2. Não preciso de pena
"Algo está no ar agora, como se estivesse perdendo a noção do tempo, como se eu realmente não me importasse agora, mas talvez isso seja bom... – Lost Cause, Billie Eilish."
– Não estou nem aí para as suas desculpas. – o interrompi, extremamente chateada – Se recuar agora de novo, você não vai ter outra chance comigo, Jason! – olhei bem fundo em seus olhos – Ou me fode como prometeu que faria, ou esquece de uma vez. Eu não preciso da sua pena, entendeu?
Suas sobrancelhas arquearam, ele estava completamente surpreso. No entanto, permaneceu em silêncio, como se não tivesse as palavras certas para me responder, mas nós dois sabíamos que desde quando me conheceu Jason se divertia em me constranger com propostas indecentes, então qual era a dúvida que lhe ocorria agora? Eu queria, e era evidente que ele também, será que isso não bastava? Bom, pelo visto não, então soltei a respiração com força, prestes a sair de seu colo.
– Espera! – Jason me segurou firme pelos quadris, aproximando seu rosto do meu – Eu sei o que eu disse, mas você está irritada agora, – ele segurou meu queixo entre o polegar e o indicador – e sabe que vai se arrepender pela manhã.
– Acontece que eu prefiro me arrepender, do que dormir chorando hoje por aquele... Aquele filho da mãe! – fui sincera, e pude sentir as lágrimas se acumularem em meus olhos – Você não tem noção de como está doendo aqui dentro, não é?
Podia sentir um bolo se formar em minha garganta, era difícil pensar no Jordan agora, e ter de engolir que tudo o que vivemos não passou de uma grande e estúpida mentira. "O Dan falou que só não te comeu num parque público, em cima do capô do carro, porque ele não quis... Uma vadiazinha no cio, foi assim que ele te chamou", o jeito que ele falava de mim para os amigos era tão sujo e desrespeitoso, eu me sentia uma completa idiota por ter confiado tanto nele.
– Por favor, me faz esquecer tudo? – minha voz soou baixinho – Eu não quero mais pensar, Jay... Não hoje.
Seus olhos continuavam fixos nos meus, mas ele não apresentava nenhuma expressão que eu conseguisse identificar, o que me fez se afastar, desviando o olhar um tanto envergonhada pela minha postura. Jason não parecia estar confortável com a ideia, e repensei seriamente qual era o meu problema. Estava praticamente implorando para ser tocada por ele, como se já não tivesse passado por humilhação suficiente hoje, eu devia mesmo estar no fundo do poço agora.
Contudo, meus pensamentos mal foram interrompidos quando sua destra alcançou minha nuca, me puxando para mais perto ao mesmo tempo em que seus lábios macios passavam a dar curtos beijinhos nos meus. Aquilo realmente me pegou de surpresa, e não consegui nem reagir nos primeiros segundos, mas o meu corpo logo se rendeu aos seus carinhos, então não custei muito a retribuir. Lenta e delicadamente pousei minhas mãos sobre seus ombros largos, os quais apertei, sentindo seus dedos deslizarem devagar por minhas coxas.
A certo ponto, Jason pediu passagem com a língua, e eu rapidamente cedi, me inebriando pelo doce e refrescante sabor de hortelã em sua boca. Deslizei minhas mãos a sua nuca, alcançando seus cabelos, e um suspiro me fugiu quando ele apertou firme minhas coxas. Rompemos o beijo por falta de ar e, ainda de olhos fechados, encostei minha testa na sua, sentindo minhas bochechas esquentarem rapidinho. Num leve empurrão, tornei a encará-lo bem a tempo de ver sua destra se enfiar para dentro do bolso da sua calça moletom.
– O que está fazendo? – me afastei um pouco para observar melhor.
– Nada, só... – ele tirou um isqueiro e um cigarro de maconha dali – Você disse que queria esquecer tudo e não pensar mais hoje, não foi?
– Eu não estava falando disso, seu... – soltei a respiração com força ao vê-lo encaixar o cigarro entre os lábios, o qual logo tratou de acender.
