Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

16. Treino de boxe

"Ele só está aqui por uma coisa, mas eu também. Sim, um pouco mais velho, uma jaqueta de couro preta, uma má reputação, hábitos insaciáveis. Ele estava dando em cima de mim, bastou um olhar pra eu perder o ar... – My oh My, Camila Cabello."

– Pronta pra começar suas aulas? – franzi a testa no primeiro segundo, mas logo um enorme sorriso se fez em meus lábios.

– Está falando sério? – dei alguns passos em sua direção, sentindo meu coração acelerar no peito.

– Por que não estaria? – Jason enfiou as mãos nos bolsos da calça, e eu praticamente saltitei de alegria – Você passou no teste ontem, não foi?

– Você é tão... – mordi meu lábio inferior, dando uma voltinha animada antes de entrelaçar meus braços em seu pescoço – Obrigada!

– Ah, não me agradeça ainda, eu não costumo pegar leve, pequena. – lhe roubei um selinho, e ele riu fraco – Vamos lá, nós já aquecemos com a corrida, então deve estar pronta.

– Sim, senhor. – suas mãos grandes pousaram em minha cintura quando selei seus lábios outra vez – Isso vai ser tão legal!

Me virei, com os olhos brilhando de felicidade, mal podia acreditar que ele ia mesmo começar minhas aulas. Eu estava entusiasmada igual uma criança que sabe que vai ganhar presente, mas Jason me fez alongar outra vez, por sorte eu já era bem flexível. Subimos no ringue, e ele logo tratou de prender bem as bandagens em minhas mãos, repetindo várias vezes que aquele era um passo importante e que eu devia prestar atenção naquilo.

– Por que isso é importante? – franzi a testa, admirando a bandagem devidamente presa em uma das minhas mãos.

– Porque é isso que vai proteger os ossos e tendões das suas mãos, para evitar lesões, Lizzie. – explicou ele, terminando de prender a outra bandagem.

– Uau! Parece só um monte de elástico enrolado. – dei uma risadinha – O que vamos fazer agora? Não vou usar luvas? Tipo aquelas lutadoras nos filmes...

– Vamos começar com o básico, sem luvas. – posso dizer que Jason quebrou parte das minhas expectativas – Agora preste atenção, deve manter os punhos a frente do corpo, e as pernas separadas assim, nessa posição.

Ele demonstrou, me trazendo vagas lembranças da noite em que Jordan foi agredido naquele posto de gasolina. Um dos caras que batiam nele se comportava mais ou menos assim, só que com menos disciplina. De lá pra cá, parecia haver passado uma eternidade, mas hoje completava duas semanas exatas desde que tudo começou a dar errado. Sacudi a cabeça para os lados, numa tentativa de me concentrar outra vez no que Jason ensinava, e logo o imitei.

– Guarda bem essa posição, a cada golpe tem que voltar pra ela. – ele golpeou o ar, voltando para a mesma posição num só segundo – Entendeu?

– Certo! – fiz o mesmo, imitando até o movimento de curtos saltinhos nas pernas.

– Ótimo. Já que estamos trabalhando sua agilidade, então eu quero uma sessão de dez minutos. – Jason me fez franzir a testa – Defende com o antebraço, faz o jab e volta, daí repete até cansar.

Assenti, parecia bem fácil a princípio, mas receio que ele tenha esquecido de avisar que eu cansaria antes dos cinco minutos. Nesse momento agradeci por ainda não ter o peso das luvas, a cada respiração pesada, eu sentia que ficava mais lenta, enquanto Jason apenas observava bem ao lado. Ele não disse uma só palavra até que os dez minutos passassem, só então me deixou descansar um pouco. E quando eu digo pouco, é que não deu tempo nem de sentar direito, me senti a maior sedentária da história quando me avisou que seguiríamos para o próximo exercício.

No entanto, esse agora era mais fácil, nada de socos, apenas trocar a posição das pernas enquanto se movia no ringue, ele até fez junto comigo para motivar. Nesse momento, tive a impressão de que estávamos dançando um de frente para o outro, foi divertido. Teve pausa para a água, e lá estávamos nós de novo, agora numa nova cessão juntando os dois movimentos. Juro que quase desisti quando Jason anunciou, mas não foi o que realmente fiz.

