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Capítulo 8

Eu estava sentada num canto qualquer quando escutei alguém bater na porta.
— Sally? — Perguntou do outro lado.
Um pouco mais calma porém ainda amedrontada eu respondi.
— Sim? — Alguns segundos em silêncio e ele então falou.
— Se prometer se comportar eu tiro você dessa sala. — Permaneci em silêncio. — Você não é a primeira a estar ai…
Meu coração gelou, quantas garotas sofreram a mesma tortura?
— Eu realmente espero que você se comporte. Pois se você voltar para esta sala... Não sairá viva dele...
Não pude conter as lágrimas que novamente voltavam a encharcar meu rosto, minhas pernas tremiam tanto que não consegui me mover.
O que havia naquele espaço que eu não conseguia ver? 
Alguns segundos se passaram e as luzes se acenderam, meus olhos doeram um pouco para se acostumar. Eu realmente preferiria não ter visto oque havia ali. Havia algumas ferramentas nos balcões e outras presas nas paredes, porém oque mais me assustou foi ver que havia uma pilha de fotos em cima da mesa. Fotos de algumas garotas e a maioria com uma aparência parecida com a minha. Todas foram torturadas e provavelmente estão mortas.
Eu estava tão atordoada que me senti fraca, minha visão ficou turva e meu corpo desabou.

...

Senti minha cabeça doer, acordei amarrada a uma mesa de metal e ainda me encontrava no porão.
— Acordou? — Adam caminhou até mim. — Eu acho que talvez o castigo que eu tenha te dado não tenha sido o suficiente.
— Por favor, não. — Me debati. — Me perdoe, eu não farei mais isso.
— Oh, claro que não. — Adam caminhou até o balcão com as ferramentas. — Eu vou me certificar de que você, ao menos por um tempo, não tenha a chance de fugir de mim.
Eu chorava e soluçava, eu pedi e implorei, mas nada o parou.
— Vai doer apenas um pouco e depois… — Ele acariciou minha perna e beijou minha coxa.
Na primeira pancada eu gritei sentindo uma dor insuportável. Ele queria quebrar meu pé?
— Para! — Me debati sentindo a dor me dilacerar. — Eu pro-prometo.
— O que? — E mais uma vez ele bateu com o martelo, me debati, porém as correntes só me machucavam.
— Nun-nunca mais. — Eu já estava no limite e não aguentaria mais. — Ficarei sempre com você.
Ele parou, seu olhar se fixou no meu e ele sorriu satisfeito.
— Ficará sempre comigo? — Assenti com horror.
Ele martelou meu outro pé. Eu gritei, gritei tanto pela dor que senti minha garganta doer.
Os minutos se arrastavam como horas e aquela tortura parecia não acabar.
— Minha Sally, isso vai passar e você vai se curar. — Adam tirou as correntes que me prendiam. — E até lá eu vou cuidar de você.
Houve uma pausa e somente se ouvia o som do meu choro.
— Sally — Ele se aproximou ficando bem perto do meu rosto. — Se você não se comportar, farei com que você não possa falar e assim você não vai gritar.
Eu supliquei para que tudo aquilo acabasse era doloroso demais para aguentar tamanha dor.
— Por que não me mata? — Seu olhar tornou-se sombrio e ele sussurrou em meu ouvido.
— Como eu poderia matar você? Eu te amo tanto.

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