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1. Em busca de respostas

"Eu sou amiga do monstro que está debaixo da minha cama, lido bem com as vozes na minha cabeça. Você está tentando me salvar, poupe seu fôlego... – The monster, Rihanna feat. Eminem"

LIZZIE

Encarava o meu próprio reflexo no espelho do banheiro, enquanto as outras garotas conversavam entre si, e tiravam fotos vestidas em suas becas lá fora. Hoje era o  grande dia da maioria de nós, a tão esperada formatura do ensino médio enfim havia chegado. A cada segundo que passava, mais famílias chegavam ao colégio J. Falls para prestigiar seus filhos e filhas. Eu sei que devia estar aproveitando o momento, mas a verdade é que, desde que voltei de viagem, não conseguia me concentrar em outra coisa que não fosse ele.

Jason não aparecia há dias, ele não respondia as minhas mensagens, nem atendia minhas ligações. Tentei encontrá-lo pessoalmente, mas ninguém parecia ter informações suas, nem mesmo a Alice. Nós duas chegamos a conversar algumas vezes por chamada de voz, e ela ficou de me avisar caso ele aparecesse, mas até agora nada havia mudado. Eu me questionava se o encontraria hoje, afinal ele tinha que comparecer a nossa formatura, não é?

– Lizzie, você está pronta? – Emily adentrou o banheiro, e me apressei a secar as lágrimas nos cantos dos olhos – A cerimônia já vai começar.

– Sim, estou bem aqui. – respondi apressada, recolhendo meu capelo do balcão da pia.

– Amiga, não faz isso com você... – ela se aproximou ao perceber que eu estava um pouco deprimida – Hoje é um dia importante pra todos nós, precisa deixar isso do Jason de lado um pouco.

– Eu não sei se consigo, fico pensando que alguém pode ter machucado ele. – desviei o olhar – Já faz quase duas semanas, e nada dele ainda, Emy. E se foi minha culpa?

– Liz, a gente está falando do Jason, tenho certeza que ele está bem. – senti sua destra acariciar meu ombro – Você mesma disse que o viu no jogo, e estava tudo bem, não estava?

– Sim, mas...

– Sem "mas". – fui interrompida – Não vou deixar que estrague o seu dia feliz com uma bobagem dessas, daqui a pouco o Jason aparece e eu tenho certeza que a primeira pessoa quem ele vai procurar será você.

– Tomara que esteja certa... – concordei, ainda um tanto insegura.

– Vai dar tudo certo, mas agora você tem que vir comigo. – Emily retirou o capelo das minhas mãos, e logo o arrumou em minha cabeça – Pronto, está perfeito.

Forcei um sorriso, querendo acreditar que ela tinha razão. Depois disso, deixamos o banheiro, seguindo em direção ao pátio externo, onde tudo estava sendo organizado. Alguns alunos ainda conversavam com seus pais, enquanto outros já se dirigiam para seus respectivos lugares. Um pouco mais a frente, avistei o Jordan abraçar a Susana, e rapidamente desviei o olhar antes que ele me visse.

Desde que voltamos de Portland, eu estava ignorando suas tentativas de estabelecer contato comigo outra vez. Confesso que não duvidava totalmente da sua versão com o Marcus e a amerida, mas também não conseguia acreditar naquilo por completo. Acontece que, depois de tudo, era muito difícil confiar em qualquer coisa que ele dissesse pra mim.

Me juntei a Emily e Dylan na primeira fileira, e não demorou até que o diretor Hendrick pedisse que todos ocupassem seus lugares. Conferi o espaço uma última vez, mas não havia nem mesmo sinal do Jason. Em contrapartida, minha mãe acenou pra mim com a mão, ela estava tão nervosa que parecia ser uma das formandas. Logo deram início a cerimônia, e eu me obriguei a olhar para frente outra vez.

Inicialmente, o diretor fez um discurso sobre a nossa jornada no J. Falls, e como concluir essa etapa era importante para o nosso crescimento. Depois foi a vez dos professores prestarem suas homenagens, seguidos pelo nosso orador, que não podia ser ninguém mais, ninguém menos que o Dylan. E, mesmo a gente tendo ensaiado juntos antes, seu discurso foi emocionante e muito profundo, o que fez com que ele fosse aplaudido de pé por todos os alunos.

– Parabéns, Dylan! Você foi incrível. – comemorei em tom baixo, após ele tornar a sentar ao meu lado.

– Faço das palavras da Liz, as minhas. – Emily também o parabenizou – Você arrasou lá em cima, amigo.

– Ai, obrigado. – agradeceu ele – Mas vocês gostaram mesmo? Deu pra perceber que eu estava nervoso?

– Você está de brincadeira? Estava super pleno, como sempre. – respondeu Emily, e eu concordei com um aceno de cabeça.

– Por favor, peço novamente o silêncio de todos, vamos começar a entrega dos diplomas. – avisou o diretor – Chamaremos o nome de cada aluno, então quando ouvir o seu nome, precisamos que suba aqui no palco, entendido?

Todos assentiram, e os burburinhos cessaram quase de imediato. Logo os nomes começaram a ser chamados, fazendo aplausos ecoarem por toda a volta, cada vez que um aluno subia ao palco. Tentei me concentrar novamente na cerimônia que já chegava ao fim, mas consegui controlar a ansiedade que crescia dentro de mim, o nome do Jason podia ser chamado a qualquer instante. E se ele não viesse? De que outra forma eu conseguiria encontrá-lo?

"Eu sempre me importei com você, pequena... Sempre vou ficar preocupado não importa onde esteja, ou o que faça...", as coisas que ele me disse na última vez que conversamos, ficavam martelando na minha cabeça. Inclusive as ameaças contra o Bastijn, que aparentemente era um traficante muito perigoso. A pior sensação, era saber que Jason esteve na cidade, e que talvez por minha causa tivesse mesmo ido atrás desse cara. Eu odiava pensar que por minha culpa, ele podia estar em perigo.

Comecei a acompanhar todas as notícias que saíam no jornal local de Portland, mas a polícia não tinha muitas pistas sobre o sumiço do Bastijn, nem o motivo real do seu carro ter sido encontrado queimado no meio da mata. Não havia nada novo que explicasse o caso. Sem aguentar mais, olhei para trás, a fim de checar outra vez se o Jason estava ali, mas não foi exatamente isso que vi. Mais ao longe, Jordan conversava com alguém entre as árvores, e não dava para ver direito quem era.

– Lizzie Andrews! – estremeci ao ouvir o meu nome soar nos mega-fones.

– Estão te chamando, florzinha, vai lá. – Dylan bateu sutilmente com o cotovelo no meu braço.

– Certo. – assenti leve com a cabeça, e logo me levantei escutando os aplausos me acompanharem a cada passo que dava.

Ao subir no palco, fui recebida por alguns dos meus professores, que me abraçaram e me parabenizaram pelo meu esforço. No momento da foto com o diploma, notei que o Jordan já retornava para o seu lugar, e não havia mais ninguém entre as árvores. No entanto, ainda pude ver uma moto deixar o estacionamento do outro lado mais ao longe, e senti os batimentos acelerarem no meu peito. Por Deus, seria o Jason? Ele finalmente tinha voltado?

Estava tão interessada em saber, que nem mesmo ouvi o nome do outro aluno ser chamado, então a Sra. Lemon precisou avisar que eu já podia descer do palco. Enquanto voltava para o meu lugar, percebi que o Jordan me encarava um tanto estranho, e precisei conter a minha vontade de lhe perguntar com quem estava falando lá atrás. Depois que me sentei outra vez em meu lugar, a cerimônia de entrega dos diplomas parecia que nunca ia acabar.

– Jordan Brendon Davis. – seu nome foi aplaudido fervorosamente por todo o colégio.

Bom, não era pra menos, já que se tratava do cara mais popular entre todos ali. Jordan agradeceu com alguns sorrisos e acenos de mão, enquanto se dirigia ao palco. Lá em cima, o vi conversar algo com o diretor que pareceu concordar de imediato, então vi quando ele recebeu dois diplomas. Provavelmente, um deles era do Jason, o que indicava que ele não iria aparecer para receber pessoalmente. No momento das fotos, nós trocamos mais alguns olhares, e a Emily pareceu perceber.

Da minha parte, não era exatamente pelos motivos que ela imaginava, mas ainda me deixou um pouco sem graça. No fim da cerimônia, como de costume, todos os alunos se levantaram jogando os capelos para o alto em comemoração, e eu só me senti aliviada por poder sair dali. Claro que meus pais ainda conseguiram me prender um pouco mais, enquanto faziam questão de conhecer alguns dos meus professores, mas assim que finalmente foram embora, eu me desvencilhei dos meus amigos sem chamar atenção. Precisava resolver uma coisa realmente importante.

– Jordan, desculpe interromper... – me referi ao seu assunto com o Tayler, e ambos me encararam com semblantes surpresos – Mas será que a gente podia conversar a sós?

– Claro! Sim, é claro, Liz. – ele concordou de imediato – A gente se fala depois, Dempsey.

– Pode crer, outra hora a gente resolve essa parada, irmão. – Tayler não se opôs, e os dois logo se despediram com um toque de mãos.

Assim que ele passou por mim, Jordan me chamou para um local mais afastado, e seguimos em silêncio. Era tão estranho não ter o ímpeto de agarrar o seu braço, ou segurar a sua mão enquanto caminhávamos. Parecíamos mais como dois estranhos agora, pelo menos era o que eu sentia quando o olhava. Os últimos dias haviam sido bem conturbados, apesar que desde que chegamos de viagem, ele não parecia mais querer se vingar de mim, ou me fazer se sentir mal a todo custo.

– Então, o que você quer falar comigo? – questionou Jordan, quando alcançamos o estacionamento.

– Bom, eu vou ser direta, não tenho notícias do Jason há quase duas semanas. – cruzei os braços, parando a sua frente – Estou preocupada.

– Ah, é isso... – seu olhar recaiu aos seus próprios pés.

– Estou preocupada porque ele esteve em Portland no dia da final dos Tigers. Acho que o motivo foi a conversa que tivemos numa ligação na noite da festa. Eu estava bêbada e acabei falando do Bastijn. – continuei – Até aí tudo bem, mas o Jason ficou muito irritado, e o problema é que esse cara é perigoso.

Jordan riu anasalado, negando com a cabeça antes de me encarar outra vez.

– Você está me dizendo que acha que o Bastijn deu cabo no Jason, é isso? – suas sobrancelhas arquearam.

– Não! Pelo amor de Deus, Jordan, não. – apertei meus próprios braços – Eu só quero saber se você tem notícias dele, se o viu ou falou com ele recentemente...

– Sim, o Jason passou aqui faz pouco tempo, – ele confirmou o que eu já suspeitava – precisava das chaves de casa, porque a Susana trocou as fechaduras no final de semana passado.

– E você acha que ele ainda está lá? – franzi a testa.

– Não sei, provavelmente só foi buscar alguma coisa, mas pode ser que sim. – vi Jordan dar de ombros.

– Olha, eu realmente preciso conversar com o seu irmão, será que posso... ir até lá? – passei duas mechas de cabelo para trás das orelhas, sem conseguir disfarçar o quão ansiosa estava agora.

– Acho que vou me arrepender disso, mas já estou de saída mesmo, então... – seus olhos cor de mel mergulharam nos meus, um tanto tristonhos – Pode vir comigo, eu te levo até o Jason.

Aquela proposta me pegou de surpresa.

– Espera, isso é algum tipo de brincadeira estúpida? – questionei de imediato.

– Não, Liz, fica tranquila. – respondeu ele – Você vem?

– Mas e a sua mãe? – olhei em volta, a fim de encontrá-la – Ela não vai gostar muito disso, né?

– Relaxa, a Susana não está mais aqui. Ela tem plantão hoje no trabalho, e teve que ir embora assim que a cerimônia acabou. – Jordan pegou as chaves do carro no bolso da calça – O que me diz?

– Se isso for um dos seus joguinhos...

– Vem logo, não acho que o Jason vá demorar muito lá em casa. – fui interrompida, e o vi destravar o seu carro – Ele parecia apressado pra meter o pé de novo.

Naquele momento, eu apenas concordei, precisava muito encontrá-lo, e se pra isso fosse necessário aceitar ajuda do Jordan, então que fosse. Seguimos até o seu carro, e educadamente ele abriu a porta pra mim. "Agora que eu sei o tipo de vadia que você é, posso te dar o tratamento que merece... Entra aí, podemos conversar melhor sobre isso...", aquelas lembranças me fizeram travar do lado de fora, e de forma inconsciente dei um passo para trás.

– O que foi, Liz? – Jordan percebeu que havia algo errado comigo.

– Não dá, eu não consigo entrar no seu carro. – desviei o olhar, voltando a cruzar os braços.

– O quê? Por que não consegue? – sua testa franziu em confusão por um ou dois segundos, mas ele logo pareceu entender – Liz, escuta, eu sei que te devo muitas desculpas. Mas quero que saiba que as coisas horríveis que eu disse pra você... Nada daquilo era real. Prometo que nunca mais vou falar ou fazer qualquer coisa que te ofenda, tá legal?

– Eu não confio em você. – tornei a encará-lo – Mas preciso muito ver o Jason, falar com ele. É só por isso que vou passar por cima do meu orgulho, e aceitar a droga da sua carona!

– Tudo bem. – ele assentiu cabisbaixo.

Em contrapartida, respirei fundo, segurando a porta do seu carro antes de me obrigar a entrar no veículo. Era quase humilhante ter que dar o braço a torcer, pois o Jordan era a pessoa de quem eu mais queria distância no mundo inteiro nesse momento. Nem preciso dizer que tive de ignorar alguns olhares curiosos, enquanto deixávamos o colégio juntos, e posso imaginar o que todos pensariam sobre mim, mas sinceramente acho que isso não importava tanto agora.

Durante boa parte do caminho, o silêncio prevaleceu entre nós dois, tornando o clima ainda mais estranho. Não me entendam mal, eu não queria nenhum tipo de conversa com o Jordan, mas ao mesmo tempo não dava para fingir que nunca estivemos juntos naquele carro antes. Ainda me lembrava de quando ele me beijou a primeira vez ali dentro, de todas as manhãs que me apanhava em casa para irmos juntos ao colégio, das brincadeiras e risadas que arrancávamos um do outro.

É, eu me lembrava de cada momento bom ao seu lado, e de como o amei profundamente em cada um. Mas depois das últimas semanas, acho que era só isso mesmo, apenas lembranças do que já passou. E não estou dizendo que era fácil encarar dessa forma, porque realmente não era, ainda me doía saber que aquele tempo não voltaria mais. No entanto, a enorme cicatriz que ele abriu no meu peito, parecia estar se fechando lentamente.

– Você e o Jason... – Jordan chamou minha atenção ao adentrarmos pela rua da sua casa – Você sabe... Ainda tem alguma chance de vocês dois...

– Eu não sei. – fui sincera – É por isso que preciso conversar com ele.

– Ah, entendi. – o vi apertar o volante com um pouco mais de força – Você é capaz de perdoar toda a merda que ele fez, mas conversar sobre a gente, nem pensar...

– Já tivemos essa conversa antes. – desviei o olhar para a janela.

– Não, nós não tivemos, porque você se recusa a me escutar. – ele estacionou em frente a sua casa.

– E o que mais você tem pra me dizer, Jordan? – tornei a encará-lo – O que de tão importante você acha que pode dizer pra apagar tudo o que fez comigo?

– Lizzie...

– Não, tudo bem. – o interrompi – Vamos dizer que a história com a amerida seja verdade, até aí ok. O problema é que lembro que você estava bem sóbrio quando foi pra cama com a Maya. Também não me diga que não sabia o que estava fazendo quando decidiu me perseguir e atormentar no colégio, quando achou que talvez fosse divertido me faltar com o respeito. Então me explica, em que mundo você acha que sou capaz de perdoar isso?

– Eu sinto muito. – seu olhar expressava profunda tristeza.

– É, eu também sinto, mas isso não muda absolutamente nada do que aconteceu. – assenti mais pra mim mesma – Agora se possível, eu só preciso ver se o Jason ainda está em casa.

– Como você quiser. – concordou ele, ao me ver se livrar do cinto de segurança.

Não esperei que dissesse mais nada, e saí daquele carro, batendo a porta do carona. Jordan veio logo em seguida, mesmo contrariado por me ajudar a encontrar o seu irmão. Ao adentrarmos a sua casa, ignorei por completo a sua tentativa de estabelecer contato visual comigo, e me adiantei até a sala, aproveitando também para dar uma breve olhada na cozinha. No entanto, não havia ninguém, fora nós dois, no andar de baixo.

– Será que eu posso... – indiquei as escadas com o olhar.

– Fique a vontade. – sua resposta veio, sem que eu precisasse concluir a frase.

Eu não queria prolongar ainda mais aquela situação, então apenas assenti, me apressando em subir as escadas. Ao chegar no andar de cima, fiz uma pausa para respirar fundo, pois sabia que quando encontrasse o Jason, nossa conversa não seria fácil. Era difícil tentar entender os motivos, mas algo dentro de mim falava que ele não tinha sido completamente honesto comigo na noite em que discutimos na casa da Alice.

Acontece que depois de Portland, ficou muito claro pra mim que as peças não encaixavam, e eu precisava entender por que ele havia mentido. Queria que ele me explicasse o que realmente estava acontecendo, e por qual motivo decidiu me afastar daquela forma. No entanto, senti minhas esperanças esvaírem, ao abrir a porta do seu quarto e constatar que não tinha ninguém ali.

Um suspiro pesado me escapou, parecia até que o Jason estava fugindo de mim. Não, isso era loucura, certo? "Eu não disse que você podia entrar...", aquela voz rouca ecoou na minha cabeça, me fazendo lembrar de uma das poucas vezes que conversamos ali dentro. Tá, ele não era lá a pessoa mais educada que eu conhecia, mas sempre foi péssimo em me manter longe.

Olhei em volta, apreciando a sua bagunça costumeira, era inegável o fato de que aquele cômodo tinha mesmo a sua cara. "Preciso ir, seria bom se você saísse do meu quarto, não quero que bagunce nada...", ri fraco ao me lembrar disso. O Jason era um grande idiota, mas eu gostava do seu típico humor ácido, acho que no fundo sempre gostei de passar tempo com ele. Precisava dar um jeito de encontrá-lo. Foi pensando nisso que tornei a descer as escadas.

– E aí, conseguiu falar com ele? – Jordan levantou do sofá num sobressalto.

– Não, o Jason não está mais aqui. – respondi – Eu preciso ir embora.

– Tá bom, eu te deixo em casa. – ele deu alguns passos em minha direção.

– Não precisa. – recuei quase automaticamente, fazendo-o parar.

– Como assim não precisa? – vi sua testa franzir – Liz, já está anoitecendo e a sua casa é longe daqui.

– Eu sei me virar sozinha, Jordan. – tentei soar o mais firme possível.

– Qual o problema? – questionou ele, completamente confuso – Eu só estou te oferecendo uma carona.

– Obrigada, mas não quero sua carona. – continuei negando, não fazia o menor sentido aceitar.

– Porra, você é muito cabeça dura! – o vi passar a mão entre os cabelos, os empurrando para trás, numa clara tentativa de se acalmar – Bom, acho que eu não posso fazer nada quanto a isso.

– Exatamente. – concordei com um rápido aceno de cabeça.

– Tá legal... – Jordan tornou a se aproximar e, mesmo descontente, abriu a porta para que eu pudesse sair – Tem certeza que vai ficar bem, Liz?

– Eu não sou uma criança, – rolei os olhos ao passar por ele – posso encontrar a minha casa sozinha, e você não tem que se preocupar comigo.

– Então tá... – ele finalmente pareceu entender que eu estava indo embora sozinha – A gente se vê na detenção?

– Pelo que sei, eu não tenho como fugir. – respondi sem olhar pra trás, enquanto me afastava cada vez mais.

Depois disso, o Jordan não disse mais nada, pelo menos não que eu pudesse ouvir, mas sei que ele me observou até que eu sumisse de vista. Em outros tempos, provavelmente eu acharia aquilo muito fofo, contudo agora só uma coisa martelava na minha cabeça, e eu sabia que tinha que resolver o mais rápido possível. Caminhei até o ponto de ônibus mais próximo, enquanto chamava um uber, e fiquei ali sentada por alguns minutos aguardando.

"Eu gostaria de ter te conhecido antes... Você me faz se sentir vivo...", uma brisa suave soprou meus cabelos, arrastando mais algumas lembranças com o Jason em minha cabeça. "Esse garoto pode estar te usando como moeda de troca...", "Eram só negócios...", eu tinha tantas perguntas sem respostas. Enquanto aguardava naquele ponto de ônibus, decidi mandar uma mensagem para a Alice, a fim de checar se ela também tinha se encontrado com ele.

Nesse meio tempo, meu uber chegou. Como de costume, assim que adentrei o carro, o motorista perguntou qual destino seguir, e por um curto instante pensei em responder com o endereço da Emily, mas acabei decidindo fazer mais uma tentativa. Afinal, o Jason ainda podia estar na cidade, e eu não sabia até quando ele ficaria. Então, seguíamos agora para a boate, mesmo sem nenhuma certeza de que o encontraria por lá. Somente no meio do caminho, meu celular vibrou com a seguinte mensagem:

"Liz, ele acabou de chegar aqui na boate, mas não sei se vai ficar a noite inteira." – Alice, 6:05pm.

Aquelas duas frases foram o suficiente para disparar minha ansiedade em um nível absurdamente alto, e por isso não consegui responder mais nada. Tudo o que eu queria era chegar a tempo dessa vez, acho que por muito pouco não o alcancei em casa. À medida que o uber avançava pela cidade, podia sentir meus batimentos acelerarem no peito, quase como se estivesse prestes a cuspir o meu coração pela boca.

Assim que finalmente cheguei, eu mal consegui esperar que o carro terminasse de estacionar, e saltei logo para fora. Paguei a corrida sem me atentar ao que o motorista falava, me adiantando a subir as escadarias sem nem mesmo esperar pelo troco. A música já tocava alto dentro da boate e, enquanto me aproximava, notei que a fila para entrar era longa, o que me fez pensar que se eu tivesse que esperar, demoraria horas ali fora.

– Ah, boa noite! – resolvi improvisar, falando diretamente com os seguranças na portaria.

– Hey! Você não pode subir aqui, o fim da fila é lá embaixo. – um deles se aproximou da grade, e pelo seu sotaque notei que era estrangeiro.

Foi aí que percebi que eu não conhecia nenhum daqueles caras ali fora, deviam ser novos seguranças.

– Como se chama? – questionei, a fim de estender a conversa.

– Meu nome é Domenico. – respondeu ele, um tanto desconfiado.

– Olha, Domenico, sei que vai parecer estranho, mas eu vim até aqui porque conheço o McClain, e preciso muito falar com ele. – fui sincera – Sei que seu chefe está lá dentro, então será que eu poderia...

– Espera aí, você é uma das garotas novas? – o tal Domenico me interrompeu, parecendo não entender muito bem o que eu dizia – Veio fazer o teste?

– Ah... é isso! – respondi sem pensar muito – Eu vim pra fazer o teste.

– Certo, eu preciso revistá-la. – avisou ele, abrindo a grade para que eu passasse.

Resolvi não discutir, e deixei que o cara fizesse o seu trabalho, até que a porta da boate se abriu dando vez a um rosto conhecido.

– Mas o que você está fazendo? – Joel arregalou os olhos ao ver aquela cena.

– Senhor, ela disse que...

– Cale a boca se não quiser morrer! Sabe quem é essa garota por acaso? – ele se aproximou muito zangado, deixando o outro segurança ainda mais confuso – É claro que não... Apenas se afaste e deixe-a entrar.

– Espera, não é culpa do Domenico, ele só estava fazendo o seu trabalho, eu não avisei que viria. – passei entre os dois, a fim de evitar uma discussão.

– Então está tudo bem com você, Srta. Lizzie? – seu tom de voz amenizou um pouco.

– Sim, eu estou bem. – confirmei com um aceno de cabeça – Poderia me dizer se o Jason ainda está na boate?

– Ele está em reunião, é que hoje está meio corrido por conta das garotas novas. – ele respondeu exatamente o que eu queria ouvir.

– Obrigada. – forcei um sorriso, e o vi assentir.

Nos despedimos sem dizer mais nada, e finalmente adentrei a boate que a primeira vista já estava bem movimentada. Uma batida sensual envolvia as garotas seminuas nos palcos, enquanto homens e mulheres apreciavam cada parte do show. Ao avistar a Alice, me esgueirei entre as mesas, seguindo direto para o bar, onde ela falava com as garçonetes, e não demorou até que ela também me viu.

– Lizzie! – sua voz soou num misto de alegria e surpresa – Você chegou rápido...

– É que eu já estava no meio do caminho quando vi a sua mensagem. – fui acolhida por um abraço carinhoso – Tenho que falar com o Jason, Alice.

– Eu sei. – concordou ela, e logo rompemos o contato físico – Fica aqui, vou ver o que consigo, tá bom?

– Tá legal, obrigada. – assenti esperançosa, e a vi sorrir leve antes de passar por mim.

– Mama Sue, estou indo lá atrás, pode ficar de olho aqui pra mim? – ela se adiantou até o balcão – Prometo que volto logo.

– Tá, mas não demore, a casa está cheia hoje. – respondeu a velha senhora simpática do outro lado.

Alice agradeceu com um largo sorriso, e rapidamente se encaminhou para os fundos da boate, me fazendo lembrar a primeira vez em que estive naquele lugar. Foi uma experiência bem perturbadora, mas eu não queria pensar nisso agora. Soltei o ar com força pelo nariz e neguei com a cabeça, numa tentativa de dissipar aquele nervosismo idiota.

– Você aceita beber alguma coisa, querida? – Sue chamou a minha atenção.

– Ah, eu acho melhor não. – me aproximei um pouco mais do balcão, decidindo me sentar em um dos banquinhos.

– Tem certeza? – suas sobrancelhas arquearam.

– Na verdade, – olhei em volta, notando que todos pareciam muito felizes e confiantes só por estarem ali – aceito uma dose de whisky.

– Ótimo, e tem alguma preferência? – ela continuava me encarando.

– Não, eu só quero ganhar uma dose extra de coragem, antes de fazer o que vim fazer. – fui honesta, e ela pareceu entender muito bem.

No momento seguinte, a vi se virar em direção a extensa prateleira de bebidas, onde apanhou uma das garrafas de whisky. Sue também pegou um copo e um pouco de gelo, antes de servir a bebida pra mim. Enquanto eu aguardava, as meninas que atendiam às mesas, foram chegando com mais pedidos, então ela educadamente deixou o copo na minha frente e foi cuidar da demanda.

Me ajeitei melhor naquele banco, aproveitando para conferir a direção em que a Alice seguiu, mas ainda não havia nem sinal dela ou do Jason. Então, acabei virando de frente para o balcão outra vez, tratando de segurar o copo entre as minhas duas mãos, porém só de lembrar o que aconteceu da última vez que bebi, um calafrio ruim percorreu por toda a minha espinha.

– Lizzie! – acordei do meu transe, quando Alice me segurou pelo ombro – Desculpa, o McClain está muito ocupado agora, e não tem como falar com você.

– Tudo bem, isso não é um problema, eu posso esperar... – respondi, e notei suas feições entristecerem.

– Olha, Liz, ele não vai vir, para ser totalmente honesta, o McClain foi super grosso quando falei de você. – ela acariciava sutilmente meu ombro, como se isso fosse amenizar o impacto das suas palavras – Ele mandou que fosse embora, e disse que não tem nenhum assunto pra conversar com você.

– Ah, entendi. – apertei o copo entre as mãos – Então é isso... Aquele idiota não quer nem me ver.

– Eu sinto muito, de verdade. – Alice me soava sincera.

– Não se preocupe comigo. – tentei acalmá-la, afinal nada daquilo era sua culpa – Bom, acho que não posso mais fazer...

Tive minha fala interrompida ao avistar uma pequena multidão se formar em volta de uma garota seminua, que fazia algumas acrobacias no pole dance. E, estranhamente aquela cena me deu, o que julguei ser, uma das ideias mais estúpidas que já me ocorreu.

– Liz, aconteceu alguma coisa? – Alice tentava chamar a minha atenção de volta.

– Sim, eu acho que sei como fazer o Jason mudar de ideia. – sorri de canto, tornando a encará-la – Mas vou precisar da sua ajuda.

– Ai, meu Deus! O que está pensando em fazer? – suas sobrancelhas arquearam.

– Uma loucura das grandes! – virei a dose de whisky garganta abaixo...

[...]


🦋. Eitaaaa, voltamos com tudo, e a Lizzie não tá pra levar desaforo pra casa... Só tapa de qualidade no Jordan e o Jason que aguarde kkkkkk

🦋. Quem aí já estava com saudade??? Deixe seu comentário e não esqueça de apertar na ⭐️. Até a próxima sexta 😘🫶🏻

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