Capítulo 1 Javier
Javier de Los Molinos.
O nome do advogado espanhol gravado em um cartão dourado, me fez suspirar. Minha mente ia de encontro aos redondos olhos azuis levemente esverdeados, poderia descrever de olhos fechados como era aquele homem, o rosto levemente quadrado, o nariz longo, a pele clara, com um leve sinal de barba e a boca, meu Deus, eu morria pensando naquela boca, mesmo quando ele estava zangado, eu imaginava ele descontando a fúria dele em meu corpo, nem ligaria de ser amarrada, ou ter o corpo machucado desde que ele me fizesse gozar em meio a uma trepação daquelas.
O mal é que era uma mulher em processo de separação e ele era o advogado do meu futuro ex.
O espanhol pelo que soube mora na cidade a cerca de sete anos, veio morar no Brasil por causa da crise e os negócios prosperaram.
Devo dizer que quando Fernando me pediu o divórcio depois de eu pegar ele no flagra com a secretaria, eu achei que homem nenhum me atrairia, preferia um bom Chardonay com as amigas e um vibrador do que um homem que nem sempre me fazia gozar e ainda me traia.
Os três meses que levaram até a nossa separação se tornar algo sólido e ir parar na justiça não tinha ninguém, meus raros momentos de prazer eram acompanhados de uma taça de vinho e manolinho - Sim em homenagem a Manolo Ferrara - melhor ter prazer solitário do que nenhum prazer.
No começo eu não imaginava ninguém, apenas sentia a vibração e meu corpo contraia-se ao estímulo, eu gozava, tomava um banho e estava pronta para outra.
Com o tempo imaginava Manolo no meio das minhas pernas e conseguia alcançar orgasmos múltiplos, mas depois de ver o advogado do traidor, minha nossa eu só pensava em Javier.
Enquanto ele lia os termos de separação eu pensava em conjunção, conjunção carnal. Meu corpo todo arrepiava-se quando vez por outra sentia o perfume daquele homem.
Minha carne tremia de pensar nele atravessando a sala e me mandando abrir as pernas, imaginava aquele sotaque espanhol sussurrado em meu ouvido e sentia o corpo pegar fogo.
- Hoje você tem uma audiência com o advogado do Fernando, eu não poderei ir com você, não assine nada - olhei para Jessica, os olhos amendoados exalavam assim como todo o seu corpo competência, Jess terminara a faculdade de direito e passara na OAB, eu larguei no segundo semestre e casei-me com o traidor, se eu o matasse não teria nem direito a cela especial.
- Eu vou ficar sozinha na mesma sala que ele? - fiquei molhada só de pensar, enquanto Jess falava, eu imaginava um vestido sexy e uma calcinha que fizesse ele me olhar de outro jeito.
Se eu dispensasse minha amiga dava tempo de treinar a cruzada de pernas de Sharon Stone em instinto selvagem, acho que ele entenderia a mensagem e quando ele se chegasse a mim eu pegaria...
- Não pegue na caneta dele, entendeu?
- Até parece - Só então percebi que trouxera meus pensamentos para fora.
- Até parece? Nani? Viviane?
- Oi - tentei me manter focada.
- Não pegue na caneta desse espanhol, você entendeu?
Eu sei que ela falava de caneta, mas eu estava pensando com a parte errada do meu corpo e eu sabia que se ele quisesse me dar uma canetada eu deixaria sem nem titubear.
- Eu não vou pegar, prometo.
- Esse espanhol safado sabe que o caso está pra nós, você viu como ele abusa da língua dele? Como se eu não soubesse que ele fala português fluentemente, fica forçando espanhol para que você fique confusa.
- É ele me deixa bem confusa.
- Quer que eu peça para uma das meninas irem com você? Esse maldito sabe que eu tenha fórum hoje...
- Não, eu não vou assinar nada, agora my Jess eu preciso ir... - a chamava assim desde a faculdade, nos tornamos melhores amigas imediatamente. E o pronome de possessão ficou em inglês por conta do curso dela que me parecia eterno.
- Me liga assim que sair de lá.
Sei que era loucura, mas fui diretamente em uma loja, queria um vestido extremamente indecente, queria que o advogado tivesse pensamentos libdnosos comigo, que se não quisesse me levar para a cama, que me levasse para a sua mesa, não tinha problema.
Comprei um vestido preto, curto e largo, fiquei com ele porque a vendedora falou que valorizou minha bunda, sem que vendedoras mentem, mas sei que homens adoram uma bunda valorizada.
Peguei o metrô na Sé eram poucas estações até o Tatuapé e logo estaria em casa, com a separação saí da nossa mansão no Morumbi e fui para um apartamento emprestado por Jess que ficava na zona leste, sem eira nem beira, Fernando me acusou de abandono de lar, e se eu não tivesse printado as conversas dele com Sueli, a loira comprida que andava com ele, e mandado para Jess, eu não teria nada.
Como eu tinha provas do adultério e fora por causa dele a minha motivação em sair de casa.
Minha amiga me garantiu que eu teria direito a algum imóvel e uma pensão, afinal Fernando havia sido um fator para que eu não tivesse uma profissão, e desde que o conhecera nunca havia olhado para outro homem. Javier era o primeiro.
Meu ex fazia a linha sofredor, havia mandado um caminhão de rosas vermelhas para o meu micro apartamento, fazia de tudo para dificultar a minha vida pós divórcio, o advogado dele prometia me deixar sem nada, e ao mesmo tempo, ele prometia que me daria tudo se eu o perdoasse e voltasse para ele.
Quem não conhecia o que ele escondia por trás da cara de bom moço até podia cair naquela, Fernando era um magnata nato, casara comigo depois de me conhecer em uma excursão que minha turma fazia em uma empresa do conglomerado empresarial que sua família era dona.
Meu marido me apresentou os dois lados do amor, para me conquistar foi um verdadeiro príncipe, pediu-me em casamento durante um voo de balão.
Não sossegou até que eu fosse para a cama com ele, e eu só fui depois de casada.
Só que Fernando não me amava, amava a conquista, uma vez que me teve para si, eu perdi a graça, então ele dava longos sumiços, aquilo me corroia e no nosso aniversário de sete anos de casamento depois dele me deixar plantada na frente de vinte convidados, decidi segui-lo não foi muito difícil para saber a verdade.
Ele transava com Sueli a sua secretaria pernuda.
Pedi o divórcio assim que ele chegou em casa, sofri muito, mudei de casa.
E com o tempo descobri coisas boas em estar solteira.
E com Javier descobri que havia um lado bom até no divórcio em si.
Estava determinada a ter ele pelo menos uma vez antes de perder contato.
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