CAPÍTULO 18
BOA NOITE!
Eita, acho que muita gente vai ficar revoltada com a atitude da Jasmim hoje, mas lembrem-se não é o que acontece que faz a diferença e sim como acontece... Nada cai no esquecimento e eu particularmente não gosto de vingança, mas se tem que ter que seja da melhor forma possível hahahaha
Bjs até terça...
Eu sabia que esse momento era crucial, mas eu não queria trazer mais confusão e desentendimento para ninguém, mesmo que esse ninguém fosse a Samira. Eu sabia que a relação dela com o irmão não estava boa desde que cheguei aqui, nem a relação dele com o pai era mais a mesma.
Sei que não sou a razão de tudo isso, mas tenho minha parcela nisso tudo. E agora com Zayn me perguntando se realmente era um acidente me dizia que ele tinha sua dúvidas. Dúvidas que também rondavam minha mente, e que num futuro eu tiraria a prova. Mas agora nesse exato momento eu não queria mais confusão, não queria briga, queria que tudo ficasse como está.
Eu poderia me arrepender dessa decisão, mas no momento seria essa. Olhei para ele que me encarava e respirando fundo disse o mesmo que falei para meu irmão.
— Eu creio que tropecei na barra do vestido. — ele me analisou e concordou.
— Tem certeza? — ele insistiu.
— Sim, foi o que senti. — eu me senti angustiada por estar omitindo dele algumas coisas que eu lembrava. Mas na verdade o que me impedia era saber que ele pensava em me tirar daqui. — Você sabe onde está Lia? — perguntei querendo mudar o rumo da conversa.
— Estava com Aysha no jardim, creio que logo subirá. — ele olhou para a sacola que ele havia trazido ontem a noite. — Não abriu ainda o presente. — olhei e me dei conta da falha.
— Nossa, eu acabei esquecendo. — ele foi até o móvel e pegou a sacola e me entregou.
Sorri em agradecimento e tirei a pequena caixa e ao abrir vi que tinha um lindo embrulho e desfiz o laço eu coração faltou saltar pela boca quando vi o que era. Fechei o embrulho tão depressa quanto pude. Olhei assustada para ele que me encarava.
— Foi você que comprou? — minha voz saiu tão baixa que parecia um sussurro.
— Não, Izabel pediu para entregar. Achei que fosse ter um cartão. Não tem? — neguei rindo e desviando o olhar dele. Por Allah! Izabel me pagaria por essa. Será que ele viu o que era?
Olhei para Zayn que tentava esconder um sorriso, mas falhava completamente. Não demorou para que tanto ele quanto eu estivéssemos rindo. Eu estava morrendo de vergonha. Isso só confirmava que ele havia visto a calcinha que Izabel mandou.
— Eu vou matar a Izabel. — falei guardando a caixa na sacola e colocando de lado. Ele começou a sair balançando a cabeça.
— Mas tenho que admitir que ela tem bom gosto. — ele comentou antes de abrir a porta. — Até mais tarde Jasmim.
— Até. — meu coração quase parou quando ouvi o que ele disse.
Ele gostou?
Voltei a olhar para a sacola com desconfiança. Peguei meu celular e liguei para ela.
— Oi minha puritana nem tão puritana assim. — eu ri, não pude evitar, mas logo lembrei o porque da ligação. — Recebeu meu presente? — antes que eu falasse qualquer coisa ela perguntou.
— Recebi e é justamente por isso que estou ligando. — ela caiu na gargalhada. — Izabel, eu abri na frente dele, você não imagina a vergonha que passei.
— Imagino sim, e sabendo como você é toda suspiros quando se trata dele, eu sabia que você abriria pensando que era ele te dando algo. — ela começou a rir e eu fiquei sem saber o que falar. — Espero que ele tenha visto, porque se depender de você, sei que nem quando você for usar vai deixar ele ver.
— Eu não vou usar aquele pedaço de pano. — falei me sentindo um verdadeiro pimentão, por estar envergonhada pela conversa descabida.
— Não fala assim do meu presente, escolhi a dedo e vou ficar magoada. — ela fingiu uma voz de choro.
