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Recordações do Presente

Estou deitada tranquilamente sobre a minha confortável cama, com os pés para o alto, lendo um livro maravilhoso enquanto ouço música usando fones, é um dos meus passatempos preferidos. Toda calmaria é interrompida por um forte baque na porta que supera até mesmo a altura da canção que preenche meus ouvidos, levo um susto, largando o livro sobre o travesseiro.

– Pai! Não faz isso! – Berro. – Quase me matou do coração!

Tiro os fones e me levanto, indo até a porta, e no instante em que toco a maçaneta, alguém empurra a porta contra meu rosto e me joga para trás, e ao levantar os olhos, vejo os três garotos entrando no meu quarto: Jerry, e os dois outros do último ano. O meu coração acelera, o que estão fazendo aqui? Como descobriram onde moro? Eles logo partem para cima de mim, me segurando pelos pulsos enquanto um começa a desabotoar os botões do meu pijama, tento lutar para me soltar, grito alto, mas não consigo ouvir minha própria voz

É nesse instante em que observo a face deles mais uma vez, os três estão praticamente babando, olhando para o meu corpo seminu, e querem mais.

– Vai ser comigo! – Jerry diz, se abaixando para puxar meu short para baixo.

Meus olhos se abrem bruscamente, e levo algum tempo até assimilar as coisas, mais uma droga de pesadelo, esfrego as mãos no rosto e afasto todas as imagens horríveis que acabei de ver, olho para minhas próprias mãos, e elas estão trêmulas, toda vez que sonho assim isso acontece.

O ritual matinal para de fato apagar essa perturbação é simples: pego o livro de romance que estou lendo atualmente e leio a primeira folha. Quando acabo, a minha mente já está em outro lugar, e estou suspirando de paixão. Não sou mais exatamente como era, mas venho tentando recuperar esses fragmentos que perdi, aos poucos.

– Beth, acorda, o café já está na mesa – mamãe bate duas vezes na porta.

– Já vou – digo, após um longo bocejo.

Meus pés entram em contato com o chão, que está bem mais gelado que o de costume, quando olho para a janela, tenho uma bela surpresa: alguns pequenos flocos de neve já invadem o ar da cidade. Dou alguns pulinhos de alegria e comemoro, é a minha estação favorita do ano! Muito se deve aos livros que leio, pois neles, o inverno nem sempre representa algo mórbido ou frio, é apenas um artifício para que os casais que shippo sejam obrigados a se abraçarem forte ou se meterem em situações que os forçará a prestar atenção no outro, além da própria beleza natural que a neve proporciona, é incrível!

Caminho devagar pela casa até o banheiro e faço toda a minha higiene pessoal com calma, hoje combinei de passar o dia na casa da Tara, aproveitando o sábado, vou contar tudo que aconteceu ontem, essas coisas, por mais embaraçosas que sejam, costumam fazê-la desejar voltar à escola.

Não posso mentir dizendo que não gostei de como as coisas terminaram ontem com o Taylor, porque eu simplesmente adorei, quando o abracei, achei que ele me encararia com um olhar confuso, ou mesmo me xingaria pela audácia, mas ao invés disso, o garoto apenas me abraçou de volta, dizendo que tava tudo bem, se referindo ao meu cabelo, e mal sabia que aquele gesto era por tudo que representa para mim. A minha admiração cresceu ainda mais, acredito que podemos ser bons amigos.

Volto para o quarto, troco de roupa e me sento na penteadeira, puxo os fios ruivos e começo a penteá-los. Sinto a falta de uma única mecha, a que realmente foi necessária cortar, já que o chiclete se recusava a sair dela. Olho atentamente para os fios cor de sangue, e tento vê-los de outra forma, não como um incômodo, assim como Ben me fez perceber.

Toco a bochecha, no ponto exato onde me machuquei, e encaro o próprio espelho, confesso que não consigo parar de pensar em como fiquei acanhada quando o garoto a tocou e se aproximou, por um momento, achei que ele ia me beijar, um pensamento idiota da minha parte.

