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Relações

Enquanto faço a troca de livros no meu armário com minha amiga do lado, permaneço incrédula com as palavras ousadas de Laura mais cedo. Estou desde ontem explicando com detalhes o que ocorreu entre Benjamin Taylor e eu. Porém, ela só acreditou de fato quando hoje meu namorado e eu nos cumprimentamos e ele me beijou e foi embora. Até esse momento, toda a história era "apenas uma fanfic da sua cabeça, e o Taylor não estava com você". Fiquei irritada e acabei beliscando-a. Como resposta, recebi um de volta também, e agora meu braço está dolorido. O que me deixa contente é que ainda hoje vou estudar em sua casa, e serei apresentada a senhora Taylor como a namorada de seu filho. Depois de mostrar minhas notas terríveis em química, muita insistência, um showzinho com direito a choro, consegui convencer meu pai, que por sua vez convenceu a minha mãe a me deixar ir. Como forma de agradecimento, prometi aos dois que Ben viria à nossa casa na próxima semana, como havia combinado com mamãe no dia em que chegamos a um acordo. Dependendo de como as coisas correrem, vou assumir nosso relacionamento para meus pais nesse jantar.

Laura tagarela sobre quais fantasias escolheremos esse ano para o Halloween. Penso em ir com o mesmo vestido que a protagonista do meu livro favorito vai em sua festa. Porém, não sei se as pessoas entenderão a referência e talvez eu faça o papel de idiota. Então, na dúvida, rainha do norte. Arrumo minhas coisas e fecho o armário. Quando o faço, a minha ex-inimiga surge como um fantasma ao lado dos escaninhos. Laura e eu damos um pulo quase juntas.

– E aí, gente – Helena diz, erguendo a mão num cumprimento. Ela abraça os livros no peito em seguida. – Então, qual é a boa?

– Oi... – arranho a garganta. – Estávamos discutindo sobre as fantasias do Halloween.

– Entendi – ergue as sobrancelhas. – Acho que vou vir de branca de neve.

– Deveria vir de bruxa – Laura balbucia, e apenas eu escuto. Dou um cutucão atrasado em sua costela, algo que não passa despercebido por Helena.

– O que estão escondendo? – a capitã se aproxima apenas para que nós duas nos afastemos dela.

– Não é nada. Só estamos surpresas. Achávamos que talvez preferisse outras companhias – digo, com o olhar vacilante.

– Vocês são minhas novas amigas, então vamos nos conhecer o quanto antes – lança o seu clássico olhar frio em Laura, que por instinto, empertiga a postura. – O que foi?

– É que, pra nós é tudo muito diferente... Sabe como é. Você meio que odiava a gente há poucos dias – confesso, dando um sorriso congelado.

– Estão com medo de mim? – seu olhar passeia entre nossos rostos.

– Claro que não – minha melhor amiga mente.

Helena abaixa a cabeça, ri, e dá um passo em nossa direção, o que é o suficiente para que fiquemos em alerta.

– Medo? Acho que nunca sentiram isso. Nunca fui má de verdade – levanta o olhar, nos encarando de uma maneira sinistra. – Se fosse para machucar vocês, não seria aqui. Seria nos banheiros. Provavelmente, levaria uma por vez. Depois de uma boa tortura psicológica e agressão física, em meio aos gritos satisfatórios de desespero, lembraria de como o som de pessoas se afogando com a água do vaso sanitário é parecido com o motor defeituoso do aquário que tenho no meu quarto. Ah sim, sim. Acham que Ana é valentona? Nunca me viram em ação, fazendo todo o trabalho sujo com as próprias mãos. Tudo que ela sabe fazer eu ensinei. Sou o pior tipo de pessoa, aquelas que fazem o que fazem porque gostam, não porque precisam – a voz vai ficando cada vez mais pesada, e a expressão mais fechada.

Engulo seco, não sabia que essa garota era capaz disso. Um arrepio percorre a espinha.