Jason era tão idiota que nem me dei o trabalho de completar o que dizia, apenas virei a cara, cruzando os braços enquanto ele dava a primeira tragada. De canto de olho o vi colocar o isqueiro sobre a mesinha de cabeceira, antes de me agarrar com seu braço livre.
– Eu sei exatamente o que você quer que eu faça, pequena. – disse ele, ao soprar a fumaça para cima – Mas isso aqui é bem melhor, hum?
Apertei meus próprios braços com força, sentindo a vergonha me consumindo de dentro para fora. Não sabia exatamente o que fazer naquela situação, e me achava tão ridícula por isso. Estremeci com o toque da pontinha do seu nariz em minha bochecha, e ao olhar novamente em sua direção, ele me estendeu o cigarro.
– É que eu não fumo, Jason! – respondi, mesmo nervosa.
– Vamos lá, experimente, eu não ofereceria se não fosse bom. – insistiu ele, e eu o encarei incrédula – O efeito dessa belezinha aqui é garantido, confia em mim, você vai relaxar.
Acabei por concordar e afastei algumas mechas de cabelo para trás da orelha, encarando o cigarro entre seus dedos. Tentei não pensar muito ao pegá-lo, rapidamente encaixando-o entre os lábios. O olhar de Jason estava fixo em mim, então me apressei a tragar, mas acho que foi demais, pois até o meu nariz ardeu. Tossi algumas vezes soltando fumaça por todos os buracos no meu rosto, e ouvi uma risada ecoar pelo quarto.
– Como consegue? Isso... é horrível! – lhe entreguei o cigarro de volta, fechando a cara logo em seguida.
– É que você foi com muita sede, pequena. – Jason balançou a cabeça para os lados, e deu outra tragada, soprando a fumaça em direção ao teto – Vem cá, deixa eu te ensinar como se faz?
Ele estendeu um braço em minha direção, e pensei um pouco antes de me aproximar outra vez, mas acabei pousando minha cabeça sobre seu ombro. Não estava exatamente certa do que fazia, mas precisava esvaziar hoje, e acho que para esquecer tudo eu era capaz de qualquer coisa essa noite. Dane-se o que aconteceria pela manhã, quando o sol nascesse eu pensaria nisso, mas não agora.
– Quando tragar de novo, vai devagar, e tenta não segurar a fumaça na boca. Tem que deixar ela chegar aos pulmões, – disse Jason, antes de dar um trago rápido para me mostrar – daí solta o resto pela boca ou pelo nariz assim, entendeu?
– Eu acho que sim. – forcei um sorriso, e ele tocou meu queixo, me fazendo levantar a cabeça para encará-lo.
– Se achar que não consegue, não precisa fazer. – sua voz era calma, e seus olhos buscavam confirmação nos meus.
– Não, tudo bem, eu consigo sim. – tentei soar o mais confiante possível, mas ele pareceu um tanto contrariado ao me passar o cigarro outra vez.
No entanto, eu fiz como em sua explicação, ou pelo menos tentei, era meio difícil mesmo acertar. Acho que só peguei o jeito depois da terceira tragada, e não era exatamente bom, mas a sensação de leveza que foi se espalhando pelo meu corpo era mesmo relaxante, quase como estar sobre as nuvens flutuando sem rumo. A expressão de preocupação no rosto de Jason também suavizou, então nos ajeitamos melhor na cama, até que ele se escorasse contra a cabeceira, me puxando junto ainda sentada em seu colo.
Dessa forma, o tempo foi passando com calma, e a fumaça ia inebriando meus pensamentos, até que o aperto em meu peito se esvaiu quase por completo. Jason tinha razão, a sensação era bem melhor que sexo, mas ao mesmo tempo estimulava cada vez mais o calor que crescia em meu ventre. Minhas risadas já ecoavam feito música pelo quarto, quando devolvi o cigarro para ele, entrelaçando meus braços em seu pescoço, me pondo a acariciar sua nuca, à medida em que mergulhava no mar de mel que eram seus olhos.