– Troca a perna, Andrews. Primeiro vem pra cima, depois troca a perna pra recuar! – orientava ele, bem a minha frente – Ótimo! Bloqueia, jab, troca a perna.

Aquilo soava nos meus ouvidos sem descanso e, a cada erro, Jason atenciosamente me corrigia, tanto na postura, quanto na disciplina. Era quase como um general me dando ordens, um general mandão e muito sexy. Quando eu finalmente consegui acertar a sequência dentro de dez minutos seguidos, era a hora de praticar, e ele não perdeu tempo. Logo vestiu em suas mãos o que disse que era uma manopla de foco, a qual eu devia socar, acho que dessa parte eu gostei.

Fingi que era a cara do Marcus, e a cada estouro sabia que precisava trocar de perna para fazer o recuo. Jason pareceu bastante satisfeito com o meu desempenho, pelo menos foi isso que entendi do leve sorriso no canto dos seus lábios. Também tive de fazer algumas flexões, e nessa hora ele fez questão de ficar atrás de mim, posso imaginar muito bem o motivo. Já prestes a finalizar o treino, ele me fez deitar com os joelhos travados.

– Sem mexer as pernas, vamos fazer alguns abdominais. – o vi demonstrar enquanto falava – Quinze minutos, ou até cansar?

– Se eu já estiver cansada, a gente para aqui? – arqueei as sobrancelhas, lhe arrancando uma fraca risada.

– Sem moleza, pequena, esse é o último de hoje. – Jason se levantou, passando a minha frente – Eu te ajudo, hum?

– Tá, mas se eu infartar, não vai dizer que não avisei. – me endireitei, sentindo dois toques em meus joelhos, antes que ele segurasse firme meus pés.

Respirei fundo, tentando mentalizar o quanto seria prazeroso finalizar aquela sessão e me jogar na hidro para relaxar. Então, contei mentalmente até três e comecei, ignorando o fato de Jason me encarar atento. Levantar, socar, deitar... Era mais difícil do que parecia, quinze minutos só em sonhos, consegui cinco me arrastando e morri no tatame outra vez. Christine me olharia com desprezo se pudesse me ver agora, mas aquele treino nem se comparava com o das Lioness, e olha que também era pesado.

– Acabou? Diz que acabou? – implorei, fingindo um choro.

– Sim, por hoje acabou. – suas mãos tocaram as laterais das minhas coxas – Você se saiu muito bem para o primeiro dia.

– Que bom, porque eu estou exausta. – abri os braços, olhando fixamente para o teto – Você arrancou minhas forças hoje!

– Deixa pra dizer isso depois que a gente foder. – Jason riu anasalado, e rapidamente olhei em sua direção, sentindo minhas bochechas esquentarem de vergonha – Te garanto que vou adorar ouvir.

– Idiota! – dei um chute em sua direção, mas ele foi bem rápido em segurar.

– Calma aí, pequena! Não fique tão animada. Eu não disse que seria agora. – enquanto falava, ele ia tirando os meus tênis – Além do mais, você mesma acabou de falar que estava cansada, não foi?

– Você é tão irritante às vezes! – puxei meus pés assim que tive a chance, mas antes que pudesse me levantar, Jason se encaixou entre as minhas pernas, decaindo seu peso sobre mim.

– A culpa é toda sua por ser tão gostosa. – com a destra ele segurou firme meus quadris, apoiando seu peso com o antebraço no tatame.

– O que tá – senti um friozinho na barriga, ao toque geladinho de suas correntes em meu colo suado – fazendo?

– Nada, só... – seus olhos caramelados esquadrinharam meu decote, antes de me encarar.

Estávamos tão perto agora que sua respiração quente se misturava com a minha. Toquei seus braços, sentindo os músculos bem firmes, meu olhar rapidamente recaiu aos seus lábios rosados e absurdamente convidativos. Num impulso, toquei seu rosto, e em resposta Jason apertou meu quadril o empurrando para baixo, vindo com o seu de encontro logo em seguida. Ele queria me fazer sentir o volume que crescia em sua calça, e eu franzi a testa quase cravando minhas unhas em seu braço.

Seu rosto se precipitou em direção ao meu, e minha destra deslizou até alcançar sua nuca, mergulhando entre os fios macios de seus cabelos dourados. Fechei os olhos quando seus lábios se esfregaram nos meus, e arfei baixinho quando Jason moveu seu quadril contra o meu outra vez, com mais força agora. Puxei seus cabelos, e ele finalmente selou meus lábios, iniciando um beijo lento e envolvente, o qual ia se intensificando mais a cada segundo.

