CAPÍTULO 5
Olá, tudo bem com vocês?
Vamos ler mais um pouquinho?
Quem acha que a situação tá ruim, calma que ainda vai piorar...
Estão pedindo fotos dos avatares, só vou colocar as dos dois protagonistas...
Zayn
Jasmim
Somente quando paro o carro na garagem da minha casa, penso no que isso implica. Naquele momento na casa de Samir eu só queria tirar ela dali, sentindo frustração, raiva, por estar sendo enganado pelo meu próprio amigo. Fico imaginando as vezes em que fiz papel de palhaço quando o assunto surgia, e eu sempre dizia que não tinha notícias, e na verdade ele sabendo onde ela estava todo esse tempo.
Pior a ajudando.
Olho para ela, sentada em silêncio ao meu lado. Mal noto sua respiração, automaticamente meus olhos descem para sua barriga, e eu não sei o que sentir no momento. A porta que dá acesso a garagem é aberta e Samira aparecer.
— Vamos. — Desço do carro, e dou a volta abrindo a porta para que Jasmim desça.
— Eu fiquei preocupada pela maneira como você desligou o telefone. — Samira tinha começado a caminhar em minha direção, mas para no momento em que vê Jasmim descer do carro. — O que aconteceu? O que a empregada do Almir está fazendo com você? — ela começa com as perguntas, e eu não faço muita questão em responder. — Ela não tinha sumido? — fecho a porta e seguro a mala que Jasmim trouxe. — Não! — ela olha de mim para Jasmim.
— Conversamos depois. — falo.
— Não vá me dizer que é ela quem você falou que fugiu porque vocês... — Jasmim me olha com os olhos aflitos, com certeza já imaginando a situação, sinto uma necessidade de tirar ela da frente da minha irmã.
— Já falei que depois conversamos. — olho para Jasmim. — Venha comigo.
— Você só pode estar louco em trazer ela para dentro da nossa casa. — minha irmã continua falando atrás de nós. — E com certeza ela vai dizer que o filho é seu? — entro em casa e agradeço por Lia estar na sala.
— Lia, arrume um dos quartos de hospedes para Jasmim e veja o que ela precisar. Por favor. — entrego a pequena mala nas mãos da auxiliar da minha mãe.
— Sim, senhor. — ela abaixa a cabeça mostrando o caminho para Jasmim.
— Zayn!? Eu estou falando com você. — Samira falta gritar.
— E, eu já disse que depois conversamos. — lembro da mensagem de Issac. — Ao contrário de você, eu tenho coisas importantes a fazer. — começo a ir em direção ao escritório.
— Ah, sim, claro. Como cair no golpe mais antigo do mundo. — ela vem atrás de mim tagarelando ao meu ouvido, o que só piora minha dor de cabeça. — Por allah eu achei que você fosse mais esperto! — viro de maneira brusca a surpreendendo no corredor.
— Samira, eu estou com a cabeça explodindo, além do que você acabou de ver, ainda tenho algo realmente importante com relação aos negócios para resolver antes que essa noite acabe. Então, se puder calar a porra da boca, eu agradeço. — falo em tom mais alto que o dela. Ela para a minha frente se assustando com minha explosão.
— É tempo que você quer? — ela da de ombros. — Tudo bem eu vou te dar tempo, mas saiba que não vou engolir essa história e não vou deixar meu único irmão cair num golpe desses. — sem mais eu viro seguindo meu caminho. — Mas Zayn. — seu tom está mais brando. Eu paro, mas não viro. — Faça o que tiver que fazer, mas você sabe que papai não vai aceitar ela aqui em casa, mesmo o filho sendo seu. Ela é uma empregada, ele jamais aceitará isso.
— Isso é um problema meu, e não seu. — falo então sigo para o escritório fechando a porta.
Eu sentia todos os músculos do meu corpo tremer. Eu nunca suportei Samira, e tenho certeza que não será fácil para mim ter a presença dela aqui me rondando, a todo tempo. Tenho que usar de sabedoria, não posso deixar suas acusações e provocações me abalar.
Mas ainda escuto sua voz alterada discutindo com Zayn. Ela acha que eu estou dando um golpe no irmão, não posso culpá-la. Talvez até ele ache isso, só eu sei que não foi nada disso. Passo a mão em minha barriga.
— Está tudo bem? — saio dos meus devaneios ao ouvir a voz da senhora a minha mente. — Menina?
