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24. Uma noite memorável

"Eu poderia ser um namorado melhor do que ele, eu poderia fazer as merdas que ele nunca fez. Acordado a noite toda, não vou desistir, pensando que vou te roubar dele. Eu poderia ser um cavalheiro e tanto... – Boyfriend, Dove Cameron."

A brisa gélida soprava meus cabelos, ao mesmo tempo em que meus braços se enroscavam com mais força a volta de Jason. Não precisei pensar muito para decidir vir com ele, era uma loucura desafiar meus pais assim, ainda mais sendo a primeira vez que eu o fazia, mas não dava para ficar em casa depois de tudo. A essa altura, eles já deviam ter percebido que saí sem avisar, apesar de eu torcer para que não dessem por minha falta, pois se bem os conheço, ficariam uma fera comigo.

Acontece que, quando saí, ambos ainda estavam conversando no quarto, provavelmente decidindo qual realmente seria o meu castigo, foi a deixa certa para não ser percebida. Então, desci antes que pudesse desistir daquela ideia maluca, e Jason já me esperava em sua moto estacionada na frente da minha casa, o que facilitou tudo. Ele tinha razão, eu precisava esfriar a cabeça, e o que seria melhor do que fazer uma loucura? À medida que a noite caía no céu, avançávamos mais a dentro pela cidade.

Jason não contou para onde iríamos, mas confesso que só o fato de imaginar que teríamos outra noite calorosa, longe de tudo e todos, me causava um certo friozinho gostoso na barriga. No entanto, logo percebi que tomávamos um caminho um pouco diferente hoje. E, passados mais alguns minutos, já parávamos numa vaga de um estacionamento cheio de carros de luxo, a essa hora o céu estava por completo escuro, mas o quarteirão era muito bem iluminado.

– Eu acho que vou me arrepender, mas vamos lá... O que estamos fazendo aqui? – abri a trava de segurança, retirando o capacete no mesmo instante que ele.

– Vem comigo e você vai descobrir. – Jason me olhou brevemente por cima do ombro.

– Está bem. – desci da moto, observando a rua pacata de um lado ao outro – Mas antes, me diz que não vamos fazer nada ilegal? É que as leis dos Estados Unidos são bem severas, e eu gosto de estar em liberdade.

– Você sempre espera o pior de mim, não é? – comentou ele, e senti minhas bochechas esquentarem no mesmo segundo – Relaxa, não vamos fazer coisas ilegais hoje.

– Desculpa, eu só estava brincando. – tentei me justificar.

– Eu sei, Andrews. – ele riu fraco, tratando de descer da moto também – Não esquenta com isso.

Jason recolheu os capacetes, colocando-os sobre os acentos da sua ducati, antes de se virar enfiando as mãos nos bolsos da jaqueta. Cerrei os punhos com força ao vê-lo seguir por aquele estacionamento sem dizer mais nada e, assim que me lançou um olhar por cima do ombro, eu me apressei a acompanhá-lo. À medida em que nos aproximávamos de uma das casas, consegui escutar a música que tocava alto, dando a entender que estava rolando uma festa ali.

– Antes que me pergunte, não estamos indo a uma festa de ensino médio. – Jason se prontificou a dizer – Então, atrás daquela porta você pode ver coisas bem peculiares.

– Como assim peculiares? – questionei curiosa, mas ele não disse mais nada.

Bom, acho que eu podia esperar de tudo, afinal, quem diabos faria uma rave em casa assim que o sol se põe? Quer dizer, no máximo atingíamos o horário do jantar agora, era bem cedo para aquele tipo de música, ainda mais numa vizinhança tão pacata. Ao pararmos na soleira da porta, era possível sentir as vibrações da música percorrerem pelo corpo inteiro. E, por mais que eu achasse impossível alguém lá dentro ouvir, Jason ainda tocou a campainha.

– Olha, eu acho... – minha fala foi interrompida com o barulho da porta ao abrir.

– Fala, McClain, meu bom! – a figura que apareceu a nossa frente já era conhecida, aquele era o mesmo cara que cuidava dos rachas – Cadê a Allaninha?

– Na puta que pariu, se eu estiver com sorte, Kalel. – Jason riu anasalado ao fazerem um toque.

– Sempre de bom humor. – completou o tal Kalel, parecendo me enxergar só então – E essa aí, é a sua senhora, por acaso?

– Somos só amigos. – me apressei a responder, e os dois se entreolharam com leves sorrisos maliciosos.

– É, muito bons amigos. – nada discreto, Jason correu seus olhos pelo meu corpo, quase como se eu estivesse nua.

No mesmo instante, senti minhas bochechas queimarem como brasas numa fogueira, sabia exatamente no que ele estava pensando, ou melhor, lembrando. Não que eu também estivesse, mas nosso final de semana foi bem intenso, e isso não dava para negar nem se eu me esforçasse. Digo, não era algo do tipo que rolava entre dois amigos, mas nós também não éramos um casal, não chegava a tanto, certo?

– Sei... – Kalel abriu um pouco mais a porta, nos dando espaço o suficiente para passarmos – Entrem, aquela maluca que você me pediu para encontrar já está lá no estúdio. Mas você sabe que ela cobra uma grana né, McClain?

– E daí? – Jason passou primeiro para dentro, me dando um curto olhar, o qual me fez entender que deveria segui-lo.