Nossas línguas pareciam dispostas a seduzir uma a outra, numa dança extremamente sensual, de toques leves e profundos que misturavam o doce sabor de hortelã entre nossas bocas. Deslizei a mão esquerda pelo seu braço até tocar seu ombro, o qual passei a apertar a cada investida de seu quadril contra o meu. Ficava difícil até de respirar assim, e logo rompemos o beijo em selinhos que desceram ao meu pescoço e colo. No entanto, seus toques cessaram de um segundo para o outro, e tornei a abrir os olhos.

– O que aconteceu? – perguntei, ainda ofegante, ao vê-lo erguer seu peso.

– Nada. – por algum motivo desconhecido, Jason estava de cara amarrada agora – Vai pro quarto, preciso juntar as coisas aqui.

– Como assim? – me sentei, completamente confusa, no momento em que ele se levantou – Você quer que eu saia?

– É, seria bom se parasse com as perguntas e se mandasse daqui de uma vez. – ele me deu as costas e apanhou as manoplas – Ah, e tira as bandagens antes de sair.

Foi tudo o que disse, antes de deixar o ringue, nem sequer olhou em minha direção outra vez. Cerrei os olhos, encarando meus seios pelo decote do top o qual usava, procurando algum motivo que explicasse aquele surto repentino, mas aparentemente não havia nada, nem mesmo uma única marquinha. Soltei a respiração com força, sacudindo a cabeça para os lados antes de me levantar. A essa altura, Jason já começava a fechar as cortinas, tornando o ambiente mais escuro.

Me sentia um tanto frustrada por sua recusa abrupta, mas não demorou nada para que a raiva também surgisse. Retirei a merda das bandagens das minhas mãos, as quais arremessei com força no tatame. Jason me lançou um curto olhar, mas não disse absolutamente nada, apenas voltou a fechar as cortinas. Minha vontade era arremessar nele o que encontrasse pela frente, mas me contive em descer do ringue, me apressando em sair o mais rápido possível dali.

Desci as escadas pisando forte, enquanto um bolo se formava em minha garganta, afinal qual era o problema dele? Bom, a gente não tinha que transar a cada cinco minutos, mas foi ele mesmo quem começou e depois... Parar daquele jeito, e ainda por cima me mandar sair, Jason devia estar testando os meus limites, era a cara dele, se divertia em brincar comigo, ou me deixar irritada. Cerrei os punhos com força assim que alcancei o andar inferior, e encolhi os ombros ao ouvir o estardalhar da porta batendo no andar de cima, o que rapidamente me fez se virar e olhar naquela direção.

– Ah, Srta. Laila, que bom que voltaram. – a voz de Antonella me causou um sobressalto pelo susto que tomei – Scusami, não quis assustá-la, mas o almoço já está quase...

Sua fala foi interrompida por mais um estrondo no andar de cima, seguido pelo tilintar de vidro se quebrando, e rapidamente olhamos para a escada. O que aquele idiota estava fazendo agora? Por acaso iria quebrar tudo na academia?

– Deixas-te o Sr. McClain irritado? – Antonella deu alguns passos em minha direção, e tornei a encará-la.

– Não, estávamos só treinando. – tentei explicar, um tanto desconfortável com sua pergunta – Eu não sei o que deu nele.

– Bom, a todo caso é melhor deixá-lo sozinho quando está descontrolado. – ela tocou meu ombro – Vamos para o quarto e eu te preparo um bom banho para relaxar.

– Eu acho melhor ver o que aconteceu. – toquei o corrimão da escada, e outro estardalhar pôde ser ouvido, como se mais um vidro se partisse ao meio.

– Ele está bem, vai ficar quando terminar. – Antonella apertou um pouco meu ombro – Não posso permitir que suba agora, bella ragazza.

– O quê? – franzi a testa, completamente confusa.

– O Sr. McClain pode ser agressivo quando está de mau humor. – seu olhar parecia preocupado – Por favor, me acompanhe de bom grado, ou terei de ser deselegante.

Ela foi firme em suas palavras, e notei que os barulhos no andar de cima cessaram. Minha vontade era subir e tentar entender o que havia acontecido de tão grave, porque há instantes nós estávamos a beira de fazer... Bom, aquilo, mas agora... Esse Jason fora de controle era novo pra mim, principalmente sem um motivo em si.

