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Capítulo 3

Acordei assustada com água sendo jogada em meu rosto, senti meu corpo tremer e respirei fundo sentindo dor. O meu sequestrador perguntou como eu estava. Eu não respondi e ele saiu do meu campo de visão. Eu escutei novamente os passos após algum tempo.
— Não vai me responder, querida? — Ele apareceu, seu olhar estava calmo e sereno.
Mesmo assim meu coração acelerou e eu me debati na esperança de que aquelas correntes me soltassem, mesmo que falhasse eu deveria tentar e por mais que parecesse impossível eu não podia desistir. Sua expressão se tornou séria e amedrontadora.
Ele se agachou perto de mim e me olhou nos olhos, seu olhar penetrante me deixou ansiosa e em minha mente eu já esperava pelo pior.
— Por favor… — Eu implorei. — Para.
Sua expressão suavizou e seu olhar desceu até meus cortes.
— Ainda doem? — Perguntou com um sorriso sádico.
Senti vontade de lhe cuspir o rosto, mas me mantive calma e apenas assenti, afinal sabia que qualquer coisa que lhe desagradasse me causaria dor.
— Por que faz isso? — Respirei fundo tentando falar com calma. — Por favor, me solte.
Ele me fitou por alguns segundos.
— Estou cuidado de você, você parecia solitária e desamparada naquela noite. — Ele sorriu. — Deveria me agradecer.
Senti sua mão fria acariciar minha bochecha e não pude evitar de me contrair com seu toque.
— Eu vou cuidar de você, prometo. — Ele se afastou de mim e olhou pro canto do quarto. — Esse é seu quarto.
Eu não tinha reparado no ambiente ao meu redor, estava tão assustada que não notei que era um quarto. Estava meio escuro, mas pude notar uma cama e ao lado um pequeno criado mudo, uma ampla janela que estava com as cortinas fechadas, um guarda roupa e nele uma grande espelho na porta.
— Está com sede? — Eu assenti, ele pegou um copo de água que estava no criado mudo.
Fiquei com receio de tomar a água, pois podia ter algo ali, mas não tinha escolha. Até porque eu já me encontrava à mercê deste maluco e o mínimo que poderia acontecer é a água estar envenenada. Ele me ajudou a beber a água e sorriu, parecendo estar satisfeito. Ele se retirou do quarto e algum tempo se passou. Eu fui me sentindo zonza, sabia que tinha algo na água.
— Ainda acordada? — Perguntou entrando.
— O que tinha na água? — Meu corpo estava cansado e minha mente parecia girar.
— Não se preocupe.
Ele abriu as algemas e meus braços caíram, senti como se houvessem pesos sobre eles. Tentei me mover mas em vão, fechei meus olhos tentando me manter acordada e focada. Senti ele me carregar e andar pra algum lugar. Estava quase perdendo a consciência quando senti a água quente me cobrir, abri os olhos e estava numa banheira. 
— Maldito! — Sussurrei com dificuldade.
— Acho melhor você… — Antes dele terminar de falar eu apaguei.

Adam...

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