— Desculpe. — falo e ela me mostra a porta do quarto. — Estava distraída.
— Eu não sei o que está acontecendo, mas venha você deve estar precisando de um banho e descansar, esse barrigão deve pesar bastante. — eu precisava de tantas coisas, como abrir um buraco no chão e sumir.
Mas no momento um banho e uma porta me separando de todos estava de bom tamanho. Entro no quarto em que Lia me mostra, mas não reparo em nada. Não vejo a hora de ficar sozinha.
— Vou desfazer sua mala. — ela vai em direção a uma porta.
— Não precisa, eu mesma faço isso. — ela me olha estranhando, mas não questiona e eu agradeço por isso. Ela deixa a mala em cima de uma cadeira.
— Você está querendo ficar sozinha. — ela diz, e me dá um sorriso de compreensão. — Tome seu banho, eu vou providenciar algo para você comer. — ela olha para minha barriga. — Algo leve. Queremos que vocês tenham uma boa noite de sono. — sorri de forma gentil, imaginando que essa será uma longa noite.
— Obrigada. — agradeço, e ela sai me deixando sozinha. Vou até a porta e a tranco.
Começo a olhar tudo a minha volta e reparo na beleza do quarto. Pego minha bolsa e sigo para o banheiro, deixo em cima da pia, e olho para o reflexo da minha imagem no espelho. Toco na marca vermelha em meu rosto causada pela agressão do meu pai, nesse momento uma lágrima escapa, e molha o local que apesar de vermelho, não dói tanto quando a dor que sinto em meu peito.
Lembrar de suas palavras, me faz chorar mais. Descido tirar minhas roupas e tomar logo um banho, quem sabe assim pelo menos consigo acalmar meu corpo. Entro no box ligando a água e quando ela está numa temperatura boa, entro deixando com que ela leve junto todas as minhas lágrimas e angustias.
Quando já havia tomado banho e começava a enxugar meus cabelos, alguém bateu a porta. Senti meu coração acelerar, logo pensando em que poderia ser Samira, mas lembrei que Lia me traria alguma coisa para comer. Fui até a porta e a abri.
— Calculei o tempo certo. — ela diz com um sorriso animado. — Trouxe uma sopa, pães e suco de laranja. — ela vai até a mesa deixando tudo lá. — Como você está? — ela pergunta se virando para mim. Então seus olhos focam em meu rosto e vejo como ela fica espantada, instintivamente levo minha mão até o local.
— Não foi ele. — falo para que ela não pense que poderia ter sido Zayn a me fazer isso.
— Eu sei menina, o conheço desde que nasceu. — ela se aproxima. — Venha sente-se aqui, deixe eu te ajudar com esse cabelo, se não a sopa vai estar fria quando for comer. — Sentei na beirada da cama e deixei com que ela terminasse de enxugar meu cabelo, depois penteou e fez uma trança. — Prontinho. Agora coma, que daqui uma hora mais ou menos eu venho retirar a bandeja e aproveito para lhe trazer um chá bem quentinho para ajudar a dormir.
— Obrigada, mais uma vez.
Ela sorri, e sai. Vou até a mesa e olho para a sopa que parece estar deliciosa pelo cheiro, mas não tenho fome. Sinto um chute na barriga, e acabo sorrindo. É a primeira vez desde que Zayn chegou na casa de Samir que meu bebê se mexe, deve estar com fome.
— Tudo bem, a mamãe vai comer por você. Só por você.
Eu ainda estava conversando por telefone com Issac quando a porta foi aberta e Samira entrou calada.
— Faça um relatório e me envie pela manhã, eu darei um jeito nisso. — ela fechou a porta e permaneceu calada. — Provavelmente na parte da tarde, tenho algumas coisas particulares para resolver pela manhã. — ele concorda confirmando que logo cedo terei o relatório. Desligo. Olho para Samira que sorri meio sem jeito.
— Eu vim pedir desculpas, não gosto de ficar brava com você, e nem quando você fica bravo comigo. — ela fala se sentando.
— Não estou bravo com você. — falo largando a caneta na mesa e me recostando na poltrona.
— Mas gritou comigo.
— Antes pedi para conversarmos depois. — rebato.