– O que foi, Lizzie? – Jason soprou a fumaça para cima, e eu sorri mordiscando suavemente meu lábio inferior.
– Nada... – sussurrei, aproximando meu rosto do seu – Eu gosto de olhar pra você. Então, me responde, por que é tão sexy assim?
– Não sou eu, está falando isso por conta da marijuana. – ele balançou o cigarro bem ao meu lado – Tudo fica melhor depois de umas tragadas.
– Tudo? – toquei a pontinha do meu nariz no seu, sorrindo um tanto maliciosa ao vê-lo assentir – Acho que preciso provar uma coisa, você... não se incomoda, né?
A essa altura, estávamos tão próximos, que nossas respirações pareciam uma só, lentamente esfreguei meus lábios nos seus, e Jason não custou nada a entender o que eu queria. Senti meus pelos eriçarem intensamente com o toque firme de sua mão livre em meu quadril, então sem pressa comecei a beijá-lo. Num piscar de olhos, nossas línguas dançavam juntas uma melodia sensual, enquanto trocávamos carícias, era tão excitante poder sentir o calor de seu corpo sem que minha consciência pesasse.
Afinal, por que pesaria agora, não é mesmo? Estava cansada de ser sempre a mesma garota chorona, a que é passada pra trás, Jason estava certo quando disse que era fácil me enganar, e deve mesmo ter sido divertido para Jordan. Rompemos o beijo com alguns selinhos, e percebendo que pensamentos desagradáveis voltavam, tomei o cigarro de sua mão, tragando bem demorado numa tentativa quase desesperada de esquecer tudo outra vez.
– É melhor ir com calma. – Jason afastou uma mecha de cabelo para trás da minha orelha.
– Por que exatamente eu iria com calma? – tornei a encarar seus olhos, após soprar a fumaça para o lado.
– Eu só... – selei seus lábios sem aviso, apertando seus cabelos macios entre os dedos – Lizzie!
Percebi seus músculos enrijecerem quando desci meus beijos pelo seu pescoço, e ao olhar para baixo vi seu membro bem marcado naquela calça moletom. Jason estava excitado, talvez ainda mais que eu, o que me arrancou uma risadinha sacana, seguida de pensamentos que jamais imaginaria ter com ele, era divertido. Então, resolvi provocá-lo um pouco mais, mordiscando o lóbulo da sua orelha ao tempo em que minha destra escorregava devagar pelo seu peitoral.
Quando finalmente toquei o seu pênis por cima da calça, ele apertou minhas nádegas com força, e ouvi sua respiração pesar, o que me fez encará-lo outra vez. Seus olhos escurecidos transbordavam desejo, me proporcionando um arrepio intenso pelo corpo. Era excitante, mas meio confuso, Jason estava extremamente duro pra mim, e mesmo assim tudo o que fez foi me oferecer um cigarro? Selei seus lábios macios devagar, passando a apertá-lo no mesmo ritmo, até que ele alcançou meu pulso me dando um leve empurrãozinho para trás.
– O que foi? – arqueei uma sobrancelha, sorrindo extremamente maliciosa ao vê-lo cerrar o maxilar – Não vai dizer que está tímido agora?
– Não me provoca! – ele mal havia acabado de falar, quando o apertei um pouco mais forte.
– Relaxa, eu não mordo não. – sussurrei baixinho, bem próximo aos seus lábios – Confia em mim, Jay.
Nossos olhos se encontraram outra vez, então o vi assentir quase como se estivesse hipnotizado, soltando meu pulso logo em seguida. Sorri satisfeita, estar no controle era mesmo fascinante, esfreguei nossos lábios numa leve provocação, e suas mãos grandes apalparam minhas coxas com força, à medida em que eu intensificava as carícias em seu pênis ainda coberto, lhe estimulando um pouco mais. Com a destra, Jason agarrou minha nuca, me puxando para perto, mas antes que pudesse me beijar, eu o empurrei contra a cabeceira da cama.
