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Capítulo 12

Já está tarde. Anne e Sebastian sumiram, provavelmente estão agora despidos numa cama! Noah se oferece para me levar para casa, seria difícil conseguir transporte tão tarde então concordo, mas antes preciso ir para o banheiro.

Uma última vez olho para mesa do Collins e ele não está lá, suspiro e caminho em direcção ao banheiro que para minha sorte está limpo e praticamente vazio, uso-o e quando caminho de volta para onde Noah me espera sinto uma mão forte segurar meu braço e me viro assustada, mas automaticamente me acalmo ao ver Collins que me encara friamente com seus olhos escuros. Suspiro tentando livrar meu braço do seu aperto, mas é impossível.

— O que você quer? Pode por favor soltar o meu braço? — minha pergunta é totalmente ignorada. Arrogante!

— Quem é aquele cara com você? — seu tom é frio e arrogante. Idiota. A pessoa me ignora a semana inteira e agora se vê no direito de me interrogar sobre minha vida pessoal, deve ser um louco mesmo. — Não te interessa, solta o meu braço por favor — peço impaciente.

— Tem certeza que não me interessa? — pergunta próximo ao meu ouvido e deposita um beijo no meu pescoço fazendo meu corpo se arrepiar.

— Me solta Collins — droga, droga, droga, minha voz vacila e o vejo sorrir convencido.

— O que você quer? — pergunto quando ele finalmente se afasta.

— O que eu quero? Eu quero que você se afaste daquele babaca e de qualquer outro homem — arregalo os olhos, ele é louco, só pode, como assim? Isso só pode ser brincadeira.

— Você é maluco? É isso? Ou sofre de amnésia, como tem a cara de pau de vir aqui pedir que eu me afaste de qualquer homem depois de praticamente agir como se eu não existisse durante uma semana, isso é alguma brincadeira? — reclamo exteriorizando tudo que ficou preso nos meus pensamentos durante todo o tempo que passou e eu não podia falar ou fazer nada.

— Eu não agi como se você não existisse!

— Fez o quê? Simplesmente parou de olhar na minha cara depois que conseguiu o que queria né? É isso que você queria? Me levar para a sua cama? Pois bem, você já conseguiu, então já pode me deixar em paz — decidida, tento ir embora deixando-o sozinho, mas ao passar por ele sinto sua mão grande e forte segurar meu braço e puxar meu corpo fazendo-o colidir com o seu.

— Você praticamente fugiu de mim, o que você esperava? Eu acordei e você não estava mais lá — reviro os olhos, e por isso teve a brilhante ideia de me ignorar.

— Eu tive medo Adrian, tive medo do que aconteceria depois, eu acordei e num acto de desespero saí correndo, não fiz isso por uma semana — me defendo, a essa altura já estamos ambos com as vozes alteradas, mas o som alto da música que toca, não permite que a atenção se vire para nós.

— E eu? Não passa pela sua cabeça que também tenha tido medo do que aconteceria depois? — ele só pode estar de brincadeira mesmo.

— Não, não me passou, você com medo? Você não é o todo poderoso? Adrian Collins?

Ele suspira e se afasta. Parece pensar e olho para seu rosto que parece triste. Será que ele está falando sério mesmo?

— Olha Julie, estou passando por algumas coisas, me perdoe por meu comportamento, não queria te magoar e não quero que pense que eu queria apenas levá-la para cama suspira.

— Você está bem? — pergunto preocupada ao notar que talvez o Collins arrogante e frio seja apenas uma máscara para um homem que de alguma forma vive com algo que o entristece.

— Estou sim, vamos eu te levo para casa — anuncia.

— Não, Noah vai me levar — só agora me lembro dele.

— Isso não é um pedido Clark — diz rígido, pronto, Adrian "Todo-poderoso" Collins está de volta. Reviro os olhos e ele segura minha mão me conduzindo até a saída.

•••

Collins põe o carro em movimento enquanto eu o observo em silêncio. Ele está novamente como o Collins que eu conheço, convencido, seguro de si e arrogante. Extremamente arrogante. Praticamente me pegou no colo para me tirar do bar, sem nem poder falar com o Noah.

— No que está pensando? — em você, quero responder, mas não o faço. — No quanto você é autoritário, arrogante, convencido, seguro de si, frio... — paro para buscar mais palavras Acho que é isso — concluo quando não encontro nenhuma.

— Obrigado — diz convencido me fazendo revirar os olhos.

— Eu não estava te elogiando — murmuro cruzando os braços e ele ri. O som da sua risada divertida me faz acompanhá-lo e quando paramos nos olhamos por poucos segundos que parecem horas.

— Você fica bem rindo, devia rir mais vezes — comento e ele me olha convencido fazendo com que eu me arrependa por elogiá-lo. — Não acho que exista no mundo alguém tão convencido quanto você — reclamo.

— Claro, porque não existe nenhum outro Adrian Collins, se existisse com certeza seria convencido e tudo isso que você disse — diz divertido me fazendo desistir e rir.

O clima de risadas e conversa descontraída continua durante toda a viagem até ao meu apartamento e eu me pego pensando em como gostaria que fosse sempre assim, mas sei da sua bipolaridade e não posso contar com isso.

Depois de algum tempo Collins finalmente estaciona seu carro em frente ao prédio. Agradeço com um sorriso e quando pretendo descer ele chama meu nome, me viro e sou puxada para um beijo, calmo e apaixonante, e que termina com alguns selinhos.

— Boa noite Julie! — Boa noite Adrian.

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