CAPÍTULO 20
Bom dia meus amores, como vocês estão?
Eu estou em um dos meus piores dias... e não é brincadeira. Mas vida que segue.
Deixa eu falar uma coisa para vcs, eu não gosto de histórias que repetem cenas, porque acho que fica cansativo, geralmente eu escolho o ponto de vista que tem mais relevância para história e escrevo.. mas aqui nessa história acho que em alguns momentos serão necessários, porque estamos tratando de um amor platônico. E é fundamental ter a visão dos dois em alguns momentos, saber como e onde foi que tudo começou a mudar...
Ok?
Boa leitura...
No momento em que entrei e a vi cheirando minha camisa usada, senti que algo quebrou de vez dentro de mim. Eu estava confuso com o que aconteceu, ou quase aconteceu em seu quarto. Existia uma luta interna entre ceder ao desejo ou não. Saber que Jasmim sente algo tão forte por mim para chegar ao ponto de fazer o que fez, não me deixava confortável. Eu sabia que poderia frustrá-la e magoá-la ainda mais, se eu não pudesse retribuir da mesma forma. Eu tinha plena consciência de todas as minhas obrigações, não somente com ela, mas como Hanna também. Foi esse o motivo de ter saído do seu quarto da forma que sai, eu precisava de refugio, e agora me deparava com ela aqui.
Mais uma vez no meu quarto.
A forma cuidadosa como Jasmim pegou a peça de roupa que eu mesmo não lembrava de como havia tirado, me fez sorrir. Fiquei surpreso ao ver que ela levou o tecido até o rosto, acariciando a peça com delicadeza em sua pele, como se pudesse sentir meu toque nela em somente esfregar o tecido. Senti meu peito afundar, em imaginar sua angustia, ao me ver todos os dias, conviver comigo e não ter nada mais que minha presença em alguns momentos.
Pra piorar minha luta interna, senti um tremor quando ela cheirou o tecido.
Porra Jasmim!
Isso não ajudou em nada. Seu gesto teve repercussão em algumas fronteiras que eu tinha levantado. Tinha, era a forma adequada de se usar realmente esse verbo. Com seu jeito delicado ela dobrou a peça colocando em cima da cadeira. Eu ainda estava refletindo sobre suas ações quando ela virou e se deparou comigo.
O espanto em me ver aqui, era o mesmo de alguém que vê um fantasma. O que eu não entendia já que ela sabia que eu tinha vindo para cá. Ela começou a ficar pálida, diferente de como estava quando conversamos em seu quarto.
— Se você desmaiar será difícil terminarmos nossa conversa. — falei imaginando a cena, e foi impossível não rir.
Notei o momento em que ela engoliu em seco, e endireitou a postura se mostrando mais confiante, mesmo que eu soubesse que não estava nada confiante, bastava um toque meu e ela desabaria ao chão. Eu gostava e admirava sua postura de enfrentar tudo, a sua maneira.
— E, porque eu iria desmaiar? — falou insegura. — Achei que não estivesse. — afirmou gesticulando a mão no ar. Eu fiquei sem entender. E, onde eu estaria se não aqui?
— E, achando que eu não estava veio até aqui. — falei e dei um passo em sua direção. Sentia uma necessidade de estar perto dela. — Fazer o que? — perguntava coisas as quais eu já tinha a resposta, mas era necessário que ela falasse. Ela olhava para os lados como se buscasse a resposta. Parecia encurralada.
— Eu vi que não comeu nada. — ela apontou para um prato que estava no móvel ao lado da minha cama. — Trouxe caso ficasse com fome. — ela disse dando de ombros. Ela estava mais uma vez fugindo da verdade.
Jasmim. Jasmim.
Olhei para o prato e voltei minha atenção a ela. Sorri.
— E isso inclui cheirar minha camisa? — e mais uma vez, a cor avermelhada começa a colorir sua pele.
A luta interna que eu estava a momentos atrás, já era esquecida. No atual momento minha luta era em arrancar a verdade dela, a todo custo. Dei mais alguns passos em sua direção, e ela não recuou.
Ela era uma submissa nata, como toda e qualquer mulher que vivia nossos costumes tinha que ser, mas Jasmim tinha também uma coragem de enfrentar tudo, com seu jeito meigo e delicado. Isso mexia muito comigo, tenho que confessar.
— O que você veio fazer aqui Jasmim? — notei que eu gostava de pronunciar seu nome.
— E, eu... — ela começou a gaguejar. Estava ficando nervosa. Eu gostava dela quando ficava nervosa, ela falava tudo que vinha em sua mente.
— Obrigado pelo lanche. — falei com voz baixa, e levei minha mão até seus cabelos. Ela fechou os olhos, e esse gesto simples de reação ao meu ato, vibrou dentro de mim. — Mas eu estou mais interessado na resposta verdadeira. — ela abriu os olhos, e eu enxergava o nervosismo neles. Prendi seu cabelo atrás da orelha, queria ver mais de sua pele que sempre estava coberta pelo hijab.
— Resposta verdadeira? — perguntou olhando em meus olhos, e pude ver a confusão nos seus.
A sinceridade que seus olhos passavam, misturada com a sua inexperiência me excitava. Mordi o lábio para não rir e ela entender errada a situação. O clima estava pesado entre nós, eu sentia a excitação correndo em minhas veias. Por mais que eu soubesse que ela não havia mentido quando disse que veio me trazer um lanche, eu sabia que não era toda a verdade. Sua respiração irregular me dizia que ela sabia o que poderia acontecer, e que desejava.
— Da primeira vez em que entrou no meu quarto eu não sabia quem você era, e muito menos o que queria. — eu estava muito próximo a ela, e sem me conter peguei outra mecha de cabelo colocando atrás da orelha. — Mas agora eu sei o quem você é, eu só preciso saber o que você quer. — terminei de arrumar seus cabelos e dei um passo para trás admirando sua beleza. Eu queria ouvir de sua boca. Queria que ela dissesse o que realmente veio fazer aqui. — Você é linda.
Ela pareceu não acreditar no que eu acabei de falar. Ficou parada a minha frente sem dizer uma palavra.
— E, então? — voltei a perguntar.
— Isso não é justo. — ela começou a falar nervosa. — Você sabe o quanto me perturba, você mesmo falou que percebeu e agora fica esperando a resposta sem que ao menos eu consiga lembrar da tal pergunta, por ter ficado embasbacada porque você disse que me acha bonita. — e aí estava o que eu esperava, Jasmim poderia ser uma ostra, mas quando se sentia encurralada ou brava com algo ela falava tudo sem pensar. Eu escutava tudo atentamente quando ela se deu conta, e de uma forma engraçada tapou a boca. — Eu falei tudo isso em voz, alta? — perguntou baixinho. Concordei sem conseguir esconder o sorriso.
— Eu posso não acreditar em muitas coisas que falam a seu respeito Jasmim. — voltei a me aproximar. — Mas acreditar que você veio aqui sem nenhuma intenção, eu também não acredito.
— Eu vim trazer o lanche. — ela insistia que era só isso, como se conseguisse me enganar. — E porque você está rindo tanto, devo parecer uma palhaça mesmo já que...
— Xiuuu... — coloquei meu dedo em seus lábios.
— Sabe o que eu quero Jasmim? — ela se calou e negou. — Que seja sincera, porque sua boca fala uma coisa, mas seus olhos dizem outra. — segurei seu queixo e levantei forçando com que ela me encarasse.
— E, eu... — começou a gaguejar.
— E sabe o que mais eu quero? — eu encarava sua boca, seus lábios e só conseguia pensar em beijá-la. Jasmim estava com a boca entreaberta e negava com a cabeça. Mas eu queria palavras. — Palavras Jasmim.
— Não. — ela respondeu tão baixo que mais parecia uma gata minando. — Eu não sei.
— Eu quero saber se você veio em busca de algo mais. — levei minha mão até sua nuca e me contive para não ser rude demais. — Porque eu quero beijar você. — segurei em seus cabelos com força.
— Ai! — mais um gemido escapava dela. Jasmim fechou os olhos.
— Quero saber se você também quer. — forcei seus cabelos e ela foi obrigada a me encarar. — E, eu não falei que você é bonita. Falei que você é linda. — ela continuava me encarando, como se fosse uma miragem.
— Eu devo estar sonhando. — falou tomando a iniciativa de me tocar pela primeira vez. Senti meus músculos travarem sob seu toque. O que eu sentia dentro de mim só poderia ser devido ao tempo sem sexo. — Quando acordar eu terei a certeza de que isso foi somente mais um sonho, como muitos do que já tive. — quando Jasmim moveu as mãos sentindo meu corpo, senti um arrepio gostoso.
— Se isso for fruto do seu sonho eu não vou, me sentir culpado por beijar você sem que tenha respondido minha pergunta. — agora o clima estava leve e gostoso entre nós, e quando falei ela somente sorriu. Aquele sorriso que iluminava qualquer escuridão.
— Não. Você não vai, eu que vou querer me matar por não ter respondido caso isso não seja um sonho. — rimos os dois. Eu senti o perfume que ela usava e que já tinha um tempo que eu não sentia mais.
— Esse cheiro. — nesse momento ela gemia e eu tive a certeza que ela sabia o que queria quando veio até aqui. — Você não é inocente.
— Eu não sou. — sua admissão me fez encará-la.
Aqui eu enxergava a mulher decidida e forte que minha mãe tanto falava. Ela lutava pelo que queria do seu jeito. Eu via nela o mesmo desespero que habitava em mim. Segurei seu rosto, e sua boca entreabriu ofegante, sem querer esperar mais baixei minha boca em busca da sua. Os lábios macios se afastaram me permitindo tomar dela o que quisesse, e foi o que fiz.
Beijei.
Beijei como á tempos não fazia, com desejo, com saudade. Saudade de algo que nem eu sabia que sentia falta. Desejo e o tesão tomaram posse de todos meus gestos. Suas mãos seguravam com força meus braços, e o toque era o complemento que faltava para inflamar meu corpo.
Arrastei meus dedos do seu rosto até os cabelos e os emaranhei ali. Jasmim não recuou, seus gemidos me deixavam cada vez mais insano. Mas um resquício de sanidade me bateu, e lembrei de seu estado.
Eu tinha que parar.
Eu precisava parar.
Um soluço escapou de sua garganta, e esse foi o alerta de que eu havia passado do limite. Merda! Eu sabia que ela desejava, que era o que ela queria, mas não sabia como estava seu interior. Afastei-me acariciando seu rosto e cabelos, ela chorava, o corpo tremia.
Aconcheguei-a em meu peito e a abracei.
— Está tudo bem. — falei aspirando mais do seu cheiro. — Vai ficar tudo bem, eu prometo. — sussurrei em seu ouvido.
Queria acalmá-la e não sabia como. Eu não estava me sentindo em paz nesse momento, porque toda essa angustia dela, me abalava de certa forma. Não gostava de vê-la assim. Jasmim havia passado por muita coisa nos últimos meses, e hoje eu não me importava mais sobre as conseqüências sobre mim.
Afaguei suas costas, até que senti que ela estava mais calma, e respirava normalmente. Um chorinho foi ouvido e ela mais que depressa se afastou indo em direção ao quarto de Aysha. Eu fiquei parado no mesmo lugar olhando para o nada. Minha cabeça girava, os pensamentos se embaralhavam.
Voltei para sacada, porque agora eu precisava mais do que nunca de um ar fresco. Fiquei ali perdido em pensamentos e não me dei conta do tempo que passou até que ouvi um barulho ao lado.
