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Preparativos

Os preparativos para o Halloween continuam a todo vapor, agora estamos juntando tudo na sala de artes, temos cabeças de abóboras, teias e aranhas falsas, além de manequins assustadores, sendo alguns inteiros e outros aos pedaços para espalharmos pela escola. O evento será no fim de semana. Daqui, sairemos pelas ruas, participando dos eventos oferecidos pela cidade em locais específicos, como um "túnel do terror" que será montado em um parque próximo daqui. Por fim, acompanharemos as crianças que vão se divertir pedindo doces ou travessuras. Particularmente eu adoro participar dessas coisas, mas não sei se vou esse ano, parece meio fora da idade para mim.

A ideia de me fantasiar de rainha do norte e ser mais uma vez ovacionada pelas semelhanças me deixa empolgada, e um pouco assustada também. No penúltimo ano, fui apelidada de Sansa Stark por algumas semanas. Foi bom no começo, mas depois ficou bizarro, com alunos se curvando ou fazendo saudações exageradas, e então eu pedi para que parassem. E bem, a última vez que usei essa fantasia, Tara estava com a gente.

Termino de guardar a última abóbora depois de embalá-la bem, os nódulos dos dedos assumem uma tonalidade mais pálida, devido ao clima mais frio, típico nessa época do ano em Chicago, ou a cidade dos ventos, como é mais conhecida. Na minha visão, um lugar tão urbano quanto Chicago não é ideal para romances, gostaria de poder vivê-lo em uma cidadezinha do interior ou uma mais exótica, como San Francisco.

Avalio, ao meu lado, o trabalho do meu namorado com as placas que usaremos. Ben é cuidadoso em preencher corretamente os espaços das letras previamente feitas. Quando percebe meu olhar, pisca para mim e ergue a placa, colocando-a sobre uma prateleira para secar. Faz dois meses que estamos juntos e cada dia que passa me sinto mais realizada. Os toques, os sorrisos, os abraços e beijos, o bem estar, a satisfação. Tudo isso vem acontecendo com frequência. Ontem, pela primeira vez em muito tempo, os pesadelos deram espaço e tive um sonho de verdade. Sonhei que eu e ele estávamos passeando por um campo florido, e como nos filmes, rolamos por eles e nos beijamos intensamente. Quando as coisas entre nós iam tomar proporções mais... Adultas, o despertador soou. Soquei tantas vezes o travesseiro enquanto resmungava que meu pai ouviu e foi me questionar sobre o que estava acontecendo, deve ter pensado que enlouqueci de novo. Tudo que eu queria era poder experimentar um pouco daquela nova sensação, mesmo que num sonho.

E o que dizer sobre o jantar na minha casa com meu namorado? Foi quase perfeito, se não fosse pelos meus pais: mamãe o encheu de perguntas sobre mulheres e relacionamentos, boa parte delas Ben nem entendeu. O ápice de sua paranóia foi no momento em que pediu para que o garoto entregasse a carteira para que pudesse conferir o conteúdo. Provavelmente estava à procura de um preservativo, o que por si só diria bastante sobre suas intenções. Tudo que encontrou, além dos documentos e dinheiro, foi uma carteirinha de membro honorário da Liga da Justiça.

– Não é real, é só uma coisa que comprei – justificou, enquanto minha mãe inspecionava incrédula o cartão inusitado.

– Ainda bem que você disse – mamãe arregalou os olhos como uma forma de expressar o sarcasmo e devolveu a carteira.

Papai pediu desculpas e explicou o que sua esposa achava sobre os homens, e contou o que aconteceu na terapia quando contei que somos namorados. Tentei intervir, fazendo o possível para parecermos uma família normal. Meu pai notou meu constrangimento e fez o que estava ao seu alcance para corrigir, afirmando que Ben era uma exceção de toda podridão existente, justamente por fazer parte da liga da justiça, brincou. A gota do suor na testa do meu velho me fez entender que ele estava com medo do garoto contar para sua mãe sobre a situação infeliz que vivenciou em nossa casa, e a senhora Taylor decidisse demiti-lo. Mamãe ainda encarava o menino como se fosse um suspeito de um crime, o crime de ter roubado a inocência de sua filha. Quando na verdade, seria o oposto.

Por mais cômico que pudesse ser a situação, não consegui rir, ao invés disso, estava com as mãos nas têmporas, e o olhar fixo na madeira da mesa, eu não sabia onde enfiar a cara. Eles estavam assustando-o com as nossas loucuras de família. Meu amado se saiu melhor, dando um sorriso simpático e disse que entendia as preocupações dos pais sobre relacionamentos. Depois, terminou afirmando que até o final do ano se provaria digno da confiança deles, e como consequência, digno de mim. Essa cena ficou na minha cabeça por muitos dias, pois achei incrível o fato de Ben me escolher e insistir, com tantas meninas por aí, que são mais bonitas e num status social compatível, como Helena. Para ser honesta e não jogar toda a culpa nos meus pais, teve uma coisa ruim que fiz nesse jantar que preferiria esquecer também: a hora que derrubei a sobremesa nas calças dele enquanto tentava servir. Aconteceu porque minhas mãos estavam suadas e trêmulas demais, por conta da pressão do momento. Minha tentativa desesperada de dar a ele uma boa memória desse dia não deu certo.

– Desculpa, desculpa, desculpa, me desculpa – repetia atrás de Ben, que se limpava da sujeira que causei.