Toda vez que lembro que passamos o resto do dia juntos, uma sensação esquisita me invade, ela começa no peito com o coração acelerando, e depois desce para o estômago. Foi muito divertido, fui convidada para almoçar na lanchonete da esquina enquanto ele me contava as histórias de como sua mãe é ciumenta com coisas idiotas e também fez questão de reclamar de uma fase temporária da senhora Taylor que vai e vem de tempos em tempos, que é quando ela fica grudenta demais, tentando abraçá-lo e beijá-lo o tempo inteiro, um exposed completo. Comentei que acho muito fofo a relação de mãe e filho que existe entre eles, é tão bonita, e com essa resposta, veio mais situações.

Foi tudo que captei, porque chegou um ponto de nosso diálogo que eu só conseguia prestar atenção no seu rosto, tenho certeza que estava sorrindo como uma imbecil na hora que apoiei o cotovelo na bancada da lanchonete apenas para que meus olhos pudessem contemplá-lo em seu máximo esplendor. O que me fez voltar a mim foi no momento em que o garoto parou de falar sobre si e começou a fazer perguntas sobre as coreografias que eu criava. O meu coração quase saiu pela boca quando Benjamin prometeu assistir um dos nossos ensaios na escola, aí eu fiquei preocupada, não teria coragem de dançar na frente dele, não sem errar ou fazer algo que com certeza me faria uma piada pelo resto do ano. Tomara que ele esqueça dessa parte.

Por mais que isso me deixe envergonhada, fico encantada quando estou perto dele, tenho medo de dizer algo desinteressante e assim fazê-lo ir embora, ao mesmo tempo, não consigo pensar em nada legal para dizer durante a conversa.

– Beth! – Mamãe bate na porta novamente, me trazendo de volta dos meus devaneios, porém dessa vez ela perde a paciência e o som da maçaneta me faz tomar um susto.

Me viro para trás com as pestanas superiores levantadas, ela me fita com os olhos semicerrados.

– O que está fazendo? Vai se atrasar, de novo!

– Penteando meu cabelo – mostro o pente na mão. – Não posso sair com ele desse jeito.

– Então acorde mais cedo! – Mamãe se aproxima devagar, ainda furiosa. – Vocês, jovens, têm que aprender a serem pontuais, como acha que vai arrumar um emprego se vai chegar atrasada todos os dias?

Eu só tenho quatorze anos, ainda sou uma criança, por que é tão difícil de entender? Mesmo assim, não quero que a discussão se prolongue, então, mais uma vez, ignoro completamente o que estou sentindo, abaixando a cabeça.

– Me desculpe – digo.

– Toda vez você pede desculpa, mas nunca muda – balança a cabeça, já aproveitando para dar uma boa olhada na organização do meu quarto com as mãos na cintura, ela solta um longo suspiro, notando o silêncio desconfortante que causou. – Sou dura com você porque quero que seja alguém na vida, Beth, vai me agradecer no futuro – diz, olhando firme em meus olhos.

– Eu sei – resmungo, mesmo não querendo falar nada.

– Você tem dez minutos – dá a palavra final olhando para a blusa jogada sobre o pé da cama.

Quando ela sai, finalmente me permito relaxar os ombros, odeio essa rigidez excessiva, entendo seus motivos, mas não suas ações.

Tento me aprontar o mais rápido possível, a fim de evitar ainda mais aborrecimentos, termino o penteado num instante e desço para tomar o café. Após a refeição, fico esperando na calçada enquanto meu pai tira o carro da garagem.

Ao avistar a minha melhor amiga saindo de sua casa do outro lado da rua, faço o que posso para afastar o desejo crescendo em mim, algo que já não sentia há algum tempo, o prazer de dar alguns pulinhos como uma genuína líder de torcida e gritar pelo nome dela enquanto balanço as mãos no alto. Quando nossos olhares se encontram, e ela vê meu sorriso surgir, a moça faz que não com a cabeça várias vezes, indicando que sabe que estou prestes a fazer, a loura olha para a rua, vendo dois casais fazendo caminhada se aproximando, eles são nossos vizinhos também, então não me importo.

– Lauraaaaaaaa! – Grito com todas as minhas forças enquanto sacudo as mãos acima da cabeça e dou pulinhos.

Os casais desviam sua atenção para mim dando risada, porque já me viram fazer isso uma milhão de vezes, depois prestam atenção na minha amiga, que imediatamente vira o rosto e abaixa a cabeça, fingindo que não é para ela, mesmo que todos já saibam que é.

Me sinto completamente extasiada com a sensação que me preenche, é quase como antes da festa, e pensar assim me deixa muito contente.

– Por que você fez isso? – Ela questiona, com a cara fechada.

– Porque eu te amo! – Abraço a garota, que nem faz questão de retribuir, apenas espera que eu termine e entra no carro. – Que mau humor, credo! – Entro logo em seguida e partimos.

– O que deu em você pra ficar tão animada assim?

– Também quero saber – papai completa, olhando pelo retrovisor.

– Eu sou assim, esqueceram? – Alterno o olhar entre os dois.

– Acho que eu sei – Laura deixa à vista os seus dentes meio amarelados, juntamente com uma expressão debochada. – Aposto que é por ter ficado com o Taylor ontem.

Meu pai dá praticamente um pulo de seu lugar, seus braços se afrouxam um pouco, o suficiente para que ele tenha que ajustar bruscamente a direção momentaneamente perdida do veículo.

– Que história é essa? – Indaga, evitando ao máximo desviar o olhar da estrada. – Beth, como assim "ficar"?

Olho para minha amiga com os olhos arregalados e dou um empurrão violento em seus ombros para que aprenda a não usar palavras de duplo sentido.

– Não é nada, pai, é só que ontem eu passei parte do dia com Benjamin, e foi só isso! – Minha voz fica mais fina pelo desespero do momento, enquanto minha amiga se acaba de rir do meu lado.

Papai franze a testa por um segundo, e ajeita seus cabelos ralos na cabeça antes de falar.

– Não que eu tenha alguma coisa contra aquele garoto, mas é cedo demais. Porém daqui dois ou três anos seria ótimo!

– Pai! – Coloco a mão na testa e inclino a cabeça para a frente, ruborizando.

Ele se mantém firme em suas palavras, seu olhar me diz isso, embora não comente mais nada até que cheguemos em nosso destino.

Nós tocamos a campainha da casa de Tara e esperamos alguns instantes até que a garota abra, ela está com as pálpebras pesadas, mas não acredito que seja porque acabou de acordar, é muito provável que seja os efeitos dos fortes remédios que anda tomando, assim como a sua significativa perda de peso. Ainda assim, a morena mantém uma boa postura e nos cumprimenta com um sorriso bem discreto. Quando entramos, nos deparamos com seu irmão mais velho, Larry, e seu pai conversando no sofá, o homem reclama muito de uma fraqueza repentina e que a culpa disso é a falta de sua dose matinal de whisky, e o filho tenta acalmá-lo.

– No único dia que meu irmão vem nos visitar meu pai faz esse showzinho – Tara comenta, se referindo a cena que vimos, depois que subimos os degraus.

Depois que entramos no seu quarto, nós sentamos nos puffs, enquanto a dona fica na cama, a moça está sentada com as pernas cruzadas, envolvida por vários cobertores quentes.

– O que vamos fazer hoje? – Pergunto.

– Eu não sei – Tara olha para cima devagar. – Que tal tratar do meu câncer? – Encara nós duas com um olhar de reprovação.

– A... – Laura engasga. – Tara...

– O que vocês têm na cabeça? – Ela esfrega as mãos na testa.

– Foi a Sarah, ela pressionou a gente pra falar a verdade e a Laura acabou dando essa justificativa idiota – reclamo, olhando a culpada com o canto do olho.

– Pelo menos eu tive coragem de inventar algo, não saí correndo pela escola!

– Não se esqueça que você veio comigo! – Aponto o dedo.

– Porque você me puxou!

– Chega, gente – Tara ergue as duas mãos e respira, nos fazendo olhar para ela. – De qualquer forma, eu tomei a minha decisão. Eu quero ferrar com Jerry e seus amigos.

– O quê? – Laura e eu falamos em uníssono, nos entreolhando.

– Isso mesmo, Sarah e eu conversamos por telefone, não expliquei o que houve, mas ela me falou sobre o suposto plano de vocês, e quer saber? É a oportunidade perfeita.

Fico pensando se é só um pensamento que vai mudar depois que seu humor se transformar para algo irritado ou quando voltar a ser a "Tara medrosa" que tem nos mostrado nos últimos dias. Talvez as consultas ao psicólogo a tenham ajudado realmente, é muito gratificante saber que tudo parece estar melhorando.

– Tem certeza? A gente nem tem um plano – Laura dá de ombros.

– Isso era óbvio desde o começo – Tara revira os olhos. – Mas sim, eu quero fazer isso. Estou cansada de pesadelos, de sentir medo, de me sentir frágil – a voz vai ficando mais pesada conforme a fala vai avançando.

– E por onde começamos?

– Primeiro, temos que identificar os outros dois, depois vamos expor eles na escola e na internet, mais especificamente na minha página – a morena se levanta e vai até sua mesinha, pegando o seu notebook e abrindo-o para nós. – Sabiam que criaram um blog pra mim?

Nós nos levantamos para conseguir enxergar melhor, o site se chama "Tara Stuart.com" . O começo da página exibe uma espécie de vídeo/documentário de pessoas do grupo jornal da escola, o Chicago Daily entrevistando alguns alunos, perguntando a eles o que acham da nossa amiga, o editor faz os cortes necessários para mostrar apenas as respostas. Um garoto diz que a ama do fundo do coração por conseguir mediar a relação entre alunos e professores, outra menina explica a sua importância nas aulas de educação física, outra ressalta a alegria que sua imagem traz para escola, já que a moça é simpática com todos.

– Você é uma celebridade escolar! – Laura comenta com a mão na boca, ainda incrédula

– Eu não sabia que tinham feito isso – continuo observando alguns detalhes da página, como as matérias jornalísticas mais interessantes em que Tara participou ativamente.

– Não é legal? – Ela diz com um sorriso inocente no rosto, é tão meigo quanto antigamente. A garota joga no notebook na cama e se senta nela. – Tem atualizações quase diárias aqui.

– Nós estamos muito felizes por você – Sorrio, me sentando ao seu lado e segurando sua mão.

– Obrigada. Eu não estou cem por cento ainda, mas vou ficar – concorda com ela mesma com a cabeça. – Me prometam que vão arrumar um jeito de acessar os alto-falantes da escola, vou expor aqueles babacas através deles.

– Vai ser complicado – faço uma pausa. – Mas, nós prometemos – olho para minha melhor amiga, que confirma com um aceno de cabeça.

– Vocês duas são as melhores amigas que eu tenho – diz, abrindo a gaveta de sua escrivaninha ao lado e pega alguma coisa de lá e me entrega.

Olho os papéis, são algumas fotos nossas que possui, analiso uma por uma, até chegar numa que foi tirada do lado de fora da escola, no meu primeiro dia como coreógrafa, a primeira está até que num ângulo bom, me pegando de lado, as minhas sardas e meus olhos são escondidas pelo meu cabelo ruivo e dá uma perspectiva legal, mostrando apenas a ponta do meu nariz saindo de lá. Nas outras fotos, entretanto, eu já tinha notado sua presença e tentei me esquivar com as mãos na frente e depois, a icônica fotografia de Laura apontando o dedo do meio para a câmera.

– Quero que fiquem com elas, por mais que algumas deixem a desejar no quesito comportamental – arregala os olhos propositalmente, se referindo ao gesto obsceno da minha melhor amiga, que por sua vez já está sentada do outro lado da cama.

– É bom te ver assim – toco sutilmente seu joelho, e em troca, recebo um abraço da moça.

Escutamos o som pesado de sapatos subirem os degraus rapidamente, rompendo nosso momento de ternura.

– Tara! – Larry grita antes mesmo de cruzar a porta, o cara entra no quarto sem bater, já quase sem fôlego. Seus olhos estão arregalados e sua expressão inquieta. – Temos que ir! – Diz, olhando para os lados, impaciente. – É o papai!

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