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Capitulo 14

Fazia algum tempo que Adam havia saido e eu estava sozinha, não havia nada que eu pudesse fazer. Ao mesmo tempo que me sentia sozinha eu me sentia paz, resolvi subir para meu quarto e ficar lá. A casa estava em silêncio, fechei meus olhos e me concentrei em minha respiração. Passaram alguns minutos e escutei bem baixo um toque, imaginei que poderia ser minha imaginação mas ele não parou.
Me levantei da cama num pulo e segui para o corredor. O som vinha de um dos quartos que Adam mantinha fechado. Encostei na porta e escutei melhor o som, parecia vir de um celular.
"Posso pedir ajuda." Pensei eufórica.  Eu só teria de arrombar a porta, mas eu não sei onde estou e agora? Mas a polícia poderia rastrear o celular, mas se ele chegasse? Aí já teria dado tempo? E se eu não conseguisse abrir a porta? 
Eu estava dividida entre o medo e a coragem. "É agora ou nunca". Me afastei da porta pegando impulso no pouco espaço do corredor e empurrei com o ombro, com o impacto a porta tremeu mas não foi o suficiente. Fiz mais uma tentativa e meu ombro começou a doer, mais uma e eu desisti de tentar com o ombro. A porta era resistente então precisava de algo mais forte. Desci até a sala e procurei por algo, mas no momento nada poderia ajudar, fui até a cozinha e a única coisa que poderia ajudar era a cadeira. Eu a peguei e subi correndo, a cada batida eu rezava pra que ela abrisse, mas a porta cedeu apenas um pouco mostrando o quão resistente aquela porcaria era. 
— Sally? — Meu coração gelou. — O que você...
Adam me encarava com um olhar surpreso. Eu não tive reação, eu provavelmente estava tão concentrada em abrir a porta que não percebi ele chegar.
— Eu so… — Minha voz saiu trêmula. Meu corpo simplesmente reagiu por instinto, soltei a cadeira e corri para o meu quarto me trancando.
Adam veio logo atrás batendo na porta.
— Abre a porta! — Eu corri pro lado da cama e peguei o vidro que eu havia guardado há um tempo. — Abre a porta.
Adam batia raivosamente na porta mandando abri-la e eu não ousei chegar perto. Após isso alguns minutos se passaram e a casa novamente ficou em silêncio. Eu pensei que ele poderia ter mudado de idéia, mas pensei errado pois ele bateu ainda mais forte e dessa vez parecia que a porta não ia aguentar. Eu apertei o vidro na mão sentindo o medo e nervosismo me invadir, eu queria chorar e pedir para que ele fosse embora, mas não adiantaria. Com o terceiro chute a porta se abriu num estrondo que fez meu corpo recuar até a parede.
— Então era isso que você queria não é? — Adam segurava meu telefone. — Adivinha quem te ligou? 
Minha mente estava tão perturbada que não raciocinei completamente.
— Devolve meu celular. — Minha voz saiu chorosa.
— Ah, você quer falar com ele? — Ele sorriu cinicamente. — Você é como todas as outras.
Adam deixou o telefone cair e pisou, eu gritei de ódio. Ele correu ate mim e eu o ataquei no nervosismo. Enterrei o vidro em seu peito e pouco me importei com o corte em minha mão, eu so queria machuca-lo.
Ele me empurrou com força na parede, cai no chão sentido a dor do impacto. Eu estava tonta e me sentia mal por ser tão fraca. Adam estava furioso, ele me olhou de forma ameaçadora quando tirou o vidro do corte.
— Suas últimas palavras? — Ele me levantou pelos cabelos.
— Eu sinto… — Senti o ar me faltar. — Não ter te matado quando pude.
Adam sorriu e logo depois tudo escureceu…

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