Contudo, assim que entrei naquela casa, meus olhos se arregalaram, pois no estreito sofá de couro do corredor havia uma mulher completamente nua sentada no colo de um cara o qual beijava com tamanha voracidade. Sim, eles estavam fazendo... bom, fazendo aquilo sem nem se importar com as pessoas a volta. E, antes que passássemos por eles, outro cara abaixou o calção rapidamente se posicionando atrás dela, desviei o olhar no mesmo segundo, muito constrangida com os gemidos que ecoaram misturados a batida da música.

Isso se estendeu durante todo o percurso, havia gente de todos os tipos e idades ali, alguns com roupas de banho, outros totalmente pelados, e a maioria se pegando como se não houvesse amanhã. Quando alcançamos o que parecia ser a sala, as coisas pareceram ficar ainda mais bizarras, e a música mais alta, acho que nunca senti tanta vergonha na vida. Àquela altura, eu mal sabia onde enfiar a cara, olhei incrédula na direção do Jason, que seguia bem mais a frente conversando com o Kalel.

Ele não parecia se importar nem um pouco com tudo o que rolava a volta, e acho que me senti muito desconfortável com isso. Afinal, era comum para Jason frequentar lugares assim? Eu não gostava nada de cogitar essa ideia, me causava um certo embrulho no estômago só de imaginar. Franzi a testa quando uma mulher mostrou os seios em minha direção, sorrindo com malícia enquanto me analisava de longe. Aquilo me fez apressar o passo, agarrando Jason pelo braço, no qual afundei meu rosto morrendo de vergonha.

– O que foi? – sua voz rouca soou preocupada em meu ouvido.

– Não quero ficar. – apertei seu braço, ainda sem coragem de encará-lo – Não vou fazer esse tipo de coisa com você, não aqui.

– Hey, – sua destra afastou meus cabelos para trás da orelha – o que está pensando de mim? Sinto muito em te desapontar, mas eu não curto esse tipo de diversão, pequena.

Seu tom de voz era risonho, e eu apertei o seu braço com um pouco mais de força.

– Relaxa, não viemos aqui pra isso. – Jason acariciou minha bochecha, e acabei olhando em sua direção – Confia em mim, vamos embora logo, tá legal?

Eu não tinha muitas escolhas naquele momento, então acabei concordando com um leve aceno, antes de mergulhar minha cara contra o seu braço outra vez. Nossas mãos se encontraram e entrelacei meus dedos aos seus, no mesmo segundo voltamos a caminhar, mas dessa vez optei por não ver mais o caminho que fazíamos, pois estar naquele lugar era, no mínimo, perturbador.

– Não quero mais ninguém lá atrás, até a gente terminar. – ouvi Jason falar para o amigo, e franzi a testa.

Até a gente terminar o quê? Do que eles estavam falando?

– Pode deixar, está liberado lá atrás, e eu garanto privacidade total. – Kalel parou ao nosso lado, e senti meu rosto inteiro esquentar – Divirtam-se!

– Beleza. – Jason apenas concordou, antes de passarmos por ele.

Somente quando tomamos uma distância considerável dos múltiplos gemidos que vinham de todos os lados na sala, é que tive coragem o suficiente para afastar o rosto um pouco. Foi aí que me dei por conta de que seguíamos por um extenso corredor vazio e escuro, mas ainda não fazia ideia do motivo pelo qual estávamos ali.

– Por que me trouxe aqui? – questionei baixinho, ainda estava muito envergonhada com as cenas lá atrás – O que... vamos fazer?

– Bom, eu não vou fazer nada. – Jason riu fraco, me arrastando a sua frente – Já disse que não gosto desse tipo de diversão, então não se anime.

– Idiota! – dei um leve tapinha em seus braços que me agarraram firme pela cintura – Estou falando sério, não quero ficar aqui.

– Tudo bem, eu imaginei que diria isso. – sua voz soou rouca em meu ouvido, fazendo os pelinhos da minha nuca eriçarem – Mas é que eu tenho uma surpresa.

Jason reduziu o passo, parando em frente a um dos quartos naquele extenso corredor, a porta estava fechada e, quase automaticamente, eu o olhei por cima do ombro. Não acho que queria saber o que havia ali atrás, não depois de ver as pessoas se comendo em cada canto da casa, mas ele apenas indicou o quarto com os olhos, e me soltou. Cerrei os punhos com força, olhando para frente outra vez, estava mesmo indecisa se devia ou não seguir.

Então, sacudi a cabeça, tomando um fôlego de coragem, não fazia ideia do que encontraria, mas resolvi arriscar e girei a maçaneta, empurrando-a logo em seguida. Ao dar o primeiro passo para dentro, reconheci que se tratava de um estúdio de tatuagens. A princípio, aquilo me soou estranho, mas então lembrei do que havia dito para Jason noites atrás quando estava totalmente chapada naquele motel a beira da estrada.

– Já fez 18 anos, pode ter uma tatuagem se quiser. – seus braços tornaram a me agarrar por trás, o que me fez sorrir mordiscando meu lábio inferior.

– Uma borboleta? – arqueei as sobrancelhas, adentrando a sala junto com ele.

– Claro, pode escolher, pequena. – respondeu Jason, apertando meus quadris.

– Mas e a conversa de não me deixar tatuar naquele lugar que eu mostrei? – o olhei por cima do ombro.