– Srta. Laila, venha comigo? – insistia Antonella, me segurando pelo braço agora – Ele vai descer, uma hora vai descer e poderão conversar.

– Ele sempre faz isso? – cerrei os olhos, apertando o corrimão, ainda indecisa se devia ou não subir.

– Não, o Sr. McClain quase nunca vem aqui quando Enrico está fora. – ela tentou sorrir, mas soou fraco como café aguado.

– Enrico é o dono da casa? – arqueei uma sobrancelha, e ela logo assentiu – Jason e ele trabalham juntos?

– Não exatamente, eu recebi ordens para não falar muito sobre os negócios. – Antonella soltou meu braço, parecia bem nervosa – Scusami, sou uma linguaruda!

– Calma, você não disse nada demais. – finalmente soltei o corrimão, tentando tranquilizá-la – Se ainda estiver disposta, aceito aquele banho.

– Claro, Srta. Laila, me diga como prefere e vou deixar exatamente ao seu gosto. – um leve sorriso se fez em seus lábios.

Eu apenas assenti educadamente, mas antes de seguirmos pelo corredor, acabei olhando em direção a escada outra vez, acho que estava preocupada com aquele idiota explosivo agora...


JASON

Olhei em volta, contemplando o estrago que acabara de fazer, haviam mesas viradas e cacos de vidro espalhados pelo chão. E, para completar a cena, o toque estridente do meu celular ecoava em alto e bom som, eu já sabia quem era do outro lado da linha, aquela vagabunda desgraçada. Alcancei o aparelho no bolso da calça, passando a destra por entre os cabelos, numa falha tentativa de me acalmar. Antes de atender, conferi a escada, mas por sorte Lizzie não estava mais ali.

Percebi quando ela deixou o ringue, e pude ouvir seus passos pesados descendo a escada, estava irritada e não era pra menos, já que fui um completo imbecil ao mandá-la embora. Bom, a culpa não era dela, mas eu precisava tirá-la da sala, e não dava pra explicar o motivo disso, não sem mentir. Conferi o celular em mãos, no identificador aparecia "Allana", rangi os dentes e logo tratei de atender.

– Enrico não vai gostar nada dessa bagunça que você fez aí. – foi a primeira coisa que ela disse, em tom de deboche – Tem sorte de ser um dos queridinhos da família Savoia, mas não abuse demais.

– Não gosto que me espionem, Allana. – ignorei sua fala, encarando furioso a câmera por traz do espelho – Principalmente quando estou acompanhado, então até onde vão as suas câmeras?

– Você vale mesmo cada centavo que pagamos. – ouvi sua risada estúpida – Não é à toa que é o melhor no que faz. Mas agora estou curiosa, como você achou?

– Não importa! Só responde, até onde vão as malditas câmeras? – repeti a pergunta, ainda mais irritado que antes.

– Não há câmeras nos quartos se é o que quer saber. – ela finalmente respondeu – Mas não precisava ter parado com a sua ninfetinha, eu estava até me animando aqui. Ela é uma delícia, e você bem que podia dividir um pouquinho. Sabe que adoro me divertir.

– Nós fizemos um trato naquele racha, não quero você perto dela outra vez. – tentei lembrá-la desse pequeno detalhe.

– Trato? Eu me lembro de você ter espancado o pobre do Scott por meras fotos... – ela deu uma risadinha, e algumas lembranças começaram a invadir meus pensamentos...


Semanas atrás...

"Jason, querido, está em casa?" – ouvi a voz da Susana subindo as escadas.

"Sim!" – respondi, e em menos de cinco segundos a porta do meu quarto foi escancarada – "Porra, eu podia estar pelado, ou me masturbando, sabia?"

Ri da ironia naquela frase, não precisava me aliviar assim desde os quinze? Acho que sim. Me virei em sua direção e ela negou com a cabeça, se precipitando a me envolver num forte abraço. Precisei impulsionar o meu peso para frente a fim de que não caíssemos os dois ao chão.

"Se me apertar mais, vai ficar difícil respirar, dona Susana!" – falei com dificuldade, e ela afrouxou só um pouco seus braços a minha volta.

