Capítulo 29
Pequenas coisas podem mudar uma vida.
Sinto como se conhecesse Adrian há anos, como se nossa sintonia fosse algo de uma vida, como se estar com ele fosse a única coisa que faltava na minha vida.
Pode parecer, ou até mesmo ser, precipitado, mas sinto que Adrian preenche todo o vazio que alguma vez senti.
A cada olhar, a cada sorriso, beijo e abraço, sinto que não são apenas nossos corpos que se amam. Talvez seja coisa da minha cabeça, idiotice, ou apenas amor, mas com certeza, nunca me senti tão feliz por tão pequenas coisas.
Sinto que os arrepios que sinto desde que o conheci, o medo, o desejo, em suma, o misto de sentimentos, aumentam a cada minuto que passo ao seu lado. Como se nossos corpos gritassem um pelo outro com tanta força que mesmo se estivéssemos em continentes diferentes nos corresponderíamos.
Essas, talvez sejam apenas palavras de uma boba apaixonada. Ou talvez seja só a paixão, o amor, o desejo falando. Mas de uma coisa eu estou certa, não quero que isso acabe, não quero parar de sentir essa adrenalina quando estou ao seu lado, não quero parar de pensar nele vinte e quatro horas por dia, não quero parar de sentir meu coração bater mais rápido quando ele está próximo, eu simplesmente não quero.
Enquanto minha cabeça voa a mil com estes pensamentos, meu corpo está suado, meus olhos revirados e minha boca soltando leves gemidos a cada investida do homem que até alguns dias atrás, era apenas meu chefe, e agora, bom, agora é o homem com quem passo os dias, as tardes e as noites.
Não sei como tratá-lo exactamente, já que não houve ainda um pedido de namoro, ou algo do género.
Mas no momento isso não me importa. Não quero um título, um rótulo, ou uma classificação.
Quero apenas ser sua, e que Adrian seja meu. Quero apenas aproveitar e viver intensamente cada momento ao seu lado.
— Aposto que está pensando em mim — a voz grave de Adrian se faz ouvir enquanto nos encontramos deitados lado a lado. Minha cabeça está no seu ombro e minhas mãos percorrem seu peito nu.
— Não posso negar! — Ele sorri convencido.
É inegável que apesar de tudo, Collins continua como no primeiro dia em que o vi, quando praticamente me atacou com suas palavras frias e arrogantes depois do meu atraso. O mesmo bipolar, convencido e arrogante, só que agora, eu sou apaixonada por esse homem.
— Eu tenho um presente — diz se levantando. Não me deixa falar e se afasta após vestir apenas uma cueca. Continuo na cama apenas observando ansiosa por esse presente.
Adrian desaparece pelo closet e depois de alguns minutos volta com uma grande caixa branca enrolada por uma fita vermelha muito chique.
— O que é isso? — sorrio boba, independentemente do que seja, é um presente, e o mais importante, vindo dele.
— Abre — ele diz com as mãos nos bolsos da calça que agora veste.
Pego a caixa e deixo-a sobre a cama. Cuidadosamente desfaço a fita e abro-a.
Um tecido vermelho brilhante enche minhas vistas. Levanto-o com cuidado admirando o lindo vestido que com certeza custou uma fortuna.
— Que lindo Adrian — digo ainda admirando a peça Obrigada, mesmo sabendo que não terei para onde usar um vestido tão chique, eu amei.
— Na verdade quero que use hoje.
— Como assim?
— Janta comigo? — sorrio concordando, não só terei para onde usar o vestido, mas poderei passar mais tempo ao seu lado.
Depois da troca de mais algumas palavras, Adrian se ausenta e fica por alguns minutos no celular.
Aproveito para me arrumar, já está tarde, e para estar à altura do Collins, precisarei de algum tempo me arrumando.
Depois de um banho, visto a maravilha que ganhei há alguns minutos. O vestido é perfeito, vermelho como o sangue, mas com um brilho impressionante, colado no corpo até a altura do final da coxa e mais aberto daí em diante, um decote não muito exagerado. Totalmente elegante.
Solto meu cabelo e agradeço a Deus por ele não estar tão horrível, é preciso apenas penteá-lo com meus próprios dedos.
Na minha bolsa tenho uma base, lápis, batom, rímel e mais algumas coisinhas. Nunca agradeci tanto por ser uma mulher precavida. De frente para o espelho, faço uma leve maquiagem e estou pronta.
Na caixa onde estava o vestido, está ainda um par de sapatos pretos com a sola vermelha e um salto fino e alto. Sem hesitar, coloco-os nos meus pés que os preenchem perfeitamente.
Pois é, Adrian fez um bom trabalho.
Nem eu conheço tão bem minhas medidas.
— Pronta? — olho para Adrian que veste um lindo e elegante smoking preto.
— Sim — respondo ao fim de alguns segundos admirando-o.
— Que bom, me arrumei no quarto de hóspedes para que se sentisse mais à vontade — explica e concordo com a cabeça.
— Vamos — Adrian estende a mão para mim. Com um sorriso nos lábios seguro-a e saímos como um casal, um belo e elegante casal.
Do lado de fora do prédio o carro do Adrian já está pronto. Como sempre — que ele está de bom humor e com o modo cavalheiro activo — Adrian abre a porta para mim. Agradeço e em poucos instantes, Adrian senta-se do meu lado no banco do motorista.
O caminho é feito sem muita conversa, mas em compensação, com uma grande chuva de olhares e sorrisinhos bobos, que são acompanhados pela música suave que toca.
Em menos de vinte minutos o carro para de se movimentar. O manobrista abre a porta para mim e Adrian também sai do outro lado.
— Parece estar fechado — comento ao notar que o restaurante não está movimentado, mesmo estando iluminado e com alguns funcionários fazendo suas tarefas.
Adrian não responde e me conduz até onde somos recebidos por uma elegante e alta — muito alta — mulher, com cabelos loiros, olhos verdes e um belo vestido preto.
— Boa noite Sr. Collins e Senhorita Clark.
— Boa noite.
— Por aqui, por favor — seguimos a mulher que tem o andar mais elegante que já pude ver.
Já no interior do local, é impossível não ficar fascinada, luzes belíssimas em todos os cantos, flores e uma música de fundo, que incrivelmente, não é entediante. Apesar de lindo, o lugar está completamente vazio. Quero perguntar o que se passa, mas controlo minha boca esperando a mulher se afastar.
Ela continua nos conduzindo até ao telhado que está ainda mais lindo, com várias rosas vermelhas, velas e no centro, uma mesa delicadamente arrumada.
— Sintam-se à vontade por favor! Estamos todos ao seu dispor.
— Obrigado — Collins responde com sua voz grave e rouca.
A mulher se ausenta depois que nos acomodamos. Como uma criança visitando o museu pela primeira vez, eu olho para tudo, passo minhas mãos por cada detalhe na bonita mesa.
— E aí? Gostou?
— Gostar? Isso está incrível Adrian. Eu amei.
— Que bom, reservei o restaurante só para nós dois esta noite.
O quê?
Ele fechou o restaurante só para nós?
Isso é de loucos.
Mas eu estou amando. — Você é louco — digo rindo, enquanto ele continua com sua postura convencida.
— Por você — diz e mesmo sem querer, me derreto toda, esse homem é demais.
Sobre a mesa está uma garrafa de champanhe e as respectivas taças, um garçom aparece para servir-nos, mas Adrian faz questão de fazê-lo por si. Fazemos um pequeno brinde.
Enquanto saboreamos a bebida, analisamos o menu que mais parece um livro escrito em mandarim.
Mas apesar disso, a noite foi incrível, a comida maravilhosa e a companhia, simplesmente a melhor.
Passei a melhor uma hora e meia da minha vida naquele momento, desejando que aquilo não acabasse nunca. Mas sabia que esse desejo é daqueles que não se pode realizar.
— Obrigada por isso Adrian, foi incrível.
— Obrigado por existir Julie, você é incrível.
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