— Eu sei que não vai. — afirmei.
— Verdade, eu não vou, mas me conta ele gostou pelo menos? — eu comecei a rir sem conseguir me controlar. — Da próxima vez não me liga, tem que ser chamada de vídeo, eu pagaria qualquer coisa pra ver sua cara agora. — ela caiu na gargalhada.
— Ele disse que você tem bom gosto. — comentei.
— Eu sabia.
— Izabel eu acabei de sair do hospital não estou pensando nessas coisas. — ela bufou.
— Começou esse seu, lado puritana a falar. Não é para você pensar bobinha, é para ele. — pensei no que ela falava. — Imagina ele aguentar durante todo esse período só imaginando, você usando essa calcinha? Quando ele te pegar não vai sobrar nem areia no deserto pra contar história.
— Aí eu tenho de desligar. — o assunto já me deixava mais perturbada do que já andava.
— Desliga, mas não vai poder fugir de mim, amanhã vou te visitar. — ela voltou a rir. — Preciso conhecer minha sobrinha. — falar de Aysha me trazia uma paz.
— Vou estar te esperando. — acabei sorrindo. — Tchau Bel. — falei já me sentindo mais calma.
— Tchau Jas. — sorri.
— Obrigada pelo presente. — agradeci.
— Não tem de que.
UMA SEMANA DEPOIS...
Uma semana havia se passado desde que Jasmim e Aysha estavam em casa, e por incrível que pareça eu gostava da nova rotina. Não sei se poderia chamar de minha rotina, eu ficava ansioso por chegar em casa e ter alguns momentos com as duas.
Jasmim voltou a ter as sessões de fisioterapias e o mais engraçado é que eu vejo como ela fica sem jeito, em pensar que eu não gosto. Na verdade não gosto, mas sei que é necessário. Farid entra em minha sala o que tira a atenção.
— Tem um minuto? — concordo apontando a cadeira a minha frente. — Achei que não iria pegar mais você aqui.
— Aconteceu alguma coisa? — comecei a ficar preocupado.
— Almir tem feito umas investigações por debaixo dos panos, e algumas coisas estão ligando a seu pai. — me arrumo na poltrona ficando mais confortável e curioso com o que ele fala.
— Como assim? — ele tira uma folha do paletó e me entrega.
— Você conhece ou ouviu algo sobre essa mulher? — vejo uma foto e algumas anotações.
— Não, não faço ideia de quem seja. — entrego novamente o papel a ele. — O que ela tem haver com Almir e meu pai? — ele meneia a cabeça.
— Na verdade eu não sei, mas essas são algumas das informações que ele quer. Eu consegui somente isso, todos os rastros dela dentro da empresa foram apagados. Não existe nada, é como se ela nunca houvesse trabalhado aqui, ou no caso para seu pai. — começo a não gostar do rumo em que isso toma. — Preferi mostrar primeiro a você, não faço ideia do que seja, mas envolvendo seu pai pode tocar facilmente em você também. — ele tocar nesse assunto me fez lembrar que meu pai chega hoje de viagem.
— Eu mesmo irei entregar a ele. — ele me entrega novamente o papel, e me levanto saindo da sala. — Issac vou falar com Almir. — ele concorda e volta ao que estava fazendo.
Fui em direção a sua sala e no caminho pensei em todas as possibilidades que pudessem envolver meu pai, a tal mulher e Almir. Lembrei das discussões com minha mãe. Eram muitas pontas soltas e eu não tinha a mínima ideia de que caminho seguir.
Encontrei com Almir do lado de fora de sua sala conversando com James e outros acionistas. Ele ainda continuava a caça da pessoa que estava vazando informações, eu havia deixado de lado, com tudo que tinha acontecido na ultima semana.
— Preciso falar com você. — falei diretamente com ele, que no mesmo momento se dirigiu a sua sala. — Senhores. — passei por eles e fechei a porta assim que entrei.
— Eu já estava indo embora. — ele comentou sentando-se no sofá. — Mas diga. — entreguei o papel a ele e sentei a sua frente.
— Na verdade eu espero que você me diga algo, era isso que queria? — ele olha o papel atentamente.
— Pela foto é ela mesma.
— Ela quem? — ele expirou fundo e colocou o papel em cima da mesinha.
— A mãe de Zayed. — continuei sem entender nada. — Zayed é meu irmão por parte de pai.
— Que? — ele riu e balançou a cabeça.
— Vou te contar do começo para que entenda.
Na hora seguinte Almir me colocou a par de tudo sobre o que estava acontecendo no meio de sua família. Que havia descoberto que Zayed era seu irmão, e que tentava achar a ponta solta da história que envolvia seu pai e a mãe do Zayed. Todo esse assunto me fez lembrar de Jasmim e Aysha, as acusações que Samira imputava sobre ela ter algo com Zayed e tentar me dar um golpe.
— Então Zayed sempre soube que era herdeiro. — conclui depois de ouvir todo o relato. Almir concordou.
— Sim, apesar de não querer ser reconhecido.
— Ele não quer? — Almir negou.
— Desde o dia em que Jasmim voltou, com toda a confusão eu contei a Ibrahim, e ele resolveu viajar para a tal cidade onde morou, mas chegou ontem e pretendo resolver de vez essa questão. — seu celular toca, mas ele ignora a chamada. — Irei fazer um jantar daqui umas duas semanas e revelar a família. Ele não quer nada na imprensa. — concordei.
— Caramba, vou sair daqui pior do que entrei. — rimos. Olhei no relógio vendo a hora e me levantei. — Não vou tomar mais do seu tempo.
— Como está sendo em casa? — olhei para ele e o sorriso foi inevitável. — Não precisa responder eu já entendi.
— Até mais. — sai de sua sala e voltei para a minha somente para buscar minha pasta.
No caminho de casa repassei tudo que soube hoje, e enterrei de uma vez por todas as suspeitas de Samira, eu já não conseguia acreditar nessa história de golpe quando olhava para Jasmim, e minha única dúvida pairava no envolvimento de Zayed com ela, mas agora sabendo que ele é um herdeiro Al-Faruk , e ele ciente disso, dinheiro nunca foi a motivação. Só sobrava a amizade mesmo que a própria Jasmim diz ter.
Sorri e ao mesmo tempo expirei forte pensando na tal mulher. O envolvimento do pai deles com ela era algo que nem eu acreditava. A amargura da minha mãe veio como um flash ma mente. Ela poderia saber de algo, e seria dela que eu arrancaria alguma coisa.
Assim que parei na garagem de casa o som de uma notificação fez a tela do meu celular iluminar. Era o pai de Hanna. Mais essa. Fiz uma anotação mental de no dia seguinte ligar para ele. Trataria disso na empresa não aqui.
Apesar de só querer descansar minha noite estava longe de acabar, logo que entrei vi quem eu tinha certeza que fugia de mim. Samira estava conversando com Lia sobre algo em uma revista. Por incrível que pareça eu ainda não tinha encontrado com ela desde o hospital.
— Meu menino. — Lia falou assim que me viu entrar e sorriu. Samira levantou os olhos da revista e torceu o nariz. — Vai comer alguma coisa agora, ou vai tomar banho primeiro.
— Boa noite, meu pai já chegou? — eu queria resolver qualquer coisa que tivesse, para quando fosse para meu quarto queria desligar do mundo.
— Sim, mas não está saiu com mamãe. — Lia não teve tempo de responder, Samira foi mais rápida.
— Você está falando comigo? — perguntei de forma irônica. — Achei que estivesse me evitando. — ela fechou a revista e me encarou.
— Eu não deveria estar falando com você pela forma como me tratou. — falou em tom mais alto que o meu. — Tudo culpa dela. — levantei o dedo cortando o assunto, e ela se calou.
— Culpa sua, te tratei pela forma vil como você agiu. — caminhei em direção as escadas. — Pense no que fez, e quando estiver com um pedido de desculpas na ponta da língua você volta a falar comigo. E pode esquecer o aumento do cartão, caso não goste fale com nosso pai. — olhei para Lia que escondia um sorriso. — Não vou descer mais hoje Lia, traga qualquer coisa para comer e está bom.
— Vou preparar e daqui a pouco levo.
Meu dia estava sendo maravilhoso, já não sentia mais as dores no abdômen causada pela cirurgia e isso facilitava minha locomoção, não era nem tanto as dores, era o medo que dependendo no movimente parecia que minha barriga iria abrir. Eu ria sozinha quando lembrava, dos meus próprios pensamentos.
Eu já conseguia cuidar de Aysha sem a ajuda de ninguém, não que isso acontecesse longe disso. Talvez em meus pensamentos. Eu tinha a ajuda de Lia e da senhora Hadassa a todo momento, mas o que me fazia rir igual uma boba como sempre era lembrar de Zayn.
Ele estava mais presente, passava algumas horas todos os dias conosco. As vezes pela manhã e a noite, algumas vezes ele ficava observando de longe como eu cuidava de Aysha. Voltei a ver em seus olhos o homem ao qual eu havia me apaixonado.
Isso me dava esperanças. Um chorinho vindo do quarto de Aysha me alertou que ela estava acordada. Levantei da poltrona onde passei alguns minutos olhando a internet e o que falavam. Não achei nada interessante.
Fui até seu quarto e notei que ela ainda dormia. Mas pela forma como se mexia logo acordaria. Ela já estava criando sua rotina de sono o que era bom. Fui até a cômoda pegar uma fralda de pano limpa, e pela primeira vez notei uma porta que não tinha reparado.
Como não vi antes?
Olhei para o canto onde tinha a porta do banheiro. Sim Aysha tinha um banheiro só para ela, que não tinha sido usado até então, eu dava banho nela no do meu quarto. Seria um closet? Ri ao imaginar que loucura seria uma criança ter um closet somente para ela. Mas se fosse também não estranharia pela forma como eles esbanjavam dinheiro em tudo, não seria nada demais.
Fui até a porta e girei a maçaneta abrindo e quase cai para trás quando vi que não era um closet, era um quarto. Meu coração acelerou quando vi ser o quarto de Zayn.
Por Allah!
Notei que a porta do quarto dele foi aberta e creio que só não caí para trás de susto, porque eu já estava espantada demais. Lia entrou com algumas roupas nas mãos e sorriu ao me ver.
— É o quarto dele? — perguntei.
— Sim. Você não sabia? — neguei com a cabeça sem palavras para pronunciar. — Pelo visto comunicação ainda é um problema entre vocês.
Eu não sabia o que falar e pensar. O choro de Aysha me fez dar meia volta fechando a porta e fazer tudo no automático. E enquanto eu amamentava minha filha, me sentia uma boba, por não ter visto antes aquela porta.
Depois de amamentar minha filha deixei ela com Lia para tomar um banho. Aproveitei e lavei meus cabelos, e quando já estava saindo do banheiro olhei para meu vidro de perfume. Desde que Aysha nasceu eu tinha deixado ele de lado, segundo o pediatra era bom eu evitar cheiros fortes nesses primeiros meses.
Abri o vidro e cheirei o aroma das rosas que eu tanto amava. Tampei colocando o vidro no lugar e tive a ideia de fazer um bem fraquinho para ela. Sai do banheiro e vi que Aysha ainda estava acordada na cama, e Lia brincado com ela.
— Agora vou cuidar do jantar. — ela se levantou e me olhou. — Você está tão linda Jasmim, seu semblante mudou. — eu gostava de ouvir seus elogios mas isso me deixava sem jeito.
— Que bom, eu estava me sentindo abatida antes do parto, tinha medo.
— Agora não tem mais medo? — pensei olhando para Aysha.
— Tenho, mas tenho algo mais forte que isso dentro de mim. — ela sorriu e começou a sair. — Lia, eu ouvi a voz do senhor Said, ele voltou? — ela concordou. — Não vou descer para comer. — ela entendeu e concordou.
— Pode deixar, depois eu trago algo para você.
Deitei ao lado de minha filha, e me acomodei. Não iria sair do quarto onde eu tinha toda a paz que precisava e correr o risco de encontrar com aquele velho asqueroso, olhei no relógio vendo que ainda era cedo para o jantar e que pelo tempo que Aysha estava acordada logo dormiria novamente.
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