"Como sai do estado sem ao menos falar comigo, Jason? Como faz isso?" – a ouvi choramingar quando toquei seus ombros – "Eu fiquei tão preocupada, querido. Precisa parar com isso, por Deus!"

"Eu estou bem, não precisa exagerar." – beijei suavemente o topo de sua cabeça, antes de rompemos o abraço – "Mas tenho que sair agora."

"Ah, não, Jason! Acabou de voltar, meu filho." – Susana secou as lágrimas nos cantos dos olhos – "Pelo menos jante comigo?"

"Não vai dar, sabe que não gosto de me atrasar para os meus compromissos." – fui sincero, seguindo até a escrivaninha, onde estava minha carteira – "E esse é bem importante."

O leve sorriso em meus lábios desapareceu quando abri a gaveta, encontrando ali minha arma. Não gostava nada de andar com aquilo, mas não tinha outra opção, um membro da BW como eu não podia sair por aí dando mole. Guardei a glock entre o cós da calça e peguei minha carteira, sentindo o olhar de reprovação da minha mãe cair sobre mim.

"Por que insiste em se afundar naquele buraco?" – Susana alteou a voz e eu rolei os olhos, me virando de frente para ela outra vez.

"Não vou trabalhar hoje, isso é só uma precaução. Tenho... um encontro com uma garota legal." – tentei acalmá-la, mas acho que estava mesmo nervoso com aquela porra.

Digo, era importante pra Lizzie, e eu não queria estragar as coisas pra ela, apesar de que geralmente eu ferrava com tudo, digamos que era o que eu fazia de melhor com todo mundo, mas não com ela e não hoje.

"Um encontro, é?" – os olhos da Susana brilharam, o que me fez rolar os meus pela centésima vez aquela noite – "Espero que seja mesmo com uma garota decente, e não com uma daquelas prostitutas da sua boate."

"Eu não trocaria um jantar com a senhora, se fosse sair com uma prostituta, dona Susana." – ela sorriu ao me ouvir – "É mesmo uma garota bacana, mas provavelmente não como a senhora está pensando."

Eu não queria dizer que era a Lizzie, ou minha mãe pegaria no meu pé por ela ser a namorada perfeita do meu irmãozinho idiota.

"Ah, querido, isso já me deixa muito feliz. Se as coisas engatarem, você pode trazer essa moça aqui." – sugeriu Susana, e eu franzi a testa, mas dei uma risadinha logo em seguida – "O que foi?"

"Não vou trepar com ela, é só um encontro idiota do colégio." – tentava conter o riso, mas minha mãe parecia horrorizada – "Claro, se ela quisesse eu não negaria, mas não vai rolar."

"Estou falando de trazê-la aqui para me apresentar, Jason, não para isso. Tenha mais respeito, querido." – ela detalhou suas intenções, o que me arrancou mais risadas.

Era uma bobagem sem tamanho apresentar garotas para a mamãe, nem mesmo Jordan fazia esse tipo, quanto mais eu. Exceto... Bom, ele apresentou a Lizzie formalmente, e isso me deixou intrigado no tempo, mas logo percebi que ela era diferente das outras putas que ele comia. Ingênua, doce, bondosa, aquele jeito dela era de foder qualquer um.

"Convenhamos que trazer uma garota para casa remete a sexo em primeiro lugar, dona Susana." – falei só para provocá-la mais um pouco.

"Tá, tá. Vocês jovens só pensam nisso." – ela cruzou os braços, e eu arqueei as sobrancelhas.

"Ah, nós jovens? E a senhora vai dizer que ainda não deu para o tal namoradinho novo?" – meu tom de voz era recheado de deboche, e logo vi suas bochechas corarem.

"Jason! Não são modos de falar com a sua mãe." – ela me repreendeu e neguei com a cabeça, pegando as chaves sobre a cômoda.

"Relaxa, não quero mesmo saber com quem anda trepando, dona Susana." – passei por ela, me dirigindo a porta – "Estou de saída."

"Está um gatinho, filho. Aposto que essa moça vai ficar caidinha quando te ver." – disse Susana assim que saímos do quarto, e a encarei novamente.

"Acha que estou bem mesmo, mãe?" – perguntei num impulso idiota, estava nervoso pra caralho e acho que ela havia percebido – "Digo, não é o que está pensando, nós somos só amigos."

