Capítulo 28
Sempre achei que amasse meu ex-namorado, Noah. Mas agora vejo que eu me sentia bem com ele, gostava dele e do nosso relacionamento.
Mas amor?
Hoje tenho a certeza absoluta de que não era amor.
Se aquilo era amor o que é o que eu sinto agora?
Não há comparação. Noah nunca me causou os mesmos arrepios que Adrian, nunca me fez querer mudar o mundo só para ficar com ele, nunca me levou às nuvens só com um sussurro! E quando nos separamos não senti algo tão forte como estou sentindo agora!
Vejo Collins todos os dias. Quero tocá-lo, mas não o faço, quero abraçá-lo, mas não posso, quero amá-lo, quero ser sua, mas eu mesma o mandei sair da minha vida.
E isso tem feito das últimas duas semanas as mais estranhas e massacrantes da minha vida!
E só pude concluir que definitivamente eu preciso dele. Eu amo Adrian Collins. Quando nossos olhares se cruzam, parece ser muito mais que olhos se encontrando, parece que nossas almas se despem uma para a outra. Parece que ele entra na minha mente, e eu não aguento mais estar tão perto, mas tão longe.
Nossa relação tem sido estritamente profissional, porém, uma vez ou outra Adrian demonstra que quer tanto quanto eu, mas eu é que sou a idiota da história. Eu o afasto, eu não correspondo às suas investidas, eu, eu e eu.
Meu medo, minha insegurança e covardia não me deixam viver essa história.
E como diz Anne, ele não irá esperar para sempre.
•••
O dia começa como outro qualquer desde que eu dispensei Adrian.
Já acordo sem ânimo.
Frustrada.
E rezando para que o dia termine logo.
Suspiro saindo da cama. Espreguiço-me e ando até o banheiro.
A última coisa que eu quero é deixar minha cama quente e confortável. Ando como um zumbi coçando os olhos e bocejando sem parar.
Em trinta minutos estou pronta. Passo pelo quarto da Anne para me despedir, o que é desnecessário já que ela dorme como uma pedra.
Como uma criança me distraio contando meus passos do prédio até a estação. Quem vê a cena deve, com certeza, pensar que sou uma louca.
Já no metrô, com fones no ouvido e uma música calma me distraindo, mal percebo quando a viagem termina.
Faço o curto caminho até à empresa com pressa, tal como as outras pessoas que andam pelas ruas mais movimentadas que o normal.
Já na empresa, bom dia, é o único que digo a quem encontro pelos corredores sem nem olhar para quem é.
Quando já me encontro na minha mesa, arrumo minhas coisas, e começo com o trabalho, alguns minutos depois o elevador abre. Levanto o olhar e é ele, Collins.
— Bom dia Sr. Collins — digo quando ele passa por mim me encarando sem dizer nada.
— Bom dia Senhorita Clark — responde depois de um suspiro. As horas passam. Pelo meio dia eu arrumo minhas coisas para o horário do almoço quando sinto olhos sobre mim.
Olho para ele, como não ouvi a porta sendo aberta?
— Precisa de algo?
— Na verdade sim — faz uma pausa — Quer almoçar comigo?
— Eu.... — paro sem saber o que responder.
— Julie, é só um almoço — diz me fazendo suspirar O facto de não querer nada comigo não nos torna inimigos, pois não? — assinto — Então? Será só um almoço, de amigos.
— Ok. Ok — digo negando com a cabeça.
— Vou pegar minhas coisas — informa e sai depois que concordo com a cabeça.
Espero por ele por poucos minutos. Quando volta, Collins estende a mão para que eu segure, nego com a cabeça, mas o faço.
Descemos e vamos até a vaga especial do CEO onde está o carro do Collins. De forma cavalheira, ele abre a porta para mim. Agradeço com um sorriso.
— Tem alguma sugestão? — Me convidou para almoçar e não sabe onde quer me levar? — pergunto com um tom provocador.
— Não, eu só queria ficar com você — engulo em seco e viro o olhar — Porra, Julie, não há necessidade disso, você acha mesmo que meu pai é capaz de me tirar a empresa? Isso não funciona assim.
— Adrian, para, por favor, esse assunto está encerrado.
— Não, não está, eu não quero te perder por um capricho de um homem que mal soube ser um pai para mim.
— Me perder? — pergunto baixo olhando-o, depois de muito tempo com o rosto virado.
— Sim, Julie, te perder.
Fico em silêncio. Espero uma reacção da sua parte, mas Adrian também se cala. Seguimos em silêncio até um restaurante à beira mar.
Um lugar incrivelmente bonito, e o melhor de tudo, o som das ondas acompanham a nossa refeição.
E são só as ondas que criam som, pois Adrian e eu permanecemos sem trocar qualquer palavra, o que é de certa forma muito incômodo. E eu não aguento mais...
— Adrian...
— O quê? — Eu... — suspiro — Eu não quero te magoar, na verdade essa é a última coisa que eu quero, mas eu também não quero que seu pai ou qualquer outra pessoa tire o que você mais ama e eu me sinta culpada por isso. Eu quero ficar com você, te abraçar, te beijar, e tudo isso, mas não quero que isso te custe tão caro — depois disso viro uma boa quantidade do delicioso vinho escolhido por ele.
— Quem disse que a empresa é o que eu mais amo? me pega de surpresa.
— Eu... é uma forma de falar — dou de ombros e novamente bebo um pouco do vinho que está no meu copo quase vazio.
— Julie, você é o que eu mais amo — arregalo os olhos e ainda me engasgo com o vinho que está na minha boca
— Eu. Te. Amo — ele diz de forma pausada sem tirar seus olhos de mim — Fica comigo.
Penso, penso e penso. Não sei o que dizer.
Adrian Collins está se declarando para mim, e eu não sei o que dizer.
Eu já sabia dos meus sentimentos por ele, mas nunca imaginei que poderia ser recíproco.
— Eu também te amo Adrian — é o único que consigo dizer.
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