Sinto Muito
1 Semana Depois
Rose Narrando
Olho a mesa que geralmente sempre tomo café da manhã de um jeito entediada escondendo minha irritação com Ian.
Poliana conversa com Hugo e opto por não escutar.
Com o garfo na mão cutuco um pedaço da torta de frango sem nenhuma vontade de comer enquanto Melissa come uma maçã ao meu lado em silêncio.
Sim, Melissa está ao meu lado e não tentei matá-la com o garfo que seguro.
Já faz uma semana desde que ajudei Melissa e digamos que estou tentando ser "legal" com ela devido à sua mudança. Não significa que irei gostar dela e que eu, ela e Poliana iremos nos tornar as três mosqueteiras, mas por enquanto o fato de eu aturar a presença dela já basta.
Ian tamborila seus dedos de um jeito impaciente à minha frente enquanto me olha sério como uma típica criança que gosta de irritar os outros até que a outra pessoa ceda.
No caso eu poderia ser a criança pois estou o evitando até que ele me conte a verdade. Não estou falando com ele desde que o Scott fez um gesto de submissão à ele ha uma semana atras.
No fundo estou magoada com Ian pois sei que ele esconde algo e não quer me revelar. Eu fui sincera e me abri com Ian que é uma das coisas que raramente faço pois odeio que me vejam frágil ou sentimental.
-Vou pro quarto. -Informo Poliana e levanto. Como hoje é domingo posso ficar o dia inteiro no quarto meu e de Poliana para evitar Ian.
Sem esperar que Poliana fale algo sigo até a saída do refeitório rumo ao quarto.
Ando até o lado que fica os dormitórios femininos.
Quando estou próxima do meu quarto vejo Scott sair abotoando a camiseta do quarto que é das ex-amigas fúteis de Melissa. Derrepente minha ficha cai e percebo que Scott está tendo um caso com uma delas e que foi por isso que Melissa mudou.
Pela Lua! Quem raios não mudaria se seu companheiro estivesse tendo um caso com quem você considera suas "melhores amigas". -Penso não vendo outra razão.
Respiro fundo tentando me controlar para não falar algumas verdades para este tal Scott.
Pelo menos ele não marcou Melissa como sua. -Penso não vendo outra razão para que Melissa não tenha cortado os pulsos ainda. -Me repreendo mentalmente tentando não pensar nesse laço de companheiros.
Se um lobo marcar sua companheira o cheiro dela muda decretando que ela tem um companheiro e que jamais poderá rejeita-lo pois a dor certamente resultaria na morte de ambos. Não somente o cheiro muda, como também os sentimentos, de forma automática os companheiros sentem tudo que o outro sente entre outras coisas.
Sei que nunca pensei em um dia ter pena de Melissa, mas isso de companheiro deve ter mexido muito com ela.
Só de lembrar que a cerimônia está próxima sinto um embrulho em meu estômago. Afasto tais pensamentos rapidamente e continuo seguindo até meu quarto ignorando por completo Scott.
Passo ao lado de Scott como se ele nem existisse e enfim chego ao meu quarto. Abro a porta e entro. Fecho a porta e sigo até minha cama. Sento na cama e o barulho irritante do celular deixa evidente outra mensagem. Reviro os olhos tentando ignorar o celular e deito na cama para dormir pelo menos um pouco.
Quando noto acabo pegando no sono.
O barulho irritante do celular sobre o criado mudo me acorda e bufo de raiva e ainda deitada pego o celular. Vejo que dormi apenas uma hora.
Ignoro as mensagens de minha mãe. Digamos que era para eu ter ido ajustar o vestido que vou usar na cerimônia, mas decidi não ir hoje e provavelmente ela deve estar surtando ou algo assim.
A única mensagem que me chama atenção é a de Ian me pedindo para encontrá-lo no lado de fora do colégio por onde sempre saímos daqui a pouco. Me pergunto como que ele conseguiu meu número pois não me lembro de ter passado para ele. Logo lembro que Poliana pode ter passado para ele.
Deixo o celular sobre o criado mudo e um pouco indecisa me levanto. Sigo até o banheiro para tomar um banho numa esperança de acabar com o restante de sono que ainda sinto.
Entro no banheiro e opto por tomar um banho de ducha gelada. Tiro a roupa e entro no box da ducha. Tomo um banho rapidamente e aproveito e lavo meu cabelo. Quando termino me enxugo, me enrolo na toalha e saio do banheiro. Sigo até o guarda roupa. Pego um conjunto de calcinha e sutiã preto, uma camiseta grande preta, calça jeans surrada preta e um coturno preto com plataforma. Os visto e deixo meu cabelo solto para ele secar mais rápido.
Saio do quarto rumo à saída que sempre saio deste bendito colégio.
Ainda tenho que botar fogo neste colégio. -Faço uma anotação mental.
Assim que chego à porta que geralmente saio olho para os lados para ver se não há ninguém. Abro a porta e após confirmar que não tem ninguém saio. Fecho a porta e sigo até o muro rapidamente. Quando me aproximo o suficiente pulo o muro sem nenhuma dificuldade.
Assim que meus pés tocam o chão Ian para a minha frente com sua velocidade sobrenatural me assustando. Seus cabelos louros sobre os ombros estão um pouco bagunçados, porem ainda assim combinando com seus olhos verdes acizentados.
-Pensei que não viesse. -Fala ele num sussurro puxando assunto e sorri alegre em me ver.
-Ian espero que pare com esses segredinhos pois estou com humor para te decapita hoje. -O ameaço suspeitando que ele queria me ver aqui apenas enfim falar a verdade.
-Venha. -Ian me chama e sorri. Ele estende sua mão e a olho um pouco indecisa. -Não vou te morder. -Afirma ele. -A não ser se você pedir. -Ironiza ele com um olhar malicioso me lançando uma piscadela e mostra suas garras. Tento me manter concentrada.
-Vampiro idiota. -Falo e reviro os olhos não demonstrando que as vezes ele me distrai devido à sua beleza sobrenatural. Olho sua mão estendida ainda aguardando. Pego sua mão e ele guarda suas presas.
Sem muita opção o acompanho até onde deduzo que tenha uma estrada próxima. Assim que saímos da floresta Ian segue até um Jeep Renegade preto e o olho com uma sobrancelha arqueada.
-Não me diga que este Jeep é seu? -Pergunto curiosa para saber o que ele está aprontando.
-Sim, e caso esteja insegura em anda comigo, asseguro que sei dirigir bem. -Ian fala de um jeito convencido e nos aproximamos do Jeep.
Ele solta minha mão e num gesto cavalheiro abre a porta do passageiro e faz um gesto para que eu entre. Respiro fundo e me pergunto se fazia tempo que Ian estava planejando isto.
Decido entrar logo, pois afinal de contas há chances de que eu sobreviva. Entro no carro e Ian fecha a porta. Em um piscar de olhos ele da a volta no carro e quando noto ele já está sentado no lugar do motorista ao meu lado.
-Onde vai me levar? -Pergunto curiosa e opto por colocar o cinto apenas por precaução. Ian me olha com um olhar indecifrável.
-É surpresa, considere como uma parte do seu presente de aniversário. -Ian fala e sorri. Lembro que em breve farei aniversário e tento não pensar na cerimônia que está tão próxima.
Antes que eu fale algo Ian liga o Jeep e sai em disparada pela estrada. Digamos que Ian dirige como Rafael, mas ainda bem que coloquei o cinto de segurança. Penso.
-Ian talvez seja melhor diminuir a velocidade ao invés de acelerar mais. -Sugiro após o ponteiro sair de 130 para 180 km/h.
Ian apenas gargalha ignorando minha sugestão como se achasse divertido tal situação.
-Estamos chegando. -Afirma ele com a atenção focada na curva da estrada.
-Porque não poderíamos ficar no colégio? -Pergunto curiosa não entendo o do porque temos saído dele se hoje é domingo e não tem aula. Fito Ian aguardando sua resposta. Noto sua expressão alegre mudar para algo confuso com um misto de preocupação.
-No colégio não teríamos privacidade para conversamos. -Diz ele e algo me diz que ele está mentindo.
-Já disse que odeio mentiras? -Pergunto sem mais delongas de um jeito direta.
Ian não responde minha pergunta e apenas acelera mais e olho a vista da janela. Noto que estamos descendo uma cerra, ou seja, estamos próximos de uma praia. Devido à velocidade não dá para focar em muita coisa além do tempo um pouco nublado. Apesar de estar próximo do meio dia hoje o tempo decidiu ficar nublado.
Após um tempo chegamos a uma estrada que dá para se ver o mar que parece infinito. Olho para minha roupa e percebo que talvez eu não esteja com um look para ir a praia.
-Deveria ter falado para você vir de biquíni. -Ian comenta com um duplo sentido de um jeito irônico dando a impressão que ele está pensando certas coisas.
-Ian nem sonhe. -Falo brava e ele gargalha achando divertido esta situação.
-Chegamos. -Ian fala e estaciona em frente a uma cabana de frente para o mar. Olho a vista um pouco surpresa. Quando noto Ian sai do Jeep e em um piscar de olhos abre a porta para que eu saia. Um pouco receosa saio do Jeep e olho a vista do mar.
Lembro que ainda estou irritada com Ian e o olho irritada.
-O que pretende com tudo isso? -Pergunto curiosa deixando evidente minha irritação por toda essa enrolação.
-Falar com você de forma civilizada, sem brigas e sem interrupções. -Ian fala e o olho. Seus olhos verdes acizentados me olham de um jeito indecifrável e respiro fundo não acreditando que aceitei este convite do Ian. -Venha. -Ian me chama e segue até a entrada da cabana.
Paço os dedos em meus cabelos o jogando para trás e o sigo. Ian abre o portão e faz um gesto para que eu entre. Ando pela passagem de madeira e paço por Ian entrando na propriedade.
-De quem é esta cabana? -Pergunto curiosa olhando a cabana de madeira muito bonita.
-Dos meus pais. -Conta Ian e para ao meu lado. -Por aqui. -Diz ele seguindo até a porta e o sigo. Ele abre a porta revelando uma sala com vista para o mar. Ian entra na casa e entro logo atrás dele. Olho a sala que tem vista para o mar e apenas um balcão divide a sala da cozinha.
-É muito bonita. -Falo ainda olhando ao redor.
Ian segue até uma porta de vidro e abre revelando uma escada que da direto para a areia branca do mar. Ian tira seus tênis e os deixa próximo da porta. Tiro meus coturnos e sigo até Ian. Deixo meu coturno ao lado do tênis dele.
Olho para Ian que segue até a escada que da direto para a areia e o sigo. Com os pés descalços desço os degraus de madeira e sigo até Ian que para ao lado de uma cadeira de sol.
-Sempre gostei de vir aqui, não tem luxo e nem empregados por todos os lados e o silêncio predomina. -Ian fala olhando o mar e paro ao seu lado. Noto seu olhar distante como se lembrasse de algo.
-Deve ter sido legal crescer um pouco aqui. -Falo olhando ao redor vendo vários coqueiros.
-Rose. -Ian me chama e o fito. Seus olhos verdes com tons acizentados me fitam com certa preocupação. -Você já escondeu algo de alguém para talvez protegê-la? -Ian pergunta e o olho sem entender o porque de tal pergunta. Respiro fundo sabendo que tenho que responde-la pelo menos.
-Não. -Digo a verdade após alguns segundos em silêncio.
-Rose eu não sei se depois de te contar isto se você ainda vai continuar me olhando da mesma forma. -Ian comenta com um olhar aflito e fica à minha frente.
-Ian eu apenas quero saber a verdade. -Falo já cansada. -Você é e sempre será meu amigo, seja o que for tentarei entendê-lo. -Digo de um jeito sincero o encorajando a contar logo o que ele tanto esconde.
Ian se aproxima e antes que eu possa me defender ou me afastar ele me abraça. Um pouco surpresa retribuo seu abraço e pouso minha cabeça sobre seu ombro sem perceber.
-Eu tenho medo de sua rejeição. -Ian fala em um tom sentimental e pela primeira vez vejo Ian tão sincero e aberto.
-Jamais eu iria rejeitar nossa amizade. -Afirmo e me afasto dele nem acreditando em minhas palavras.
O celular de Ian toca interrompendo o momento sentimental nosso. Rapidamente me recomponho não acreditando que eu e Ian estamos nessa fase sentimental da amizade. Afasto mais dele.
-Atende, deve ser importante. -Falo e lhe dou um sorriso amarelo.
-Não acho que... -Ian começa a falar, porém o interrompo.
-Ian seu celular nunca toca, então deve ser algo importante. -Afirmo seria. Ian bufa um pouco irritado pelo o celular ter interrompido nossa conversa.
-Ok. -Falo ele se dando por derrotado e pega o celular do bolso de sua calça. Ele se afasta um pouco seguido até um coqueiro e atende seu celular.
-Oi. -Ian atende o celular de um jeito irritado. -O que houve? -Pergunta ele e noto certa raiva em seu tom de voz. Ian desliga o celular e o guarda no bolso da calça novamente. -Merda! -Resmunga ele sério e esmurra o coqueiro o partindo ao meio.
-Ian o que houve? -Pergunto preocupada. Ian me olha bravo nem parecendo o mesmo de momento antes.
-Temos que voltar para o colégio. -Ian fala e o olho sem entender. Ian segue de volta para a escada e sobre o degraus irritado. O sigo sem entender e me pergunto o que ele escutou nessa ligação que o deixou assim parecendo um monstro.
Entro de volta na cabana e pego meu coturno. O visto rapidamente e noto que Ian já vestiu seu tênis. Ian fecha a porta de vidro e ando até a porta principal rumo ao Jeep de Ian.
Assim que chego no Jeep abro a porta do passageiro e entro aguardando Ian. Em um piscar de olhos Ian entra no lado do motorista e começa a dirigir.
-Vai me contar o do porque que temos que voltar para o colégio sendo que nem ficamos 10 minutos naquela cabana? -Pergunto cortando o silêncio sem me importar com o olhar mortal de Ian.
Ian aperta o volante e respira fundo enquanto acelera mais.
-Foi o Scott. -Ian fala e o olho sem entender me perguntando o que foi o Scott.
-O que tem o Scott? -Pergunto curiosa sem entender.
-Hugo me ligou falando que o Scott disse para o diretor que saímos do colégio sem permissão e provavelmente nossos pais já devem estar à caminho do colégio. -Conta Ian e percebo a merda que nos espera.
-Nesse tempo todo que estou naquele bendito colégio sempre sai que ninguém percebesse e do nada este Scott surge e fica vigiando os passos dos outros? -Pergunto irritada deixando evidente que meu ódio por Scott apenas aumentou.
Me pergunto o do porque que um beta faz longe de seu alfa e do porque que ele por a caso decidiu ficar vigiando os outros no colégio.
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