Um sorriso malicioso surgiu em nossos lábios quase no mesmo segundo, e aproveitei para tragar o cigarro de maconha outra vez, mas sem parar de apertar e massagear aquele pênis já bem marcado em sua calça. Soprei a fumaça em seu rosto, ao passo em que me ajeitava melhor em seu colo agora, e um estalo seco ecoou alto pelo quarto. Estremeci com aquela palmada inesperada, olhando brevemente por cima do ombro. Mordi o lábio num sorrisinho sacana e Jason apertou firme minha nádega quente, o que me fez segurar seu pau com um pouco mais de força.
– Eu já teria te ensinado fumar bem antes, se soubesse que ficaria tão animada assim. – ele riu fraco.
– Você é um filho da mãe! – rimos juntos, era impressionante quanta luxúria transbordava de seus olhos agora.
– Mostra pra esse filho da mãe aqui o que você aprendeu desde a última vez. – senti os pelos da minha nuca eriçarem quando seus dedos deslizaram por minhas coxas, empurrando o tecido da minha camisa para cima.
Meus pensamentos estavam embaralhados, mas eu acho que Jason se referia ao dia em que fingiu ser o Jordan naquele banheiro meses atrás. Eu senti tanta raiva quando percebi, mas vejamos agora, estava louca para tocá-lo exatamente pelo fato dele não ser o idiota do irmão. Devagar aproximei meu rosto do seu, entrelaçando meu braço livre pelo seu pescoço sem soltar o cigarro. Ele ameaçou me beijar, e rapidamente meti minha destra para dentro de sua calça.
Notei que sua respiração pesou um pouco mais quando passei a distribuir curtos beijinhos molhados em seu pescoço, ao mesmo tempo em que brincava com os dedos no elástico de sua cueca. Aquilo me arrancou uma risadinha, e logo meti minha mão para dentro da última barreira de pano, passando a acariciar a cabecinha inchada do seu pênis com o indicador, enquanto os outros dedos se entrelaçavam pela extensão.
– Se não quer me comer, vai pelo menos gozar pra mim. – sussurrei quente em seu ouvido, num tom extremamente provocante.
– Porra! – Jason franziu a testa quando iniciei os movimentos de vai e vem, batendo uma punheta bem lenta ainda dentro da cueca – Acha que eu não quero comer você?
– Bom, não está me comendo agora, certo? – nem precisei pensar para rebater, e ele resmungou algo que eu não consegui entender.
Então, mordisquei o lóbulo da sua orelha e, ao estalo de outra palmada quente em meu traseiro, passei a intensificar as carícias. Um arrepio gostoso fez eriçar cada pelo em meu corpo, no instante em que seus dedos se meteram por baixo de minha camisa, alcançando meu seio esquerdo e passando a dar leves puxõezinhos no mamilo rígido. Arfei baixinho ao pé do ouvido, e as veias de seu pau pulsaram em minha mão, o que me fez acelerar o vai e vem. "Ela é tão inexperiente...", a voz de Jordan me arrancou um sorriso debochado.
– Caralho, Lizzie! – a voz de Jason soou mais rouca que o comum – Se continuar assim, eu...
– Goza pra mim, Jay! – pedi manhosa, me aproximando assim que ele encostou a cabeça contra a parede – Ou precisa sentir minha boca te engolindo?
Seus olhos caramelados se abriram, mergulhando intensamente nos meus, eu sabia que ele estava quase lá, dava pra sentir. Ameacei beijá-lo, e ele cerrou o maxilar, apertando minhas nádegas com força, parecia estar se controlando, quando o que eu mais ansiava era que perdesse o controle. Então, puxei seus cabelos com o cigarro ainda entre os dedos, e lentamente lambi sua orelha. Aquilo pareceu ser a gota d'água, pois Jason logo fez questão de puxar minha mão para fora de sua calça, me arrastando pelos quadris até que eu sentasse bem encima de sua ereção.
– Rebola pra mim, pequena! – ele alcançou meu pescoço, assim que inclinei minha cabeça para trás.
