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3. Revelações

"Não sabia que eu me apaixonaria tão forte, que meus pés deixaram o chão. A gravidade não faz sentido quando você não está por perto. Eu me viro contra mim mesmo quando os demônios na minha cabeça ficam barulhentos, eu não sei como você faz isso, mas você os silencia... – Biblical, Calum Scott."

JASON

– Eu me importo, caralho! – apertei firme o seu quadril, numa medida desesperada de não deixá-la se afastar ou sair do meu escritório – Era isso que queria ouvir? Eu me importo mais com você do que comigo mesmo, Lizzie, sou completamente louco por você, e sei que sabe disso, hum?

À medida que aquelas palavras saltavam desenfreadas da minha boca, o meu rosto se aproximava ainda mais do seu, até as nossas respirações se misturarem como uma só. Aquela altura, os batimentos em meu peito estavam tão acelerados que eu não tinha certeza de que ela não pudesse ouvi-los. Estava nervoso por ter admitido que menti, e ao mesmo tempo aliviado por finalmente tê-lo feito. Era uma sensação estranha, mas receio que qualquer preocupação se esvaiu da minha cabeça quando involuntariamente recaí o meu olhar aos seus lábios rosados, só então me dando conta de quanta saudade sentia do seu toque macio nos meus.

Aparentemente, Lizzie pensava o mesmo que eu enquanto nossos rostos se atraíam devagar. Em silêncio, ela pousou delicadamente as suas mãos em meu peitoral, se adiantando a me puxar pela camisa para mais perto, como se o seu corpo também ansiasse sentir o calor do meu junto a si. Eu gostava de pensar que sim. Tornei a encarar os seus olhos verdes hipnotizantes, bem a tempo de vê-la consentir e, sem perder mais tempo, selei os seus lábios iniciando um beijo desejoso. Seus braços logo se entrelaçaram em volta do meu pescoço, e com a destra alcancei a sua nuca, onde segurei firme antes de empurrá-la contra a porta, tratando de acabar com qualquer espaço que ainda existisse entre nós dois.

Mordisquei o seu lábio inferior, tornando a lhe beijar de forma mais intensa quando as suas unhas passaram a arranhar suavemente minha nuca. Meu peito queimava por ela agora, e tudo o que eu queria era me deliciar naquele doce sabor que a sua boca carregava. Por um instante, nada mais que isso importava, éramos só nós dois outra vez. A cada toque macio entre as nossas línguas, o meu desejo pela Lizzie aumentava, e eu não sentia que seria capaz de parar tão cedo. Estava faminto por ela, sem forças para resistir a crescente vontade de tomá-la em meus braços. Eu precisava dela, e acho que ela também sentia a mesma necessidade de mim. Então, nos estendemos naquela troca o máximo de tempo possível.

– Porra! Que saudade de você, pequena... – murmurei, entre alguns selinhos carinhosos.

– Também senti a sua falta todos esses dias, Jay. – suas pequenas mãos delicadas apertaram firme os meus ombros.

– É? Você sentiu? – ainda esfregava os meus lábios nos seus, pois simplesmente não conseguia me afastar dela, eu não queria.

– Por que mais acha que estou aqui agora, seu idiota? – ralhou Lizzie, em tom sutilmente humorado, o que me arrancou uma leve risada anasalada – Eu fiquei tão preocupada, queria tanto te ver de novo...

– Eu também estava louco pra te ver de novo. Só pensava em te beijar, te tocar... – selava os seus lábios mais algumas vezes enquanto ia falando – Quase perdi a cabeça longe de você.

– Então por que disse aquelas coisas pra mim? – senti os seus dedos apertarem o tecido da minha camisa, e soltei a respiração com força antes de encostar a minha testa na sua – Por que me fez acreditar que nada do que tivemos foi real?

– Você não entenderia, mas eu tive que fazer isso para o seu próprio bem. – toquei o seu rosto carinhosamente.

– Do que está falando? – a vi cerrar os olhos.

– É mais complicado do que parece. – me forcei a se afastar alguns centímetros.

– Bom, acho melhor você começar me explicando, porque eu não vou sair daqui até que me diga tudo. – ela segurou ainda mais firme no tecido da minha camisa, me puxando de volta para si.

– Lizzie...

– Por favor, seja honesto comigo dessa vez? – seus olhos marejados mergulharam nos meus – Me deixe saber a verdade. Quero entender por que fez isso, por que mentiu pra mim, Jason?

– Não posso arriscar a sua segurança. – passei a acariciar suavemente a sua bochecha – Eu quero te proteger, e não me importo se me odiar por isso.

– Tem alguém querendo me machucar? – questionou Lizzie, completamente confusa.

– Não, mas eu me dei conta de que não posso continuar te colocando em perigo. – delicadamente passei uma mecha de cabelo para trás da sua orelha – Aquela situação que ocorreu em Portland... Esse tipo de coisa não pode se repetir.

– Está falando do Bastijn? – Lizzie tocou o meu rosto com as pontas dos dedos.

– Exatamente. Assim como ele, tem muita gente por aí querendo a minha cabeça, e eu não ligo se vierem atrás de mim, mas... – soltei o ar de uma só vez pelo nariz – Não consigo nem imaginar um filho da puta desses machucando você, não sem perder a sanidade. Não posso te arrastar pra isso, você tem que se afastar de mim enquanto ainda é tempo.