– Ha-ha, peguei vocês – Helena entrega os livros na mão da loura, dando um sorriso de lábios unidos e o clima tenso desaparece. – Vamos, meninas, não podemos nos atrasar, hoje é um dia especial – a voz toma o tom gentil, enquanto ela anda na frente, cumprimentando pessoas com acenos afeminados.

Laura e eu nos entreolhamos, ainda confusas e meio assustadas. Aquela história do som do motor de aquário deve ter um fundo de verdade, é específico demais.

– Por que eu tenho que carregar as coisas dela?

– Vamos conversar sobre isso depois. Só tenha um pouco de paciência.

– A culpa é toda sua – a loura resmunga e caminha atrás da nossa nova integrante.

Suspiro. Ao menos, Helena nos defende, penso. Antes de ir, olho para o cartaz preso na parte vazia da parede: "Celebração de 40 anos da Chicago Central High School", é o que diz o título e abaixo, os detalhes, como a data, o almoço especial e gratuito, além de um evento chamado de "memórias". Vai ser legal.


***


– Oi, Beth – Sarah cumprimenta, com o seu simpático sorriso no rosto. Ela coloca a sua bandeja na mesa e se senta ao meu lado sem pedir permissão. Estava guardando o lugar para Ben, que já deve estar vindo. – Me conta como está sendo seu dia.

– Não tão bom quanto gostaria – falo baixo e disfarço pigarreando. – Perfeito. E o seu?

– Hum – ela balança o pescoço num gesto discreto. – Legal. Vou sair da torcida.

– O quê? Por quê?

– Acho que descobri minha verdadeira vocação: taekwondo. A escola abriu esse grupo recentemente, então... É isso – sorri. – Eu só queria saber como você vai ficar.

– Como assim?

– Beth, sei que não consegue se impor. Tentei fazer o possível pra te livrar daquelas garotas, mas não pode ser assim pra sempre. Tem que aprender a se defender, ou elas vão maltratar você.

– Eu sei – desvio o olhar.

– Talvez valha a pena vir comigo. O que acha? Poderíamos ser a parceira de treino uma da outra.

Olho para o braço torneado de Sarah, tão forte. Acredito que seu físico impecável é o que também a livra de problemas. A cogitação de me unir a ela vai embora na mesma hora. Nem pensar! Não quero ser submetida a surras regulares. Fora que sair da torcida significa desonrar o legado de Tara. Quero estar lá, para garantir que as meninas nunca se esqueçam do que ela representou. Nesse momento, me lembro de como fiquei feliz quando, semana passada, as garotas do time quiseram pegar as anotações da minha amiga falecida para estudar, e tentar tirar algo novo.

– Quero continuar na equipe. Desculpe.

– Sabia – meneia a cabeça, afasta os cachos e prova a comida, segurando o garfo de forma delicada, pela extremidade. – Você e Helena podem até ter se resolvido, mas não acho que ela vá te defender pra sempre – a boca cheia.

– O que sugere? Que eu saia por aí tocando o terror? – dou risada da minha própria conclusão.

Olho para Sarah e ela não diz nada.

– É isso que você quer que eu faça mesmo?! – sacudo as mãos, boquiaberta.

– Não precisa ser assim. Mas – a garota enfia a mão no bolso. Antes de concluir sua ação, dá uma boa olhada na movimentação do refeitório. Em seguida, coloca o objeto sobre a mesa. Quando sua mão se afasta, vejo o tão famoso canivete que todos falam que possui, é quase como uma lenda se tornando real. – Fique com ele, pode ser útil.

– Guarda isso! – empurro aquela coisa até sua mão, desesperada. – Guarda! Eu não quero! – olho ao redor, vejo apenas um garoto nos observando, mas ele não parece perceber o canivete.

– Tá bom, que coisa! – Sarah o enfia de volta no bolso. – Eu tento ajudar e sou marginalizada.

– Você não pode trazer essas coisas pra escola!

– Tudo bem, tudo bem – ela se levanta, e ergue as mãos. – De qualquer forma, desejo boa sorte pra você – pega a sua bandeja.

– Aonde vai?

