Capítulo 18
No dia seguinte, quando chego na empresa, todos parecem felizes e satisfeitos com a cerimônia que foi um sucesso, literalmente! Mas para mim não passou de mais um dia frustrante.
Já no andar onde trabalho vejo Collins próximo a minha mesa, penso estar atrasada mas vejo no meu relógio que não. Ele me olha sem piscar, mas me faço de sonsa e ignoro sua presença! Preciso colocar um ponto final nisso de uma vez por todas.
Suspiro me lembrando dos relatórios que levei para o evento ontem, mas que depois dos acontecimentos inoportunos esqueci-me, ou talvez não, de entregá-los ao meu chefe.
Levanto sem ânimo e ando lentamente até a porta que nos separa. Bato na mesma ouvindo logo em seguida o tão querido "entre" que depois de algum tempo trabalhando aqui não é o mesmo frio e arrogante de antes, só nos dias em que ele acorda com o pé esquerdo. — Bom dia Sr. Collins, os relatórios da semana passada — digo sem olhar em seus olhos.
— Sério que você está assim por causa da Celine? Eu não suporto aquela mulher — deixo os papéis em sua mesa ignorando suas palavras.
— E o Sr. Smith desmarcou a reunião de hoje à tarde, ficou por anunciar a nova data — digo séria e ele assente mordendo um dos lábios — Com licença senhor Collins digo enfatizando o senhor, e sem esperar por uma resposta me retiro.
Volto para o meu posto onde faço o meu trabalho durante o resto da manhã, até quando chega finalmente o meio dia, a famosa hora do almoço. Arrumo minhas coisas e pego minha bolsa decidida a ir para algum restaurante, de preferência não o da frente, para não correr o risco de cruzar com meu chefe.
— Quer almoçar comigo? — ouço a voz que diferente da maioria das vezes está calma.
— Não, obrigada — me afasto, mas ele segura meu braço, que mau hábito!
— Não é um pedido — sua voz sai autoritária mas reviro os olhos o desafiando — Pense no seu emprego — abro a boca e fecho sem dizer nada, indignada com a tamanha cara de pau desse homem, abusando do poder.
— E voltamos à arrogância — digo baixo com um tom provocador e vejo seus olhos tentarem me amedrontar, mas essa estratégia não funciona comigo, não mais.
Lado a lado saímos da empresa com TODOS olhos sobre nós. Os comentários já começam a surgir, mas ninguém se atreve a falar nada, nem para mim e muito menos para ele, o todo poderoso Sr. Collins, e eu só agradeço por isso, já me basta ter que lidar com um ser bipolar, arrogante e convencido durante o dia todo, ter que aturar gente fofoqueira e desocupada seria demais para mim.
— O restaurante é logo ali, porque ir de carro? pergunto quando ele me conduz para o estacionamento.
— E quem disse que eu quero te levar para aquele restaurante? — o encaro surpresa, ele abre a porta do carro para que eu entre e assim acontece! Logo depois ele se encontra do meu lado.
— Isso é um encontro Sr. Collins? — brinco, mas ele me olha sério.
— E se eu disser que sim? — vira sua atenção para frente enquanto coloca o veículo em movimento. E na minha cabeça eu só consigo pensar: Ele está de brincadeira comigo, ou isso é mesmo um encontro? Merda.
•••
Entramos no restaurante e uma mulher elegante nos conduz a uma mesa. É estranho ver as pessoas me tratando de um jeito diferente, e eu sei que tal se deve ao facto de ter Adrian Collins do meu lado! E não consigo não pensar em como seria se eu tivesse um relacionamento com ele, se nos casássemos, se eu fosse uma Collins, como seria minha vida?
— Pensando em mim? — sua voz convencida me faz revirar os olhos.
— Convencido!
— E arrogante e bipolar, sim, sim, eu sei — sorri me tirando do sério. Decido ignorá-lo e olhar para o menu em minhas mãos.
— Não precisa olhar, eu vou escolher por você — o olho indignada e ele ri da minha cara — Não é uma ordem, eu posso? — suspiro e assinto.
Logo depois ele faz os pedidos e enquanto esperamos bebemos um vinho que mais parece água, coisa de ricos! — Então, você nunca falou sobre a sua família — me surpreendo. Eh, isso é mesmo um encontro.
— Você nunca perguntou.
— Colabora Julie.
— Meu pai morreu quando eu era muito nova, não tenho irmãos, sou de uma família simples — dou de ombros não sabendo o que falar.
— Hm.... filha de mãe solteira, dizem que isso torna uma mulher naturalmente independente.
— Na verdade eu não sou filha de mãe solteira. Minha mãe tem marido — digo rindo enquanto ele franze o cenho — Meu pai morreu, mas logo depois ela se casou, Logan é como um pai para mim — ele assente.
— E sua mãe? Como ela se chama?
— Eloise — respondo e no mesmo momento o garçom chega com nossos pedidos, já não estava aguentando.
— Espero que goste — diz Collins quando o rapaz se afasta. Ele me olha com muita expectativa, como se fosse ele quem preparou o prato. Sorrio e dou a primeira garfada.
Penso em vários palavrões, mas nenhum conseguiria explicar, depois penso em elogiar, mas me faltam palavras para descrever a sensação, simplesmente o melhor sabor que já experimentei. — Isso é maravilhoso Collins — digo e vejo um grande sorriso em seu rosto.
— Eu sabia que você iria gostar — diz convencido Adoro quando você me chama assim, só você, é tão sexy e dá uma vontade enorme de... — não o deixo terminar.
— Comporte-se — digo já imaginando o rumo de suas palavras — Sabe que eu não sei o nome da sua mãe, o grande Richard Collins eu já ouvi falar, mas sua mãe não comento e vejo seu rosto mudar. A expressão descontraída é substituída pela mesma expressão do primeiro dia em que o vi, sério e frio.
— Minha mãe se chama Lilian, Lilian Collins — sorrio, um belo nome.
— Um belo nome — digo ainda com um sorriso no rosto — Vocês... — sou interrompida.
— Não quero falar sobre a minha família — ele diz num tom frio e assinto olhando para o prato, apenas para não olhar para ele.
— Desculpa — minha voz sai como um sussurro.
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