempinho, até a nova sessão começar.

Compramos tudo o que tinha direito, ou seja, duas pipocas extra-grandes, dois copos enormes de refrigerante e muitas barras de chocolate, isso já era de lei, não dava para abrir mão. Quando finalmente entramos na sala para o filme, escolhemos os lugares mais confortáveis da primeira fileira, e o melhor é que nós duas éramos praticamente as únicas ali. A sessão não demorou a começar, e reclinamos nossas poltronas a fim de aproveitarmos cada minuto.

Nem preciso dizer que nossa escolha foi em cheio, o filme era muito bom e nos arrancou boas risadas a maior parte do tempo. Só saímos da sala depois que os créditos acabaram, e me surpreendi que já beirava a hora do almoço. Emily ligou para Dylan enquanto seguíamos para o seu carro, ele topou vir com a gente na mesma hora, e não demoramos nada a buscá-lo no colégio. Paramos num drive thru no caminho de volta, onde compramos nosso almoço.

Depois de jogar conversa fora, enquanto comíamos tudo no estacionamento de um parque, decidimos ir ao shopping para passar tempo. Posso dizer que foi uma tarde e tanto, apesar de Dylan ainda estar meio resfriado, eis aí o motivo dele não ter aparecido na festa ontem. Bom, não posso dizer que perdeu muita coisa, eu mesma não tinha nem que ter colocado meus pés naquele lugar, devia ter seguido minha intuição e ter ficado em casa, isso me custaria menos um problema para lidar.

– Está me dizendo que eu vou ser titio? – os olhos do Dylan brilharam, e Emily assentiu devagar – Ai, que coisinha mais linda! Vou fingir que não me incomodo com o fato da Lizzie ficar sabendo disso primeiro.

– Hey! – franzi a testa, soltando o canudo do meu milkshake – Não foi a Emy que contou, se quer saber.

Já era fim de tarde agora, e resolvemos passar na Candy's. Emily acabara de contar sobre o bebê.

– Ótimo, até o Noah soube primeiro que eu? – suas sobrancelhas ergueram, me arrancando uma risadinha.

– Deixa de ser idiota, ele é o pai. – disse Emily, em tom risonho.

Eu estava prestes a dar o próximo gole no meu milkshake, quando a sineta da porta chamou nossa atenção. Em seguida, vimos o Jordan adentrar a lanchonete, junto de seus amigos imbecis. Emily logo se virou de volta à mesa, cochichando para Dylan não fazer nenhum tipo de comentário sobre o bebê, e ele rapidamente concordou. Rolei os olhos, ao ver a "matilha" seguir para o balcão, provavelmente a fim de fazer seus pedidos.

Não custou até que eles nos avistaram, e mesmo sem olhar diretamente naquela direção, percebi Tayler bater o braço contra o de Jordan, apontando para a nossa mesa com a cabeça. Me obriguei a voltar para o milkshake, mesmo sentindo um embrulho no estômago ao lembrar da cena de ontem na festa, assim bem como minha discussão com a Maya hoje cedo. Eu não lhe daria o gostinho de cogitar que aquela merda havia me afetado como ele queria que tivesse.

– Aí, Emy! – Tayler deu com a mão, e ela rolou os olhos antes de se virar para encará-lo – Você sabe do Noah? É que ele não deu as caras ontem, nem atende o celular...

– Não, eu não sei do Noah. – Emily respondeu seco, mostrando que estava incomodada por ter que lhe dirigir a palavra.

– Aconteceu alguma coisa? – ele parecia curioso para entender o sumiço súbito do seu amigo – Vocês...

– Ai, que saco! – Dylan tomou a palavra – Por acaso, você tomou tanto anabolizante que os músculos taparam suas orelhas? Ela disse que não sabe dele, ponto final.

Aquilo me arrancou uma leve risadinha, mas tentei disfarçar quase escondendo meu rosto inteiro atrás da enorme taça de milkshake. No entanto, seus amigos não foram lá tão discretos assim, o que pareceu chateá-lo um pouco.

– Beleza! – foi tudo o que Tayler disse, antes de se virar para o balcão outra vez.

– Obrigada. – Emily sorriu doce para Dylan, que lhe deu uma rápida piscadela – Então, mudando os ares, eu estava pensando... Será que eu posso ficar uns dias na sua casa, Dylan?

– Claro, minha mãe vai adorar te receber. – confirmou ele, escolhendo uma batata dentre as outras na tigela – Quando está pensando em ir?

– Bom, eu posso já ter avisado aos meus pais que ficaria lá hoje. – ela sorriu envergonhada – Não tem problema, né?

– Você sabe que é sempre...

O resto da frase pareceu ecoar distante nos meus ouvidos, quando a sineta da porta soou outra vez e, quase automaticamente, olhei naquela direção. Jordan segurava a porta, enquanto seus amigos saíam em risadas, brincando de se empurrar, mas antes de segui-los seu olhar veio a mim, e um sorriso maldoso se fez em seus lábios. Cerrei o punho livre embaixo da mesa, desviando o olhar o mais rápido possível. Pude ouvir quando a porta se fechou, indicando que ele finalmente havia saído dali.

Continuei a conversar com o Dylan e a Emily, até ouvir o barulhinho de mensagens chegando em seus celulares. Ainda rindo da situação de instantes atrás, ambos alcançaram seus aparelhos sobre a mesa, mas estranhamente ao conferirem do que se tratava o assunto, vi os sorrisos sumirem de seus rostos. Ambos se entreolharam numa mistura de tristeza e preocupação, como se tentassem confirmar que se tratava da mesma coisa, depois passaram a me encarar ainda pior.

