CAPÍTULO 45
Vejo Samir assim que entro na loja que pertence a sua família desde seu bisavô. Ele está conversando com um cliente, e explicando algo sobre o produto em questão. Ando pelo espaço olhando as mercadorias. Aqui você encontra de tudo que puder imaginar, em artigos árabes. É uma das lojas mais visitadas por turistas, apesar dessa cidade ficar afastada do centro de Dubai, é um ponto de referencia a cultura e tradições.
Vejo ele se despedindo do cliente, notei que já percebeu minha presença. Dispenso o atendimento de uma vendedora, que veio em minha direção, e espero que ele venha até onde estou.
— Bem que minha mãe falou que você iria aparecer. — ele falou se aproximando de onde eu estava. — Tenho até medo de perguntar o que ela fez, para isso acontecer. — eu o encarei procurando qualquer vestígio de algo que eu ainda pudesse estar sentindo, pelo fato dele ter escondido Jasmim, mas não senti nada, e acabamos rindo.
— Ela sempre soube chamar minha atenção. — ele concordou e apontou para os fundos da loja.
Seguimos para seu escritório e Samir ainda resolveu algumas coisas pelo telefone. Mesmo estando trabalhando aqui, ele é um empresário de sucesso fora dessas paredes que carregam histórias de sua família, e ainda cuida das questões diplomáticas da cidade que Almir herdou do pai.
— Bom agora você pode me dizer o que minha mãe aprontou para que você viesse até aqui. — ele sorriu ao me olhar. — Eu te conheço bem Zayn, para saber que algo aconteceu. Você não é de perdoar com facilidade. — eu realmente não era.
— Fiquei cego na época quando descobri que Jasmim estava aqui todo o tempo em que a procurei, mas hoje eu talvez entenda. — sua atenção estava toda em mim, e eu sabia que ele estava me analisando.
— Talvez? — falou depois de um tempo.
— Sim, talvez. — pontuo o talvez, mais uma vez. — Continuo não concordando, mas entendo seu posicionamento.
— Eu somente ajudei um amigo. Quando nos prestamos a ajudar, é para ajudar e não julgar suas ações. — eu não me surpreendia pela forma que falou. Samir sempre foi á serenidade em pessoa, talvez por ter alguns anos a mais, isso lhe trouxe mais sabedoria. — Você teria feito o mesmo Zayn.
— Eu sei. Hoje vejo que fui irracional em alguns momentos.
— Você não foi irracional vendo pelo seu ponto de vista, mas minhas ações em esconder Jasmim, eram somente pensando em preservá-la, e depois que ela estivesse com uma estabilidade emocional, vocês lidariam com tudo.
— Então eu tenho que te agradecer, por ter escondido de mim, minha esposa e filha? — ele esfregou a barba, num gesto corriqueiro e logo em seguida começou a gargalhar. Isso me irritava. — Eu garanti a sua mãe que não iria resolver isso como nos tempos passados, através de socos, mas se não parar de rir, eu retiro que disse.
— Imagino como deva estar sendo difícil para você admitir isso. — ele falou se levantando e dando a volta na mesa. Também me levantei.
— Por incrível que pareça, não. — falei ao abraçá-lo dando dois tapas em suas costas. — Está sendo difícil manter minha palavra a sua mãe. — rimos. — Obrigado.
— Não precisa agradecer, sei que faria o mesmo por mim. — concordei lembrando de uma de nossas ultimas conversas, antes de tudo virar de cabeça para baixo em minha vida.
Ele estava voltando de uma viagem que fez a Espanha. Samir havia passado alguns dias na casa de Almir, e notei que ele estava diferente, então disse estar interessado em alguém.
— Alguma evolução sobre a mulher da nossa última conversa? — minha pergunta o fez sorrir sem vontade.
— Paciência é a chave.
— Bom ficarei até amanhã pela cidade, e hospedado na sua casa. — agora ele riu. — Então se quiser conversar comigo sobre algo, estou a seu dispor, é uma forma de agradecer por tudo. — voltamos a nos sentar. — Creio que esse seja um assunto complicado de se conversar com Almir, já que a mulher em questão é a sogra dele. — ele riu.
— Uma das...
— Verdade, e puta que pariu, ele deu sorte de ter as duas melhores sogras. — rimos. — A minha eu tenho uma leve desconfiança que me odeia. — acabo rindo ao lembrar, da conversa que tive com a mãe de Jasmim.
— Não tenho muito que falar, Mirit tem muita insegurança devido a tudo que passou na vida, e tenho certeza que a nossa diferença de idade tem um peso também. Ela não entende o que eu posso querer com ela. — ele conclui dando de ombros. — Ela acha que eu quero me divertir.
— E para você a diferença de idade tem algum peso? — ele nega.
— Não, meus sentimentos são sinceros e verdadeiros. — ele diz expirando fundo. — Como eu disse, paciência.
— Complicado. — reflito.
— Mas vamos deixar minha vida amorosa ou a falta dela de lado, quero saber o que minha mãe fez para te fazer vir aqui me pedir desculpas.
— Não me lembro de ter pedido desculpas, eu agradeci. O que é diferente. — ele revirou os olhos e acabamos rindo.
E passamos as próximas horas conversando sobre tudo que tenho descoberto sobre minha família nos últimos tempos.
— E você acredita que seu pai realmente foi o responsável pela morte do Fauze? — sua pergunta faz minha mente dar aquela velha bugada que vem dando ultimamente, quando o assunto é esse.
— Eu não sei de nada, essa é a única coisa que eu sei.
— O fato da sua irmã não ser filha da Hadassa, não me diz muito, afinal nós sabemos que filhos fora do casamento não são vistos com bons olhos, e o pai pegar a criança para criar é comum. Assim evita a família da vergonha e da própria criança não sofrer com a rejeição. — eu pensava sobre isso.
— Eu fico tentando achar o fio no meio disso tudo que ligue meu pai ao pai do Almir. — ele concordou.
— Você vai ter que conversar com sua mãe e ouvir dela o que ela sabe, pelo que você disse ela sabe o que aconteceu entre eles.
— É o que vou fazer assim que voltar.
— Vai falar para ela que sabe sobre Samira?
— Não sei, provavelmente não. — ele sorriu.
— Sempre guardando o ouro.
— A conversa que tive com sua mãe, diminuiu um pouco a magoa que estava sentindo, mas certas coisas não se apagam. Vamos ver o que ela me diz. — ele concordou.
— Bom, sabe que se precisar de alguma coisa pode contar comigo.
Essa certeza eu tinha mesmo quando eu não estava falando com ele, mesmo sendo filhos de pais diferentes, éramos irmãos.
Eu estava conversando com senhora Berta depois de fazer Aysha dormir, quando vejo Dhurga e Ismael entrarem na sala. Eu fiquei tão feliz em vê-los novamente que cheguei a chorar ao abraçar ambos. Eles foram tão importantes para mim no período que fiquei aqui. Ambos faziam de tudo para que eu me sentisse melhor, nos dias em que ficava triste.
— Nem acredito que voltou Jasmim. — Dhurga me aperta tanto que parece me esmagar.
— Eu só vou acreditar quando comer aqueles biscoitinhos de damasco. — Dhurga se afastou e deu um tapa no ombro dele.
— Você só pensa em comida. — ele riu e me olhou com um sorriso enorme. — Senhora Berta, já disse que tem que dar umas broncas nele. — o máximo que a senhora fez, foi um sinal com a mão que não demonstrava se importar com aquilo.
— Estou muito feliz de ver você de novo Jasmim, mas eu realmente gostaria de comer mais daqueles biscoitos. — acabei rindo e o abracei mais uma vez.
— Ficarei até amanhã, então eu acho que poderemos fazer algumas fornadas de biscoitos. — ele se animou mais ainda, e acabou batendo palmas todo feliz.
— Está vendo. — ele olhou para Dhurga que revirava os olhos. — Ela gosta de mim.
— Jasmim não conta, ela gosta de todo mundo. — foi a vez dele de revirar os olhos. —Onde está sua filha? — Dhurga logo perguntou.
— Está dormindo, mas logo acorda. — dona Berta demonstrou cansaço, fui até ela no sofá. — Vá descansar, eu vou para a cozinha fazer alguns biscoitos, se não se importar. — ela sorriu e concordou.
— Sinta-se em casa minha flor. — se levantou com dificuldade. — Eu volto quando os biscoitos estiverem prontos, e quero um chai daqueles que só você sabe fazer.
— Farei com o maior prazer.
Eu já havia colocado duas formas cheias de biscoitos para assar, e ainda ria das bobagens que Ismael e Dhurga falavam quando Zayn e Samir chegaram. Os dois pararam de falar assim que eles entraram na cozinha. Zayn como sempre observou a cena sem nada falar, mas sorriu de leve quando me olhou.
— Estava com saudades desse cheiro nessa cozinha. — Samir falou mexendo na massa crua que estava em uma vasilha. — Olá, Jasmim.
— Está vendo como eu não sou o único que estava com saudades do biscoito? — Ismael falou antes de receber um beliscão. — Aí. — rimos.
— Olá, senhor Samir. — ele riu dos dois, e se voltou para mim.
— Só Samir, Jasmim. Agora você é esposa do meu amigo. — ele bateu no ombro de Zayn e riu. — Se me derem licença tenho algumas coisas para resolver, mas nos vemos no jantar. — ele se virou para Zayn. — A casa é sua, fiquem a vontade. — então saiu. Os dois cochichavam num canto, de forma que era impossível entender o que falavam.
Eu sabia que iria demorar para o forno apitar, então resolvi dar atenção a meu marido. Fui até ele.
— Quer um suco? — perguntei me aproximando, ainda ouvindo o cochicho dos dois no canto.
— Não, vou responder alguns emails e fazer algumas ligações, estarei no quarto. — concordei e assim que ele estava afastado e fora das vistas de Dhurga e Ismael, fui até ele.
— Zayn? — o chamei.
— Sim. — o beijei assim que se virou.
— Te amo. — falei assim que me afastei. Mas ele segurou em minha cintura olhando em direção da cozinha, depois para mim novamente.
— Você sabe que eu te amo, mesmo que eu não fique falando há todo momento, não sabe? — sorri e concordei. — Que bom, porque é o que eu sinto. — então agora ele me beijou, e se afastou seguindo fazer o que disse.
Quando cheguei na cozinha, notei que eles conversavam e se calaram assim que me viram entrar. Eles permaneceram calados e achei isso estranho.
— Aconteceu alguma coisa? — perguntei voltando a moldar os biscoitos.
— Não é nada, é bobagem do Ismael. — Dhurga falou fazendo ele sair contrariado da cozinha, o que achei estranho. Mas deveria ser algo entre eles, e os deixaria que resolvessem.
Terminei de moldar os biscoitos e ela me ajudou, assim que coloquei a última forma no forno, fui fazer o chai que a senhora Berta queria, e também fiz um para Zayn. O dele com alguns ingredientes diferentes, mas ele iria gostar.
— Vou subir e ver Aysha, quando apitar é só tirar. — peguei a xícara do chai.
— Pode deixar, isso eu sei fazer muito bem. — sorri e fui em direção ao quarto.
Eu tinha tomado um banho, e estava com o notebook aberto respondendo alguns emails e no meio de uma ligação com Issac, quando Jasmim entrou. Observei sua discrição, ao notar que Issac falava, ela colocou uma xícara na mesa a minha frente e notei como me olhou ao ver que eu estava somente de tolha. Ela disfarçou muito mal e foi em direção ao berço onde Aysha dormia.
