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Capítulo 25

É manhã de segunda-feira. Quando me levanto, a primeira coisa que faço é percorrer meus olhos em busca do Adrian.

Sim, estou em sua cama.

O som da água caindo no banheiro o denuncia. Olho para o relógio, são cinco para as seis.

Saio da cama, mesmo contra a minha vontade. Preciso trabalhar. Adrian sai do banheiro e é minha vez. Tomo uma chuveirada rápida, visto uma saia justa preta que vai até a altura do joelho e uma blusa de mangas vermelha, que levei comigo para caso Adrian não me deixasse voltar para casa ontem.

E foi o que aconteceu.

Depois de arrumada desço para a sala onde incrivelmente sou recebida por um delicioso cheiro de café. Tento dizer que estamos atrasados, mas com uma bela cara de pau, Collins responde "Eu sou o chefe, querida". Não posso protestar, então me junto a ele e tomamos o pequeno-almoço preparado por ele, e só depois nos dirigimos à empresa.

É estranho chegar do seu lado, todos olham, alguns com malícia e diversão e outros (a maioria) com raiva e inveja.

Muitas queriam estar no meu lugar, do lado de Adrian Collins e dormindo na sua cama. E com certeza, em suas cabeças, não conseguem entender como logo eu, o patinho feio, perto delas, estou aqui.

Na verdade, nem eu entendo.

Quando chegamos ao último andar Collins deposita um breve selinho nos meus lábios desejando bom trabalho e segue para a sua sala.

Não espero e começo com o trabalho! Quem vê deve pensar que ele diminuiu meu trabalho por estar dormindo na sua cama, mas muito pelo contrário, às vezes parece que o trabalho só aumenta, devia até receber um aumento.

Minha manhã se resume a isso. Trabalho, trabalho e mais trabalho.

E a dele também, mal consegue respirar no tempo entre as reuniões via Skype. Quando é meio-dia Collins me convida para almoçar. Quando saímos do elevador nos cruzamos com Sebastian.

— Boa tarde Sebastian — digo sorrindo para ele que retribui com um grande sorriso ao ver seu irmão do meu lado.

— Boa tarde Julie e Adrian, fico feliz em ver que estão se dando bem — diz sorrindo e Adrian revira os olhos enquanto o irmão se diverte com a situação.

— Quer almoçar com a gente? — pergunto mesmo sabendo que "o convidado não convida". Mas já que sei que Collins não o fará, sou educada.

— Claro que ele não quer, eu quero almoçar com você e não com o meu irmão — Collins diz sério me fazendo o encarar em negação, porém, seu irmão continua divertido com a situação.

— Não se preocupe Julie, obrigado! Vou almoçar com a Paige.

Assinto. Mesmo sabendo que colegas podem sair sem segundas intenções, na minha cabeça eu penso: "hum garanhão, carinha de santo, mas não brinca em serviço".

Nos despedimos e seguimos por caminhos opostos. Me surpreendo ao sentir o braço do Collins sobre minha cintura por trás. Seu gesto é claramente uma forma de "Marcar território".
Possessivo.

Vamos para o mesmo restaurante da última vez, e o almoço é agradável.

•••

Voltamos para empresa mais tarde do que o previsto. Quando passamos pela recepção uma agitação fora do normal chama a nossa atenção, Adrian caminha até lá, o sigo.

— O que está acontecendo aqui? — pergunta com o tom autoritário e nesse momento uma mulher que está de costas, e é a causadora do tumulto, se vira, revelando se tratar de Celine Torres. Reviro os olhos.

— Adrian eu preciso falar com você — diz indo para perto dele — É sério o que seu pai me falou? Você não quer se casar comigo por causa dessa coisinha? — me olha com desdém, mas permaneço em silêncio.

— Para com isso Celine, como você pensa em casamento se eu nunca sequer namorei com você, eu nunca demonstrei interesse e se já estive na sua cama não deve ter passado de uma vez e foi só para matar a curiosidade — nesse momento todos, inclinado euzinha, Julie Clark, arregalam os olhos acompanhados por um grande "O" em suas bocas não acreditando que aquelas palavras saíram da boca de Adrian Collins e se dirigiam a Celine Torres.

— O quê? Você está louco? Você precisa do meu pai.

— Claro que não, eu não preciso do seu pai, quem precisa dele é Richard Collins, e não eu.

— Adrian eu te amo — diz tentando abraçá-lo, mas ele segura seus braços a afastando.

— Para com isso Celine — diz impaciente. Os olhos da mulher cruzam-se com os meus.

— É sério que você tem um caso com isso? — a paciência que ainda me restava me abandona.

— Você está passando vergonha querida, porque como está vendo "ISSO" é que está do lado dele agora, e você, querida Celine, não passa de uma louca frustrada implorando por amor de alguém que nem sequer liga para você — digo irritada pegando a todos de surpresa.

— E você acha que ele te ama? — engulo em seco, mas não vou dar a ela o gostinho de me colocar para baixo.

— Não, não se trata de amor, mas de quem estava almoçando com ele há alguns minutos, quem passou a noite inteira do seu lado, e essa, não é você — ela me olha com raiva e tenta me dar um tapa, mas quando sua mão ainda se encontra no ar, Collins segura-a a impedindo de continuar.

— Nem ouse tocar nela — diz ameaçador com o olhar frio.

— Você me paga Adrian, vocês dois me pagam — diz a mulher entre dentes e solta seu braço do aperto de Adrian se afastando logo em seguida.

Collins olha em volta e todos que observavam a cena voltam as suas tarefas.

Me surpreendendo, Collins entrelaça nossas mãos. E seguimos para o elevador de mãos dadas, com TODO mundo olhando.

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