Quando virei o rosto vi a perturbação em forma de mulher me olhando. Meus pensamentos em relação a ela pareciam um verdadeiro turbilhão, mas vê-la ali me olhando incerta do que fazer me trouxe paz.
Sua presença me trazia paz.
Estiquei a mão a chamando, e ela veio. Com passos lentos, mas decididos. Jasmim se sentou ao meu lado e deitou a cabeça em meu peito, se aconchegando. Parecia que era o que ela mais queria aconchego. E assim ficamos, abraçados e em silêncio.
Muita coisa havia acontecido essa noite.
Eu estava andando sobre as nuvens.
Mesmo que eu tenha acordado em minha cama, sem nem ao menos lembrar do momento em que ele me trouxe, eu não conseguia esconder a felicidade que transbordava dentro de mim.
Ele havia me beijado.
Acordei com Aysha chorando ao meu lado. Cuidei de minha filha, ou, melhor nossa filha. Eu ainda ria como uma boba quando Lia entrou no quarto trazendo meu café.
— Bom dia minhas princesas. — ela falou como sempre. — Aconteceu alguma coisa? — ela perguntou quando me olhou.
— Não. — falei e ri. Ela continuou a me encarar sem entender.
— Deixa eu trocar essa menininha linda. — entreguei Aysha para Lia e nesse momento a porta foi aberta e Zayn entrou. Meu coração parou no mesmo momento em que nossos olhares se encontraram.
— Bom dia meu menino. Não sabia que iria tomar café aqui, deixei o seu servido lá em baixo. — Lia falou enquanto seguia com Aysha até o quarto dela.
— Bom dia Lia, eu irei descer. — falou olhando para ela e depois para mim. — Bom dia Jasmim.
— Bom dia. — respondi me sentindo envergonhada. Lia nos encarava e sorriu.
— Bom vamos ver essa fralda, algo me diz que estamos sobrando aqui. — ela disse isso piscando para mim.
Senti meu rosto começar a pegar fogo. Ela saiu indo para o outro quarto, nos deixando sozinhos. Quando voltei a olhar para Zayn ele me observava sorrindo.
— Porque está vermelha desse jeito? — perguntou deixando a pasta em uma poltrona e se aproximando de mim. — Está com vergonha?
— Talvez. — respondi engolindo em seco. Ele parou ao lado da cama e estendeu a mão.
— Vou passar o dia fora e não sei que horas eu volto. — fiquei de pé, e passei a arrumar meus cabelos. — Vim ver como você estava depois de ontem.
— Eu estou bem. — Ele me observou e sorriu.
— É pela primeira vez sua boca fala o que seus olhos também dizem. — ele se aproximou e deixou um beijo no canto de minha boca e depois em minha testa. — Até mais.
— Até mais. — respondi segurando minhas mãos para não acabar me batendo. Quando ele saiu fechando a porta eu me deixei cair novamente na cama. Eu deveria ainda estar sonhando.
— Nada aconteceu, não é mesmo? — ouvi a voz de Lia e eu somente escondi meu rosto no travesseiro e comecei a rir sem conseguir parar. Ela também ria. — Vá tomar seu banho, vou levar Aysha para seu banho de sol.
Eita que uma nova fase começa a se desenhar para nosso casal...
Tem muita coisa para acontecer, ser dita, revelada, e um sentimento crescendo em alguém ...
Não tenham pressa, vamos deixar as coisas seguirem seu curso... eu falo uma coisa, a história desses dois é linda.
Pra quem está louca por uma cena hot porque acha que eles aqui estão devagar, sinto informar mas aqui o ritmo é outro, semana que vem vou começar a re-postar meu primeiro livro, UM ÚNICO OLHAR... Quem aqui já conhece meu Delegato Heitor?
Se é pra falar de hot, vamos falar com quem dá aulas hahahahaha
Brincadeiras a parte, semana que vem ele volta com toda sua turma...
Bjos até mais...
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