Era o berço que a mãe de Samir havia comprado para ela, no período em que esteve aqui. A voz de Issac continuava martelando em algum lugar da mente, mas eu já não sabia mais o que ele falava, minha atenção havia sido totalmente capturada pela figura a qual era alvo dos meus olhares.
Jasmim tinha uma beleza única, eu poderia até dizer que quase angelical, seus traços eram todos harmoniosos, com seu jeito discreto, sorriso fácil, ela esbanjava doçura por onde passava, mas comigo tudo isso tinha um efeito inverso. Eu notava tudo isso nela, e admirava, mas ao mesmo tempo eu tinha que controlar meus instintos, todas ás vezes em que me pegava observando-a, tinha que controlar a vontade fora do comum em fazer sexo mais intenso.
E foi no meio dessa divagação silenciosa sobre me controlar que ela olhou para mim e sorriu. Fui pego no flagra, da mesma forma que a peguei me olhando instantes atrás. E não era qualquer sorriso, era um daqueles em que ela começava a corar, e eu sabia que tipo de pensamentos povoava sua mente nesse exato momento. Enquanto o sangue de seu corpo parecia subir e se concentrar em sua face, o meu literalmente fazia um caminho inverso, descendo e se acumulando entre minhas pernas.
Merda!
Já era qualquer tentativa em adiantar o trabalho.
— Depois te retorno Issac. — encerrei a ligação sem ao menos saber o que ele falava, baixei o notebook e peguei a xícara com o chai que ela me trouxe.
— Ela anda dormindo tanto ultimamente. — ela comentou ao se aproximar de onde eu estava.
— Bebês dormem. — ela concordou.
Tomei do chai, e eu não fazia ideia do que ela colocava nessa bebida, mas eu simplesmente amava. Ela se sentou ao meu lado e ficou me observando. Coloquei a xícara ao lado e a encarei.
— Atrapalhei seu trabalho? — ela perguntou, e eu concordei, afinal era verdade. — Desculpe, eu não queria... — ela foi se levantar, mas segurei sua mão.
— Você não atrapalha Jasmim, você me desconcentra. — afastei a cadeira em que eu estava sentado para trás e a puxei para meu colo. — Você me desconcentra aqui. — apontei para minha cabeça. — Mas faz um trabalho inverso aqui. — arrumei Jasmim em cima de mim, para que sentisse sobre o que eu falava. Seus olhos diziam que ela entendeu.
— Zayn... Eu... — não queria saber o que ela queria falar, segurei em sua nuca e a puxei para um beijo, mas quando ela se afastou as palavras que saíram da sua boca me paralisaram. — Eu quero fazer em você.
Eu estava literalmente fodido.
— Jasmim, eu acho que não seria... — foi a vez dela de me deixar falando sozinho e se abaixou entre minhas pernas. Respirei fundo já sentindo a pulsação aumentar naquela região somente na expectativa.
— Eu não sei como se faz. — ela falou ainda me olhando.
— Eu sei. — foi a única coisa que pude dizer. — Tem certeza? — perguntei. Ela concordou. — levantei o quadril para poder soltar a toalha e quando suas mãos se apoiaram em minhas coxas, senti meu corpo tremer. — Faça o que você quiser, porque sei que vai ser maravilhoso. — ela sorriu, e notei que ela estava nervosa.
Coloquei as minhas mãos atrás da minha cabeça, e joguei-a para trás, fechando os olhos. Eu estaria sendo mentiroso se dissesse que não queria olhar para ela, mas quis a deixar a vontade, teriam inúmeras vezes as quais eu poderia me deleitar com a imagem, dela chupando meu pau.
Essa falta de experiência era o que mais mexia comigo, eu era seu primeiro e único. Sempre procurei mulheres mais experientes, porque era mais fácil, para mim e para elas, mas Jasmim despertou um lado meu que nem sabia existir.