– Negativo, eu disse que se fosse seu pai não deixaria. – ele riu anasalado – Mas, já que obviamente você não é minha filha, adoraria que fizesse exatamente onde disse.

– Até que enfim chegaram, eu já estava quase cedendo aos desejos primitivos de encher a cara. – de repente, uma figura feminina surgiu deixando o banheiro – Então, qual dos dois vai fazer uma hoje?

Era uma mulher de seus trinta e poucos anos, com cabelos coloridos presos em duas tranças de boxeadora, e tatuagens espalhadas pelos braços e pernas.

– Boa noite pra você também, Chloe. – ironizou Jason, fechando a porta, o que abafou um pouco o barulho da festa lá fora.

– Desde quando tem bons modos, McClain? – ela rebateu, alcançando uma toalha, a qual usou para secar as mãos – Vamos logo ao que interessa, em quem eu vou fazer uma excepcional obra de arte hoje?

– Acho que em mim. – respondi, um tanto tímida.

– Qual a sua idade? Já fez 18 anos, por acaso? Eu preciso ver os seus documentos. – Chloe arqueou as sobrancelhas, e olhei nervosa para Jason, eu não sabia que era para trazer meus documentos – É brincadeira, mas precisava ver a sua cara.

Ela ria, enquanto preparava a maca, e me senti uma idiota por cair, era óbvio que alguém num lugar como aquele não precisaria dos meus documentos. Jason, por sua vez, apenas negou com a cabeça, num leve sinal para que eu não me importasse com aquilo, provavelmente estava bem mais acostumado do que eu. Então, logo tratamos de nos aproximar mais de Chloe, que não demorou a perguntar o quê, e onde eu queria tatuar.

Enquanto eu lhe explicava com detalhes, pensava se queria mesmo fazer aquilo, provavelmente meus pais me matariam se soubessem, minha mãe diria algo como "Está poluindo o seu corpo!", e meu pai ficaria horrorizado. Estranhamente, pensar nisso me fez ter certeza de que eu queria seguir em frente, e Chloe me dirigiu até a maca, enquanto Jason sentava na poltrona bem ao lado.

– Olha, Liz, você vai ter que tirar esse casaco e abaixar um pouco a calça, tá legal? – disse ela, chamando minha atenção – E você devia dar umas voltinhas pela casa não acha, McClain? De repente, curtir a festa...

– Nem pensar! – Jason não precisou de um segundo sequer para responder na lata.

– Talvez a gente demore aqui, então...

– Ah, tudo bem. – me apressei a falar, estava um pouco nervosa e minhas bochechas esquentaram rapidinho – É a primeira vez que faço algo assim, acho que prefiro que ele fique.

– Tem certeza? Porque eu posso colocar este idiota pra fora em dois palitos. – Chloe sorriu amigável.

– Não precisa, de verdade, obrigada. – agradeci, e ela concordou com um aceno de cabeça.

Nesse instante, Jason se esparramou mais naquela poltrona, tirando um isqueiro e um cigarro de maconha do bolso, o que me fez sacudir levemente a cabeça para os lados, antes de lhe dar as costas tratando de me livrar do casaco. Em seguida, passei a desabotoar minha calça, a qual abaixei um pouco assim como Chloe pediu. Ao subir na maca, senti meus batimentos acelerarem, mas ela logo conseguiu me acalmar puxando assunto, enquanto espalhava um tipo de gel por minha pele.

Quando ela finalizou com o decalque, pegou dois espelhos na mesinha ao lado para que eu pudesse ver, Jason também pareceu bem interessado em conferir. Estava perfeito, então concordei que Chloe poderia começar a tatuar, mas senti o suor frio surgir nas palmas das mãos, quando a vi alcançar e abrir uma nova agulha, a qual rapidamente encaixou em sua máquina. O barulhinho que aquilo fez ao ligar, me causou um calafrio, e num impulso eu me virei nervosa, o que chamou a atenção dos dois indivíduos ali.

– Mudou de ideia? – questionou ela, confusa.

– Ah, não é bem isso. Só... – senti minhas bochechas quentes feito brasas – Vai doer muito?

– Olha, eu vou devagar, é só você relaxar um pouquinho e... – antes que ela pudesse finalizar, Jason tocou minha mão carinhosamente.

– Vai doer sim. – disse ele, sem rodeios – Mas não é nada insuportável. Mesmo assim, se você quiser, a gente pode ir embora.

– Não, eu... realmente quero fazer isso. – tomei um fôlego de coragem – Só acho que estou um pouco nervosa.

– É normal, mas confia na Chloe, vai dar certo, tá legal? – suas sobrancelhas arquearam, e eu confirmei com um aceno de cabeça – Qualquer coisa, eu estou aqui, pode apertar minha mão se quiser.

– Tudo bem, obrigada. – sorri leve, tornando a me posicionar sobre aquela maca.

Jason acariciava minha mão com o polegar, a fim de me fazer relaxar, e dessa vez não me importei tanto com o barulho da maquininha ao ligar, apenas fechei os olhos com força, apertando sua mão quando a agulha tocou minha pele. Ele tinha razão, aquilo doía muito, e nos primeiros minutos até me arrancou algumas lágrimas, mesmo Chloe sendo gentil e delicada.