– O que foi? – franzi a testa, sorrindo nervosa.

– Eu sinto muito, Liz... – Emily estendeu seu celular para mim.

Naquele momento, mesmo sem saber do que se tratava, senti meus batimentos acelerarem no peito. Deixei minha taça de milkshake sobre a mesa e, com as mãos ridicularmente trêmulas, peguei aquele celular para conferir. Engoli em seco, me obrigando a abrir o arquivo mais recente na conversa, mas posso ter me arrependido daquilo assim que o vídeo em questão começou a reproduzir. Nesse mesmo segundo, senti como se o chão sumisse debaixo dos meus pés, à medida que meu estômago se revirava.

As lágrimas não tardaram a alcançar meus olhos, e como se tomasse um choque soltei o celular da Emily sobre a mesa. Conferi o estacionamento lá fora pela enorme vidraça da janela bem ao meu lado, constatando que o babaca do Jordan ainda caminhava lentamente com os seus amigos em direção ao seu carro. De um segundo ao outro, senti a raiva explosiva queimar dentro de mim, ele não podia ter feito algo assim comigo, eu precisava confrontá-lo dessa vez.

– Lizzie, o que vai fazer? – perguntou Dylan, em tom preocupado ao me ver se levantar apressada da mesa – Espera aí, florzinha, não vale a...

Ignorei o que ele dizia, me apressando em secar as lágrimas nos cantos dos olhos, ao passo em que pisava fundo para fora da lanchonete. Nem mesmo me importei com o fato daquele desgraçado filho da mãe estar cercado pelos seus amigos, eu realmente precisava dizer alguma coisa dessa vez.

– Seu cretino de merda, por que fez isso? – o empurrei com força no meio daquele estacionamento.

– Hey! – Jordan se virou assustado em minha direção, e não dei tempo para que pensasse o bastante quando acertei um tapa estalado em sua cara – Qual foi, porra? – ele tornou a me encarar com os olhos arregalados de ódio – Ficou maluca agora?

– EU TE ODEIO, SEU FILHO DA PUTA! – berrei furiosa, e lhe empurrei com mais força que da primeira vez, o que lhe fez tropeçar nos próprios pés, esbarrando contra a traseira de um carro – Qual é o seu problema?

– Do que você está falando? – ele franziu a testa, após olhar rápido para os amigos a volta.

– Como consegue descer tão baixo, Jordan? – tentei empurrá-lo outra vez, mas ele me segurou pelos braços.

– Olha aqui, eu não tenho culpa se a sua amiguinha quis liberar pra mim, e acho que você não pode reclamar já que tá sentando no meu irmão. – seus olhos furiosos se cravaram nos meus, e senti um calafrio subir pela espinha.

– Então foi por isso? – me soltei num solavanco – Você ficou de orgulho ferido porque eu não dei a mínima pra sua vingança idiota, e resolveu me expôs desse jeito?

– Não mete essa! Eu não fiz absolutamente nada com você, garota. – ralhou Jordan – O que eu fiz foi comer gostoso aquela puta ontem em todas as posições, até cansar. Agora se isso te incomoda, não é problema meu!

– Estou me fodendo pra quem porra você come, ou deixa de comer agora! – berrei, sentindo um tremor ridículo nas palmas das mãos – O assunto aqui é a droga do vídeo que você compartilhou pra todo mundo.

– Não sei do que você está falando... – aquele babaca continuou se fazendo de desentendido.

– Ah, não sabe? – arqueei as sobrancelhas – Por acaso, não sabe da porra do vídeo que só você tinha, e agora todos do colégio já devem ter assistido?

– Que vídeo? – ele passou seu olhar confuso pelos amigos, que rapidamente fingiram ficar desatentos a nossa conversa – Escuta aqui, eu não mandei vídeo nenhum pra ninguém.

– Você prometeu que ninguém mais ia ver... – senti as malditas lágrimas alcançarem meus olhos outra vez – Por Deus, como pude ser tão idiota? Eu nunca devia ter confiado em você!

– Porra, eu já disse que não sei do que você está falando, então... – ele fez uma pausa ao me ver limpar uma lágrima que escapou antes que eu pudesse impedir – Vê se não enche o saco!

Jordan passou irritado por mim, e logo os seus amigos o seguiram. Fechei os olhos com força, e mais lágrimas rolaram pelo meu rosto, era tão difícil encarar essa merda toda sozinha. Juntei o resto das forças que ainda tinha, e me virei antes que aqueles babacas arrancassem dali no carro.

– Sabe, Jordan, – minha voz soou em alto e bom som, apesar de estar fodidamente embargada, e o vi parar ainda de pé segurando a porta do seu impala – eu cheguei a achar que estava errada por ir pra cama com o Jason, e me senti estupidamente culpada mesmo fazendo isso só depois de terminar com você, mas agora eu tenho certeza de que foi a melhor coisa que eu já fiz, porque o seu irmão é muito mais homem do que você!

Ao terminar de berrar aquilo para os quatro ventos, devolvi seu olhar na mesma intensidade de fúria e, após me encarar em silêncio por alguns segundos, o vi se meter para dentro do carro. Os motores ligaram, e a Emily saiu apressada com o Dylan da lanchonete, ambos correram preocupados em minha direção e me seguraram pelos ombros enquanto assistíamos Jordan manobrar para fora da vaga, arrancando pela rua logo em seguida...

[...]

💕. Será que foi o Jordan mesmo que compartilhou o vídeo íntimo com a Liz? O que vocês acham?? 👀

💕. Comentem o que acharam do capítulo, e não esqueçam de deixar a ⭐. Até o próximooo 😘

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro