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BÔNUS


Olá, eu não iria deixar vcs esperando para saber o que aconteceu. 
Não sou tão assim... um pouquinho! 😁

Boa leitura!

Eu não sabia o que fazer, mas não consegui ficar no quarto, e assim que abri a porta vi os seguranças que Zayn havia mandado subir. Eram dois dos quatro que tinham vindo na viagem.

— Vocês ouviram? — eles se entreolharam e antes que respondessem Mustafá apareceu vindo de um dos corredores.

— É melhor a senhora entrar. — um deles falou, mas não dei muita atenção. Eu estava angustiada demais para me trancar no quarto.

— Eu preciso saber o que está acontecendo. — falei para um deles. — Onde está Zayn?

— É melhor você fazer o que eles estão mandando florzinha. — ele olhou para os dois e sorriu. — Tem como você me devolver o que eu pedi para guardar? — Mustafá me empurrou para dentro do quarto, e assim que entrei, ele fechou a porta.

— Não está comigo, está com Zayn. — falei me virando para encará-lo e notei que ele estava escorado na porta, e com uma das mãos, do lado esquerdo da barriga. Mas o que achei estranho foi que suas feições começaram a mudar.

— Mas que merda! — ele xingou tirando a mão de onde estava então vi que estava suja de sangue.

— Por Allah! — fui até ele sem saber o que fazer. — Você está ferido. — ele gemeu.

— Observadora você. — peguei uma toalha que estava em uma cadeira e pressionei o local.

— Faça pressão, eu vou chamar alguém. — fui me afastar, mas ele segurou meu braço.

— Não posso sair pela porta da frente. — ele voltou a gemer e tentou caminhar até a cama, mas quase caiu. Então o apoiei em meu ombro e o levei até a cama.

— Leve Aysha para a outra sala. — pedi a moça que estava mais assustada que eu. Ela concordou mais que depressa e saiu com minha filha para uma sala anexa perto da varanda. — Você precisa ir para o hospital.

— Eu sei, mas ele pode querer terminar o serviço. — olhei para os lados procurando meu telefone, e o vi em cima de um móvel. — Eu preciso do celular que te entreguei. — ele falava entre gemidos. Olhei para ele antes de ligar, e notei que a toalha já estava toda ensangüentada.

— Quem fez isso com você? — perguntei, mas já não obtive resposta. Eu sabia que ele estava vivo, porque seu peito subia e descia com a respiração. Mas até quando?

Para o meu total alivio Zayn atendeu no segundo toque.

— Eu preciso que você venha até o quarto, é urgente. — ele ficou preocupado e falava rápido. — Calma, eu estou bem e Aysha também, é Mustafá. Eu não sei quanto tempo ele vai resistir.

Desliguei e voltei a me aproximar dele, que estava ficando pálido. Comecei a pedir que tudo ficasse bem. Não demorou para que Zayn entrasse com tudo no quarto acompanhado de Almir e os seguranças.

— O que aconteceu? — Almir perguntou vindo até a cama e verificando os sinais de Mustafá. Olhou para um dos seguranças. — Mande preparar o helicóptero.

— Eu não sei, eu ouvi o estampido de um tiro e fui ao corredor saber de você, e os seguranças não falaram nada, mas então Mustafá apareceu vindo no corredor e parecia estar bem, ele me pediu o celular, e entramos, então eu vi que ele estava ferido. Questionei em chamar alguém ele não quis, disse que não poderia sair pela porta da frente, que ele poderia terminar o serviço. — ambos me encaravam.

— Ele quem? — eles perguntaram juntos.

— Ele não me respondeu mais quando perguntei. — nesse momento mais quatro seguranças armados entraram no quarto. — A única coisa que ele falou antes de desmaiar foi que ele precisava do celular que havia me entregado. — Zayn colocou a mão no bolso e olhou o aparelho.

— Esse é o aparelho que ele usou para clonar o telefone da Soraia. — Zayn entregou a Almir. — Mas está com senha, não tem como ver nada. — um dos seguranças se aproximou informando que o helicóptero está pronto.

— Vamos tirar ele logo daqui.

Os próximos minutos foram de muita agitação e angustia, entre todos. Almir pediu para que Ayla não fosse avisada até que ele chegasse ao hospital e tivesse um parecer médico do estado real de Mustafá.

Estávamos saindo com Mustafá sendo carregado por dois seguranças, e antes que chegássemos as escadas que dariam acesso direto aonde o helicóptero estava esperando, encontramos com Karim. Que ao se dar conta do que estava acontecendo, veio em auxilio.

— Então foi verdade sobre terem ouvido um tiro. — ele concluiu. — Alguém viu o que aconteceu?

— Não até o momento, não sabemos de quase nada. Encontramos ele assim.

Ele deu ordens aos seus seguranças que os portões fossem fechados e que ninguém sairia sem que toda a propriedade fosse vasculhada atrás do responsável pelo que aconteceu. Segui Almir até a área externa, onde os seguranças que levavam Mustafá estavam entrando com ele.

— Mande mensagem assim que possível. — pedi, e ele concordou.

Enquanto o helicóptero alçava vôo, comecei a pensar no que falar para Ayla. Não iria mentir, mas também não diria a verdade crua. Segui para o interior da casa, me deparando com uma pequena confusão nos corredores de acesso aos quartos.

Ibrahim, Zayed estavam conversando com Jamal em um canto, e notei que no final do corredor alguns de homens conversavam.

— Como ele estava?

— Desacordado. — eles se calaram. — Mas ninguém sabe de nada, preciso falar com Ayla e não alarmá-la.

— Eu acomodei todas em outro quarto, mais espaçoso. — Jamal informou. — Tirando Jasmim que sabe o que aconteceu, elas somente desconfiam que algo tenha acontecido, afinal os seguranças da casa, estão averiguando a todos. — concordei, já sabendo das ordens de Karim. — Minha irmã ainda está no quarto de vocês, está te esperando.

Segui com Jamal para o corredor onde ficavam os quartos, e assim que viramos em outro corredor de aceso vi quem não queria. Haidar conversava com Karim e mais outro homem. Ele ficou me encarando enquanto passava por eles, e o ouvi dizer:

"As vezes é só questão da pessoa errada estar no lugar errado e no momento errado"

Suas palavras ficaram martelando em minha cabeça, então parei lembrando de algumas coisas.

"Desculpe senhor, mas a senhorita Ayra gostaria que o senhor fosse até o quarto dela no terceiro andar"

"Com toda discrição possível"

Ayra não pediria discrição. Pensei.

— Jamal você sabe quem está ocupando cada quarto nessa casa, não é mesmo? — ele parou assim que parei.

— Sim.

— Em que andar Ayra está?

— Nesse mesmo, só que na ala leste. — ele indicou a direção oposta de onde estávamos.

"Uma pessoa quase me derrubou perto da escada e Mustafá me segurou para não cair"

"Ele entrou na casa"

Encarei Jamal.

— Quem está no terceiro andar? — ele olhou para a direção onde estavam Haidar e Karim.

— Haidar. — então eu comecei a entender tudo. O tiro não era para Mustafá, era para mim.

— Desgraçado! — comecei a ir em direção a ele.

— Zayn, o que está acontecendo? — não expliquei nada.

Ele viu eu me aproximando e ainda teve a coragem de rir, antes que meu punho acertasse bem no meio de sua cara.

— Seu filho da puta! — ele deu dois passos para trás com o impacto do soco que levou, mas eu não parei fui para cima dele, e voltei a desferir um soco atrás do outro.

Ele tentou revidar, mas foi inútil, eu não me reconhecia. Escutei vozes ao meu lado, e senti braços me tirando de cima dele. Quando já estava longe o suficiente e imobilizado por três pessoas. Karim o ajudou a levantar e o sangue escorria de seu nariz.

— Você está louco! — Karim gritou.

— Ele sabe o que fez para merecer. — falei fazendo todos se calarem. Eu respirava com dificuldade.

— Não sei do que está falando. — ele limpou a boca que também sangrava. — Mas não é de hoje que você demonstra não gostar de mim, hoje só ficou claro para todos. — ele fez um gesto com as mãos, então me dei conta da quantidade de pessoas. — Só não vou mandar te prender, porque estou levando em consideração o que aconteceu com seu amigo. — tentei ir para cima dele novamente, mas fui impedido.

— Vamos Zayn. — Jamal falou me empurrando pelo peito, e se voltou a Haidar. — Agradeço em nome de todos, pela consideração. Está sendo um momento difícil, se nos derem licença.

— Eu sei ser misericordioso quando precisa, mas isso não quer dizer que irei tolerar algo assim novamente. — pensei em ir para cima dele.

— Vai a merda! — falei e ele sorriu.

— Jasmim está te esperando Zayn. — a menção do nome dela, me fez olhar para Jamal. — Por ela. — ele falou baixo, e eu entendi. Virei e segui para o quarto onde minha esposa estava me esperando.

— Foi esse desgraçado. — falei enquanto caminhávamos. — E o tiro era para mim.

— Certo, mas preso você não poderia fazer nada. — ele falou e eu tive que concordar. — O melhor a se fazer no momento, é cuidar para que todos fiquem bem e irmos embora assim que possível, sem alarde.

Entrei no quarto em que estou ocupando com Jasmim e a encontrei guardando tudo, as malas já estavam prontas.

— Ainda bem que você voltou. — ela me abraçou e eu senti que respirava novamente. — O que aconteceu com sua mão? — ela pegou minha mão direita e ficou preocupada, quando viu ela vermelha e começando a inchar.

— Na pressa Zayn prendeu a mão na porta. — olhei para Jamal que sorria para a irmã. — Nada que uma compressa de gelo não resolva. — ela passou a mão no meu rosto e se afastou.

— Vou providenciar. — ela se afastou e conversou com a moça que saiu logo em seguida para pegar o que Jasmim havia pedido.

— Porque não a leva para o outro quarto onde estão todos reunidos, eu levo as malas e aviso quando o helicóptero chegar.

— Farei isso. 

— Se ele armou uma emboscada para você, não vai fazer nada agora que todos sabem do que aconteceu e mais com suas acusações.  — respirei fundo pensando no que ele falava.

— Ele é um canalha covarde.

— Sabemos disso. — ele me entregou uma bolsa pequena de Aysha.  — Entre naquele quarto e não saia de lá até eu avisar, a última coisa que preciso no momento é me preocupar com a possibilidade da minha irmã ficar viúva.

Nisso, ele tinha razão.


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