– Acha que vou ficar aqui segurando vela enquanto você e o cara que me rejeitou se pegam?

– M... Do que está falando? – franzo o cenho.

– Você é mesmo péssima para tentar esconder as coisas. Ben também, pelo visto – deixa florescer um sorriso malicioso. – Eu o vi te beijando na entrada mais cedo.

Bato a mão na testa. Sabia que não deveria ter permitido, na escola não. Mas quando conversamos mais cedo, ele foi tão fofo comigo que quando percebi, estávamos com os lábios colados um no outro. Foi apenas um selinho.

– Olha, Sarah, sinto muito se Ben não quis aceitar seu convite, mas posso garantir que...

– Sei que fui jogada de lado, Beth, e que a culpa não foi sua. De qualquer maneira, já estou me enroscando com outro – lança as sobrancelhas para o alto algumas vezes.

– Mas e tudo que você disse sobre relacionamentos? Lembro muito bem de ter dito que Ben era o seu único amor.

– Eu não presto, tá legal? Acho que só queria encaixar a minha genitália no rosto do seu namorado – dá de ombros, enquanto eu fico de queixo caído. Não acredito que ela disse isso na minha cara. – Tchau, Beth. E se aquelas meninas maltratarem você, me chama. Vou adorar cravar meu canivete na jugular delas. Ninguém mexe com a minha garota – se afasta de costas, e dá uma piscadela.


***


Os olhos deslizam no céu de uma noite não tão azul, enquanto o uivar dos ventos preenche os ouvidos, sacudindo delicadamente meus cabelos ruivos. Sob o relento, inspiro. Meu namorado passa o braço pelas minhas costas, e pousa sua mão no outro ombro. Automaticamente, direciono minha visão para Ben, é tão fofo vê-lo tranquilo no silêncio agradável, e proposital que há entre nós. Bem diferente de há pouco mais de uma hora, quando estávamos dentro da casa, jantando com sua mãe. Ela, depois de me abraçar incontáveis vezes, começou a fazer uma série de piadas, sempre zombando de seu filho por ter que perguntá-la sobre o que receber um beijo na boca de uma garota significa. Confesso que achei engraçado a forma com a qual Amy pôs as palavras, e Benjamin não parecia genuinamente incomodado, ele apenas a mandava calar a boca enquanto ria. Então estava tudo bem. Tenho uma boa futura sogra.

É muito estranho que tudo na minha vida esteja dando certo, isso me preocupa. Nos livros, quando coisas assim acontecem, é porque o autor está trabalhando escondido, por debaixo dos panos, confeccionando as piores cenas retiradas de sua mente sádica, cruel. É impressionante como eles estão sempre prontos para ferir os personagens que amamos e depois justificam suas ações com textos e mais textos, listando motivos para seus atos. São apenas artifícios que usam para se safar da maldade que fizeram. Porém comigo não funciona. Tô de olho, autor.

– Isso é tão relaxante – pisco devagar, deixando os ombros caírem.

Estamos matando tempo no telhado, depois de termos estudado bastante e jantado. Viemos por uma janela do sótão de sua casa. Confesso que fiquei com medo no começo, mas meu namorado queria tanto que viesse que não resisti. É aquela expressão no rosto dele: um misto entre empolgação e esperança. "Por favor, Beth" , ele implorou mais cedo e me beijou para me comprar, de novo. Quase como aquelas ilustrações de gatinhos quando querem que seus donos lhe deem comida, ou algum conforto.

– Eu vinha aqui quando precisava ficar sozinho. Amy detestava isso, porque na primeira vez que vim, ela tentou me acalmar, e acabou caindo do telhado – sorri.

A naturalidade com a qual Ben se refere a esse acontecimento trágico é medonha.

– Então foi aqui que aconteceu – articulo. Lembro da história que Ben me contou sobre um acidente envolvendo sua mãe.

– Olhar para as estrelas é terapêutico – comenta, e isso trás boas memórias, e também, um incômodo no peito.

– Tara dizia isso também – as palavras escapam, mesmo que eu não queira falar sobre isso.

Desvio o olhar para baixo.