– Jay... – fechei os olhos, sorrindo maliciosa enquanto tragava o cigarro de maconha, e passava a rebolar cada vez mais fundo em seu colo.
Ainda não entendia sua recusa em me foder, quando visivelmente estava explodindo de tesão, eu também estava. Jason apertou meu pescoço quase a ponto de me deixar sem ar, ao mesmo tempo em que empurrava meu quadril para baixo. Não demorou muito até que lambuzou a própria calça, ele tornou a cerrar o maxilar contendo um urro enquanto gozava, e eu me apressei a selar seus lábios algumas vezes seguidas, sem parar de rebolar até que abri os olhos e percebi que os seus praticamente me engoliam.
– Você é tão gostosa... – Jason cortou o silêncio entre nossas respirações ofegantes – Não sabe o quanto é difícil me controlar pra não te machucar.
– Do que está falando? – franzi a testa, um tanto confusa.
– Digamos que não sou o tipo de cara que faz amorzinho, Lizzie. – ele apertou meu queixo entre o polegar e o indicador – Se é que ainda não sacou.
Senti minhas bochechas esquentarem sob aquele olhar faminto, eu não sabia exatamente o que ele queria dizer, mas o jeito que falou me deixou um tanto desconsertada.
– Agora chega disso. Você precisa descansar um pouco, e eu tenho que levantar. – Jason deu dois toques em minha coxa.
– Mais já? – perguntei baixinho, aproximando meu rosto do seu.
Ele apenas assentiu em resposta, então saí do seu colo sem dizer mais nada, logo em seguida o vi se levantar. O cigarro entre os dedos já estava bem pequeno aquela altura, mesmo assim traguei novamente enquanto o acompanhava com os olhos. Jason caminhou até sua mochila, de onde tirou uma cueca limpa. Aquilo me arrancou uma fraca risada, ainda não acreditava que tinha mesmo feito ele gozar com tão pouco, eu devia ser muito boa com as mãos.
– Vê se apaga esse cigarro, já deu por hoje. – comentou ele, caminhando em direção ao banheiro.
– Mentira sua, eu não dei nada. – rebati, em tom malicioso, o que chamou sua atenção.
– Estou falando sério... – o vi soltar a respiração com força – Pelo que rolou aqui, é bem provável que você acorde pela manhã toda envergonhada, então já basta por hoje, não acha?
– Envergonhada por quê? Por te fazer gozar? – arqueei as sobrancelhas, extremamente provocativa – Qual é, você também vai sair espalhando isso por aí?
– Eu não sou o idiota do Jordan! – seu tom de voz soou firme dessa vez, e notei a expressão em seu rosto ficar séria.
– Não foi... Desculpa. – baixei o olhar, me sentindo uma grande idiota.
– Apaga esse cigarro e vai dormir. – foi tudo o que ele disse, antes de se meter para dentro do banheiro.
Estremeci ao ouvir a porta bater, e rapidamente as lágrimas alcançaram meus olhos. Como eu podia ser tão estúpida? Não sei explicar o que me deu, mas a raiva que sentia do Jordan parecia me controlar por inteiro. Eu queria magoá-lo tanto, quanto ele havia me magoado, mas o Jason não tinha nada a ver com isso. Eu me sentia uma grande filha da puta por usá-lo com o único objetivo de esquecer os meus problemas, isso era tão errado da minha parte que nem sequer conseguia me reconhecer.
"Vocês não tem noção de como é delicioso ensinar uma garota a sentir prazer...", a voz do Jordan ecoava em minha cabeça, me fazendo questionar como aquele desgraçado teve coragem de fazer isso comigo? Nesse momento eu só conseguia pensar em devolver tudo mil vezes pior, queria destruir aquele maldito ego dele até não sobrar mais nada. Bastava de ser essa idiota boazinha que sempre é passada para trás por se preocupar com todo mundo, eu queria me vingar e o Jason era o caminho mais fácil pra isso. Nessas circunstâncias, ser uma menina má parecia muito mais excitante e divertido.