— Certo, mas você tem que admitir que fui pega de surpresa ao ver você aparecer aqui com uma mulher grávida, e ainda por cima e empregada do Almir. — penso que ela não foi a única a ser pega de surpresa. Fomos. Penso. — Mas agora me explica isso direito. É ela a mulher que você comentou? — confirmo com a cabeça. — Não acredito. — ela balança a cabeça em negativa. — E onde ela estava todo esse tempo?
— Na casa de Samir. — ela abre a boca.
— Samir Hamed? — confirmo. — Mas porque ele fez isso?
— A pedido do Zayed. — ela franze a testa. — Antes que pergunte, sim, é o segurança do Almir. — ela fica de boca aberta em silêncio.
— E, você ainda duvida que isso é um golpe? — ela começa a rir em descrença. — Meu Deus Zayn, dois empregados se juntaram para passar a perna em você, e você ainda trás ela pra dentro de casa? — eu não queria admitir em voz alta, mas esses pensamentos também estavam rondando minha mente.
As imagens dela sendo agredida pelo pai, em meio a todos na rua, surgem em minha mente. Por que motivos alguém se propusera a fazer algo assim, passar por uma humilhação dessa forma? Eu não queria acreditar que o dinheiro movia as pessoas dessa forma. Sei que existem pessoas que fariam até coisas piores, mas em imaginar ela fazendo isso, eu não entendia o motivo, mas não conseguia aceitar isso.
— Enquanto a criança não nascer e não tiver um teste de DNA em minhas mãos dizendo positivo ou negativo, sim é aqui que ela vai ficar. Porque se isso for realmente um golpe como você diz, isso se resolve quando a criança nascer. — falo e esfrego o rosto, e percebo que ela continua pensando.
— Sim, por isso deve ter alguma coisa por trás de tudo isso. — encaro minha irmã com suas teorias. — Se não fosse seu ela não teria vindo...
— Eu estou cansado Sam. Não quero mais falar sobre isso, não hoje. Só quero tomar um banho e dormir. — me levanto fechando o notebook e começo a ir em direção a porta.
— Ok, mas você tem uma semana para pensar em algo bom, e quando eu falo bom maninho, eu digo excelente. — ela se levanta e me acompanha para fora do escritório. — Porque em uma semana nosso pai estará de volta. — ela bate em meu ombro e beija meu rosto. — Boa noite, irmão. — ela vai em direção a sala e eu sigo em para a cozinha.
Hoje não quero pensar em meu pai e em como ele vai surtar quando souber, ainda mais agora que o meu noivado foi anunciado e o acordo fechado. Entro na cozinha e vejo Lia mexendo em algumas panelas.
— Vai querer comer alguma coisa? — ela me pergunta sem ao menos olhar para mim. Deve estar com mil indagações na mente.
— Só um comprimido para dor de cabeça. — falo e ela me olha com recriminação. Ela pega mais no meu pé, do que minha própria mãe. — Mais tarde se a dor passar eu como qualquer coisa. — ela vai até um armário enquanto sento em um banco e me apoio na bancada.
— Aqui meu menino. — pego o comprimido e o copo com suco que ela entrega. — Levei uma sopa para a moça, ela parecia bem abalada, quase não conversou.
— Acho que conversar não é muito o forte dela. — comento de forma amarga.
— Eu vi a marca em seu rosto. — ela comenta e sorri para mim assim que a encaro. — Ela fez questão em deixar claro que não foi você, como se eu não soubesse.
— Foi o pai dela. — explico, ela põe a mão na boca em espanto.
— Coitada. — ela comenta e me olha torto. — A criança é sua? — sua pergunta sai num sussurro. Olho para o copo em minhas mãos, balanço, fazendo com que o liquido se mova de um lado para o outro, sem uma direção certa. Igual minha cabeça nesse momento.
— Enquanto eu não fizer um teste de DNA e o resultado der negativo, ao que tudo indica sim. — tomo o restante do suco e me levanto, não ligando para a expressão de interrogação em sua testa. — É complicado Lia, depois te explico. — ela assente, mas vejo como a preocupação tomou conta de seu semblante. — Quero te pedir um favor, cuide para que não falte nada para ela.
— Pode deixar meu, menino. — ela me abraça fazendo um carinho em meu peito. — Vá descansar e fique despreocupado, vou fazer um chá relaxante para que ela durma melhor. — concordo lhe dando um beijo na cabeça, e saio indo em direção ao meu quarto.
Segunda tem mais...
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro