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CAPÍTULO 2


Oiê, muito frio aí? 

Aqui estou me sentindo a própria Elsa... hahaha

Vamos para a tal  noite em que tudo começou? 


Seis anos depois, Milão...

Allah escutou as preces que fiz desde que vim trabalhar para alsyd Almir, em não permitir que ele se casasse com Samira Abdullah. E durante esses anos que trabalho para ele, antes da senhora Ayla aparecer, ela quase não foi presente nas viagens e reuniões onde seu irmão esteve. E hoje posso dizer que tenho sorte em ter uma ótima relação com minha senhora, posso até dizer que tenho duas amigas em minha vida. Senhora Ayla e sua amiga Izabel. Izabel é realmente um caso a parte com seu jeito, de ser. Somos muito diferentes em tudo, mas aprendemos a gostar uma da outra, acho que quando tem que ser, tudo acontece.

Maktub.

Tudo conspira a seu favor.

Hoje é aniversário de alsyd Almir, e estamos em Milão em uma e suas viagens de negócios. Sorrio sem conseguir me conter, Zayn resolveu fazer uma festa surpresa para ele. Surpresa e presente maior tive eu com a notícia que ele estaria o dia todo aqui.

Meu dia foi melhor do que eu poderia imaginar. Durante todos esses anos que trabalho para alsyd, eu aproveitei da forma que pude sempre estar perto de Zayn, sendo sempre o mais discreta possível. O admirava de longe, ouvia a melodia de sua voz quando conversava com alsyd. Sempre fechava meus olhos, guardando o máximo de detalhes. Procurava descobrir o que ele gostava de comer, e fazia quando visitava alsyd. Coisas totalmente banais, e patéticas para muitos, mas que para mim eram momentos únicos e de um valor inestimável. Momentos fugazes.

Mas hoje por causa da festa, eu passei o dia organizando os preparativos ao lado de dele. Meu coração acelera somente com as lembranças das vezes que nos falamos sobre uma coisa ou outra. Para Izabel que me recrimina sempre que pode, sou uma tola, mas eu não ligo. Momentos assim são tudo o que posso ter.

Eu sei disso.

Eu sempre soube.

Ele é herdeiro de uma das famílias de mais prestígios de Dubai. Ele nunca olharia para mim. Famílias ricas, sempre casam seus herdeiros com outras na mesma posição social, ou se não até com maior posição. Eu não tenho nada a oferecer a ele, além do meu amor.

Suspiro fundo, e acabo rindo ao pensar em Izabel. Se ela estivesse aqui, e me ouvisse falar isso com toda certeza ela me xingaria.

E falando nela, Izabel entra na cozinha como se estivesse fugindo de alguém ou tivesse visto um fantasma. Olho para os lados tendo ciência que estão todos na festa, e não entendo porque dela estar assim.

Sem falar nada ela me arrasta até a dispensa.

— Bel o que você quer? — pergunto sem entender sua atitude.

— Te entregar uma coisa. – ela fecha a porta e eu começo a ficar assustada. – Olha eu não sei se é certo fazer isso, ou não, mas você sabe eu quando paro pra pensar, eu já fiz. E eu acho que é você quem tem que decidir se vai querer usar ou não, se eu fosse você não perderia a oportunidade...

— Do que você está falando? — pergunto ficando assustada.

– Disso! — olho para o cartão chave em suas mãos.

— Eu tenho uma chave, não entendo. — falo.

— Essa chave é a do quarto do Zayn. – com certeza meus olhos faltam saltar do meu rosto quando escuto ela falar de quem é essa chave. – Calma eu explico.

— Não posso fazer isso. – respondo já sentindo medo do que ela queira me explicar.

— Fazer o que? Ninguém ta falando pra você fazer nada. – ela me encara. – Mas você tem que conversar com ele Jasmim, ele tem o direito de saber como você se sente em relação a ele, e se depois disso ele disser não, ai eu posso dar um chute no saco dele sem peso na consciência.

— Não! – respondo nervosa sentindo meu corpo tremer.

— Você nunca teve a chance de conversar com ele, seu irmão está sempre por perto ou qualquer outra coisa, mas agora será você e ele, sozinhos. Entra lá e fala tudo o que vir na sua cabeça, e se quiser sair correndo depois, tudo bem você pode, ele já vai estar sabendo e se não tomar nenhuma atitude você terá sua resposta. – estou assustada com tudo, mas o que mais me assusta é estar realmente considerando o que Izabel acabou de dizer.

— Você acha que ele vai me ouvir? — minha pergunta sai como um mero sussurro.

— Claro que vai, só não sei o que ele vai dizer depois de ouvir tudo, mas ouvir ele vai, se de essa chance amiga, eu vejo como você olha para ele, como você fica quando ele está perto e isso é amor, e merece ser correspondido ou esquecido porque se ele não quiser nada com você, ele não te merece, e merece sim um belo chute no saco.

— Que você vai dar não é? – acabo respondendo o que ela sempre me fala rindo de nervoso.

— Isso mesmo. – penso e vejo como Izabel me olha. – Se você estiver na dúvida se ele vai te ouvir ou não, faz um chá capota leão para ele e leva como quem não quer nada. – acabo rindo com o que ela fala. – Faz qualquer coisa, mas vai lá!

— O meu irmão vai sentir minha falta. — penso.

— Deixa seu irmão comigo, ele nem vai lembrar que tem irmã. – fico de boca aberta. – Só por hoje. – ela complementa.

— Mas tem a Ayla se ela precisar de alguma coisa. — eu só posso estar louca em pensar nessa possibilidade.

— Ayla já se retirou com Almir e você será a ultima coisa que ela vai precisar hoje. – começo a esfregar o rosto. — E, sem contar que tem mais duas pessoas vou deixar avisado a elas que qualquer coisa me ligue e eu dou meus pulos.

— Mas será rápido, somente uma conversa. – comento mordendo as unhas em agonia. – Acho que vou fazer um chá mesmo, saber que ele vai estar bem calmo acho que vai ajudar as palavras saírem da minha boca. – solto um gritinho de nervoso.

— Isso. Chá calmante ou aquele negócio que a falecida tentou usar no Faruk era de ervas também não era? Bom mas isso você não vai ter. – fico quieta em saber que tenho todas as ervas aqui. – Ai merda você tem? – concordo. – Gente, mas pra que vocês usam isso, que tem assim com facilidade?

— É um composto de ervas, que se usado na dosagem certa alivia dores e relaxa os músculos, e se usado em dose maior se torna sonífero pesado, bom para nos mulheres, nos homens. – sorrio. – Pode ter um efeito inverso em determinadas regiões ao invés de relaxarem os músculos, mas o sono é certo.

— Caraca. – ela olha tudo em volta. – Bom veja o que você vai fazer eu vou á caça do seu irmão, e não se reocupe com ele, vai e aproveite. – recebo seu abraço forte que me dá forças, então ela sai me deixando sozinha na dispensa.

Olho mais uma vez para a chave em minhas mãos. Será que eu faço isso? Pergunto para mim mesma. Enquanto penso se faço ou não isso, eu pego as ervas que usarei e saio da dispensa.

Estou parada igual a uma estatua na cozinha sem condições de sair do lugar. Já repeti mais de mil vezes o que pretendo falar a ele, quando estiver lá.

— Isso é loucura. – deixo meu corpo cair no banquinho enquanto olho para a chave em minhas mãos.

Imagens dele começam a fluir em minha mente. Dele sorrindo. Sorrio também ao lembrar, do dia em que contou a história das mil e uma noites. Já ouvi essa história por diversas vezes, mas em nenhuma das vezes, me senti tão dentro da história como dessa vez que ouvi as palavras saindo de seus lábios, elas me fizeram flutuar entre as veredas das frases, me fazendo sentir o que a rainha Xerazade sentiu, seu medo, sua coragem, e o amor que se formou entre os dois depois que tudo passou.

— É somente uma conversa. – falo me levantando e pegando a garrafinha com o chá que fiz. Não fiz nada de mais somente um chá calmante, forte o bastante para fazer ele relaxar e dormir tranquilamente depois de ouvir o que eu tenho a dizer.

Quando saio do elevador e dou de cara com um segurança na porta de seu quarto. Sinto minhas pernas tremerem. Sinto o medo me dominar e penso em voltar, mas então ele fala comigo sem me reconhecer.

— Até que enfim. – ele se aproxima de onde estou. – Você tem a chave? – sem conseguir pronunciar uma palavra eu somente mostro a chave que Bel me entregou. – Certo, pode entrar!

Passo por ele indo em direção a porta. E nunca me senti tão feliz por estar usando o véu. E sentindo o sangue fugir do meu corpo, sentindo minhas mãos tão frias quanto uma pedra de gelo, passo o chave cartão e ouço o clique da tranca sendo aberta. Que Allah me ajude. Fecho meus olhos ao entrar, até parece que se estivesse de olhos abertos não teria coragem.

Fecho a porta me encostando, nela respirando fundo e quando abro os meus olhos, vejo que o ambiente está meio escuro somente iluminado pela luz que vem de uma porta que suponho ser o banheiro, e uma música baixa ecoa pelo quarto. Dou alguns passos olhando tudo a minha volta, e vejo algumas de suas roupas em cima da cadeira jogadas de qualquer jeito. Não resisto e vou até elas pegando sua camisa e sentindo a maciez do tecido e o perfume mistura com seu cheiro. Deixo o chá em cima da mesa, e dobro sua camisa deixando na cadeira. Um barulho vindo do banheiro me assusta e meu coração que havia parado de bater assim que entrei, dispara.

— Isso é loucura. – vou em direção a porta querendo fugir antes que ele note minha presença, mas quando toco na maçaneta escuto sua voz.

— Achei que tivesse desistido. – ouvir sua voz me paralisa no mesmo instante, e como sempre sinto os tremores pelo corpo.

Sempre sonhei com ele falando comigo sem que fosse uma necessidade para uma serviçal. Sussurrando palavras doces em meu ouvido. Por inúmeras vezes sempre que assistia a filmes românticos eu fechava meus olhos e me imaginava com ele nas cenas. Desejando que aquilo acontecesse comigo.

— Sei que posso ter parecido meio arrogante quando disse que não passaria de uma noite, mas não gosto que criem falsas ilusões a meu respeito. – arrogante ele?

Ele não é arrogante, eu sei, o conheço. Mas ao escutar o que ele diz, percebo algo que até agora ao havia percebido. Ele esperava outra pessoa. Sinto uma dor no peito, ao me dar conta disso. Como se uma pedra tivesse sido colocado dentro de mim, causando um peso sobre-humano, tenho dificuldade até de respirar.

Afinal como a Bel conseguiu essa chave?

Tento pensar com clareza, mas sua aproximação me perturba. Saber que estou no mesmo quarto que ele ou, melhor no quarto dele, não ajuda muito para que as informações sejam absorvidas.

— Mas você veio, então creio que concordou? – viro de vagar e vejo que ele está tomando o chá que eu fiz. Se ele tomar tudo de uma vez, não terei tempo de dizer nada, porque fiz forte.

Ele me olha, mas não sei se consegue ver alguma coisa estou com o véu e a luz está fraca. Desvio o olhar ao ver que ele está somente com uma toalha em volta da cintura. Engulo em seco, tentado lutar contra a vontade de sair correndo.

— Você está quieta, aconteceu alguma coisa? – ele coloca a garrafa em cima da mesa e vem em minha direção.

— Sim. – falo. – Quero dizer não. – passo a mão em meu rosto sem saber como começar isso. – Só não sei como começar isso. – ele para a minha frente.

Não que eu esteja olhando para ele. Estou com os olhos voltados para o chão e posso ver seus pés diante de mim. E o fato de saber que ele está parado a um passo de mim, deixa-me com as pernas fracas, e tento respirar fundo buscando ar, para não passar vergonha maior do que a que já estou sentindo. Desmaiar agora não seria nada bom.

Eu me deixei levar pelas ilusões do que eu sempre quis viver. Querer ter para mim o mesmo que vejo entre Ayla e alsyd. Mas agora me sinto uma tola diante dele. A maneira como alsyd olha para Ayla, a felicidade que vejo refletida em seus olhos por simplesmente estarem perto um do outro. Não é isso que terei aqui.

— Eu não deveria ter vindo, desculpe. – falo tão baixo que quase nem eu mesma consigo ouvir.

Sinto seu toque queimar em minha pele quando sua mão toca em meu queixo, segurando com delicadeza, mas me forçando a olhar para cima. A sensação que tenho é que mil borboletas estão em revoada no meu estômago. Sinto a garganta secar quando meus olhos vão subindo e acompanham seu corpo. Por Allah. Olhar para ele sem roupa me deixa envergonhada sem saber o que fazer eu viro contra a porta ficando de costas para ele.

Sinto o véu ser puxado da minha cabeça devagar. Então seus dedos encostam, em meu pescoço afastando meus cabelos para o lado. O calor da sua respiração em minha nuca. Minhas pernas fraquejam ao ponto de que eu tenho que me escorar na porta para não cair. Ele apóia uma de suas mãos na porta, e eu acabo me segurando nela para não cair.

Seu cheiro, seu toque, sua presença tão próxima faz com que coisas estranhas comecem a acontecer comigo. Meu corpo começa a formigar, minha respiração está pesada, minha boca está seca. Sinto uma necessidade incontrolável de virar e, poder olhar em seus olhos, enquanto acaricio sua barba com meus dedos. Quero beijar seus lábios, sentir a textura e se são tão macios como sempre imaginei em meus sonhos. Pensar nisso faz com que um calor comesse a se espalhar em meu corpo.

— É uma pena. – ele fala baixo e então se afasta, me privando de sentir seu cheiro. – Não posso te forçar a nada, desculpe se te ofendi quando lhe ofereci uma única noite, mas é somente o que eu posso oferecer nada além. – aproveito que ele se afastou e abro a porta.

Mas antes de sair viro-me. Quero ver ele novamente mais uma vez, mesmo que quase não consiga por causa da luz fraca, e vejo que ele para novamente perto da mesa pegando a garrafinha do chá e tomando o restante. Ele logo irá dormir. Penso.

Continuo parada sem nada dizer, tentando lembrar-me do que me impede de ficar aqui e viver tudo o que eu mais desejo. Na verdade não é difícil de lembrar, mas e o que eu sinto parece ser mais forte que qualquer outra coisa.

O que eu faço?

Ele ofereceu uma única noite a uma mulher qualquer, porque não posso ser eu a estar aqui? A minha relutância em sair faz com que ele me olhe novamente. Desta vez eu não desvio meu o olhar do seu.

O que ele diria se soubesse quem sou?

Mandaria-me embora, com toda certeza. Preciso falar alguma coisa, mas as palavras se embolam formando um nó na garganta.

Tenho muitos motivos para sair deste quarto nesse exato momento e esquecer qualquer coisa que tenha acontecido até aqui. Mas algo dentro de mim me impede de fazer isso. Imagens dele de quando o vi pela primeira vez, invadem a minha mente. Seu sorriso, sua voz. Não devo ficar minha consciência está gritando para que eu vá embora.

Mas eu não quero sair.

Ele se aproxima lentamente talvez sentindo minha relutância em sair. Sinto uma bola se formar em meu estômago. Minhas mãos tremem, suam, as esfrego em minhas roupas, disfarçando meu nervosismo. Respiro fundo quando ele para a um passo de mim e cruza os braços.

— Não vou tocar em você, até que diga que concorda. – eu vou morrer, com certeza eu vou morrer.

O que eu faço?

— Se importa da luz continuar assim? – pergunto na esperança de que não se importe.

Porque tenho certeza que se ele olhar para mim e se der conta de quem está aqui não é a pessoa que esperava, nada irá acontecer, além de ser colocada para fora. Peço a Allah que me perdoe pelo que estou preste a fazer. E como se uma eternidade se passasse diante dos meus olhos, ele enfim olha para os lados dando de ombros.

— Não! – solto a respiração que nem havia me dado conta que estava segurando. E com sua resposta tomo a atitude que vai mudar minha vida completamente, eu sei. Mas não me importa. Viro fechando a porta. – Você não me pareceu tão tímida, quando conversamos, mas confesso que gosto.

São as últimas palavras que escuto ele pronunciar antes que suas mãos estejam em minha cintura e seus lábios em meu pescoço, beijando e acariciando. Não ouço mais nada além de um zumbido em meu ouvido provocado por meu coração que bate acelerado parecendo sair do meu peito.

Quando peguei a chave da mão de Izabel eu jamais imaginei que algo assim aconteceria, eu não planejei, mas também não fugi. Meu maior ato de covardia foi não ter falado a ele quem sou, mas agora isso não importa mais, porque se eu achava que morria a cada vez que o encontrava depois daquela tarde, hoje tenho certeza que não irei sobreviver, então não me importa com o que vai acontecer amanhã.

Sentir o toque de seus dedos percorrendo minha pela, é como sentir a brasa queimando-me aos poucos, sinto as lágrimas que se formam em meus olhos se tornando represas prestes a se romper. Paro de respirar por segundos quando sinto seus lábios tocarem a pele macia do meu pescoço, que logo se torna brasa em contato com a aspereza de sua barba. Fecho meus olhos, imaginando todas as vezes que sonhei com isso, as noites que acordei com a pele em chamas somente por imaginar.

Poderia estar sonhando agora, mas não estou. Estou vivendo algo que jamais julguei conseguir. Eu deveria correr, eu sei, existem inúmeros motivos para que eu saia daqui nesse exato momento, mas nenhum deles é mais forte do que o desejo que move e comanda meu corpo, ansiando a cada toque seu.

Tudo acontece muito rápido, sou virada por suas mãos ficando de frente para ele, e no mesmo tempo em que meu vestido se torna um amontoado de panos em meus pés, sinto seus lábios tomando os meus em um beijo intenso. Sua língua desliza sobre a minha, numa dança suave e intensa ao mesmo tempo. Agarro em seus braços, para não cair quando sinto minhas pernas fraquejarem.

Suas mãos descem por minha cintura, marcando como ferro quente onde toca, agradeço por ser envolvida por seus braços, eu não resistiria por muito mais tempo. Sou carregada e, seguro em seu rosto não querendo me afastar de seus lábios. Sem acreditar no que realmente está acontecendo eu abro meus olhos, ao sentir a maciez dos lençóis, e sou obrigada a me afastar dos lábios que me devora.

Nossos olhares se cruzam por meros segundos, quando nossas bocas se separam, e o medo me domina de tal forma, quando seu olhar desce por meu corpo. Será que ele se deu conta de quem sou?

Sinto o medo começando a me dominar.

Impulsionada abandono o medo da rejeição eu volto a colar nossos lábios, sentindo a falta que eles me fazem. Sua língua volta a envolver a minha, e o meu medo é dissipado quando sinto seu corpo cobrir o meu, da forma que sempre sonhei, me envolvendo como um manto, que aquece não somente meu corpo, mas também minha alma.

Estou sendo covarde eu sei, em não dizer quem sou, mas o amor não nos torna corajosos, e sim conscientes de que sentimos algo forte o suficiente por alguém para cometermos loucuras. Realmente essa deve ser a verdadeira definição de amar.

— Seu cheiro é delicioso. — sua voz é um mero sussurro. — Mas parece diferente do perfume que estava usando antes. — engulo em seco em pensar que ele possa ter estado com a dançarina antes.

Sinto uma dor no meu peito ao ouvir seu comentário, sempre senti na verdade, todas as vezes em que o via conversando com alguma mulher. Sei que não é do feitio de homens conversarem diretamente com mulheres, pelo menos é assim nos nossos costumes, tirando mulheres da própria família. Mas procuro não me importar com isso, afinal hoje sou eu quem está aqui.

— Eu gosto mais desse. — falo sentindo que ele volta a cheirar meus cabelos.

— Eu também. — sei que é bobagem, mas me sinto tão bem em ouvir ele falando isso, como se pelo perfume ele fosse capaz de saber quem sou. Então ele volta a me beijar.

Meu corpo estremece a cada toque em minha pele, a cada vez que sua boca vem de encontro a minha. Nossos corpos se unem de forma natural. Eu não sabia ao certo o que fazer, agi por impulso e simples desejo de tocar em seu corpo, ao contrário dele que parecia saber exatamente o que fazer, e onde fazer.

— Ah! — gemi quando sua língua desceu por meu colo e mesmo por cima da renda ele sugou meu seio. Eu gemia e me contorcia, não tinha controle nenhum sobre meu corpo. Suas mãos desceram até minha calcinha e senti meu coração gelar. O medo novamente me dominou.

— Seu corpo reage tão bem ao meu toque. — olhei para baixo vendo que ele encarava meu umbigo enquanto uma de suas mãos circulava a renda da calcinha. — Sinto como sua pele arrepia só em passar a ponta do meu dedo assim. — ele fez novamente o gesto circulando a renda.

Passou a ponta do dedo de leve me fazendo arrepiar e gemer, porque coisas estranhas aconteciam comigo e eu não sabia o que fazer. Sua mão deixou minha pele e segurou as laterais da calcinha a deslizando bem devagar.

Por allah, eu vou morrer. Fechei meus olhos quando senti o tecido sair das minhas pernas e seus dedos voltarem a me torturar com as carícias. O colchão se moveu e logo ele estava entre minhas pernas. O que me fez corar, e dei graças a allah pela luz estar fraca.

Olhei para ele notando que ficou de olhos fechados por longos segundos, e depois esfregou os olhos.

— Acho que exagerei na bebida.

Comentou antes de voltar a beijar minha barriga, me senti mal nesse momento porque sabia que ele havia bebido e ainda lhe trouxe um chá que vai lhe dar uma noite de sono profundo. Fiquei sem saber o que fazer, mas também não tive tempo, pois sua boca voltou a tomar a minha com urgência.

Suas mãos percorriam meu corpo, e comecei a sentir uma urgência me dominando. Uma urgência que eu não sabia como saciar. Mas ele sim, e fez tudo que no mesmo tempo que parecia amenizar as sensações que percorriam meu corpo, me levavam a outras e mais outras. Gemidos escapavam de meus lábios, sem saber o que dizia, o que não parecia fazer diferença, quanto mais eu gemia e o tocava, mas ele me buscava com sua boca.

Já estava ficando sem ar, quando ele se afastou e mais uma vez nossas bocas fechou os olhos, sem saber ao certo o que fazer e com medo de que ele desistisse forcei meu corpo de encontro ao dele, e logo pude sentir sua rigidez entre as pernas.

Foi minha vez de fechar os olhos, sentindo medo do que estava para se consumar. Sentia minhas mãos tremendo, e implorei para que ele não percebesse meu nervosismo. Senti sua mão entre minhas pernas, e passando a mão em minha intimidade me fazendo consciente que estou lambuzada, e acabo gemendo mais alto quando ele esfrega essa região.

Eu nunca havia me tocado de maneira intima, nunca havia feito nada que fosse contra nossos preceitos, nem mesmo beijado alguém. Tudo que sempre fiz foi em sonho, e em pensamentos.

— Eu me sinto estranho. — ele diz. Não mais do que eu. Pensei. Não iria desistir agora. Continuei a mover meu corpo em baixo do dele, era uma necessidade pulsante que vinha de dentro do mim.

— Está tudo bem. — falo segurando seu rosto e olhando em seus olhos. Um movimento dele, e senti quando começou a me penetrar. Mordi meu lábio para não gritar quando senti ele me invadir e uma dor pulsante me fez retrair o corpo.

Os minutos seguintes foram inexplicáveis, eu não conseguia explicar com exatidão o que estava acontecendo comigo, mas fui invadida não somente pelo homem que amo, mas por inúmeras sensações que me deixavam a beira de um precipício. Eu o sentia em todos os lugares, me preenchendo me tomando. Seus movimentos começaram calmos, mas logo foram ganhando mais intensidade.

As sensações se espalhavam por cada poro meu, me lembrando de que apesar de parecer um sonho eu estava bem acordada, a dor que ainda se fazia presente não me deixava esquecer quem eu era e o que estava fazendo. Fui tomada por culpa e medo.

Lágrimas deslizavam por meu rosto de forma incontrolável, não sabia dizer se por medo, dor ou felicidade de estar vivendo o que sempre sonhei, mas elas estavam presentes. Nossas respirações estavam irregulares, e eu sentia a dor diminuir quando outra sensação começou a me deixar ansiosa, e tomar maior proporção dentro de mim.

Eu tive a nítida sensação que morreria a qualquer momento quando tomada pela nova sensação comecei a gemer seu nome em voz alta, passei a agarrar seus braços em busca de apoio, era como seu fosse cair em um precipício a qualquer momento, mas então algo aconteceu e me vi explodindo. Flutuando para algum lugar fora de mim. Senti meus músculos relaxarem e um prazer indescritível me fazia ver tudo em câmera lenta, quando abri os olhos e vi que Zayn contorcia seu rosto e falava algo, mas eu não ouvia nada além de um zumbido.

Quando seu corpo caiu sobre o meu, voltei a mim e comecei a sentir meu corpo novamente, ele parecia em brasa. Tudo queimava. Latejava. Não conseguia respirar por conta de seu peso pressionando o meu.

— Desculpa, pensei em aproveitar melhor á noite, mas me sinto estranho. — ele deita ao meu lado colocando o braço sobre os olhos.

Eu fiquei por um tempo olhando para o teto sem coragem de olhar para o lado. Somente respirava fundo. Quando tomei coragem vi que seu peito subia e descia em uma respiração calma e profunda. Então soltei o ar que estava prendendo. Volto a olhar para o teto, e acabo sorrindo enquanto lágrimas ainda insistem em cair. Enxugo as lagrimas, sabendo que eu não poderia desfazer o que estava feito.

O pior de tudo foi constatar que eu não me arrependia de nada, simplesmente nada.

Mais uma vez antes de sair do quarto, paro diante da cama e fico o observando. Ele está dormindo profundamente, não consigo deixar de sorri ao lembrar o que aconteceu. Olho tudo a minha volta e vejo se não esqueci nada, me certificando que quando ele acordar não venha saber quem esteve aqui.

Até ontem eu queria viver um conto de fadas, onde ele olharia para mim daquela maneira que vejo nos filmes. Que seu olhar para mim fosse tão arrebatador que me deixasse zonza, e que ele sentisse o mesmo por mim.

Mas agora?