Apaguei o cigarro na mesinha de cabeceira, e me levantei da cama ainda meio tonta pelo efeito da maconha. Um sorriso malicioso surgiu em meus lábios à medida que me aproximava do banheiro. Queria ver até onde o gêmeo malvado resistiria sob provocação, então arranquei a camisa, a qual joguei pelo carpete e abri a porta bem devagar para não fazer barulho. O chiado do chuveiro ligado ressoou aos meus ouvidos, indicando que o Jason já estava no banho. Respirei fundo, me convencendo de que era isso que eu queria fazer, assenti para mim mesma e entrei com cuidado para não acabar chamando sua atenção.
Ao olhar para frente vi que o box de vidro estava fechado e com o vapor d'água tinha ficado todo embaçado. Para completar, Jason estava de costas, mergulhado debaixo do chuveiro, aquela era a minha deixa. Tive dificuldade na hora de desabotoar o sutiã, e quase caí por cima do espelho tentando, mas consegui. Nesse meio tempo, o chuveiro foi desligado, e prendi até a respiração para não ser pega, quando o chiado voltou, me encostei na parede para tirar a calcinha que infelizmente foi ao chão, me arrancando um suspiro pesado.
– Lizzie? – os olhos de Jason se arregalaram quando abri o box, e ele rapidamente se virou em minha direção – Mas o que...
– Shh... – adentrei o espaço, completamente nua – Eu só não quero ficar sozinha lá no quarto.
Falei manhosa, enquanto ficava nas pontas dos pés para entrelaçar meus braços em volta do seu pescoço. Antes que ele pudesse pensar em algo, lhe roubei um selinho, puxando seu peso para debaixo do chuveiro junto a mim. Jason ficou estático, enquanto a água morninha se derramava por nossos corpos, mas assim que deitei minha cabeça em seu peitoral, suas mãos grandes pousaram em meus quadris, o que me arrancou um fraco sorriso.
– Você não está batendo muito bem da cabeça hoje, né? – sua voz calma chamou minha atenção.
– Acho que não. – respondi, e sua destra tocou meu rosto carinhosamente – Desculpa pelo que eu disse lá fora, é que...
– Eu sei. – ele me interrompeu, acariciando meu rosto com o polegar – Não precisa se desculpar, está tudo bem.
Aquele olhar penetrante quase arrancou todo o fôlego em meus pulmões, à medida que seu rosto se aproximava vagarosamente do meu. Senti minhas pernas bambearem ao passo em que nossas respirações se misturavam, e meus dedos se meteram por entre os fios molhados de seus cabelos, lhe puxando ao meu encontro. Estremeci com o toque suave de seus lábios macios nos meus, e Jason pareceu notar quando sorriu de canto, tratando logo de se afastar um pouco.
– Vamos só tomar banho, pode ser? – indagou ele, quebrando todas as minhas expectativas.
– Por quê? – arqueei uma sobrancelha – Por que está fugindo de mim?
– Não é isso, eu só... – Jason se auto interrompeu, e toquei delicadamente o seu rosto – É que eu sei que você não é assim de verdade, só está com raiva agora, e por isso não está pensando direito.
– Quem se importa com o que eu estou pensando ou não? – rolei os olhos.
– Eu me importo. – sua resposta rápida me pegou de surpresa – Porque quando te tomar em meus braços, quero ser o único homem em seus pensamentos. Eu preciso que você tenha certeza de que é comigo que quer estar.
– Bom, me parece que você só quer amaciar o seu ego, não é mesmo? – pousei minhas mãos em seus ombros.
– É, pode ser isso. – um discreto sorriso surgiu no canto dos seus lábios – Mas não temos que pensar em nada agora, eu não estou com pressa.
– Como você consegue me deixar ainda mais confusa? – arranhei o seu peitoral com as pontas das unhas, sentindo as lágrimas alcançarem os meus olhos.
– Essa nunca foi a minha intenção, pequena. – ele se precipitou a acariciar o meu rosto – Sei que está se sentindo frustrada agora, mas amanhã é um novo dia. Vai ficar tudo bem.
