Boa leitura!♡

   COMO PROMETIDO Marcos veio à noite com uma pizza gigante de pepperoni e coca-cola.  Sentamos todos em frente  à TV para assistirmos ao filme sete vidas com o William Smith como ator principal.

— A vida secreta atormenta Ben Thomas. A fim de encontrar a redenção, ele se propõe a mudar a vida de sete pessoas desconhecidas. Ao longo de sua jornada, ele conhece e se apaixona por uma paciente cardíaca chamada Emily e, ao fazer isso, complica a sua missão. — Eu leio a descrição do filme para eles.

  — Por mim tudo bem, quanto tem o William Smith eu já sei que o filme é bom. —  Marcos disse já todo acomodado no sofá perto da Amanda. Nem foi necessário pedir para ele ficar à vontade. 

   — Talvez esse filme tem algumas cenas inapropriadas para uma criança de 6 anos assistir. — eu alerta os pais. 

  — Ele nem vai assistir, já está grudado na tela do seu tablet— Na mesma hora que Amanda fala eu olho para Elias, e realmente ele está distraído com o meu tablet. 

   EU ME emociono com o filme, no começo  nem é tão bom assim, mas conforme a gente vai entendendo a história e o propósito do personagem é de emocionar.

    — Eu não acredito que vocês estão chorando, gatas, é tudo ficção, não é verdade. — Marcos começa a zombar da gente. 

   — Um filme muito emocionante o cérebro pode liberar oxitocina, um neurotransmissor muito potente que nos ajuda a conectarmos com outras pessoas e nos permite ser mais empáticos, amáveis, confiáveis e perspicazes. Por favor não me julgue por ter empatia. — informo mostrando a língua para ele e na mesma hora me represento por aquilo. Foi inapropriado. 

   — Mas não é real. — rebateu ele.

   — Mas a oxitocina liberada no nosso cérebro é. — Amanda me apoia. 

   — Derrotado, me rendo. Dois contra um é impossível.  

   Quando o filme acabou, engajamos outro, dessa vez foi o Marcos que escolheu. Foi a guerra nas estrelas e sei lá mais o que. Eu não gosto de filmes assim. Quando olhei a hora subiu para o quarto pois iria falar com Liu. 

    Ao  chegar no quarto não demorou, ele logo me chamou. 

A tela se abriu mostrando o meu galã. Abrir um sorriso apaixonada.

   — Oi, meu amor. Que bom que você já vem amanhã. — confessei fazendo uma cara de choro.

  — Está fazendo essa cara de choro por quê? — Ele pergunta não entendendo, me fazendo rir. 

  — Porque eu queria que você estivesse aqui hoje para dormir comigo.

  — Ah, sim. À tarde eu estarei ao seu lado. 

  — É um alívio para mim ter você de volta, estarei aqui te esperando ansiosa.  — olhando para ele e vi que já estava com roupa de dormir. 

   — Porque você  ainda não está pronta para dormir, Alice? Está bastante tarde. Sempre que a gente conversa já está pronta.  — ele tinha razão. Receosa eu falo para ele que tinha companhia.

   — Amanda e o Elias estão aqui… e o Marcos também. — do outro lado da tela Liu me olha impassível. E a não reação dele indica que não gostou.

  — O que Marcos está fazendo na minha casa a essa hora? — sabia que ele não tinha gostado, entendo perfeitamente. 

  — Você não gostou, né? 

  — Não. —  falou de maneira seca.

   — Me desculpa, Liu, ele veio por causa da Amanda, ela precisou. Quando você chegar aqui eu te explico tudo direitinho, por favor, não fique bravo comigo. 

   — Eu não estou bravo, só me sinto incomodado por ele estar na minha casa sem a minha presença, principalmente a essa hora da noite. 

   Eu pedi desculpa mais uma vez, mas eu sei que quando ele souber o motivo vai me entender. Conversamos mais um pouco e depois eu fui tomar banho para então descer. Prometi a Lincoln que pediria para Marcos ir embora.

Desci as escadas sem fazer barulho, e peguei eles conversando baixinho. 

    — Não fica assim. Eu gosto de você, mas eu não tô pronto para entrar em nenhum relacionamento, nem com você nem com ninguém. — Marcos falou colocando o cabelo da minha irmã atrás da orelha para ver o seu rosto.

  O cabelo de Amanda estava enorme. Ela era uma morena muito bonita com seus cabelos negros. 

   — Você ainda gosta dela? — Amanda perguntou bastante baixo que tive dificuldade de ouvir.

