Abro lentamente meus olhos tentando me acostumar com a claridade. Olho em volta e estou sozinha numa cama enorme, que após algum esforço reconheço ser o quarto do Collins, mas como eu vim parar aqui?

Fecho os olhos tentando me lembrar do que aconteceu e finalmente me vem à mente a noite anterior. Droga, que vergonha, eu vomitei na frente dele.

Suspiro e me levanto. Olho para mim e vejo que visto uma camisa branca, que mais parece um vestido, sorrio, deve ser dele. Estou me sentindo num filme, onde depois de uma noite de amor, que não foi o caso, a mocinha veste uma camisa caríssima do galã.

Procuro por algo e vejo na cabeceira um pequeno bilhete.

"Fique à vontade, volto logo! Nem pense em ir embora. Collins"

Que seco.

Reviro os olhos. Não podia escrever algo mais bonitinho, como:
"Bom dia querida Julie, tive que sair, mas logo volto, fique à vontade.

Beijos! Collins".

Levanto e vejo uma porta entreaberta e é o banheiro, caminho até lá e escovo os dentes usando uma escova nova que estava numa das prateleiras.

Volto para o quarto e caminho em passos lentos para o exterior analisando cada detalhe.

Enquanto desço as escadas ouço um barulho na sala e deduzo que seja Adrian.

— Collins, é você? — pergunto descendo mais rápido mas paro quando vejo uma mulher que também fica me olhando.

— Meu Deus, me perdoe, não sabia que o Adrian estava acompanhado — sorrio envergonhada enquanto tento puxar a camisa para baixo com a intenção de cobrir minhas pernas.

— Não há problemas, senhora? — pergunto me aproximando dela.

— Collins, mas pode me tratar por Lilian — Merda, é a mãe dele, ela parece ler meus pensamentos e ri.

— Eu sinto muito, o Adrian saiu, mas acho que logo ele está de volta. E isso, não é o que a senhora está pensando, eu..., digo, eu e ele não temos nada, eu só passei mal ontem e ele me ajudou, mas não temos nada, eu... — me perco em minhas próprias palavras e ela ri.

— Não precisa se explicar, Adrian é um homem adulto, e você também é uma mulher adulta, acho. Como se chama mesmo? — pergunta.

— Julie, Julie Clark — ela abre um sorriso na hora.

— A famosa Julie, a secretária — arregalo os olhos. Será que Collins falou sobre mim para ela? Sorrio como uma boba com a possibilidade.

— O Adrian falou de mim?

— Na verdade o Sebastian que falou — sorrio decepcionada e quando vou dizer algo a porta é aberta e Collins aparece completamente suado, vestindo uma roupa de treino.

— Mãe, o que faz aqui? — Collins pergunta parecendo surpreso.

— A última vez que nos vimos você ... — a mulher é interrompida.

— Não quero falar sobre isso na frente da Julie!

— Não se preocupe, estou indo embora — digo e me viro para sair, mas ele corre até mim e segura meu braço, mais uma vez! — Você fica — diz autoritário — Mãe, nos falamos depois, preciso resolver umas coisas com a Julie — ela sorri e assente.

— Está me mandando embora da sua casa, mas vou considerar por ser por uma boa causa — minhas bochechas coram na hora, e Collins sorri malicioso.

— Até mais Julie.

— Até mais Sra. Collins, digo, Lilian — ela sorri e Collins acompanha-a para a porta onde se despedem.

Quando ele volta ficamos nos encarando sem dizer nada, suspiro e pergunto se posso preparar algo para comer, ele concorda e diz que enquanto isso estará tomando banho.

Concordo e vou para a bonita e luxuosa cozinha.

•••

— Calma Anne, eu estou na casa do Collins, mas já estou me arrumando para ir embora — explico a ela que gritava querendo saber "onde diabos eu estou".

— Ah, se está com o Adrian não precisa ter pressa — diz com malícia me fazendo rir.

— Cala boca, preciso desligar — trocamos mais algumas palavras antes de terminar a ligação. Guardo o celular sobre a cama e vejo a roupa que estava usando ontem, suspiro.

— Você pode colocar para lavar — ouço a voz de Collins e o vejo entrando no quarto.

— Se você tivesse feito isso ontem, ela estaria pronta agora — murmuro.

— Se você tivesse me deixado!

— Como assim?

— Não se lembra? — seu tom é provocador e já sinto vergonha do que vem por aí.

— Fala logo Adrian.

— Não vou falar — diz sorrindo e reviro os olhos irritada — Você pode ficar nua, por mim não há problema!

— Eu preciso ir embora, quer que eu saia pela rua nua? — Na verdade eu te quero nua na minha cama — abraça minha cintura.

— E se eu disser que não quero? — pergunto provocadora.

— Você estaria mentindo — convencido.

Collins me puxa para um beijo desejoso e veloz, que saudades disso! Suas mãos vão para minhas coxas e me levantam fazendo com que eu as cruze nas suas costas. — Fica comigo Julie — ele diz entre o beijo com a voz incrivelmente rouca.

Não digo nada, e entendendo minha resposta como afirmativa, Collins joga-me sobre a cama e sem direito a preliminares, sinto-me completa como só ele consegue me fazer sentir. Sua voz rouca liberta os melhores gemidos que eu já ouvi!

Ficamos assim por muito tempo até o cansaço nos vencer.

O resto do dia é feito sobre a cama macia e quente do Collins. Eu me sinto como uma devassa em suas mãos.

Collins consegue despertar em mim sentimentos novos e desconhecidos, além de muito desejo e excitação.

Esse homem ainda vai acabar comigo.