– Olha, essa não é uma decisão só sua. – ela negou com a cabeça – Não pode me afastar só porque tem medo que eu me machuque, ou sei lá... Não é assim que funciona, seu idiota!

– Você não entende...

– Negativo, quem não está entendendo aqui é você... – Lizzie me deu um leve empurrão, só para me puxar para mais perto logo depois – Não estou disposta a abrir mão da gente.

– Mas e quanto ao Jordan? – franzi o cenho em confusão – Vocês não estão... juntos de novo?

– É claro que não! – ela negou
de imediato – Por que achou que estaríamos juntos?

– Bom, é que eu pensei que depois dele te contar sobre o lance com a amerida... – fiz uma curta pausa, à medida que tentava decifrar a expressão enigmática que se formava em seu rosto – Achei que vocês iam acabar se acertando.

– Espera aí, então o Jordan foi mesmo drogado pelo Marcus? – seu olhar desviou do meu, como se estivesse tentando absorver aquela informação – E você sabia todo esse tempo... Por que não me disse nada? Por que só está me contando agora?

– Sei que devia ter falado antes, mas não consegui. – me obriguei a soltá-la, dando alguns passos para trás – Eu não imaginei que se tornaria tão difícil te contar a verdade.

– Do que está falando? – Lizzie deu um passo à frente, e eu recuei outra vez.

– Quando o Marcus te contou aquelas coisas, eu não pensei direito, porque estava mais preocupado em dar um jeito de tirar você do colégio em segurança. – passei a destra entre os cabelos, os empurrando para trás – Eu precisava fazer isso antes que a Allana te encontrasse, e aquela situação pareceu favorável, mas eu ia te contar a verdade depois.

– Como assim? – ela continuava sem entender – O que a Allana queria comigo?

– Ela ia te sequestrar por conta do roubo, mas eu não podia deixar que você corresse nenhum risco. – expliquei.

– Por isso me levou pra longe? – questionou ela – E passamos a noite naquele motel na saída da cidade...

– Sim, eu queria te manter segura, e longe da BW. – confirmei – Mas ao mesmo tempo, precisava te deixar incomunicável para a Allana seguir com o roubo das drogas numa boa. Então aproveitei que estava magoada, e alimentei a sua vontade de não falar com mais ninguém... Mas era pra ter sido só aquela noite, e pela manhã eu ia te contar a verdade.

– Só que você não fez isso... – seu tom de voz soou embargado.

– Eu não consegui. – lamentei arrependido – Acontece que aquela noite foi a primeira vez que você demonstrou interesse por mim, como homem. A gente se beijou, e eu senti uma conexão que me fez desejar mais tempo ao seu lado. Sabia que devia te falar a verdade, mas bastava te olhar pra mudar de ideia.

– Espera aí, então... O Jordan estava falando a verdade? – a vi franzir o cenho – Você mentiu pra mim!

– Essa não foi a minha intenção, mas é... Eu menti pra você. – admiti meu erro.

– E o que mais escondeu, Jason? – uma lágrima rolou pelo seu rosto, a qual ela logo se pôs a secar – Foi mesmo você quem vendeu as drogas para o Marcus?

– Não, eu não vendi nada. – neguei rápido – Só disse isso para o Jordan, porque sabia que ele ia te contar, e aí você me acharia ainda mais cretino do que eu realmente fui.

– É, você foi um grande filho da mãe! Poxa, eu fiquei arrasada, foi tão difícil pra mim. – Lizzie inclinou a cabeça um pouco para cima, numa medida de conter as lágrimas, enquanto tentava desesperadamente secá-las – Desde que rompi com o Jordan, tantas coisas mudaram. A minha vida virou do avesso, e você estava lá assistindo tudo. Eu não sei o que dizer...

– Eu poderia falar que sinto muito, e te pedir desculpas agora, mas acontece que não me arrependo do tempo que passei com você. – fui sincero – Na verdade, se eu tivesse a chance de fazer tudo de novo... Lizzie, eu não mudaria nada. Então, acho que pode me odiar, porque sei que mereço isso.

– Eu não odeio você. – ela fungou com o nariz, voltando a me encarar – Sei que devia estar com muita raiva de você agora, mas quer saber? Não é isso que sinto.

– Como não? – me forcei a permanecer estático, ao vê-la se aproximar – Eu acabei de dizer que ajudei a ferrar o seu relacionamento perfeito com o Jordan, com o cara que você ama.

– Não estou dizendo que não me sinto mal... Mas não consigo ficar com raiva de você por isso. – explicou ela – Como mencionei antes, muitas coisas mudaram, e nesse processo acho que eu também mudei.

– Você não pode fazer isso. – falei em tom baixo, em vista de que ela chegava cada vez mais perto – Eu não tenho mais forças pra te afastar e não posso garantir nada se resolver ficar. Não é seguro.

– Tudo bem, eu não ligo, Jay. – ela parou a poucos centímetros de distância – Desde que não hajam mais segredos entre nós, esse é um risco que estou disposta a correr por você.