De posse.
Minha.
O que eu seria capaz de fazer por essa mulher?
Enquanto suas mãos trêmulas exploravam minha região intima, eu pensava em como o mundo dava voltas, mas de uma forma ou de outra tudo se encaixava como deveria ser.
Puxei o ar com força quando senti seus lábios, e imaginei a forma como ela deveria estar me olhando. Mas ao contrário do que pensei que seria, ela estava fazendo direitinho e um frio passou pela minha espinha, ao pensar em como ela poderia saber. Eu iria descobrir isso depois.
— Caralho, Jasmim. — resmunguei quando ela começou a chupar, entre as lambidas.
Agora foi impossível manter meus olhos fechados. Ela não me olhava, estava concentrada no que estava fazendo. Poderia parecer uma paranóia, mas tive a impressão dela estar tão concentrada como das vezes em que fazia um bolo.
Seu cabelo caiu tapando parte de seu rosto, e foi no momento em que tirei para o lado, que ela notou que eu estava olhando. Perdi qualquer linha de raciocínio ao ver aqueles olhos, me encarando, e de ter plena noção de como seus lábios ficavam ao me ter entre eles.
— Linda. — falei.
Ela continuou, e novamente joguei a cabeça para trás, quando ela voltou a chupar. Mas eu não queria gozar em sua boca. Talvez em outra vez, mas hoje não.
— Vem cá. — falei a puxando para cima.
Puxei sua abaya e notei que ela estava vestindo um vestido curto por baixo. Fiquei surpreso.
— Eu pensei em só estar usando ele. — ela falou levemente envergonhada. — Mas eu esqueci.
Olhei para o comprimento, e ele mal chegava ao meio da sua coxa. E no busto ele tinha duas alças finas, que com um simples sopro eu poderia rasgar. Notei como sua respiração acelerada fazia seus seios faltarem pular de dentro do decote.
— Você queria me matar, é isso? — me pergunta a fez sorrir.
Levantei seu vestido para poder tirar sua calcinha e sentei ela novamente em meu colo, mas agora com uma perna de cada lado, com ela ficando de frente para mim.
— Tenho medo de perguntar, mas a curiosidade está falando mais alto aqui. — posicionei-a de forma que eu conseguisse encaixar meu pau em sua boceta. E a trouxe para colar seu corpo ao meu, com o movimento senti ir até o fundo. — Que delícia.
— Sim. — ela gemeu baixinho segurando em meus ombros.
— Você não estava de um toda inocente quando estava ajoelhada me... — ela riu e se moveu rebolando gostoso, me calando.
— Bel, responde sua pergunta. — agarrei sua cintura e acabei rindo com sua resposta.
— Esclarece muita coisa. Mas ficam outras, milhares. Como a possível forma de ensino. — ela se afastou e me olhou.
— Mulheres também conversam. — então ela deslizou as alças pelos ombros, deixando seus seios a mostra e deitou se escorando na mesa.
Ela estava aprendendo rápido como me calar, para mudar de assunto. Porque com ela dessa forma exposta eu não falei mais nada. O fato da cadeira possuir rodinhas, ajudou muito no vai e vem, já comecei a imaginar isso em meu escritório.
Eu estava massageando seus mamilos, quando senti seu interior se contrair, em espasmos. Intensifiquei as investidas, e logo eu me liberei dentro dela, sentindo o ar me faltar enquanto olhava seus seios balançarem com os movimentos. Aysha começou a resmungar e então notei que parte do chá que estava na xícara agora estava derramada em cima da mesa.
— Pelo menos ela está sabendo esperar a hora certa de acordar. — o que falei a fez sorrir. — Vá tomar um banho, eu a enrolo até você voltar.
PRÓXIMO CAPÍTULO A TÃO AGUARDADA CONVERSA ENTRE MÃE E FILHO...
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