"Ah, é?" – suas sobrancelhas arquearam, e eu assenti desviando o olhar – "Não acho que você pense nela só como amigo. Então, o que te impede de ser honesto com os seus sentimentos?"

"O quê?" – franzi a testa ao som de sua risadinha – "Não sinto nada por ela, mãe. E também, ela já tem namorado, é um cara bacana, acho que o cara mais bacana do colégio. Eu não tenho chance, saca?"

"Quer saber? Eu duvido que ele seja melhor do que você." – Susana me segurou pelos ombros – "Para ser sincera, eu também tinha um namorado bacana quando conheci o seu pai, mas ele ganhou o meu coração porque sempre era surpreendente estar com ele."

Se ela ao menos soubesse de quem estávamos falando...

"É diferente." – tentei desviar o olhar novamente, mas ela segurou meu rosto com as duas mãos.

"Nunca desista do que é importante pra você, entendeu?" – seus olhos azuis pareciam mergulhados aos meus – "Tenho orgulho de ser sua mãe, e se essa moça não perceber o quão bom é o meu filhote aqui, quem estará perdendo será ela."

"Você sabe o quanto isso é brega, não é?" – rimos juntos, e a vi negar com a cabeça.

"Só... trate-a bem, não seja grosseiro e tente ser sincero, tá legal?" – Susana depositou um beijo carinhoso em minha bochecha.

"São muitas coisas, não deveria ter começado a frase com 'só'." – ela rolou os olhos ao me soltar – "Mas eu vou tentar ser legal hoje."

"É assim que se fala." – minha mãe parecia extremamente contente agora – "Vai dar tudo certo, querido."

"Valeu." – agradeci, um pouco sem graça – "Tenho que ir, até mais."

"Tenha um bom encontro, filho." – ela desejou assim que alcancei as escadas – "Ah, e vou aproveitar para limpar esse seu quarto."

"Tudo bem, mas não troque nada de lugar." – me apressei a descer, não queria que aquela conversa ficasse ainda mais esquisita do que já estava.

Ouvi ela confirmar e saí logo em seguida, conferindo as horas enquanto caminhava em direção a minha moto. Estava tudo certo, foi o que pensei, mas senti uma presença a mais e quando olhei para frente avistei Allana, sentada no banco do motorista no carro estacionado do outro lado da rua. Guardei meu celular no bolso, sentindo minha pulsação dobrar o ritmo, à medida em que a raiva me consumia por dentro.

Ela já sabia, sei que sim. Isso estava escrito em sua cara, naquele sorriso infernal estampado em seus lábios. Balancei a cabeça levemente para os lados, me adiantando até o carro no qual entrei. E, no mesmo instante em que ela estourou a bola de chiclete, eu bati a porta. Ficamos em silêncio por alguns segundos, ela apenas mascava o chiclete fazendo um barulho estupidamente irritante, encarando o nada lá fora.

"Vou conseguir o que você quer." – falei um tanto contrariado, e o seu olhar veio a mim.

"Essas não foram as ordens. Então me diga, qual parte ainda não entendeu, McClain?" – ela perguntou calmamente, o que me fez ranger os dentes – "O que está pensando? Nunca vi você assim antes, disposto a pôr tudo a perder, é isso?"

Não gostava de receber ordens, as coisas sempre eram do meu jeito, sempre.

"Já disse que isso é problema meu." – apertei as chaves em minhas mãos, tentando me conter.

"Não seja burro, porra! É só uma vadia qualquer, um trabalho como os outros, mas não pra você." – Allana me encarava diretamente agora, com um olhar ameaçador – "No nosso mundo a gente não tem tempo pra ficar apaixonadinho, McClain."

"Não estou apaixonado, caralho! Só não quero alguém como o Scott perto dela." – tentei convencê-la, mas ela apenas riu anasalado – "Eu dou a minha palavra que resolvo isso, ninguém precisa se machucar."

"Sabe que não machucamos inocentes, a garota só tem que estar apostos quando precisarmos dela." – a vi se esticar um pouco para abrir o porta-luvas – "Veja bem, vai ser fácil manipulá-la com isso caso necessário, McClain."

Ela me estendeu um envelope, e cerrei o maxilar contendo a vontade de machucar física e dolorosamente uma mulher a primeira vez na vida, mas acabei por pegar aquilo.

"O que porra tem aqui, Allana?" – perguntei entredentes e ela colocou seu boné, tratando de cobrir um pouco o rosto com a viseira mais baixa.

"Olhe você mesmo. Ah, e... daremos uma festinha hoje. Espero que apareça nas docas." – anunciou ela, girando a chave na ignição – "Agora desça, eu preciso ir."

Fiquei alguns segundos observando-a, mas não havia mais o que dizer e apenas assenti. Ao descer do carro, ela deu partida, sumindo rua a fora. Respirei fundo, olhando para o envelope em minhas mãos outra vez. Talvez eu não quisesse abrir, mas fiz mesmo assim, eram fotos. Fotos da Lizzie saindo do carro de Jordan no meio do nada. Só pelas roupas dela eu sabia que eram dessa manhã, não sei onde Allana queria chegar com isso, mas comecei a passar foto por foto...

...


Eu ainda não sabia explicar se fiquei tão puto por pensar que a Lizzie e o Jordan haviam transado aquele dia, ou por conta do fato de um merda feito o Scott ter fotografias dela em momentos tão íntimos. Mas sinceramente, não acho que fizesse diferença, lembro que me atrasei para o encontro porque quase o matei aquela noite, minha vontade era estourar a cabeça daquele filho da puta na porrada, e só não o fiz por muito pouco.

– Se você pensar em colocar alguém como aquele merdinha perto dela de novo...

– Ah, não. Você me entendeu errado. – Allana se pôs a me interromper – Não tenho mais nenhum interesse na garota, pelo menos no momento, já conseguimos o que queríamos. No entanto, isso pode mudar caso você não faça o seu trabalho direito.

– Eu já disse que tenho o que você quer. – rangi os dentes, apertando o celular em minha mão.

– Ótimo, então me encontre nas docas. – dava para ouvir o tamborilar das suas unhas na mesa – Sua ninfetinha deve sobreviver sem você por umas horinhas, não é?

...


LIZZIE

Pisquei os olhos com força, tratando de abri-los o máximo que podia, quase peguei no sono dentro daquela hidro. Antonella deixou tudo tão confortável, que nem mesmo vi o tempo passar. Para ser sincera, esperei que Jason aparecesse para conversarmos sobre o que aconteceu lá em cima, até passei umas cem vezes em minha cabeça o que eu diria, mas acontece que ele não veio. Suspirei pesado, afundando mais dentro da banheira, mil e uma coisas se passavam em minha cabeça, mas a que prevalecia era "Quando ele vai chegar?".

Sem respostas, e com a pele começando a enrugar, alcancei a toalha ao lado, a qual usei para sair da hidro. Sobre a cama, avistei uma camisa de linho na cor azul royal, Antonella avisou que deixaria algo para que eu usasse, e confesso que não era bem o que eu tinha em mente, mas servia. Tratei de me secar, e logo me vesti pensando se sairia ou não do quarto. A verdade é que, eu não conseguiria ficar enfurnada ali, até o Jason resolver aparecer para se explicar ou pedir desculpas.

Acredito que seria complicado termos uma conversa na frente de Antonella, mas se era assim que ele preferia... Olhei em volta uma última vez, então deixei o quarto, com o objetivo de me dirigir para a sala, entretanto algo me chamou a atenção no final do corredor. Era uma porta branca enorme, e não sei como não a vi antes, talvez eu apenas não tivesse me atentado naquela direção. Tentei me convencer de seguir o meu destino anterior, no entanto a curiosidade falava mais alto agora.

Antes, confirmei se não havia mesmo ninguém por perto, então me adiantei até a enorme porta, a qual empurrei com cuidado para não fazer barulho, afinal não tinha certeza de que dentro daquele cômodo estaria vazio. Entretanto, ao tomar vista do interior além da porta, meus olhos brilharam. Era uma biblioteca repleta de estantes com livros dos mais variados tipos, cores e gêneros. Minhas pernas travaram por alguns instantes, enquanto eu analisava cada detalhe. Desde os livros, às pinturas e quadros realmente sofisticados nas paredes.

Posso dizer que, quem quer que fosse o dono daquele lugar, tinha muito bom gosto para decoração. Sem que eu percebesse, já caminhava por aquela biblioteca, esquadrinhando as prateleiras de livros, mas confesso que me atraí justo pelo único que estava separado sobre a escrivaninha, como se alguém o tivesse pego para ler e esquecido pela pressa. Me sentei na cadeira confortável atrás da mesa e, sem demoras, apanhei o intitulado "Sherlock Holmes: Um estudo em vermelho".

Confesso que esse não era o meu gênero favorito, mas, justo por não ser um romance clichê, decidi folhear as páginas sem nenhuma pretensão. Alguns minutos depois, talvez sem nem perceber, me acomodei melhor na cadeira, ao mesmo tempo que os meus olhos corriam afoitos pelas páginas amareladas daquele livro, até que me peguei completamente imersa na leitura. Adorava o prazer de ler, porque assim conseguia me desconectar completamente do mundo real. Nem mesmo percebi quando Antonella chegou, trazendo o meu almoço numa bandeja.

– Srta, Laila? – ela me chamou e, ao subir o olhar, senti minhas bochechas enrubescerem – Oh, vejo que encontrou um dos meus livros favoritos.

– Ah, eu não queria ser inconveniente, não estava xeretando, nem nada... – fiz menção de me levantar, mas ela negou com a cabeça, sorrindo doce.

– Fique tranquila, bella ragazza. – a velha senhora pôs a bandeja sobre a mesa – Já faz um tempo que ninguém além de mim entra aqui. Enrico mal para em casa.

– Sinto muito. – fechei o livro.

– Bom, a todo caso, o que venho lhe dizer é que o Sr. McClain precisou sair, ele não quis incomodá-la. – avisou ela – Mas pediu para que eu lhe servisse enquanto estiver fora.

– Ele foi embora? – arqueei as sobrancelhas, completamente incrédula – O Jason foi embora e me deixou aqui?

– Não, ele só foi resolver umas coisas, estará de volta em breve. – seus passos apressados se encaminhavam em direção as janelas – Venha, Srta. Laila, eu trouxe seu almoço. Suponho, que deva estar com fome dada a hora.

– Não, eu... – me interrompi assim que Antonela puxou uma das cortinas, permitindo que a claridade adentrasse aquele cômodo – A verdade é que eu não devia nem ter vindo pra cá. Obrigada pela gentileza, mas acho que devo ir embora.

– Você não pode ir. – sua testa franziu, quando se virou de frente para mim outra vez – Não de estômago vazio. Além do mais, não acho que queira voltar para aquela boate tão cedo.

– Boate? – lembrei da mentira de Jason no segundo em que fechei a boca – Ah, sim, a boate onde eu trabalho. Bom, não é para lá que eu vou, moro com os meus pais.

– E eles te deixam trabalhar num antro daqueles? Dios mio! – a velha senhora estava horrorizada agora.

– Não, eles... – tentei pensar em algo para remediar – Eles não sabem sobre o meu trabalho. A grana é para a faculdade.

– Logo vi que tinha um motivo. – Antonella riu anasalado – Você não parece gananciosa como a outra garota. Seu nome era... Sheila, Shelby?

– Shely? – arqueei as sobrancelhas, e ela logo confirmou com um aceno – Ela vem muito aqui?

– Não, mas esteve aqui há uns dias com o Sr. McClain. – ouvir aquilo me causou um certo desconforto no peito – Shely o ajudaria em um trabalho fora da cidade, foi o que eu entendi.

– Ah, trabalho... – sorri envergonhada – Eles já dormiram aqui juntos também?

– Não, senhorita. – sua resposta aliviou um peso enorme de minhas costas – Para ser honesta, ontem foi a primeira vez que o Sr. McClain usou o quarto dele na mansão.

– Espera aí, o Jason tem um quarto nessa casa? – minha pergunta foi respondida com um aceno de cabeça – Mas a senhora disse que um tal de Enrico era o dono.

– Ora essa, ele é o dono, e meu chefe também. – um risinho fraco lhe escapou – Mas a família Savoia é muito generosa com seus aliados.

– Essa conversa está me dando dor de cabeça com tantas voltas. – enfiei os dedos entre os cabelos úmidos.

– Isso deve ser fome. Sente-se, assim faz companhia para essa velha solitária aqui. – seu tom de voz transbordava gentileza, e respirei fundo ao concordar com um leve aceno de cabeça...

[...]


💕. Jason deixou a Liz sozinha na mansão, o que será que vai acontecer? 👀

💕. Não esqueçam de deixar a ⭐ para ajudar no engajamento da fic, comentem o que acharam, e até a próxima sexta 😘❤

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro