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145.

Ao sair do banho, Ludmilla me encontra sentada na cama, estava com a mirada baixa, ela veio até a mim e beijou minha cabeça, sentando-se próximo a mim.

Bru: Senti saudades.

Lud: Também senti, muita.

Olhei pra ela

Bru: Então, por que não ligava quando sentia saudades? Todas as vezes que ligou foi para saber dos nossos filhos.

Lud: Todos esses momentos eu estava morrendo de saudades de você, te queria perto de mim.

Bru: Não era o que parecia.

Lud: Amor, precisamos ver o que está acontecendo com nossa relação.

Eu nada falo. A gente eramos muito carinhosas uma com a outra, não havia apenas carinho e sim amor, respeito, desejo. Estavamos em pânico, não tinhamos uma vida conjugal há muito tempo, e mesmo agora, depois que eu tive os bebês, não tivermos nada, talvez por medo ou insegurança. Eu agora, tinha medo de ela procurar na rua o que não tinha em casa, ela por sua vez tinha medo de fazer sofrer ou de sentir pressionada, essa situação era muito ruim.

Lud: Vamos fazer assim, resolver uma coisa de cada vez, primeiro o batizado, depois que passar tudo isso, nós sentamos e conversamos, vai dar tudo certo, você vai ver.

Bru: Quero resolver logo.

Lud: Sim, logo resolveremos tudo, porém, vamos primeiro batizar nossos filhos, depois conversamos.

Ela sai, deixando-me sozinha, eu sigo para o banheiro parando de frente ao espelho, me olho por alguns instantes, minutos depois desce, indo em direção a cozinha, encontrando Neti preparando um lanche.

Neti: Estão dormindo?

Bru: Sim, mamaram e dormiram, ah Neti, estou tão cansada.

Neti: Eu sei menina, mas tudo vai se resolvendo, se Deus quiser o batizado logo acontece e você pode descansar e curtir sua esposa.

Eu nada falo, levantei e seguir para fora da casa onde as crianças brincavam..

A sexta seguiu assim, eu vi algumas pendências do batizado, queria que fosse tudo perfeito, anoiteceu,  depois de jantar e ficar um pouco com os mais velhos, eu subir para o quarto dos gêmeos onde fiquei um pouco com cada um, depois de dar banho neles com a ajuda fiel de Joana e colocar cada um para mamar, coloco a menina para  dormir, Joana fez o mesmo com Pedro, me despedi das crianças com um beijo na testa de cada um, depois segui até a babá, se despedindo dela e seguindo para cozinha, passei pela sala que estava  vazia e fui até a cozinha, encontrando  a mia e a Ludmilla sentadas, além  de  Neti que estava em pé próxima ao fogão preparando um chá, eu puxo uma das cadeiras e sento.

Neti: Quer um chá?

Bru: Quero, e algo para dor de cabeça também, a minha cabeça parece que vai explodir.

Mia: Mas as crianças estão bem?

Bru: Estão sim mia, estou apenas muito cansada. – Olho para Ludmilla.

Ludmilla nada falou, baixou a mirada, ao ver o clima meio que pesado mia tratou de tentar mudar o foco da conversa.

Mia: E como foi a viagem minha nora?

Lud: Um pouco cansativo, mas deu para fazer tudo o que tinha que ser feito.

Neti entrega o chá a cada um e senta-se também tomando seu chá.

Lud: Os quatro já dormiram?

Bru: Só os gêmeos, Jas está vendo TV no quarto e Miguel no vídeo game.

Lud: Estava com saudade, em poucos dias que fiquei fora, os gêmeos já deram uma mudança.

Neti: Criança é assim, principalmente bebês.

Lud: E tudo em ordem para o batizado deles no domingo não é?

Bru: Sim, tudo em ordem, Neti me dá o remédio, quero deitar.

Neti vai até a caixinha de medicamentos pegando duas aspirinas e entregando a mim, que tomo e depois termino o meu chá, me despedi de todos e subir, deixando-os ainda tomando o chá.

Enquanto isso...

Mama: O que esta acontecendo, posso saber?

Mi: Por que diz isso?

Mia: Não sou cega, não é de hoje que vejo que estão distantes, onde está aquele fogo, aquele amor?

Lud: Continua do mesmo jeito.

Mia: Tem certeza?

Lud: Não. – Baixa a cabeça

Joana entra no local.

Neti: Amiga, se serve de chá, ou quer que te sirva?

Joana: Não se preocupe, fique aí, eu me sirvo.

Minutos depois ela já estava também sentada a mesa, os quatro conversavam.

Mia: Encontrou minha filha quando vinha descendo?

Joana: Sim, ela passou no quarto dos gêmeos, deu um beijo neles e saiu, disse que ia tomar um banho e deitar, estava com dor de cabeça.

Mia: Não é de hoje que ela tem essas dores, mas fazia muito tempo que ela não havia sentido.

Neti: Verdade.

Lud: Bom, vou deitar, estou cansada, até amanhã.

Se despede das três e sobe, segue para o quarto dos gêmeos, que deu um beijo em cada um, ficou os observando-os ali por um momento e depois saiu, passou no quarto dos filhos maiores que permaneciam fazendo o que a mãe havia falado a um tempo atrás, se despediu deles e seguiu para o quarto, encontrou a mulher já deitada, o quarto escuro, o ar na temperatura certa, ela passou para o banheiro, voltando minutos depois já de pijama, deitou ao lado dela, por instinto a abraçou por trás e sussurrou um “estava com saudade”, não demorou muito ouviu um baixinho “eu também”, ambas não falaram mais nada, assim adormeceram.

BRUNNA

A madrugada foi complicada, eu acordei para dar mamar as crianças, por incrível que pareça os dois choravam, sentiam fome, enquanto eu amamentava o Pedro, Joana balançava a menina no quarto que não parava de chorar, Joana uma vez ou outra enganava a menina com a chupeta, porém, não funcionava muito fazendo a menina chorar mais alto.

Enquanto eu amamentava o meu menino, falava com a Joana.

Bru: Ele quer dormir, mas A Luna não deixa Joana.

Joana: Vou levá-la para meu quarto, quando ele dormir você vai lá, amamenta ela e trazemos ela de volta.

Eu nada falo, a babá sai com a menina, eu amamenta a criança que acaba dormindo em meu seio, minha cabeça doía muito ainda, mas não importava, o importante era os meus filhos, com cuidado coloquei ele no berço e seguir para o quarto ao lado, entrando encontrando a menina no colo de Joana chorando, eu a pego no colo e sento na cama da babá colocando logo o seio na boca da menina que começou a sugar com força.

Bru: Calma, não vou sair daqui. – Falei Rindo

Depois de 20 minutos eu coloco a menina no berço me despedi da babá e voltei para o quarto, encontrando a minha esposa dormindo ainda, vou ao banheiro, voltando minutos depois, deitando-se, tentei dormir mas não conseguir, minha cabeça parecia que ia explodir.

06:00hrs da manhã do sábado

Eu ainda continuava acordada, Ludmilla levanta-se para usar o banheiro e me encontra sentada na cama.

Lud: O que foi?

Bru: minha cabeça, parece que vai explodir.

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