Capítulo 03
— Boa tarde Paige — digo e recebo um lindo e simpático sorriso em resposta. Estou voltando da minha hora de almoço, decidi comer algo fora do refeitório da empresa e acabou sendo uma óptima ideia.
— Au — murmuro ao esbarrar num corpo masculino.
Quando levanto os olhos noto um homem alto e bonito, seus cabelos negros e alguns traços no seu rosto parecem familiares.
— Desculpa — o homem diz com sua voz suave, sorrio em resposta, quando pretendo me afastar ele é mais rápido se pronunciando.
— É nova aqui? — pergunta e eu sorrio assentindo — Posso ter o prazer de saber seu nome?
— Julie, Julie Clark!
— Eu sou Sebastian, Sebastian Collins — na hora consigo ver que ele tem alguma semelhança com meu chefe, porém, mesmo sendo um homem bonito, não se compara ao Collins! Eles devem ser irmãos, ou primos, porque a semelhança é nítida, porém, as diferenças também, o humor é a primeira delas.
— Você ...? — não preciso terminar a pergunta.
— Sim, sou um Collins, filho do fundador desta empresa e irmão do CEO — seu tom é simpático.
— Hum — murmuro admirada.
— Você? Trabalha em que área?
— Sou secretária do Sr. Collins — ele abre um enorme sorriso.
— Meus pêsames, não deve ser nada fácil lidar com o humor do meu irmão todos os dias — diz num tom
engraçado e rimos, até o som de alguém limpando a garganta ecoar pelo local me fazendo ficar séria no mesmo instante, sei que é ele, Adrian Collins!
— Falando de mim? Maninho? — com sarcasmo meu chefe se pronuncia e eu engulo em seco, ele ouviu!
— Só estava conversando com a Julie, ela disse que é sua secretária — Sebastian continua com seu tom calmo que demonstra que a presença do seu irmão não o intimida, eu, pelo contrário, estou imóvel, com medo que isso tudo acabe sobrando para mim.
— Mas agora, a Senhorita Clark precisa voltar ao trabalho, não é? — ele me olha nos olhos enquanto diz tais palavras. Seu tom é autoritário, apenas assinto.
— Com licença — não espero por uma resposta e saio andando, algumas pessoas, disfarçadamente, prestam atenção no que acontece, reviro os olhos, bando de fofoqueiros.
Volto para o meu lugar, mas não estou com trabalho por fazer então fico trocando mensagens com Anne. Conto sobre Sebastian e ela responde "só você mesmo para não conhecer a família Collins"!
Reviro os olhos guardando o celular na minha bolsa, fico por alguns minutos fitando a porta da sala do Collins e sinto a curiosidade tomar conta de mim, como será estar lá sem ter seus controladores olhos sobre mim?!
Suspiro tentando espantar esse pensamento, mas é mais forte que eu, e quando dou por mim, estou adentrando a enorme sala, decorada com tons claros e mobília luxuosa, alguns quadros que com certeza custaram milhões, mas uma pequena foto emoldurada na mesa chama a minha atenção, ela está virada, e nunca antes tinha a notado ali, talvez porque sempre que entro neste lugar tenho olhos atentos observando e analisando cada passo meu e uma forte voz me dizendo o que devo ou não fazer.
Caminho em passos rápidos até a mesa ficando do lado onde ele sempre me observa, olho para a enorme e magistral cadeira e me encosto nela para pegar a moldura, me surpreendo com a foto de uma linda mulher, cabelos loiros, olhos azuis e traços marcantes, com certeza deve ser uma actriz ou modelo, mas a foto parece antiga, hoje em dia, se estiver viva, essa mulher deve estar com mais de cinquenta anos.
— Atrapalho? — a voz rouca do meu chefe ecoa pela sala e num gesto desesperado olho para ele e logo em seguida sinto a moldura escapar das minhas mãos, merda! Olho para baixo e suspiro aliviada ao notar que ela caiu sobre a cadeira do meu chefe, o que a impediu de se quebrar. Com pressa, coloco-a novamente no seu lugar e me aproximo do meu chefe.
— Me desculpa, eu ... — ele me interrompe, algo que não é nenhuma surpresa, mas hoje eu agradeço a Deus por ele fazê-lo, pois não sei o que dizer.
— Não quero suas desculpas, o que estava fazendo mexendo nas minhas coisas? — seu tom é duro, mas não amedrontador o que de certa forma me deixa mais tranquila.
— Eu ... eu fiquei curiosa — as palavras saltam da minha boca, e Collins me olha sem esboçar qualquer sentimento.
— Curiosa? — assinto olhando em seus olhos que igualmente fitam os meus.
— Sim, digo, eu não fazia ideia de que o senhor tivesse um irmão, e que ele trabalha justamente aqui, e isso me causou curiosidade sobre o senhor — ele me encara como se tentasse decifrar algo no meu olhar.
— Como uma boa secretária devia saber do meu irmão e de várias outras coisas que praticamente todos sabem — ele diz num tom calmo, pela primeira vez ele não tenta me intimidar, seu tom não é frio, arrogante ou duro, ele fala como uma pessoa normal.
— O que todos sabem Sr. Collins? A verdade ou aquilo que o senhor cria para mostrar para a imprensa? — ele me olha admirado mas logo volta a sua expressão rígida de sempre.
— E isso te interessa Clark? Você devia fazer seu trabalho e não tentar me desvendar, pode acabar apaixonada — ele me provoca e eu reviro os olhos.
— O senhor tem razão — um pequeno sorriso se forma em seus lábios — Eu devia fazer meu trabalho — ele sorri, como se admirasse minhas palavras. Suspiro tentando sair, mas ele segura meu braço. Pela primeira vez sinto seu toque, automaticamente meu corpo se arrepia por inteiro, ele me vira de forma inesperada. Com a pressão meu corpo entra em choque com o seu. Minha respiração está ofegante e posso sentir a sua igualmente ofegante bem próximo ao meu ouvido, o que ele está fazendo?!
Collins curva seu pescoço encostando seus lábios no meu ouvido e com a voz extremamente sedutora sussurra:
— Cuidado Clark, está indo por um caminho perigoso, pode não conseguir sair depois — não consigo entender suas palavras, não estou com a consciência apta para tal neste momento. Sinto meu corpo se arrepiar, ele continua no mesmo lugar, o único que se ouve é a sua respiração tão acelerada quanto a minha.
— Eu.... Eu preciso trabalhar — droga, minha voz sai totalmente fraca e vulnerável, além de gaguejar e não conseguir mexer um dedo sequer.
— Nada te impede — ele faz uma pausa — Julie — com a voz calma e sedutora Collins pronuncia meu nome próximo ao meu ouvido, fecho os olhos para aproveitar ainda mais a sensação, não é comum ouvir meu nome saindo da sua boca.
Sem querer acabo soltando um leve e curto gemido.
Como esse homem pode ter tal poder?! Eu estou enlouquecendo e o facto de saber que talvez eu nunca possa tê-lo para mim é frustrante.
Respiro fundo me recompondo, não posso continuar assim.
— Por favor, preciso trabalhar — me solto dos seus enormes braços e o vejo sorrir descaradamente.
— Bom trabalho Clark — ele diz sorrindo maliciosamente e eu nego com a cabeça, homem bipolar!
Saio correndo. Entro no banheiro e lavo meu rosto, que calor! Me encaro no grande espelho na minha frente e só consigo pensar no que aconteceu há escassos minutos, esse homem foi capaz de me levar à loucura sem sequer me tocar direito!
Jesus Cristo, que homem é esse?
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