Mas, depois de longos minutos, minha pele pareceu se acostumar com a dor quase como se fosse algo normal, senti minha mente esvaziar por completo a cada linha cuidadosamente traçada. Jason não soltou minha mão nem por um segundo sequer, e manteve seu olhar vivo em mim até acabarmos, acho que isso me deixou um pouco mais confiante. Chloe se apressou a limpar o sangue e, após me mostrar com a ajuda dos espelhos, cobriu a tatuagem com uma leve bandagem.

Ela também me avisou como eu devia cuidar da cicatrização passo a passo para não infeccionar, e deixou claro que se por acaso inflamasse, sem demoras eu deveria ir ao médico. Preciso ressaltar que havia ficado perfeita, exatamente como eu queria, e isso me deixou muito feliz, mas na hora de ir embora um certo desconforto voltou a me preencher. Eu não queria ter de passar por toda aquela gente de novo, e Jason me acalmou avisando que sairíamos pelos fundos.

– Então, você gostou? – perguntou ele, ao subir em sua moto.

– Eu não teria feito se soubesse o preço. – alcancei o capacete que ele estendia em minha direção, e o vi dar uma risadinha – Estou falando sério, Jason, ficou linda, mas $500,00 é muita grana.

– Eu perguntei se você gostou, quanto ao preço não precisa se preocupar com isso, pequena, não foi nada. – ele estendeu a mão para me ajudar a subir na garupa, e assim eu fiz.

– É claro que eu gostei, Jay, mas não quero mais que faça, ou pague coisas caras assim pra mim. – coloquei o capacete, vendo-o fazer o mesmo.

– Já disse, deixa isso pra lá... Além do mais, eu vou apreciar essa tatuagem muito mais do que você vai. – ele deu de ombros, girando a chave para ligar a moto, e senti minhas bochechas aquecerem rapidamente.

– Deixa de ser idiota! – reclamei, um tanto envergonhada por imaginar o que ele pensava.

– Qual foi, estou mentindo, por acaso? – sua risadinha era irritante, mas eu não podia discordar – Agora esquece isso, e me diz, o que quer fazer? Não está cansada o suficiente pra ir para casa, está?

– Nem pensar, e já que perguntou... – o agarrei firme com os dois braços – Aceito um milk-shake.

– Hum, acho que conheço um lugar bacana. – ouvi o ronco do motor, o que me fez abraçá-lo ainda mais forte.

A essa altura, nuvens pesadas e cinzentas se amontoavam no céu, indicando que logo cairia uma chuva daquelas. Jason não demorou a seguir caminho pela rua, e a princípio achei que fôssemos para a Candy's, afinal, era sempre lá que eu ia quando queria tomar um bom milk-shake, mas não demorei a notar que o caminho que ele tomava não nos levaria para lá. Pensei em questionar para onde iríamos, no entanto, a certo ponto decidi ficar quieta.

Um fraco chuvisco passou a cair, e ele acelerou um pouco, visto que eu não reclamaria se corresse, rapidamente se pôs a fazer isso. Por maior que fosse o medo que me causasse as ultrapassagens, eu confiava nele e queria que chegássemos logo, pelo menos antes de ficarmos completamente ensopados com a chuva que aumentava gradativamente. Não demorou muito até que Jason adentrasse por um estacionamento coberto, era quase impossível pilotar em meio ao temporal que caía agora.

– Onde estamos? – perguntei, ao descer da moto, já arrancando o capacete.

– Bom, não é a Candy's, mas tem um restaurante lá em cima. – disse ele, desligando o motor, após organizar os cabelos para trás com a destra – Vamos?

– Claro, mas ainda podíamos ter ido à Candy's. – sorri, lhe entregando o capacete assim que ficou de pé.

– Em primeiro lugar, seria loucura atravessar a cidade debaixo dessa chuva. – Jason riu anasalado – E em segundo, o que aconteceu com o lance de ninguém do colégio nos ver juntos, mudou de ideia?

– Eu nunca disse que ninguém podia ver a gente junto, você que achou melhor. – cruzei os braços, e ele rapidamente me puxou pelos quadris ao se virar em minha direção.

– E, por acaso, você também não acha melhor? – suas sobrancelhas arquearam, o que me fez respirar fundo.

– Tá legal, vamos subir. – pousei minhas mãos em seu peitoral, e ele me roubou um selinho.

– Vem comigo, prometo que você vai se amarrar. – Jason alcançou uma das minhas mãos, me puxando em direção ao elevador.

Assim que as portas de metal se fecharam, seus braços se enroscaram pelo meu corpo, me puxando delicadamente contra o seu. Sorri tímida, olhando em sua direção, e sua destra se apressou a afastar as mechas dos meus cabelos por cima do ombro. Estremeci inteira, sentindo os pelinhos da nuca eriçarem quando seus lábios macios tocaram minha pele, distribuindo beijinhos carinhosos por ali. Jason me apertou um pouco mais, e segurei firme em seus braços, soltando a respiração com força.

– Sabe, quase não me controlei hoje. – ele sussurrou quente em meu ouvido, esfregando a pontinha do nariz pela lateral da minha orelha – Pensei seriamente em arrancar a Chloe de perto de você.

– Deixa de ser bobo, ela foi muito gentil comigo. – tentei repreendê-lo, mas ele apenas negou com a cabeça.