– Tá tudo bem, não foi nada – ele disse, com a voz tranquila.

Mais tarde, enquanto balançávamos os pés ao vento, sentados na varanda, confessei parte das minhas preocupações acumuladas desde o dia que surtei na escola.

– Você não merece isso. Olha no que foi se meter. Deveria estar com alguém melhor, alguém a sua altura – a cabeça se inclinou para baixo.

– Bobinha.

– O que disse?

– Sabe qual é o seu problema? – o garoto me surpreendeu com essa pergunta rápida. Levantei o olhar assustada, incapaz de responder. – Está sempre enxergando obstáculos que não existem. – ele fez uma pausa, apenas para retirar as mechas do meu cabelo da frente e colocar seus dedos na minha bochecha. – Não me importo com status, popularidade, dinheiro, nada disso. Meu objetivo é muito simples: estar com você.

– Desculpe – murmurei, completamente envergonhada de ter concluído que o mesmo garoto que lutou por vontade própria para evitar o estupro de Tara pensaria em coisas supérfluas assim.

– Está tudo bem. Só espero que um dia possa confiar em mim, e me falar tudo que seu coração quer.

Com essas palavras, os meus pensamentos borbulharam. "Do que está falando? Será que sabe que estou escondendo alguma coisa? ", pensei.

– Não entendi – fingi desentendimento no começo, mas logo se tornou real.

– Às vezes, sinto que você quer me dizer alguma coisa, achei que era sobre seus sentimentos por mim. Mas já estamos resolvidos, então... Parece que não é só isso – abri a boca para me justificar, porém fui atravessada por uma declaração. – Vou esperar pacientemente, até se sentir confortável para me dizer. Seja o que for, prometo entender.

Ficamos num silêncio, porém era diferente do silêncio agradável do dia que jantei em sua casa. Agora era uma quietude que me machucava. Quase chorei por conta de suas palavras, que saíram tão naturalmente da sua boca. Eu me senti uma traidora, de novo. Então, para quebrá-lo de alguma forma, dei a mão para ele e encostei a cabeça em seu ombro. Ben apenas sorriu e me presenteou com um toque suave dos seus lábios na minha testa.

Minutos mais tarde, quando vi sua boca se aproximando da minha, quis beijá-lo, mas tinha certeza que minha mãe estaria nos espiando, então apenas desviei o rosto e beijei sua bochecha.

– O que foi isso? – questionou, confuso.

– Vai me agradecer no futuro, acredite – disse, empurrando carinhosamente seu ombro para trás. – Minha mãe deve estar usando algum satélite chinês para nos vigiar, então vamos com calma.

– Eu gosto dela, toda durona. O jeito que ela me olha... Sinto que seremos bons amigos algum dia.

Franzi o cenho.

– O jeito que aquela mulher te olha é o mesmo jeito que um assassino em série encara sua vítima antes de matá-la. Não fique sozinho no mesmo cômodo que ela. Nunca.

Ele deu uma risada gostosa e esse foi o ponto alto daquela noite, mesmo que ainda estivesse me sentindo péssima por não ter contado a verdade. O que importava era fazê-lo feliz.

– Você é mesmo uma figura, Cerejinha.

Depois desse dia, Ben começou a me chamar de "Beth, a desastrada" por conta de todas as vezes que estávamos juntos e eu caí, ou me desequilibrei, ou bati o rosto ou partes do corpo em alguma coisa, ou trombei em alguém. Todas elas num espaço tão curto de tempo. Ao menos meu namorado se diverte com minhas peripécias, e eu fico morrendo de vergonha.

Vejo alguém balançar as mãos a um palmo do meu rosto, o que me traz de volta ao presente.

– Tô falando com você – Laura diz, com olhos apertados.

– Desculpe.

– Sonhando com o namorado de novo?

– Você sabe que eu estou aqui, não sabe? – Ben fala, apontando o dedo para si.

– Isso não faz a menor diferença – minha amiga murmura.

– Por que ela me odeia? – ele finge estar chateado.

– Laura! – repreendo-a.

– Tá – roda as órbitas e se volta para Ben. – Por favor, saia. Quero falar a sós com Beth.

Benjamin nos estuda com o olhar e coça a cabeça. Dou um olhar amigável, quase dizendo que está tudo bem. E isso é suficiente para que se afaste.

– Espero que tenha uma boa razão pra tirá-lo de perto de mim!

– A escola inteira está falando sobre o tal segredo da Ana! Você tá ferrada!

– Podem falar o que quiser, não vão descobrir mesmo – dou de ombros.

– O problema é se Helena disser alguma coisa pra alguém.

Nesse momento, levanto o olhar e encaro a garota, ela trabalha ao lado de Ashley. De pouco em pouco, as duas trocam palavras, sorrisos discretos, gestos simples. Uma conversa casual.

Quando nossos olhos se encontram, Helena sorri sem muito entusiasmo. Considerando que eu a conheço muito mal, não sei se ela faria isso, quer dizer, o que ganhará me entregando para Ana? Seria muito bizarro, mas poderia ser tudo parte de um plano de conspiração para me ferrar. Isso incluiria a sua aproximação e o ganho da minha confiança.

Mesmo com a possibilidade remota, e claramente ficcional, o meu coração teme.

– Aquela garota chorou por mim, Laura. Não acho que isso seja falso. Melhor que não seja.

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