– Não, não vai! – antes que eu pudesse impedir, as lágrimas pesadas rolaram pelo meu rosto.
Sem dizer mais nada, Jason se precipitou a me puxar contra o seu peito, me abraçando apertado. Parecia loucura da minha cabeça, mas era como se ele soubesse exatamente o que eu estava sentindo agora, como se me conhecesse tão bem a ponto de enxergar nitidamente a dor que eu sentia no meu coração. Os soluços ecoaram em meio ao choro por alguns minutos até que, aos poucos, o meu corpo foi relaxando entre seus braços. Não trocamos mais nenhuma outra palavra, não se fazia necessário aquela altura, então apenas seguimos abraçados por mais um pouco de tempo, acho que eu precisava disso.
Depois que os ânimos finalmente se acalmaram, nós dois seguimos com o nosso banho, já que não havia o que se fazer além disso. Afinal, mesmo depois de eu ter ficado completamente nua na sua frente, Jason continuava sem quer ter relações comigo. "Quero ser o único homem em seus pensamentos", confesso que eu não esperava ouvir nada assim de um cara feito ele, será que estava falando sério? Bom, só sei que não parecia ser algo inventado de última hora. Estremeci ao sentir seus dedos massageando o shampoo no meu couro cabeludo.
– O que você está fazendo? – o encarava por cima do ombro agora.
– Não é óbvio? Estou te dando banho, Lizzie. – respondeu Jason, com um sorriso sacana nos lábios.
– Você é um idiota! – ri anasalado.
– É, você deve ter razão. – ele concordou com um suave aceno de cabeça.
Nesse instante, me virei de frente para ele, e seus olhos caramelados quase engoliram os meus, fazendo os pelos da minha nuca eriçarem. Sem demoras, selei seus lábios num beijo intenso, o qual Jason correspondeu na mesma medida, me conduzindo de volta para baixo do chuveiro. A água morna banhava os nossos corpos quentes, a medida que os batimentos em meu peito pareciam se acalmar. Em meio a carícias e beijinhos, eu terminei o banho primeiro, e ele ficou um pouco mais. Já terminava de secar meus cabelos com a toalha, quando ouvi sua voz soar do banheiro:
– Lizzie, pede uma pizza. – disse ele, me arrancando um fraco sorriso – Tô cheio de fome!
Para ser bem sincera, eu também estava com fome agora.
– Tá. – deixei a toalha sobre a poltrona, e apanhei sua camisa no chão.
Suspirei ao constatar que não dava para reaproveitar minha roupa íntima, e não tinha outra reserva na mochila, então apenas vesti sua camisa outra vez, teria de dormir ao estilo natural essa noite, mas deixaria para me preocupar com isso pela manhã. Segui até o telefone do quarto, mas assim que o coloquei no ouvido, percebi que estava mudo, o que me fez bufar o ar pelo nariz.
O jeito seria ligar do meu celular mesmo, então devolvi o telefone ao gancho, me dirigindo até minha mochila, mas para minha surpresa, o aparelho havia sumido, o que era um pouco estranho, me lembrava de tê-lo guardado ali, mas não de ter tirado e colocado em outro lugar. Olhei em volta, e avistei a mochila do Jason, talvez desse mais sorte com o dele, foi pensando nisso que abri um dos bolsos. Contudo, para a minha total surpresa, acabei encontrando o meu celular enfiado entre algumas meias.
– No que está mexendo aí? – aquela voz rouca soou bem atrás de mim, assim que peguei o aparelho, constatando que era mesmo o meu.
– Por que pegou o meu celular? – me virei, cerrando os olhos, e ele pareceu surpreso ao ver o aparelho em minhas mãos...
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💕. Genteeeeeeee, Lizzie estava com o fogo todo e finalmente rolou um momento mais caliente entre ela e o Jason, o que vocês acham que vai acontecer agora???
💕. Não esqueçam do cronograma de postagem:
16/01/22 👉🏻 3° Capítulo
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