Capitulo 9_ Vans vermelho
Nós caminhamos até o banco mais próximo, Piter perguntou se eu gostaria de um sorvete, aceitei enquanto me sentava em um dos bancos um pouco nervosa, era a primeira vez que eu me encontrava com ele desde o incidente, eu não precisava me sentir assim mas era inevitável, me reencontrar com ele depois do que aconteceu era um pouco constrangedor.
— Aqui, misto como você gosta –ele entregou o sorvete pra mim e se sentou ao meu lado fitando as crianças que brincavam em frente em uma certa distância
— Você ainda gosta de baunilha?! –apontei com o queixo para o seu sorvete
— Lógico, sorvete de baunilha é o melhor! –ele exclamou, revirei os olhos e passei a fitar as crianças. — Riley? –ele me chamou, o encarei
— Sim? –sua expressão ficou séria
— O motivo por eu ter te chamado aqui é... Porque... Eu gostaria de te pedir perdão... –ele abaixou o olhar um pouco, envergonhado
— Eu gostaria que não falasse desse assunto. Quero esquecê-lo, fingir que não aconteceu, por favor. –eu o interrompi não queria que a atmosfera ficasse mais desagradável — Se insistir, nunca o perdoarei
— Mas... –ele exitou, lancei um olhar repreendedor — Ok –dei uma lambida no sorvete, o mesmo estava quase derretendo, Piter já havia terminado o seu então ficou fitando coisas aleatórias pelo parque
— Eu te perdôo, sem recentimentos. –ele sorriu fraco e olhou pra mim
— Isso significa que... –ele sorriu de canto
— Vamos fingir que aquilo nunca aconteceu, mas sobre a gente, não significa que voltamos –ele fechou a cara por uns instantes antes de voltar a sorrir
— Tudo bem eu só precisava do seu perdão –voltou sua atenção as crianças de novo, seu tom de voz havia um certo "achismo" e ao mesmo "brincadeira", ele estava voltando ao normal de novo, voltando a agir e falar como o Piter de antigamente, o Piter que nunca havia me traído.
— Pra quê? –franzi o cenho rindo de leve, eu também já estava agindo normalmente.
— Pra poder ter a chance de te reconquistar –eu pigarreei alto e revirei os olhos pela forma como ele falou, Piter riu também e o ambiente ficou mais agradável.
— Você é super convencido. –ele cruzou os braços, relaxado.
— Bom, eu confio no meu taco.
— Ahham, e como acha que pode fazer isso? –ele virou para mim, apoiando um dos braços no banco e aproximando seu rosto do meu. Seu rosto estava quase colado no meu, sua boca perto de mais da minha, eu estava assustada de mais para reagir e por um momento pensei que Piter me beijaria
— Vou te mostrar o melhor que posso ser –sussurrou, deu uma piscada e se ajeitou no banco novamente.
— Só tente. –revirei os olhos e terminei meu sorvete,
escutei Piter soltar uma risadinha e olhar fixamente para o chão como se estivesse vendo algo super interessante.
— O que foi?! –ele apontou para meu tênis, com um sorriso bobo
— Eu que te dei, você amou na época.
— Ainda gosto dele. Você sabe que amo tênis –ele concordou
— Esse era diferente, comprei pra ser par com meu, lembra?! Tênis de casais...
— Claro que vou lembrar, todos olhavam pra a gente.
— Hoje não é diferente, olha –ele me fez olhar pra baixo — Coincidência, né?! –ele também estava usando o vans de casal— Parece que ainda somos um casal.
— É –concordei antes de entender a intenção de sua fala
— Lembra do dia em que eu dei ele a você?
— Sim...
Comecei a fitar o chão e busquei na memória àquele momento, um dos melhores momentos em que passamos juntos.
Apesar de saber que tudo o que eu sentia por Piter naquela época era fruto de uma flecha do amor, aquele momento é especial pra mim, não só esse como vários outros momentos em que passei com ele, Piter me fazia feliz.
1 ano atrás:
— Até que fim você chegou, demorou tanto! –exclamei enquanto via Piter entrar no parque e caminhar em minha direção, ele estava com uma mochila grande nas costas e usava um tênis vans azul jeans.
— Desculpa apressadinha, passei em uma loja vindo pra cá –ele se aproximou de mim e deu um beijo casto em meus lábios — Afinal hoje é um dia especial –eu sorri e concordei
— Nosso aniversário de namoro. –ele assentiu, entrelaçou nossas mãos e me puxou para o banco mais próximo
— Como hoje é um dia especial decidir te dar um presente especial –eu sentei no banco ele por outro lado se agachou na minha frente e abriu a mochila
— O que você está aprontando... –ele puxou uma caixa de sapatos
— Tcharam –entregou pra mim
— O que...
— Abre. –abri. Era um vans vermelho — Tênis de casais. Somos um não somos?! Agora todos vão saber que temos um relacionamento sério.
— Obrigada... Eu estou muito feliz, obrigada de verdade, meu presente nem se compara com o seu... –eu entreguei uma sacola, ele pegou na mesma hora rasgou o embrulho brutalmente, fiz careta de pena pelo embrulho que eu tinha colocado com tanto carinho. Ele pegou um boné, era decorado, bonito e de cor azul, Piter gostava de azul, e amava usar bonés era a combinação perfeita.
Eu sabia que Piter iria gostar daquele presente, mas superou minhas espectativas, Piter gostou, gostou muito, sua expressão foi como a de uma criança finalmente ganhando seu brinquedo pedido por tanto tempo, Piter jogou pro lado o boné que usara colocando o que eu o dera e agradeceu sorrindo pelo presente.
— Agora, me dá esse pé aqui cinderela, vou por o tênis em você –eu franzi o cenho e sorrir, Piter tirou o sapato que eu usava e colocou o vans no lugar.
— Cinderelas usam sapatos de cristais –Piter revirou os olhos
— Você é uma cinderela moderna.
— Cadê minha fada madrinha então?
— Eu sou sua fada.
— Pensei que fosse meu namorado...
— Sou também. –nós dois rimos — Pronto. Coube certinho –nós ficamos em pé
— Você comprou um pra você também?? –ele assentiu
— Agora, quando sairmos vamos sempre usar esses tênis, todo mundo tem que saber que você é minha. –ele se aproximou, eu sorrir encantada.
— Obrigada. –passei os braços pelo seu pescoço — Feliz aniversário de namoro –fiquei de ponta de pé
— Feliz aniversário minha Ley –ele deu um beijo em minha testa antes de me encarar nos olhos — Eu amo você –nos beijamos apaixonadamente.
~
Não deixei de sorrir com esse momento, Piter olhava para mim com um rosto curioso ele parecia querer saber a todo custo o que eu pensava
— Tá pensando em mim? –perguntou irônico
— O mundo não gira em torno de você –debati ele me encarou perplexo
— Que audácia dona Riley, com quem você aprendeu isso?! Que falta de respeito com os mais velhos –eu dei de ombros o que o fez bufar risonho.
Meu celular vibrou e só me dei conta de quantas horas eram, Dylan havia me enviado uma mensagem avisando que Max tinha voltado e, perguntou se eu iria demorar para voltar pois ela estava com fome e queria pedir pizza mas não tinha dinheiro.
Eu me levantei indicando minha deixa.
— Hey... –Piter se levantou também e segurou minha mão
— Oi? –ele olhou pra mim carinhosamente
— Obrigada por ter vindo.
— Tudo bem.
— Gostaria que nos encontrassemos mais vezes. –eu concordei.
— Já está ficando tarde, tenho que ir. Tenho que cuidar de uma "criança" que não sabe pedir pizza –ele assentiu
— Vou te acompanhar já que você não mora muito longe da qui.
— Não é necessário...
— Eu insisto. –dei de ombros e comecei a caminhar
Era inútil dizer não ao Piter e ele estava certo sobre minha casa ser perto dalí, não demorou muito para que chegássemos.
Só então me dei conta do que Dylan havia escrevido, Max havia voltado. Depois de dias ele finalmente voltou, não pude deixar de sorrir com a noticia.
Mas só me dei conta do que estava acontecendo, Max havia voltado e Piter estava me acompanhando até em casa, coisas boas não aconteceriam a partir dalí.
Antes que eu pudesse fazer com que Piter desse meia volta, Max apareceu, seu rosto estava sério e o de Piter também ficou, os dois se encararam friamente, era como se estivessem em um campo de batalha, nenhum dos dois se mexia como se esperassem o outro reagir, e foi então que percebi que tinha que parar aquilo se não uma guerra: Max vs Piter aconteceria.
∆∆
Amei esse capítulo <3
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