– Eu sei, mas aquela carinha fodida que você fez... – senti suas mãos grandes apertarem um pouco mais os meus quadris – Aquilo quase me arranca a sanidade, pequena.

– Jason! – franzi a testa, e ele sorriu sacana, mordiscando carinhosamente a minha bochecha – Você... estava excitado?

– Você sempre me deixa excitado. – sua voz soou mais rouca que o comum, e ele me deu um leve empurrãozinho para frente quando as portas se abriram – Mais tarde eu te mostro o quanto.

– Idiota! – desviei o olhar, sentindo meu rosto inteiro esquentar de vergonha.

– Vem, vamos comer alguma coisa antes de vazar daqui. – ele foi me guiando para fora do elevador.

A primeira coisa que avistei foi uma enorme pista de patinação, o que fez meus olhos brilharem no mesmo instante. Lembrava de que quando era criança adorava ver as meninas patinarem no gelo, achava lindo as apresentações na TV, e todas elas pareciam princesas deslizando e dançando de um lado para o outro. Até cheguei a pedir para os meus pais para fazer aulas, mas minha mãe me proibiu na primeira vez que tentei, pois caí de mal jeito e machuquei o braço, isso tinha sido horrível, tive que engessar e tudo.

Num impulso, apertei a mão de Jason, mas ele não pareceu dar muita atenção e continuamos seguindo em direção ao restaurante mais a frente. Então, tentei me concentrar novamente, e ele escolheu nossa mesa, contudo enquanto se ocupava fazendo nossos pedidos, eu não conseguia parar de olhar a imensa pista de gelo lá atrás, a qual me trazia lembranças da infância. Haviam casais e crianças patinando, outros aprendendo, ou até mesmo caindo, o que me arrancou alguns risinhos.

– O que está olhando? – perguntou Jason, finalmente percebendo minha atenção longe dali.

– Ah, nada. – menti, um tanto envergonhada – Não é nada.

– Você quer patinar, não é? – um sorriso faceiro se fez no canto de seus lábios, e meus olhos se arregalaram.

– Não, não. Eu só acho legal. – me apressei a negar, e ele rolou os olhos, se pondo de pé.

– Eu espero que a minha vida nunca dependa de uma mentira sua, Lizzie Andrews, porque você é péssima nisso. Vem logo. – o vi estender uma mão para mim, a qual observei por alguns segundos antes de segurar – Por que acha que eu te trouxe aqui?

– Como sabia? – franzi a testa ao me pôr de pé, acredito que nem Jordan sabia sobre minha vontade de aprender a patinar.

– Digamos que eu passei uma tarde inteira no seu quarto hoje, e não tinha muita coisa pra fazer, então folheei um dos seus livros. – Jason deu um fraco sorriso, sacudindo a cabeça para os lados – E adivinha o que caiu do meio das páginas?

Nesse instante, meus olhos se arregalaram, e senti minha boca secar. "Não, não, não!". Ele não podia estar falando sério, mas pelo visto estava sim.

– Ai, não... Jason, não era pra ter lido aquilo, eu escrevi quando tinha... sei lá, uns 12 anos? – senti minhas bochechas esquentarem, enquanto ele me puxava em direção a pista.

– Bom, se você tem uma lista de coisas que quer fazer até os 18, precisa pelo menos tentar fazer, não é? – sorri, muito envergonhada quando ele me lançou uma piscadela.

Acontece que nessa lista idiota tinham muitas coisas, algumas até vergonhosas e extremamente pessoais como: ter uma pele sem acnes, ficar bonita e gostosa, conhecer um cara muito gatinho, dar meu primeiro beijo, perder a virgindade, dentre outras inclusive mais detalhadas que eu nem sei de onde tirei na época. E claro que também haviam desejos mais simples como: mudar a cor/corte de cabelo, colocar um piercing, viajar sozinha, tirar a carteira, ter meu próprio carro, fazer uma tatuagem, aprender a patinar, e etc.

Jason nem sequer pensou duas vezes quando pagou a entrada para que eu pudesse patinar. Já calçava meus patins de gelo, quando ele sentou ao meu lado no banco, trazendo nos lábios um enorme sorriso vitorioso. Mas, não pude deixar de notar que estava de mãos abanando, na verdade, entre os dedos havia apenas um cigarro, o qual logo tratou de encaixar aos lábios. Aquilo me causou uma certa estranheza, afinal, por que insistiria para que eu patinasse se não me acompanharia?

– Cadê os seus patins? – me pus a perguntar assim que terminei o laço.

– Ah, não, eu não vou. – ele deu de ombros, e eu franzi a testa.

– Não pode me deixar sozinha naquela pista. – cruzei os braços, vendo-o tragar o cigarro outra vez.

– Deve ter umas dez pessoas lá, tecnicamente não vai estar sozinha. – Jason deu de ombros, ao soprar a fumaça para cima.

– Se você não vier, eu não vou. – retorci o nariz, apertando os braços, e ele rolou os olhos.

– Pelo amor de Deus, eu nem sou tão bom patinando. – o ouvi dizer num impulso.

– Então é isso? O grande Jason Davis está com medinho de cair com o bumbum no gelo na frente de todo mundo? – segurei o riso, enquanto lhe provocava, dando algumas leves cotoveladas em seu braço – Vê lá, tem até criança, e elas nem choram quando caem, mas você é um bebezão, que vergonha!