Hoje só quero guardar na lembrança tudo que vivi e senti nessa noite. Fecho meus olhos respirando fundo deixando a chave que usei em cima da mesa. Olho sua camisa que dobrei quando entrei. Sentindo aquela velha dorzinha no peito, mas vou em direção a porta. Ainda é muito cedo, o dia nem amanheceu. Quando saio fechando a porta, me dou conta que não estou usando o véu. Droga! Não vi em lugar nenhum, ele havia tirado. Agradeço a Allah pelo segurança estar cochilando em sua cadeira.

Me, sentindo totalmente diferente de como eu cheguei eu me encaminho e aperto o botão do elevador. Meu sorriso some quando as portas são abertas e vejo quem está nele.

— Você...

Quando sai do quarto com meu coração batendo forte, só com as lembranças do que aconteceu, eu sorri. Mas agora segundos depois de ter saído do quarto ele continua batendo forte, na verdade ele bate ainda mais forte do que antes. A expectativa está me corroendo.

— O que você faz aqui? – pergunto.

Seus olhos me observam atentamente, vejo o momento em que eles deixam de olhar para mim e começa a observar tudo ao redor, a porta que está atrás de mim, o segurança dormindo. No fim ele dá um leve sorriso.

— Se meus olhos não vissem, eu jamais acreditaria se me contassem. – ele dá um passo para o lado. – Eu que deveria estar perguntando o que você está fazendo aqui, doce menina. – segurando em meu braço ele me coloca dentro do elevador.

— Não é o que você está pensando. – tento de maneira inútil justificar minha presença ali, mas não tem como.

— Nunca é não é mesmo? – ele aperta o botão da cobertura sacudindo a cabeça. – Poderia ser seu irmão. – somente em imaginar essa possibilidade sinto um calafrio percorrer meu corpo e como se uma venda fosse tirada dos meus olhos eu começo a enxergar tudo.

O medo me domina de tal maneira que fico calada por longos segundos, que é o tempo que o elevador levou até as portas serem abertas na cobertura.

— Talvez agora eu possa entender algumas coisas. – sinto uma leve dureza em suas palavras. Saio do elevador sem saber ao certo o que dizer.

— Zayed... – o chamo quando me viro, mas as portas fecham novamente impedindo que algo mais seja dito.

Fico parada por um tempo ali olhando para o elevador sem saber o que fazer. Será que devo me preocupar com o fato dele ter visto de onde eu estava vindo? E o que ele estava fazendo lá? Parada ali eu volto a lembrar de tudo. Sinto meu coração disparar com as lembranças. Sorrindo eu volto a caminhar em direção a porta da cobertura.

Não ouço nada e nem vejo ninguém quando entro, a sala está em total escuro. Agora consigo respirar um pouco mais fundo. Me, dirijo a cozinha, preciso de um copo de água. Pego um copo no armário e vou até a geladeira. Pego meu celular para conferir as horas são quase 5:00 da manhã. Penso que terei tempo suficiente somente para tomar um banho.

Mas com isso eu irei tirar o seu cheiro de mim. Divagando sobre tudo eu deixo meu celular em cima do balcão e abro a geladeira, quando fecho a porta solto o copo com o susto que eu levo ao me deparar com meu irmão.

— Onde você estava? – sua pergunta é direta.

— Por Allah! – abaixo e começo a pegar os cacos. – Você não dorme não Jamal? – ele abaixa-se e começa a pegar os cacos também.

— Não disfarce, onde você estava? – tento agir mais naturalmente possível, se é que isso é possível quando se trata dele. – Passei no seu quarto e você não estava lá, sua cama ainda esta arrumada. – engulo em seco. Isso é o que dá ser tão organizada, se eu tivesse deixado pelo menos minha cama desarrumada não teria esse problema agora.

— Jamal... – começo a falar, mas o barulho de algo batendo no balcão chama nossa atenção, e olhamos em direção ao barulho.

— Desculpe, escorregou da minha mão. – Zayed está parado diante do balcão com algo que parece uma pequena bandeja.

Ele me olha e olha para meu irmão. E tudo o que eu mais desejo nesse momento é que ele não fale nada, se não serei uma moça morta. Por favor não fale, por favor não fale. Eu creio que isso está escrito em meus olhos

– Obrigado Jasmim. – ele fala me deixando ainda mais confusa. – Samira irá apreciar muito o chá que você fez, aqui está a bandeja. – Chá? Eu não fiz chá, não para ela. E onde ele arrumou essa bandeja?

— Ela estava com você? – meu irmão pergunta a ele.

— Sim ela me ajudou com a irmã bêbada do amigo do nosso chefe. – ele fala e sinto sarcasmo em sua voz. Jamal parece ter esquecido de mim. – Mais alguma coisa Jamal, ou posso ir descansar? – meu irmão o dispensa com um acenar de mãos. Quando ele está quase na porta meu irmão o chama.

— Zayed? – ele para olhando para trás. – Tenha mais respeito por Zayn, ele não é somente amigo do nosso patrão, então veja bem como fala ao se referir a ele. – os olhos de Zayed vagam entre mim e meu irmão e sorri de forma cínica.

— Claro, peço desculpas, mais alguma coisa?

— Pode ir. – Jamal o dispensa novamente e volta-se para mim. – Vá também, logo todos estarão de pé. – não preciso ouvir duas vezes. Pego meu celular e vou em direção ao meu quarto e só consigo voltar a respirar quando fecho a porta a trancando.

Segurando meu celular contra o peito, escoro na porta e deixo meu corpo escorregar até estar sentada no chão. Começo a rir e a chorar ao mesmo tempo. Nem sei dizer o que estou sentindo no momento. Faço a senha e abro o ícone de fotos e olho a foto que tirei dele antes de sair do quarto. E olhando a foto as lembranças voltam, vejo como valeu a pena.

Algum barulho no fundo da mente faz com que eu tenha consciência de que minha cabeça está quase para explodir. O barulho para, mas para logo em seguida volta a soar. Alguém está batendo na porta, e meus miolos saltam junto a cada batida, que escuto. Puta que pariu! Isso só piora as dores que latejam a cada pancada. Me, arrasto na cama tentando levantar.

— Já vai! – grito para que parem de bater, mas me arrependo assim que as palavras saem da minha boca. – Merda!

Olho para o lado a procura da mulher que estava aqui e não vejo ninguém. Bom pela primeira vez alguém entendeu o significado da parte de somente a uma noite e nada mais. Geralmente elas insistem no dia seguinte com uma preguiça fora do comum em sair da cama, ou uma conversa qualquer tentando prolongar o momento que tivemos e não ter que ir embora, não nego muitas vezes eu me aproveito desse momento da manhã seguinte, ainda mais se o sexo for bom. Saio da cama me enrolando em qualquer coisa que vejo. Vou até a porta, e ao abrir me deparo com Jamal.

— O que aconteceu? – para ele estar aqui algo sério deve ter acontecido. Ele olha para baixo e eu acabo acompanhando para ver o que chamou sua atenção. Acabo rindo ao ver que estou enrolado em um véu. Deve ser da dançarina.

— Problemas em Istambul. – Somente essa palavra faz com que a dor em minha cabeça piore. – Alsyd lhe mandou um email com os detalhes do que está acontecendo, ele não pode sair as pressas por causa da senhora Ayla.

— Sim eu entendo. – escoro minha cabeça no batente. – Me de vinte minutos, vou tomar um banho e pedir um comprimido para dor de cabeça. – ele concorda. – Só mande preparar o jato logo estarei no aeroporto.

— Irei fazer isso. — Ele sai e eu fecho a porta.

— Merda, que dor dos infernos. – tiro o véu que usei para me enrolar e jogo em cima da cama quando passo indo em direção ao banheiro tentando lembrar a razão da dor, já que não lembro de ter bebido tanto assim ontem a noite. Quando olho para a cama algo chama minha atenção. Uma mancha vermelha no lençol.

Que merda é essa?

Procuro lembranças da mulher, mas nada vem a minha mente com nitidez, somente borrões da noite passada. Pego agora uma toalha para me enrolar e volto a abrir a porta.

— Você viu se mais alguém entrou aqui ontem? – pergunto ao segurança que está na porta.

— Somente a moça que o senhor estava esperando, inclusive ela estava coma chave. – concordo achando estranho a mancha no lençol. Será que acabei machucando ela? Penso. – Peça na recepção um comprimido para dor de cabeça, por favor. – ele pega o telefone. – Ou, melhor peça dois. – Falo fechando a porta e vou em direção ao banheiro tomar meu banho, pensando na mulher que convidei, ela tinha cara de tudo, menos de virgem.

Depois de banho tomado e trocado recolho minhas coisas pelo quarto e jogo na mala. Olho mais uma vez para o véu, e acabo sorrindo por algum motivo, sem lembrar o porque. Apesar de não ter lembranças de nada, tenho uma boa sensação ao sentir o perfume que está nele. Coloco-o na mala e fechando a mesma, pego e saio indo resolver o que precisa ser resolvido. 

Para ela sempre será um sonho realizado... Para ele o começo de um tormento... 

Mas quando as coisas tem que acontecer... Maktub

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