Um leve sorriso se fez em seus lábios, no mesmo instante que travei o maxilar, e notei quando interrompeu o movimento com as mãos por um ou dois segundos, antes de finalmente pousá-las outra vez em meu peitoral. Naquele instante, não consegui me mover, ou sequer pensar em alguma coisa que pudesse dizer para fazer com que a Lizzie mudasse de ideia, pois no fundo eu nunca quis de fato tê-la longe de mim. Era só ela quem eu queria ao meu lado e, após lhe encarar por quase meio minuto, fui tomado por um impulso que me fez puxá-la para um abraço apertado, o qual ela logo tratou de retribuir.

Em seguida, Lizzie repousou a sua cabeça em meu ombro, e senti o meu coração se aquecer dentro do peito, como se naquele momento nada mais importasse. Ali, com ela entre meus braços, era exatamente onde eu queria estar agora e para o resto dos meus dias, tinha certeza disso. De forma carinhosa, depositei um beijo demorado no topo da sua cabeça, lhe apertando um pouquinho mais antes de rompermos aquele abraço tão gostoso. Contudo, ela não se afastou de imediato, e acho que entendi o motivo quando senti a sua respiração quente se chocando contra a curvatura do meu pescoço.

– Você tatuou a rosa... – seus dedos macios passaram a contornar superficialmente os traços da minha nova tatuagem – Tatuou de verdade!

– É. – tornei a acariciar uma das suas bochechas – Você gostou, pequena?

– Eu amei! – respondeu Lizzie, se adiantando a depositar alguns beijinhos naquela região do meu pescoço – Ficou linda, Jay... Essa já é a minha tatuagem preferida em você.

Sem perder tempo, ela ficou nas pontas dos pés só para me roubar um selinho, e rapidamente lhe agarrei firme pelos quadris, o que fez seu corpo inteiro estremecer junto aos pelos que vi eriçar. Aquilo me arrancou um discreto sorriso de canto. Eu adorava o jeito que a Lizzie respondia a cada um dos meus toques, desde o mais simples. Era mesmo delicioso apreciar as suas reações, e assim testemunhar a conexão que tínhamos um com o outro, sem que precisássemos de nenhum esforço.

No entanto, à medida que os nossos rostos se atraíam como ímãs, Lizzie apertou a minha camisa, desviando o olhar para os nossos pés após me dar um leve empurrão. Então franzi o cenho, também recuando um pouco para lhe observar melhor. Confesso que isso me deixou mesmo confuso, pois os sinais indicavam que ela queria me beijar tanto, quanto eu gostaria de beijá-la agora. Então, o que a impedia de prosseguir? Será que havia mudado de ideia, e percebido que estava furiosa com tudo o que eu lhe contei? Bom, como se pudesse ouvir os meus pensamentos, ela sacudiu a cabeça levemente para os lados antes de voltar a me encarar.

– O que foi? – questionei, ainda sem entender.

– Nada, é só que se você me beijar agora nós vamos acabar... Você sabe. – respondeu Lizzie, em tom baixo, encolhendo os ombros com vergonha.

– E você não quer isso, pequena? – me afastei um pouco mais, mas sem largá-la.

– Não, pelo contrário, eu quero muito. Mas antes, preciso que seja totalmente sincero comigo. – explicou ela – Nada de segredos entre nós daqui em diante, Jay.

– Você está coberta de razão. – concordei – Por onde quer começar?

– Quero que me explique qual o real interesse da Allana em mim? – sua pergunta foi direta e objetiva – Por que ela queria me sequestrar?

– Tá legal, eu acho que essa vai ser uma longa conversa, então é melhor sentarmos. – sugeri, em vista de tudo o que tínhamos para conversar agora.

Em resposta, a Lizzie apenas concordou com um leve aceno de cabeça, e eu lhe conduzi calmamente até o sofá onde nos sentamos um de frente para o outro. Então, sem demoras ou enrolação, comecei a explicar tudo bem do início, lhe contando que os motivos do seu tio Henry estar na cidade era possivelmente investigar a BW e efetuar a prisão da Allana. Também deixei claro que até o dia do tiroteio na minha casa, nós ainda não tínhamos feito nenhuma ligação dele como policial à sua família, ou sequer a ela. Digamos que as coisas começaram a se complicar a partir daí.

Ao descobrir esse elo, a Allana começou a monitorar todo mundo. Tanto os seus pais no trabalho, quanto a própria Lizzie no colégio, com a ajuda do seu subordinado direto Scott, a quem ela deu ordens pessoalmente. O único problema que ambos não esperavam é que eu não fosse concordar com isso, fui totalmente contra no momento que descobri, e talvez tenha atrapalhado os seus planos. Mas, em vista de que a Allana não era de voltar atrás nas suas decisões, eu tive que tomar as minhas próprias medidas para afastar o seu cachorrinho fiel das redondezas.

Como por exemplo quando o Scott passou dos limites e fez aquelas fotos íntimas da Lizzie com o Jordan no parque, com o objetivo de ameaçá-la com tais arquivos no encontro de aluguel, eles queriam que ela conseguisse informações sobre o andamento da investigação do Henry. Mas receio que ficaram de mãos atadas depois que eu não só destruí a sua maldita câmera junto com as evidências, como também dei a maior corça que aquele merdinha já tomou na vida. Em seguida, armei uma cena na Candy's para o caso da Lizzie ainda estar sendo observada, só para mais tarde pegá-los de surpresa ao chegar com ela no racha e expor indiretamente o envolvimento do infeliz com a BW.

Uma vez vistos juntos, consegui tomar as rédeas e fazer o trabalho do meu jeito, garantindo a segurança da Lizzie. Mas aí o desgraçado do tio dela apreendeu a nossa carga e, com o enorme prejuízo que teríamos, as coisas se complicaram de novo. Daí o motivo do sequestro na noite do jogo, a Allana sabia que eu não ia concordar e por isso armou tudo nas minhas costas. Quando descobri como o esquema ocorreria, não tive muito tempo para recalcular uma saída, então o único jeito de não dar merda para nenhum dos lados era sumir com a Lizzie aquela noite e foi exatamente o que fiz. Não dava para permitir que ela corresse nenhum risco.

À medida que eu ia lhe contando cada detalhe, não pude deixar de notar que a Lizzie ia ficando mais assustada, justo por isso tentei evitar entrar em detalhes sobre qual fim levou o Bastijn. Invés disso, achei menos problemático entrarmos no assunto sobre como descobri que o Jordan foi drogado pelo Marcus, o que aconteceu totalmente por acaso quando ouvi sem querer uma conversa daquele babaca com a vadia da Ashley. Acredito que era importante ela saber de todas essas coisas, agora que já não dava mais para esconder. E confesso que estava impressionado, porque mesmo depois de ficar sabendo tudo o que escondi, a Lizzie não me olhou com desprezo ou horror.

Muito pelo contrário, ela me agradeceu por ter sido atencioso e cuidado do seu bem-estar, mesmo quando ninguém nem imaginava que era isso que eu tentava fazer. A forma com a qual reagiu, meio que me fez entender por que me amarrei tanto nela. Acontece que a Lizzie era genuinamente boa, e aquele seu jeito despretensioso de ver as pessoas fodia com a minha cabeça de um modo que ela nem imaginava. Acho que ainda me sentia um tanto desacreditado que ela realmente estava ali na minha frente, disposta a perdoar os meus erros e retomar de onde paramos.

Lizzie era mesmo surpreendente, e sabia como prender minha atenção, aquilo que fez lá embaixo era prova suficiente disso. Qual é? Quando é que eu iria imaginar vê-la em meio as novas strippers? Por um momento, quase me fez pôr tudo a perder, isso porque só tirou o roupão enquanto dançava de forma extremamente sensual. Eu tinha plena consciência de que não aguentaria que ela passasse dali e fosse mais longe, pelo menos não sem perder a cabeça. O pior é que, não me lembro de já ter me importado tanto assim com outra garota além dela, a Lizzie mexia comigo de um jeito diferente, ela era única pra mim.

– Isso é tudo o que eu preciso saber, Jay? – ela tocou carinhosamente a minha destra.

– Na verdade, acho que eu tenho mais uma coisa para te contar... – lhe encarei com o semblante sério.

– Então conta logo. – Lizzie soou ansiosa.

– Bom, pode não ser tão fácil de ouvir. – fui sincero, já imaginando que ela podia não ter lá a melhor das reações.

– E por acaso alguma coisa que me disse aqui foi fácil de ouvir? – um sorriso cansado se fez em seus lábios, e rapidamente neguei com a cabeça.

– Não, mas isso é diferente de tudo o que eu já te contei. – tentei alertá-la sobre o que viria a dizer.

– Quer fazer o favor de falar logo? Está me deixando nervosa. – impaciente, ela soltou a minha mão, tratando de tomar uma posição melhor naquele sofá.

– Tá, tudo bem. – respirei fundo, numa medida de tomar coragem para prosseguir – Lembra que eu te disse que vi o Jordan na lavanderia com os lençóis manchados no dia que vocês...

– Ai, meu Deus! É, eu lembro, será que pode pular isso? – fui interrompido, e notei as suas bochechas enrubescerem de vergonha.

– Certo, esse não é o ponto em si. – expliquei, a fim de lhe acalmar – Acontece que eu fiquei possesso de ódio porque pensei que ele fosse te expor com aquela merda de aposta e tal...

– Você me contou algo assim, mas ele não fez isso. – disse Lizzie, com o semblante um tanto confuso.

– É, só que eu pensei que faria, e tomei uma decisão que você não vai gostar muito de saber. – procurava usar das melhores palavras possíveis, mesmo sabendo que nem isso seria capaz de amenizar o que revelaria para ela agora.

– Como assim? – suas sobrancelhas arquearam.

– Fui eu que mandei aqueles caras darem uma surra no Jordan no posto de gasolina. – falei de uma vez.

– O quê? – seus olhos se arregalaram em espanto e incredulidade.

– O sangue me subiu à cabeça. – argumentei.

– Jason, independente de qualquer coisa, ele é o seu irmão, e podia ter morrido aquele dia. – seu olhar parecia disposto a me condenar agora – Os caras que você mandou não estavam de brincadeira. Eu não acredito que fez isso!

– É, mas eu fiz, e não me arrependo. – segui firme – Para ser totalmente honesto, teria sido muito pior se aquele idiota estivesse mesmo te usando pra exibir como troféu para os amiguinhos babacas.

– Como pode dizer isso? – Lizzie se afastou de cenho franzido – Você acha normal mandar três caras agredirem brutalmente o seu próprio irmão?

– Eu mesmo teria cuidado disso se não fosse você e toda essa influência que tem sobre mim. – expliquei – Mandei os caras porque assim não correria o risco de desistir no meio do caminho.

– Isso foi horrível! E eu espero que você saiba que passou dos limites... – seu tom de voz alteou um pouco, como se estivesse me dando uma bronca – Nossa, acho que nunca senti tanto medo quanto naquela noite.

– Em minha defesa, não era pra você estar lá. – decidi não lhe esconder nada – A ordem foi para cercarem o Jordan quando ele estivesse sozinho, e aqueles idiotas meteram você nisso.

– Eu estava dentro da loja quando eles chegaram... O Jordan ficou enchendo o tanque. – ela parecia recordar os detalhes.

– É, foi o que eles disseram, quando vieram buscar o pagamento. – dei de ombros.

– E você ainda mentiu pra mim... Me senti estupidamente culpada por te acusar daquela forma. – Lizzie tornou a me encarar, ainda mais insatisfeita que antes.

– Você estava muito nervosa, e eu só não achei que fosse uma boa ideia te contar a verdade naquele momento. – não era nenhuma mentira.

– Ah, mas achou que fosse uma boa ideia mandar aqueles caras baterem no seu irmão como se ele fosse um saco de pancadas? – ironizou ela – O que deu na sua cabeça?

– Eu só estava cuidando de você. – tentei me reaproximar, mas ela se afastou outra vez.

– Não, você foi completamente irracional. – a vi negar com a cabeça – O Jordan não tinha feito nada de ruim comigo... Ele não merecia aquilo!

– Eu já disse que perco a cabeça só de imaginar alguém te fazendo mal, Lizzie. – argumentei novamente – Não respondo por mim, é mais forte que eu.

– Nada justifica uma agressão daquele nível, o que você fez foi totalmente desnecessário e muito errado. – suas palavras soavam extremamente ásperas – Nossa, eu acho que o termo "errado" ainda soa muito brando para o que aconteceu. Não quero que repita isso nunca mais.

– Beleza. – rolei os olhos.

– Estou falando sério, você tem que me prometer que não vai machucar o Jordan assim outra vez. – ela seguia me encarando fixamente, sem ao menos piscar uma única vez.

– Desde que ele não seja uma ameaça pra você, prometo que aquele otário vai ficar muito bem e seguro. – acrescentei.

– Jason...

– O que mais você quer de mim? – franzi o cenho, ao interromper sua fala – Eu já disse, o meu irmãozinho vai ficar bem, Lizzie.

– Eu espero mesmo. – ela cruzou os braços, se jogando contra o encosto do sofá.

– Porra, você fica muito sexy toda bravinha assim. – corri os meus olhos pelo seu corpo, me detendo em suas coxas quase nuas, e não consegui conter um sorriso malicioso que surgiu em meus lábios.

– Cala a boca, seu idiota colossal, estou muito decepcionada com você! – ralhou Lizzie, enfurecida pelo que acabara de ouvir.

– Eu só queria te proteger. – repeti em minha defesa.

– Mas não é assim que vai me proteger ou cuidar de mim. – ela estava irredutível – O que você devia ter feito era ter me contado sobre as apostas, eu não sou nenhuma estúpida e sei me cuidar sozinha.

– É, eu mandei mal, mas não dá para desfazer o que já fiz. – admiti.

– Sei disso. – ouvi quando soltou todo o ar com força pelo nariz – Espero mesmo que não se repita.

– Não vai, você tem a minha palavra, pequena. – cheguei mais perto de novo, e ela não recuou dessa vez – Agora vem cá, hum?

– O que você quer, Jay? – Lizzie descruzou os braços, pousando as suas mãos em meu peitoral quando lhe agarrei firme pelos quadris.

– Você sabe muito bem o que eu quero... – sorri de canto e, num movimento rápido, lhe arrastei para o meu colo, onde se sentou com uma perna para cada lado.

– Não pode me comprar com beijinhos. – ela sorriu leve assim que alcancei a sua nuca com a destra.

– Ah, não? – arqueei as sobrancelhas, recaindo o meu olhar aos seus lábios carnudos e rosados – Bom, mas acho que eu posso tentar.

Suas mãos se espalmaram pelo meu peitoral em direção aos meus ombros, os quais Lizzie apertou firme à medida que os nossos rostos se aproximavam devagar. No entanto, antes que eu pudesse finalmente selar os seus lábios, fomos interrompidos pelo toque estridente do meu celular. Aquilo me fez soltar o ar com força pelo nariz, pois já que usava um número novo sabia exatamente quem estava me ligando e, por menor que fosse a minha vontade agora, precisava atender.

– Ah, que merda! – me afastei da Lizzie, tratando de alcançar o meu celular no bolso da calça – Justo agora?

– Você tem que atender? – perguntou ela.

– É, eu acho que tenho sim. – respondi não muito contente – Estou esperando uma ligação importante.

– Tudo bem, eu posso sair se você quiser. – senti seus dedos apertarem o tecido da minha camisa.

– Nem fodendo, você não vai a lugar nenhum. – neguei de imediato, tratando de lhe agarrar com o meu braço livre.

– Estou falando de sair do seu colo, não de ir embora. – Lizzie deu uma risadinha.

– Não precisa, é coisa rápida. – expliquei, ao visualizar o contato no identificador de chamadas e constatar que era exatamente quem eu pensava.

– Está bem. – concordou ela por fim.

Apenas assenti em resposta, antes de atender aquela maldita ligação. E, assim que o fiz, Lizzie delicadamente recostou a sua cabeça em meu ombro esquerdo, onde pareceu se aconchegar muito bem por sinal. Estranhamente, aquele simples movimento, conseguiu me acalmar, era quase como se ela dissesse que estava ali e que não iria embora.

– Fala! – levei o celular ao ouvido.

– Como foi a negociação? – perguntou Enrico, sem enrolação.

– Os fodidos tentaram passar a perna na gente, mas eu já resolvi isso. – tentei simplificar o máximo possível.

– Eu imagino que resolveu, e espero que ninguém tenha saído ferido. – seu tom de voz soou um tanto risonho.

– Pode ficar tranquilo. – garanti, passando a afagar carinhosamente os cabelos macios da Lizzie.

– Certo, confio em você, McClain. – disse ele, de muito bom humor – Só estou ligando para lembrá-lo do nosso compromisso amanhã.

– Estarei lá. – respondi.

– Conto com você. – acrescentou o velho italiano – Agora vou deixar que aproveite a sua folga, pois teremos longos dias cansativos pela frente, mio amico.

– Imagino que sim. – assenti mais para mim mesmo – Passar bem.

– Buona notte pra você também. – Enrico se despediu, e logo encerrou a chamada.

Em seguida, joguei o celular sobre a mesinha de centro a minha frente e, ao notar, Lizzie subiu um pouco o olhar para me encarar.

– Quem era? – perguntou ela, um tanto curiosa.

– Ninguém com quem precise se preocupar. – me inclinei em sua direção para depositar um beijo carinhoso no topo da sua cabeça.

– Se você diz... – sua destra escorregou até o meu peitoral, quando me reclinei contra o encosto do sofá.

– Pode ficar tranquila, pequena, está tudo bem. – segui afagando os seus cabelos, e ri anasalado ao perceber a Lizzie tentar conter um bocejo.

Aposto que ela devia estar bem cansada depois da longa conversa que tivemos, e não era pra menos, isso acabou se estendendo muito mais do que eu imaginava. Então, decidi não dizer mais nada, e ficamos em silêncio durante longos minutos, enquanto eu acariciava sutilmente os seus cabelos e observava o quão linda a Lizzie era, ainda sem acreditar que a tinha ali entre os meus braços. A certa altura, talvez como forma de lutar contra o próprio sono, ela passou a fazer espirais com o indicador em volta dos botões da minha camisa, o que me arrancou uma fraca risada.

– Por que não descansa um pouco? – rompi o silêncio, em vista da sua teimosia para se manter acordada a qualquer custo.

– Não estou cansada. – sua voz soou sonolenta.

– Como não? Seus olhos estão pesados de sono. – apontei um fato.

– Eu aguento mais um pouquinho. – Lizzie se mexeu, pousando o seu queixo em meu peito para me encarar.

– Não vou fugir enquanto você dorme, pequena. – acariciei suavemente uma das suas bochechas – Ainda estarei aqui pela manhã.

– Você já me disse algo parecido uma vez, depois saiu pela minha janela na primeira oportunidade que teve. – ela riu anasalado – Mas relaxa, eu estou bem.

– Tá legal. – concordei com um leve aceno de cabeça – Então, já que estamos esclarecendo tudo hoje, será que você pode me tirar uma dúvida?

– Claro, o que você quer saber? – indagou ela, de volta.

– Aquele lance de eu ser pai... Você achou mesmo que estava grávida? – aquilo realmente havia mexido com a minha cabeça.

– Sim, por um breve momento. – sua resposta veio logo em seguida.

– E se estivesse, acha que o filho seria meu? – questionei curioso.

– Bom, nós fizemos sexo sem proteção, então... – Lizzie nem precisou pensar muito – Confesso que isso me deixou a flor da pele, se não fosse o teste de farmácia que a Emy arranjou pra mim, acho que eu teria surtado.

– E todos deram negativo? – arqueei uma sobrancelha.

– Como assim todos? – vi sua testa franzir – Eu só fiz um, e deu negativo, é o suficiente, não?

– Às vezes, eu acho... É que essas coisas não são 100% confiáveis. – cessei os carinhos em seus cabelos ao notar o seu semblante mudar – Mas acho que não tem nenhum problema, já que você tem certeza de que não está grávida.

– Agora eu não sei mais, você está me deixando nervosa de novo com isso. – ela saiu do meu colo, rompendo o contato comigo.

– Hey, não precisa ficar nervosa, eu só quero entender. – me virei em sua direção, a fim de lhe acalmar – Quando foi que você achou que estava grávida?

– Foi no final de semana que estive em Portland, eu estava enjoando muito e a Emily ficou preocupada, mas ela não sabia que eu tinha sido dopada. – explicou Lizzie.

– Certo, enjoos são um ponto... – falei mais pra mim mesmo, enquanto lembrava o tipo de droga que foi misturado na bebida dela – Mas depois que voltou pra casa, continuou enjoando?

– Sim, porque eu peguei um resfriado e fiquei alguns dias de cama. – sua resposta não foi exatamente a que eu gostaria de ouvir.

– Tudo bem, só me diz que a sua menstruação veio normal? – pedi, numa tentativa de me manter calmo.

– Ainda não veio, mas o meu ciclo não é regular e às vezes atrasa muito. – vi a sua testa franzir, como se tentasse entender aonde eu queria chegar.

– Merda! Isso sim pode ser um problema. – ralhei em tom baixo.

– O que foi? – Lizzie parecia assustada agora.

– Você não sentiu o seu corpo mudar nas últimas semanas, sentiu? – ainda me restava um fiozinho de esperança para não surtar com a ideia de novo.

– Bom, eu estou comendo mais por conta da ansiedade, então acabei ganhando uns quilinhos e estou me sentindo um pouco inchada. – seus ombros encolheram à medida que nossa ficha ia caindo.

– Porra, e se não for só a ansiedade, Lizzie? – arqueei as sobrancelhas, um tanto nervoso – Como é que você não pensou nem por um segundo em refazer o teste?

Me levantei impaciente, e com a destra empurrei os meus cabelos para trás numa medida de me controlar para pensar melhor no que devíamos fazer. Nas circunstâncias atuais com a BW devendo favores a caras como o Alexander Montenez, se a Lizzie estivesse mesmo grávida, as coisas iam se complicar ainda mais pra nós dois.

– Por que está bravo comigo? Foi você quem quis transar sem camisinha, porque achou que fosse uma boa ideia! – ela chamou minha atenção de volta – Não pode me culpar, eu não sabia que precisava fazer mais de um teste.

– Não, eu... Escuta, eu não estou bravo com você, pequena, não é isso. Só estou preocupado, tá legal? – me ajoelhei a sua frente, alcançando suas duas mãos – Essa parada também me assusta, eu não sirvo pra essa coisa de pai, não posso ter um filho, não seria seguro pra você, nem pra criança.

– Eu também não quero ser mãe, não está nos meus planos engravidar antes da faculdade. – ela rapidamente soltou as minhas mãos, para secar uma lágrima que rolou pelo seu rosto.

– Calma, nós ainda não sabemos se é isso mesmo. – acariciei suas coxas delicadamente – Mas se você estiver grávida, existe sempre uma segunda opção.

– Está dizendo que se eu estiver esperando um filho seu, você vai me pedir pra tirar? – a vi cerrar os olhos, completamente incrédula – É isso que está dizendo, Jason?

– Não! Eu nunca te pediria nada disso, não tenho esse direito. – neguei de imediato.

– Então...

– Eu só quero que saiba que tem mais de uma opção e é você que decide. O corpo é seu, e não vou te pressionar a ter ou tirar. – tentei explicar melhor – Estou dizendo que vou estar ao seu lado, independente de qual seja a sua decisão. Nós vamos dar um jeito.

– Não posso estar grávida, eu não quero... Não assim, não agora. – seu tom de voz soou um tanto embargado pelo choro, enquanto mais lágrimas rolavam pelo seu rosto – Mas se esse for o caso, não vamos tirar, entendeu? Não sei o que vamos fazer, mas essa não é uma opção pra mim.

– Hey, tudo bem, você tem razão, mas nós ainda não sabemos. – segurei seu delicado rosto cuidadosamente entre as mãos – Não faz sentindo ficar se preocupando antecipadamente à toa. O que importa é que o primeiro teste deu negativo, agora a gente só precisa checar pra ter certeza, hum?

– Sim, mas está tarde. O que você vai fazer? – Lizzie fungou com o nariz, e me precipitei a secar suas lágrimas.

– Vou procurar uma dessas farmácias 24h, não confio em ninguém pra fazer isso por mim, e preciso que você não saia dessa sala até eu voltar, pode ser? – mergulhei bem no fundo daquelas lindas esmeraldas que eram os seus olhos.

– Jason...

– Não se preocupe, eu volto logo, pequena. – lhe roubei um selinho, antes de encostar a minha testa na sua – Vai ficar tudo bem, te dou a minha palavra.

– Mas e se eu estiver mesmo grávida? – ela choramingou baixinho.

– Eu já disse, nós vamos dar um jeito. Não se preocupe com isso, porque se for preciso eu viro o mundo do avesso, mas não vai faltar nada pra você, entendeu? – arqueei as sobrancelhas, e logo a vi assentir – Ótimo, porque eu estou aqui, e vou ficar ao seu lado, não importa o que aconteça.

Sem dizer nada, Lizzie me puxou para um abraço apertado, mergulhando o seu rosto entre a curvatura do meu pescoço. Não custei a retribuir, pois notei o quanto estava frágil e precisava se sentir segura. Sei que eu não era lá muito bom em lidar com sentimentalismo, mas com ela era diferente. Depositei um beijo demorado no topo da sua cabeça, e ficamos abraçados por mais algum tempo, até as suas lágrimas cessarem.

– Quero ir com você. – disse ela, assim que rompemos o contato – Não vou aguentar ficar esperando aqui.

– Mas é exatamente isso o que vai fazer. – segurei firme em seu queixo, e lhe roubei um selinho antes de me levantar – Não é seguro nos verem juntos agora, então você fica aqui e me espera.

– Mas...

– Eu não vou demorar, prometo. – alcancei a minha jaqueta sobre a poltrona – Tome um banho pra relaxar, e beba bastante água pra isso dar certo.

– Tudo bem, eu acho. – concordou Lizzie, um tanto contrariada.

Em resposta, eu apenas assenti terminando de vestir a minha jaqueta, depois conferi as chaves e a carteira antes de pegar o capacete sobre a minha mesa. Ao me virar outra vez, Lizzie já estava de pé e abraçava os seus próprios braços, numa medida de acalmar os nervos. Me aproximei de novo, e seus olhos agora marejados mergulharam nos meus, em busca de acolhimento e segurança.

Apesar de estar tão nervoso, quanto ela ou talvez até um pouco mais, eu sabia que precisava ser firme. Afinal, se havia sido homem suficiente para fazer um filho, agora precisava ser ainda mais homem para lidar com a situação. Ter uma criança não estava nos meus planos, ou nos planos da Lizzie, eu sequer me via sendo pai ou algo assim, mas se fosse mesmo pra acontecer... Bom, acho que me tranquilizava saber que seria justo com ela.

– Não esquenta a cabeça, a gente vai dar um jeito. – passei uma mecha de cabelo para trás da sua orelha – Vou mandar a Alice subir para te fazer companhia, não quero que fique sozinha.

– Tá legal. – ela se inclinou para me roubar um selinho, mas lhe agarrei pela nuca antes que pudesse se afastar.

Num súbito impulso, suas mãos delicadas pousaram em meu peitoral, e beijei seus lábios macios carinhosamente algumas vezes até pedir passagem com a língua. Lizzie logo cedeu, rapidamente entrelaçando seus braços em volta do meu pescoço. Nosso beijo era lento e doce, como se ambos tentassem acalmar um ao outro, naquele momento acho que nenhuma outra coisa importava. Éramos só nós dois, e isso bastava, era mais que o suficiente.

Nos despedimos com alguns selinhos, e Lizzie me levou até a porta, parecia bem mais tranquila que a poucos instantes atrás, e acho que eu também me sentia assim. Reforcei que ela não deveria sair até eu voltar, e segui pelo corredor assim que a vi trancar a porta novamente. Estava tão atônito, que só percebi a música alta ao descer as escadas. A boate ainda estava cheia, apenas um pouco menos movimentada do que quando subi.

Enquanto caminhava até o bar, para falar com a Alice, pude ver que alguns dos desgraçados de Seattle ainda bebiam numa mesa mais ao longe. O tal Jhony não estava mais com eles, e por um lado isso até que era menos preocupante, não fui com a cara daquele infeliz, ele fedia a encrenca. Se não fosse pelo maldito acordo da BW com o Montenez, eu teria enfiado uma bala na cabeça do filho da puta assim que ele pisou na minha boate. Não me agradava negociar com gente dessa laia.

– Alice, preciso de você lá em cima. – parei bem ao seu lado no balcão.

– Como assim? – ela me encarou confusa – Espera, você vai embora? Mas e a...

– Preciso que suba agora. – lhe interrompi antes que desse com a língua nos dentes – A Allana me ligou, e tenho que resolver um assunto, mas não vou demorar.

– A Allana ligou, é? – sem que eu percebesse, Frederick se aproximou – E eu tenho que ir junto por acaso?

– Não, isso... Não é com você. – respondi a primeira coisa que veio a minha cabeça – Apenas continue de olho nos convidados, não quero que causem problemas.

– Tem certeza? – suas sobrancelhas arquearam em desconfiança.

– Só faça o que veio fazer. – apertei o capacete em mãos com força, numa tentativa de me controlar.

– Como quiser... – ele fez sinal para a Mama Sue lhe trazer um drink.

– E você...

– Eu já sei, pode deixar comigo, chefinho. – Alice bateu com o copo de whisky, agora vazio, sobre o balcão.

Não me agradava muito ela estar um tanto alterada pelo álcool, mas era uma das poucas pessoas em quem eu confiava e sei que não faria nada imprudente. Apenas assenti, e logo a vi se dirigir às escadas, esperei que alcançasse o andar de cima e só então segui para fora da boate. Ainda precisava deixar mais uma ordem, e para a minha sorte o Joel se encontrava um pouco mais à frente na entrada, conversando com outro segurança.

Chamei seu nome enquanto me aproximava, e ele rapidamente tomou uma postura mais rígida. Antes de dizer qualquer coisa, conferi se mais alguém prestava atenção, e só depois de confirmar que estava seguro dei a ordem para que ele entrasse e ficasse de olho para ninguém ter acesso ao andar de cima enquanto eu estivesse fora. Deixei claro que não confiava nem mesmo no Frederick que supostamente era um dos nossos, e falei que se fosse necessário ele podia estourar os miolos de qualquer filho da puta lá dentro.

Absolutamente nada importava mais do que a segurança da Lizzie pra mim agora, e eu queria que se fodesse todo o resto, contanto que ela ficasse bem. A verdade é que não me agradava ter que deixá-la sozinha num ambiente conturbado como esse, mas eu também não podia arriscar sair com ela dali a essa hora. Enquanto caminhava até a minha moto no estacionamento, tentei me convencer de que ficaria tudo bem, afinal eu não demoraria tanto assim a voltar...

[...]

🦋. Esses dois não tem um só minuto de folga, hein? Kkkkkkk Mal fizeram as pazes, e lá vai o Jason todo preocupado noite a dentro... O que será que vai acontecer? 🤦🏻‍♀️

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