Capítulo 16
Minha mente foi voltando aos poucos, senti meus pulsos amarrados à cadeira num espaço com pouca luz. O porão, eu só podia estar aqui.
Olhei melhor ao redor e percebi Adam apoiando em uma mesa, olhava fixamente para mim, mas permaneceu em silêncio, mesmo quando olhei seriamente em seus olhos. Ele não desviou o olhar e nem eu, diante da situação achei melhor aceitar e permanecer calada.
- Não vai dizer nada? - Adam perguntou se aproximando de mim. - Não me faça perder a paciência.
- O que eu deveria falar? - Respondi com desdém. - Oh por favor não me mate? Me poupe.
Adam deu um leve sorriso, aquilo me deixou preocupada. Ele não se irritou ou me bateu apenas respirou fundo.
- Você quem sabe. - Falou friamente. - Adam saiu e logo retornou com uma bacia que parecia ser um pouco pesada e uma mangueira, ele colocou a bacia na minha frente e abriu a mangueira enchendo a bacia.
- É o seguinte - Ele tirou o amarro que me prendia a cadeira, mas manteve minhas mãos juntas e amarradas. - Vou ser direto, diga algo que eu não goste e eu te afogo.
Minhas mãos suavam, senti o medo me apavorar mas me mantive calada.
- Perfeito! - Adam me empurrou no chão sem se importar, meu corpo caiu.
Senti meu joelho reclamar pela dor da queda e arfei. Mal pude me mexer e Adam me agarrou pelo cabelo e empurrou meu rosto na bacia. A sensação era sufocante, me debati na esperança de que me soltasse, mas ele me empurrava com mais força.
Quando senti que já não podia mais aguentar ele me puxou, respirei puxando o ar para meus pulmões o mais rápido que pude. Eles pareciam queimar me deixando mais agitada.
- Tem algo a dizer? - Me neguei a falar e mais uma vez ele me empurrou, eu lutava para não respirar mas o ato era involuntário, senti a água como fogo invadir minhas narinas me causando uma sensação de desespero. Novamente ele me puxou, eu tossi tentando me acalmar.
- M...me mata. - Eu já não queria mais passar por aquilo, eu não merecia. Me sentia quebrada e sabia que não ia aguentar mais.
- Você prefere morrer ? - Adam gritou rouco.
- Cala a boca! - Gritei em resposta. - Você é doente, um louco solitário.
Adam me levantou bruscamente do chão e me forçou a ficar em pé.
- Saiba de uma coisa Doce Sally, não somos tão diferentes e assim como você eu também estava a espera de algo que pelo visto não ia chegar.
- Mentira! - Gritei atordoada.
- Eu não mentiria. - Ele me agarrou apertando meu corpo contra o seu. - Na primeira noite que te trouxe aqui senti que você era diferente das outras.
- Me solte. - Tentei me afastar, mas Adam me apertou ainda mais.
- Me escuta - Sua voz saiu rouca. - Eu a perdi numa noite chuvosa igual aquela que te encontrei. Você só poderia estar ali pra mim, para ser somente minha. Não importa o quanto grite, implore ou chore, pode me odiar, me ferir e me amaldiçoar. Você vai pertencer somente a mim.
Enquanto dizia essas palavras Adam me apertava em seus braços me fazendo sentir medo e repulsa. Esse pesadelo nunca teria fim.
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