– Cala a boca, sua falastrona! – ele riu fraco, negando com a cabeça – Não estou com medo de cair, só... Bom, eu não quero estragar sua lista até os 18, saca?

– Como assim, o que quer di... – interrompi minha fala ao lembrar de uma observação idiota que coloquei no fim da página – Olha, eu já disse que escrevi aquilo quando tinha uns 12 anos, não tem valor algum. E também, quero muito patinar com você agora.

– Não me pareceu algo sem valor. Você escreveu em letras destacadas e coloridas que só dividiria esses momentos com o seu príncipe encantado, e eu estou bem longe de ser isso. – ele riu anasalado, o que me fez respirar bem fundo.

– Quando eu chegar em casa, juro que mudo a cláusula, ficará assim: "Descobri que não há ninguém mais apto para dividir esses momentos, do que o meu mais lindo e gentil vagabundo". – dei uma risadinha, mas Jason parou de fumar, fixando seus olhos em mim – O que foi?

– Não é nada. – o vi sacudir a cabeça – Sabe que só sou gentil porque quero te comer, não é?

– Você é tão romântico... – ironizei, num rolar de olhos, e ele sorriu, assentindo – Vai logo pegar os seus patins, ou te faço dormir na vontade hoje.

– Tá legal, então vai indo na frente e eu te encontro depois. – sugeriu Jason, apagando o cigarro na lata de lixo ao lado, onde o descartou em seguida – Preciso achar um par de patins primeiro, que cor acha que combina comigo?

– Olha, aquele com os unicórnios é muito a sua cara. – respondi ao vê-lo ficar de pé, arrancando-lhe uma leve risada – E até acho que combina com os detalhes de purpurina na sua camisa.

– Droga, eu tinha gostado daquele com os corações pendurados. – ele estendeu as mãos em minha direção, e logo me levantei com sua ajuda – Nosso lanche já deve estar pronto, o que acha de eu pedir que embalem pra viagem?

– Bom, está caindo um temporal lá fora. – falei ao ver pelo enorme janelão, um raio cortar o céu de um lado ao outro – E eu não quero ir pra casa tão cedo.

– Não estou falando de te levar pra casa. – seus braços se entrelaçaram em minha cintura, me puxando para mais perto – Tem um motel há um quarteirão daqui, a gente pode... passar a noite lá, o que acha?

– Hum... Parece que você sempre pensa em tudo, não é? – pousei minhas mãos em seu peitoral, e ele deu uma leve mordidinha em seu lábio inferior.

– Eu preciso... – estremeci por dentro com o suave toque da pontinha do seu nariz no meu – O que me diz, pequena?

– Me parece uma ótima ideia, mas não demore, e nem pense em me deixar sozinha naquela pista. – lhe puxei pela camisa, encarando seus olhos caramelados bem de pertinho – Ou juro que não vai rolar nada comigo por muito, muito tempo, Sr. Jason Davis.

– Eu só gostaria de ressaltar que é jogo baixo ficar me ameaçando com isso, Lizzie. – ele deu uma risadinha – Mas relaxa, eu volto logo.

– É bom mesmo. – lhe roubei um selinho, antes de soltá-lo.

E, somente ao vê-lo se virar, é que segui para a pista de patinação. A música que começou a tocar foi "ALREADY" da Beyoncé, e assim que pisei no gelo, senti uma vibe incrível me invadir, quase como se eu soubesse patinar. Meus primeiros passos foram temerosos, senti até um leve tremor nas pernas, mas num piscar de olhos já me sentia confiante para soltar a barra de apoio, foi quando escorreguei tomando o primeiro tombo da noite. Aquilo me arrancou uma risada, era mais fácil rir da própria desgraça à medida em que ficava mais velha.

No entanto, desistir estava fora dos meus planos, me levantei outra vez e prossegui segurando firme na barra de apoio. A sensação era muito melhor do que eu conseguia me lembrar, e sinceramente pouco me importava a reação das outras pessoas a cada tombo que eu tomava. Ninguém nunca entenderia o quão era libertador para mim, finalmente aprender a patinar. De repente, a música trocou para "Unstoppable" da Sia, me arrancando um sorriso largo, poderia ser mais motivacional que isso?

– Deixa que eu te ajudo. – um rapaz se aproximou apressado, após meu vergonhoso último tombo, eu já tinha perdido a conta.

– Obrigada pela gentileza. – agradeci um tanto envergonhada – Não queria chamar atenção.

– Bom, acho que você chamou a atenção de todos aqui, não é mesmo? – ele riu divertido, e olhei em volta conferindo alguns pares de olhos voltados para mim.

– Uau! Isso foi inspirador. – rolei os olhos, me virando em direção a barra de apoio outra vez.

– Ah, não, eu não quis ser um idiota. – ele patinava livre ao meu lado, à medida em que eu avançava na pista – Vejo que gosta de patinar.

De canto de olho, vi que ele usava o uniforme do lugar, devia ser algum tipo de instrutor de patinação. Ótimo! O Sr. metido e arrogante devia ter muitos alunos, tentei ignorá-lo, mas ele continuou tagarelando. De aparência, acho que devia ter a minha idade, um ano mais velho, um ano mais novo, eu não saberia dizer. Devia ter quase a altura de Jason, apesar do corpo franzino, e o boné branco escondia seus cabelos castanhos.

– Olha, você já me animou o suficiente, pode ir embora agora. – ignorei o que ele falava por completo – Eu não estou interessada em aulas de patinação.

– Oh, que falta de educação a minha, me chamo Antony Snowdow. – ele estendeu a mão para mim, o que me fez parar por alguns segundos – E você é?

– Lizzie, me chamo Lizzie Andrews. – finalmente apertei sua mão – Mas como já disse antes, não estou interessada em...

– Aulas de patinação. Sim, eu já entendi. – Antony deu uma risadinha e ajeitou o boné – Eu não sou um instrutor, trabalho no restaurante e estou no meu horário de folga agora, que é quando aproveito para treinar.

– Ah, você participa daquelas competições de patinação artística? – franzi a testa, me interessando um pouco mais naquela conversa agora.

– É, vou concorrer as estaduais um dia, pelo menos é o que a minha mãe sempre diz. – ele me arrancou um leve sorriso – Bom, mas a minha parceira de ensaio não veio hoje, então não vou ter como treinar.

– Que pena, mas como pode ver, eu não sou exatamente a pessoa que vai substituir ela. – ironizei, estranhamente estava ficando boa nisso – Até gostaria, mas é que a minha agenda já está cheia.

– Oh, droga! – o vi dar um soco no ar, parecia estar se divertindo – Posso pelo menos te ensinar uns truques, para evitar que chame tanta atenção só pra si? É que eu não aguento disputar o público até no trabalho.

– Compreensível. – fingi pensar um pouco – Bom, digamos que eu já estou cansada de ter toda a atenção, basta por uma noite.

– Sendo assim, – Antony estendeu suas duas mãos em minha direção, e olhei para os lados antes de segurá-las – vem comigo, baby?

Aquilo me fez rir anasalado, mas consegui acompanhá-lo até o centro da pista de gelo, era ainda melhor largar a barra de apoio. Nossa breve aula "particular" iniciou, e a primeira coisa que Antony apontou foi a distância das minhas pernas, eu precisava afastá-las um pouco mais. Ele também corrigiu minha postura e disse que eu não devia inclinar tanto o meu peso para trás, pois isso me levaria ao chão imediatamente e por repetidas vezes.

– Ótimo! Vamos ver se você já consegue ficar de pé agora. – devagar, suas mãos foram soltando as minhas.

Nesse momento, pude sentir um friozinho na barriga, e até fechei os olhos com força esperando o próximo tombo que não aconteceu. Tornei a abrir os olhos, encarando brevemente meus pés, pois também fiquei sabendo que não podia olhar para baixo. Sorri contente, esticando os braços para os lados, estava mesmo muito bem equilibrada sobre os patins agora, mas ainda não conseguia me mexer.

– Você aprende rápido, Srta. Andrews. – comentou Antony, um tanto orgulhoso de seu trabalho.

– É o que parece. – lhe lancei uma piscadela, e ele deu uma risada, tirando o boné para arrumar os cabelos.

– Bom, agora me observe. – o vi colocar o boné outra vez, ajeitando bem a aba – Para patinar, você precisa saber de regras básicas. A perna de trás dá impulso, e a da frente decide a direção que você quer ir.

Antony começou a explicar todos os detalhes, como a posição dos pés "eles nunca vão diretamente para frente, então incline seu peso para deslizar bem", como fazer uma curva sem perder o equilíbrio "você dobra um pouco o joelho para direção que você quer ir, e estica mais a perna do lado contrário", e como parar "o peso do seu corpo vai no meio do patins, sendo mais para o lado de dentro da lâmina do pé da frente, e um pouco menos para fora da lâmina no pé de trás".

A cada explicação, vinha uma breve demonstração, seguida de tentativas, onde ele me segurava pelas mãos até que eu acertasse o movimento. Confesso que o mais difícil foi aprender a parar, eu não conseguia entender muito bem o movimento que ele fazia com os pés, por isso demoramos um pouco mais nisso. Antony me disse que esses eram os pontos principais para patinar, e estava certo, porque uns vinte minutos depois eu já estava fazendo aquilo sozinha, e o melhor, sem me esborrachar no gelo.

– Olha aí, te vendo agora, ninguém diz que você era a moça dos tombos instantes atrás. – debochou ele, patinando ao meu lado.

– Tudo bem, eu admito, você é um bom professor. – rolei os olhos, sentindo minhas bochechas corarem.

– É, eu sei. – Antony se gabou – Agora continua indo devagar, não vai pensar que está numa corrida de fúria sobre patins, e eu te garanto que não vai beijar o gelo com tanta facilidade outra vez.

Ao fazermos a curva, senti um arrepio me percorrer e quase perdi o equilíbrio, avistando Jason parado no início da pista. Suas mãos estavam dentro dos bolsos da jaqueta, e ele olhava diretamente para mim, não consegui identificar se estava bravo, pois seu rosto não tinha nenhuma expressão. Forcei um sorriso, sentindo meu rosto inteiro esquentar, eu não queria que ele arrumasse outra briga, principalmente se fosse com Antony que foi tão legal comigo.

– Então, aquele é o seu namorado? – questionou ele, ao olhar na mesma direção que eu.

– Ah, não exatamente... – eu não sabia o que devia responder – Digamos que ele é um amigo muito próximo.

– Entendi, vocês estão saindo... – Antony foi mais rápido do que eu esperava – Eu espero que ele não queira me matar agora.