– Ela era incrível – o menino deixa um sorriso pequeno. – falava bastante de você.

– De mim? Por quê?

Para ser sincera, não sabia que eles mantinham contato, porém poderia supor, considerando que na época eram populares. Só lembro de uma vez que os dois passaram o dia inteiro juntos, e nunca soube o motivo.

– Tara dizia que a sua visão de mundo a inspirava. As histórias que você contava, parecia tornar a vida dela melhor.

Sorrio, tímida.

– Sempre tirei essas histórias dos livros – explico, sem conseguir esconder a alegria fervendo dentro de mim.

– Sendo de livros ou não, você a ajudou.

Por que ela nunca me disse essas coisas? Achei que Tara escutava as minhas próprias versões adaptadas dos livros que lia por educação, ou sei lá, porque não tinha nada melhor para fazer. Se bem que lembro de um dia específico, no qual eu apenas deixei a minha imaginação fluir, e contei uma história original fantástica sobre uma bruxa que vivia num vilarejo inglês no século XVI, e que se apaixonou por um humano que encontrou, e o ajudou a vencer a guerra contra o reino inimigo. Após a vitória, ela ficou tão fraca que precisava de um sacrifício de sangue para não morrer. O seu companheiro então pensou por dias se deveria ou não cometer um assassinato para salvar seu amor. E se as pessoas a vissem da maneira pálida que estava, com os olhos vermelhos, a queimaram na fogueira. Tinha que ser rápido. Por fim, encontrou uma saída: ele próprio seria a oferta. E no fim, o bravo guerreiro se despede de sua amada, vai para a floresta, executa o ritual e se mata, dando à bruxa a vitalidade que necessitava. Por amor ele viveu, e por amor ele morreu. Tara se emocionou e bateu palmas. Um belo sorriso, e uma única palavra que ficou cravada na minha mente: "Fantástico". Lembro que fiquei semanas reescrevendo, até desistir de vez, afinal, não tinha talento para contar histórias, eu tinha treze anos e achei que não poderia me dedicar profissionalmente ao mercado literário. Venho pensando a respeito depois da carta que escrevi para meu namorado.

Ben, percebendo a minha cabeça longe, pega a minha mão, e massageia as costas dela com o polegar. Os cabelos negros desabam sobre seu rosto, o que o obriga a tirar parte deles e mandar para trás, ao mesmo tempo em que me seguro para não demonstrar a excitação breve.

– Falar sobre a Tara te machuca. Me machuca também. Mas, temos que pensar que falar de nossos sentimentos é o que nos mantêm unidos. A nossa confiança mútua nos trouxe aqui.

Quando Benjamin fala sobre sinceridade, uma pontada se faz presente no peito. Ele foi totalmente verdadeiro comigo, falou até mesmo sobre seu pai, algo que perturba tanto sua mente que o fez ser um babaca com a minha mãe e comigo na primeira vez em que jantamos em sua casa. Eu, em compensação, não consigo olhá-lo nos olhos e dizer que estava assistindo ao seu espancamento, e ao estupro de Tara. Talvez, mas só talvez, as coisas poderiam ter sido diferentes se eu tivesse entrado naquele quarto e agido. Se eu tivesse tido a coragem que Ben teve. E quem sabe, minha mente poderia finalmente descansar, sabendo que ao menos tentei. Tara olharia do céu, e cogitaria perdoar meu pecado.

– Tem razão – tento passar um ar tranquilo, mas não funciona, pois a voz trêmula, e a lágrima que escorre pelo canto da bochecha me denuncia.

Sou rápida em limpar o líquido salgado, mesmo que não faça diferença alguma agora.

O garoto me puxa para um abraço e enterra seu nariz na minha cabeça, distribuindo carinhos regularmente, enquanto continuo chorando.

– Você é a minha Cerejinha. Não está mais sozinha, não precisa estar. E eu jamais te deixaria sofrer.

As suas palavras, embora fofas, apenas pioram a dor na consciência, pois é o exato oposto do que fiz como ele.

Eu não o mereço. 

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