   — Um pouco, acredito que eu vou levá-la sempre no meu coração. Eu só percebi a garota incrível que eu tinha quando a perdi. Porém isso não quer dizer que eu não vou me apaixonar outra vez. Mas agora não quero de verdade. Às vezes  saio com outras garotas; mas é só isso.  — eu não sabia que ele ainda tinha sentimentos por mim. Isso me deixa bastante surpresa.  Me faz sentir mais culpada por ele estar aqui.

   — Ou você tá esperando alguma oportunidade, sabe? Talvez dela e Liu não dê certo. — percebe-se a mágoa na voz dela.

   — Não. A minha oportunidade já passou, eu não dei valor. Agora é vida que segue, não podemos viver olhando para trás, porque senão acabamos perdendo oportunidade de sermos felizes  bem na nossa frente. No momento vamos ser amigos, está bem? — ao falar ele abre os braços e ela se aconchega neles.

   — Oi, está na hora da gente dormir. O Elias já está.  — coitado, ele estava todo torto na poltrona dormindo.

   — Verdade, já está bastante tarde. Vou pegar Elias e colocaram na cama para ir embora. 

   — Faça isso, que eu agradeço. — ele pega o Elias com cuidado e o leva para o quarto lá em cima. 

Depois nos despedimos dele e vamos dormir. Eu estava tão exausta que bastou deitar na cama que eu apaguei.

No dia seguinte acordei com Amanda me chamando. Olhar para ela percebi que estava com um vestido meu azul de bolinha brancas. Ele era rodado. Ela ficou muito bonita.

— Oi. — ela está muito sorridente, o que é bom.

— Oi. Que horas são? — me espreguicei na cama toda descabelada.

— Ainda é cedo. Desce que eu Elias fez o café da manhã. — Eu olhei para minha irmã extremamente surpresa. Ela acordou cedo e além disso fez o café da manhã? Nossa! 

  — Amanda, você está bem? — Fiquei em pé na cama e coloquei minha mão em cima da sua testa para ver a temperatura. 

  Não achando graça da minha brincadeira ela empurra a minha mão.

— Fiz o café para você em forma de agradecimento pelo que fez por mim, mas se você acha que eu sou incapaz de reconhecer uma boa ação, o que  posso fazer? Vou descer se você quiser se juntar a nós sinta-se à vontade. — ela vira-se e vai embora.

  Ela ficou chateada com a brincadeira. Acabei me arrependi de ter feito. 

Entrei no banheiro e tomei um banho rápido para poder dar tempo de tomar café com eles. Eu sinceramente nunca imaginei que eu iria tomar um café da manhã com Amanda e Elias na minha casa. A vida é uma caixinha de surpresa. 

  Depois de nós terminarmos o café da manhã, Amanda levou Elias para escola. Ela agradeceu mais uma vez, me abraçou e isso me surpreendeu, falou que não sabia o que seria dela se eu não tivesse ido ao seu encontro. Lhe disse que não precisava agradecer e que irmão era para essas coisas, apesar de nós não sermos amigas estávamos começando a nos aproximar, o que me deixava bastante feliz. 

Estava tão ansiosa pela chegada de Liu, me produzir toda. Escolhi um vestido lápis,  ajustado desde os ombros até os quadris, terminando na altura dos joelhos. Sua cor era vinho. Estava com tanta saudade de Liu, quando ele chegar aqui vou lhe dar um abraço apertado, um beijo demorado. 

Em pé na sala senti  uma bola de pelos passando por minha pernas enquanto miava, tentando chamar minha atenção.  Me abaixei e a peguei.

— Está com saudade dele também, Lia? — perguntei enquanto afagava a sua cabeça. Ela fica toda mole quando fazemos carinho nela. Essa é a vida que Lia sempre quis: comer, dormir em um lugar aconchegante, e receber carinho.

Ela já estava grande, e amava brincar com qualquer objeto que encontra no chão. 

— Você gosta, né? De brincar? — pergunto pra ela com aquela vozinha de criança.  Daqui a pouco ela estava deitada tirando um cochilo em algum lugar da casa. 

Olhei para o meu relógio de pulso, e percebi que provavelmente Liu estava aqui no Brasil. Eu quis esperar ele no aeroporto, porém me falou que não precisava.

Relacionamentos são difíceis, Às vezes a gente bate de frente, faz birra, igual uma criança, (principalmente eu). Soltei um sorriso torto. E às vezes perguntando se vale a pena…

E vale sim, vale muito!

Porque não tem nada melhor que deitar a cabeça no travesseiro e olhar para o seu parceiro e pensar que apesar de altos e baixos ele foi a melhor escolha que  poderia fazer.