– Matar você? Não, ele... – voltei a olhar para Jason, um pouco mais nervosa agora – Vamos até lá, quero apresentar vocês.

– Se você acha seguro... – Antony deu de ombros, ainda muito bem humorado.

Eu apenas assenti em silêncio, não sabia mesmo o que dizer ou fazer, mas tinha certeza de que não deixaria Jason agredir aquele cara por nada. Então, devagar nos dirigimos até ele, enquanto eu buscava as palavras certas para explicar o que estava acontecendo sem causar nenhum problema.

– Você veio! – observei, ao parar bem a sua frente – Há quanto tempo estava aqui olhando?

– Tempo suficiente. – sua voz soou calma, mas ele logo passou a encarar Antony ao meu lado – Quem é o seu amigo?

– Ah, esse é o Antony. – respondi apressada – Ele estava me ensinando alguns truques para patinar sem me estabanar no chão.

– Parece que deu certo. – Jason voltou a me encarar por alguns breves segundos – Acho que devo te agradecer.

Franzi a testa ao vê-lo estender sua mão em direção ao garoto magricela ao meu lado, e sem nenhuma intenção de machuca-lo.

– Na verdade, eu não fiz muito. – Antony sorriu leve, apertando sua mão num cumprimento estranhamente pacífico – Lizzie aprende bem rápido.

– É, ela aprende sim. – meu estressadinho parecia mesmo tranquilo, o que também acalmou meus ânimos – Você é instrutor aqui, garoto?

– Na verdade eu sou garçom, mas estava praticando e a sua namorada não parava de cair. – Antony coçou a nuca enquanto dava risada – Meu Deus, estava todo mundo olhando.

– A Liz é assim mesmo, ela não decide fazer uma coisa se não for pra tomar toda a atenção pra si. – Jason também soltou uma piadinha.

– Hey, eu estou bem aqui, tá legal? – rolei os olhos.

– Foi mal, mas eu acho que todos já viram que você está aqui. – ambos caíram na risada as minhas custas, e cruzei os braços controlando o sorrisinho bobo nos lábios.

– Vocês dois não prestam! – ralhei em tom risonho – E você, estava me assistindo cair esse tempo todo?

– Não, eu comecei a gravar depois do terceiro tombo. – afirmou Jason, arrancando mais risadas – É brincadeira, você sabe que eu nunca faria isso.

– Você gravou, não gravou? – arqueei uma sobrancelha.

– Só umas duas quedas, eu tive que ir pagar nosso lanche depois. – ele deu duas leves batidinhas no bolso em que estava o seu celular.

– Mas que filho da...

– Foi legal conhecer vocês, mas o meu intervalo acabou agora. – Antony me interrompeu, após conter o riso – Vê se continua mantendo ela longe do gelo.

– Hey, espera aí. – Jason tirou uma nota de $100,00 do bolso – Valeu mesmo pela ajuda, eu não sei se teria conseguido.

– Não precisa, cara, foi divertido ajudar. – vi Antony sorrir um tanto envergonhado.

– Leve como uma gorjeta. – Jason insistiu, de muito bom humor.

– É muita grana, tem certeza? – Antony me olhou ainda meio confuso, eu apenas assenti – Bom, então eu que agradeço. Tenham uma boa noite.

Nos despedimos com acenos, e Jason logo tornou a olhar em minha direção.

– O que foi isso? – perguntei o óbvio, mas acontece que estava um pouco intrigada agora – Você deu $100,00 só por ele me ensinar uns truques?

– Não encana com isso. – Jason me segurou pelos ombros – O que importa é que você está conseguindo patinar tranquila agora, não é?

– Bom, sim. – desviei o olhar por um segundo ou dois – Mas eu realmente pensei que você fosse surtar, ou algo parecido. Me deixou nervosa.

– Nervosa? – suas sobrancelhas arquearam – Lizzie, não tem nenhum problema se um cara aleatório decide te ajudar, tá legal? O problema seria se estivesse forçando a barra como aquele idiota no shopping, isso eu não admito.

– Bom saber que não sai espancando as pessoas por nada. – pousei minhas mãos em seu peitoral, e ele riu anasalado.

– Eu ainda me garanto, tá legal? – seus olhos caramelados ganharam um certo tom malicioso, fazendo minhas bochechas esquentarem – E sei muito bem que é comigo que você vai dormir, então relaxa.

– Sair com você é meio estranho. – segurei firme em sua jaqueta, me aproximando mais do seu corpo.

– Por que eu não sou um babaca possessivo que te faz se sentir insegura? – ele me arrancou uma risadinha.

– É, por aí. – selei seus lábios bem devagar – Obrigada.

– Não tem que me agradecer. – ele alcançou uma das minhas mãos – Vamos aproveitar agora que finalmente está de pé.

– Você é péssimo! – rimos, ao passo em que fazíamos a curva – E vai apagar aquele vídeo.

– Ah, eu não vou não. – ele me fez sacudir a cabeça para os lados.

– Idiota! – rosnei baixinho, enquanto voltávamos para a pista...

[...]


💕. Esses momentos entre esses dois... haha Alguém aí curiosa pra saber a reação do Jordan agora que ele sacou o que está rolando??? 👀 Vamos descobrir nos próximos capítulos, fiquem de olho 😘

Tatuagem da Lizzie:

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