10
VÊ se tu leu o cap anterior
[...]
Eu nem ao certo sei como consegui ir para o trabalho, eu estava uma pilha de nervos achando que meu ex doido ia invadir a qualquer momento, meu espaço pessoal e me dá um tiro. Eu estava completamente doido com tudo isso, aquele bicolor maldito fazia parecer tudo calmo com aquele olhar de tedio total.
Nem mesmo toda a fofoca sobre eu chegar em um fucking carro no trabalho fez eu me sentir menos nervosos, okay que eu já estava querendo mandar todo mundo pra casa do caralho, céus, onde já se viu aquilo. Podia ser muito bem um Uber, só que pelo jeito ninguém acreditou quando eu disse aquilo, credo eu tinha tanto assim uma cara de vadia?
Eu trabalhava tentando ignorar todos os meus problemas, ignorar o fato que logo mais eu iria ter um encontro com uma galera no bar na qual eu não estava, lá muito afim. Porra não queria beber na presença do meu chefe ou do amigo loiro zoado dele, eu não ia pagar mico ao vivo e em cores.
Eu tive até que conversar com a senhorita Iida, que não poderia ir na casa dela, fazer um social, afinal, eu estava morrendo de medo de ir a qualquer lugar onde Shoto não estivesse, então eu evitaria um pouco sair sozinho.
Eu estava odiando aquela ideia de socializar entre os sócios e bla bla, Iida tinha tido uma péssima ideia, isso sim, ninguém merece fazer aquele tipo de coisa, fiquei pensando nisso que nem notei a presença da bolacha humana, pior a maldita veio por debaixo na mesa e quando reparei, ela colocou a cabeça no meu colo. Como qualquer ser humano comum, certamente eu gritei e pulei longe.
─Caralho... por um momento eu achei que ia receber um boquete de uma mulher, deve ter até reduzido meu pênis ─ falei tentando amenizar meu pobre coração com aquele susto do caralho, mulher maldita.
─Não fale assim, sou o sonho de qualquer homem ─a bolacha falou se levantando e se apoiando na mesa. ─Então diga meu broto, dê esse cuzinho pra quem? Ganho até carona.
─Sério que eu tenho tanta cara de uma puta? Gente geral está achando isso de mim, que horror. Pode nem ser mais Uber ─ disse voltando a sentar em minha cadeira.
─Sabe como é, falta de assunto, faz com que a gente meio que invente certas coisas ─ de fato, aquele lugar era um tédio de tanta mesmice, vou ser assunto se bobear até o final do ano.
─Infelizmente, estou na seca ainda, tanto quanto o deserto, quanto a sua aranha aí que deve ter virado cacto de tão seca ─ vendo minha amiga me mostrar o dedo.
─Pode ter certeza de que eu transo bem mais do que você, meu caro amigo ─ com um tom irritado ─ otária ─ só que eu vi o sorrisinho de lado. ─E vem cá... cadê seu chefe, afinal, tu berro.
─Ele saiu, para provavelmente fazer algo que não vimos a um tempo ...─falei com um falso drama─ Alguém nu.
─Que informação desnecessária, puta que me pariu ─comecei a rir por conta disso. ─ E mudando de assunto, como estão as aulas de fotografia?
─Estão ótimas, tô me sentindo tão realizado... logo mais posso largar meu emprego e focar apenas nisso, claro quando eu estiver em alguma agência fixa ─ cocei meu cabelo sem graça.
─Eu tenho um amigo de um amigo meu, que talvez possa lhe ajudar com isso, quando você acabar seu curso me fala que ai eu mexo meus pauzinhos ─ eu corri e abracei aquela maldita, dando um belo beijo na bochecha obesa dela. ─Me larga, se for pra te contato físico com macho que seja um de verdade.
─Nossa, assim você me ofende ─ fiz um beicinho.
─Agora me conta, está animado pra noite com o boss? Plix, filma se alguém ficar bêbado, nunca te pedi nada ─ falou de forma suplicante.
─Eu queria ficar lá uns 3 minutos e ir embora, porra vai se horrível esse encontro ─ gemi frustrado.
─Bem, cê tu fica mais tempo filma algo, eu já vou meu querido já que eu tenho que voltar para meu trampo, beijos ─ mandando um beijo no ar e indo embora, me deixando sozinho novamente com meus pensamentos, de merda, que estavam me deixando louco.
Bem o resto do meu dia por incrível que possa parecer, foi bem monótono, fiquei só pensando nas merdas da minha vida, que tinha ligação com o otário do Hitoshi, fiquei também pensando no final de semana na qual eu estava bem desanimado só estava animado para comer a comida do Denki mesmo.
[...]
Então finalmente o dia chego, acho que eu, e meu time de secretários não estávamos nada contentes com aquela porra de encontro, pelo menos não ficaria me sentindo o pobre da mesa, tinha mais dois ao meu lado sentindo o mesmo.
A maldita da Momo só faltava sentar-se no meu colo, de tão desconfortável que ela estava de ser a única fêmea do bando ali, o que fazia parecer que eu era o hetero comedor de aranhas, pra ter aquele ser tão próximo assim de mim. Hanta estava ao meu lado enquanto Shoto ─ a criatura ─ a minha frente.
O resto do povo rico estava do outro lado, eu não ia pedir nada muito extravagante, já que cada uma ia pagar o que consumir. Nem para a porra do meu chefe me bancar, puta negócio lixo do caraio, eu ia consumir só a droga de uma água.
─Vamos racha algo para comer, to morrendo de fome ─a criatura, conhecida como mulher, falou quase se jogando em cima de mim.
─Oh, eu quero também, dividi comigo também! ─Hanta falou manhosamente, se jogando em mim também, mas que absurdo, já não basta mulher agora tenho que lidar com hetero manhoso também.
─Que lindo, o casal discutindo o que quer comer ─aquele cu de bicolor falou, estava um completamente silencioso na hora, ótimo.
─Casal é, minhas duas mãos nessa sua cara ─ vendo os dois encostos rirem, sem sair de cima de mim. Porra nunca vi tamanha situação, Hanta parecia ta achando a maior graça fazer aquilo, Momo então nem se fala.
─Isso é inveja, pois eu não lhe trato com carinho ─Momo falou mostrando a língua.
─Graças a Deus ─ respondeu de forma, que pelo menos, nosso grupinho entendeu, afinal, sabíamos de sua sexualidade até Hanta deve ter entendido.
─Eu tô super amando isso aqui, porra ─falei com o meu maior animo do mundo.
─Escolhe algo pra gente comer, não estamos em uma DR pra ficar discutindo relação é pra escolher comida ─ Sero falou, qual era o problema daquele infeliz, falando aquelas coisas alto?
─DR com o Izuku é um porre, nem queira ter. Perco anos de vida ─Momo falou de forma dramática, vadia.
─Eu já perdi séculos de vida ─Shoto fala fazendo os dois rirem, mereço e muito aquilo.
─Espero que morra também ─empurrando os dois para longe de mim que ficavam rindo, tudo hiena esses putos.
Fiquei até surpreso de nenhum dos infelizes do lado comentaram algo sobre nossa pequena conversa ─ bem gay ─ agradeci mentalmente por isso, claro que pensei que talvez meu chefe fosse perguntar no próximo dia de serviço ou Bakugou depois ficaria fazendo piadinhas comigo, eram tantas opções para sofrer.
Pedimos carne para dividir, que vinha com uns pãezinhos, era caro ─ puta negócio caro, meu deus─ só que dividindo por três ficaria na faixa. O garçom tinha falado que era uma porção bem grande, então estava tudo ótimo. Até que estava sendo divertido tudo aquilo, achei que seria um porre só que estava enganado.
Foi então que meu celular vibrou e chamou minha atenção, eu peguei e desbloqueei a tela, certamente eu deveria ter ficado mais branco do que um fantasma quando eu vi aquilo. Era uma mensagem da minha vizinha, uma senhora de idade muito boazinha que conversava e me ajudava às vezes o que ela me falara tinha me deixado bem nervoso.
ꞋꞋQuerido seu namorado é uma gracinha, fui devolver aquela panela que você havia me emprestado, sabe? Ele me recebeu tão bem, tinha falado que você saiu com os amigos, que namorado carinhoso e gentil esse que você tem. Ele ainda é policial! Vou adorar um dia recebê-los em minha casa. ꞋꞋ
Eu levantei tonto e pedi licença, saindo o mais rápido daquela sala antes que eu surtasse e começasse a chorar, como assim ele estava dentro da minha casa? Como ele tinha conseguido entrar, meu coração se apertou com aquilo, eu estava com medo e eu estava temendo pela vida da minha vizinha.
Então meu celular vibrou novamente, eu até mesmo apoiei na parede, meu coração parecia querer saltar para fora, eu sentia as lágrimas escorrendo em meus olhos, aquilo não podia estar acontecendo, não havia motivos para isso acontecer.
ꞋꞋSe você não voltar pra mim, pode ter certeza de que vai se arrepender. ꞋꞋ
Não lembro como cheguei ao chão, só que já estava sentado encarando meu celular e tremendo, eu estava sendo realmente ameaçado? Minha casa tinha sido invadida sem dificuldades, aquele maldito ainda teve a audácia de se passar pelo meu namorado.
─Izuku, o que foi ─ era meu melhor se agachando e pegando meu celular de minhas mãos ficando tão chocado quanto eu pelas mensagens que havia recebido.─Merda...
─Shoto... o que eu faço? ─ eu estava chorando muito e encarando meu amigo que estava tão nervoso e confuso quanto eu. ─Ele vai me matar, se eu voltar, eu sei que vou morrer.
─Calma, vamos ver como sair dessa enrascada, tudo bem? Não é possível que ele saia impune assim, porra a polícia inteira é corrupta? ─vi ele ficar nervoso e bater na parede irritado, logo passando a mão pelo cabelo. ─Vamos, levante você precisa de um pouco de água.
Ele me ajudou a levantar, só que eu ainda me sentia fraco e imponente, apoiei quase todo meu peso na parede enquanto eu ainda chorava já imaginando o pior não podia acreditar que tal coisa poderia um dia acontecer caso eu resolvesse terminar de vez com Hitoshi.
─Aconteceu alguma coisa? ─aquilo me fez gelar, não. De todas as pessoas, justo ele tinha saído da sala.
─Problemas pessoais, não precisa se preocupar ─eu o escutei responder enquanto eu ainda ficava de costas, não queria ser visto em um estado tão deplorável.
─Desculpe, mas escutei o fim da conversa, alguém está te ameaçando, Midoriya? ─senti meu chefe praticamente me virar, Shoto tentou impedir só que meu chefe havia sido mais rápido, ele ficou surpreso em me ver naquele estado horrível. ─ Me responda!
─Já falei, é problema pessoal, não precisa fazer isso... se envolver em um assunto de alguém que é apenas... seu empregado ─Shoto tentava dialogar, eu agradecia por isso, não queria meu chefe envolvido, não queria explicar a situação a ele.
─Se eu estou perguntando é por ser de meu interesse, vamos diga de uma vez, porra olha seu estado. Como pode negar ajuda estando assim? ─ falou um tanto irritado fazendo com que eu soluçava, eu não conseguia falar, eu não parava de chorar e soluçar, mas que merda de situação.
─O ex dele, está o ameaçando ─Shoto falou rapidamente, ele viu que eu não conseguiria, aquilo só fez com que eu chorasse ainda mais, vi ele com um olhar triste, afinal, ele não queria contar meus problemas para o meu chefe, muito menos algo desse tipo.
─Denúncia, pronto problema resolvido! ─ como se fosse a coisa mais fácil do mundo, se fosse só fazer isso, eu não perderia meu tempo chorando.
─Ele tem um cargo importante na polícia, ninguém vai acreditar no Izuku, ele vai conseguir convencer a todos lá dentro ─Shoto respondeu soltando um suspiro. ─Ele ainda invadiu a casa e ainda mandou uma mensagem o ameaçando.
─Posso tentar resolver o assunto, tenho influência e pode ter certeza de que minha palavra tem mais poder do que a dele ─meu chefe falou, eu notei que ele estava bem mais irritado do que o normal, não entendi o motivo. Ele não tinha por que me ajudar, muito menos ficar tão incomodado com a situação. ─Até resolver tudo, fique em minha casa.
─O que?! ─tanto eu como Shoto falamos ao mesmo tempo, não acreditando naquela informação.
─Todoroki, você não tem tanta segurança como eu, além do fato de estar se arriscando, e muito, mantendo Midoriya em sua casa... não me incomodo de oferecer esse tipo de ajuda, durante alguns dias até que tudo se resolva.
─Por que? ─ tentando parar de chorar, eu precisava ir ao banheiro me limpar depois de tudo aquilo meu rosto devia estar horrível.
─Não acho certo o que ele está fazendo com você, além do fato de provavelmente ele irá ameaçar, Todoroki por lhe ajudar, mesmo não precisando, acho que é o certo a se fazer. Só que caso não deseje minha ajuda não vou forçá-lo a nada ─ainda sério colocando as mãos no bolso, nem parecia meu chefe.
─Tudo bem ─ fazendo com que Shoto ficasse surpreso com minha resposta.
─Tem certeza? Sabe que é muito bem-vindo lá em casa ─ meu amigo abriu um sorriso acolhedor.
─Não quero mais incomodar, estou com medo.... que ele possa de alguma forma machucar você ─ com um sorriso fraco, também havia Denki só que tinha noção que meu chefe não precisava saber da sexualidade do meu melhor amigo, já bastava ele saber a minha.
─Ótimo, darei um jeito de conseguir pelo menos suas roupas de volta, ele não vai ficar todo dia em sua casa, vamos para minha casa. Penso que não vai ter mais saco para ficar aqui, depois disso, nem eu estou mais animado para beber ─meu chefe falou soltando um suspiro. ─Diga que Midoriya passou mal e eu resolvi levá-lo para casa.
─Ok, obrigado por estar ajudando ele ─Shoto falou com um sorriso e logo me deixando ali sozinho com o ruivo.
─Vamos? ─ me perguntou fazendo com que eu concordasse.
─Só preciso ir ao banheiro ─ vendo-o concordar e me seguir, estava tão confuso tudo aquilo, não sabia o que esperar, muito menos o que pensar diante da situação. Afinal, por qual motivo meu chefe estava sendo tão solidário e me ajudando a troco de nada? Pelo menos eu achava que ele não me pediria nada em troca, só esperava que no fundo ele conseguisse resolver meu problema.
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