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Eventos Peculiares

Dolorida, porém contente. Essa frase define meu estado atual. Estou assim por conta do que fiz ontem pelo meu namorado. E agora as pernas estão trêmulas. Sentar é um verdadeiro sacrifício. Ainda assim, fico feliz de tê-lo satisfeito. Qualquer um que ouvisse essas palavras poderia pensar que se trata de sexo. Mas não estou com um garoto comum, é Benjamin Taylor. Parece que minha mãe estava errada por todos esses anos, então, vou reformular a frase dela. "Os garotos só pensam em uma coisa: acrobacias". Sim, acrobacias. Nada de beijos, amassos ou toques indevidos. Ben apenas queria ver meu corpo vencendo a gravidade.

Tudo começou quando, depois que me acalmei, e contei uma meia mentira, dizendo que chorei por causa das memórias com Tara. Descemos do telhado, e conversamos, já em seu quarto.

– Não acredito que namoro uma líder de torcida – comentou.

– Não sou líder de torcida – contestei. Porém, após ver sua expressão enrugar, continuei. – Tá, eu sou. Mas meu cargo oficial é coreógrafa. Então por convenção, quase nunca participo das apresentações. O meu foco é montar as coreografias das meninas.

– Até as acrobacias? – a sua voz entoou animada.

– Claro.

– Todas elas?

– Sim.

– Não acredito – cruzou os braços.

– Por que não?

– É muito difícil de fazer.

– Mas estou dizendo, eu sei fazer.

– Pois então quero ver – ele se sentou na cama, como alguém que estava à espera de um espetáculo.

Dei um sorriso sem graça.

– É sério? – o rosto adotou uma coloração avermelhada.

– Nunca falei tão sério em toda a minha vida – Ben segurou a minha mão. – Por favor... Vai.

Mais uma vez, dei de cara com aquele rosto fofo e implorante diante de mim. Fiz o possível para manter a postura, porém, fui comprada de novo por um beijo, daqueles que começam suave e terminam de forma abrupta, que te faz querer mais. Eu não tinha escolha. Mesmo morrendo de vergonha, afastei alguns passos, corri e saltei sem usar o apoio das mãos. As pernas rígidas fizeram um semicírculo perfeito no ar e por fim, parei de pé.

– Aí está – dei de ombros, tentando não pensar em como me sentia ridícula.

O garoto abriu o maior sorriso, enquanto decidia se fazia um "o" com a boca ou se gargalhava. Por fim, bateu palmas.

– Faz de novo, faz de novo! – pediu.

Pisquei várias vezes. Ele não podia estar falando sério, mas estava. Olhei de perto, e vi as suas pupilas dilatadas. Os seus olhos não saíam de mim, nada tirava seu foco. Se eu soubesse que para ter sua atenção só precisaria ter feito algumas acrobacias, pouparia boa parte do tempo que gastei tentando conquistá-lo. Como resultado, passei o resto das horas em sua casa fazendo acrobacias diferentes para lá e para cá. Consigo imaginar muito bem a cena de outro ponto de vista, talvez de algum vizinho do meu namorado: eles olham para a janela do quarto de Ben e veem duas silhuetas iluminadas através das cortinas, uma sentada e a outra saltando como um acrobata em um circo. Simplesmente ridículo, para não dizer bizarro. Ainda assim, foi muito bom ter o vislumbre da alegria se espalhando no rosto do meu namorado. Era tudo que precisava ver.

Penso que fazê-lo sorrir me faz menos pior como pessoa, então farei qualquer coisa ao meu alcance para chegar nesse objetivo. De qualquer forma, sei que preciso contar o que vi. É óbvio que Ben sabe que acredito na sua versão da história, afinal, além de eu já ter dito que acredito, testemunhei a seu favor nos julgamentos depois da morte de Tara. O que ele não sabe é que assisti tudo naquele quarto.

Observo com atenção as maçãs do meu rosto refletidas no espelho. As olheiras estão mais profundas, pois quase não dormi por causa da conversa com meu namorado, ainda me vejo como uma impostora. Nada do que eu faço parece dar paz permanente a minha mente, e esse cansaço agora se materializa no corpo, me deixando indisposta. Ajeito a cabeleira cor de fogo, prendendo-os num rabo de cavalo relaxado. Solto todo o volume de fios de uma vez e sinto uma batida suave tocar no meio das minhas costas, o que é um bom sinal. Ao menos meu cabelo está crescendo.

Ando pelos corredores bocejando. Passo por uma das salas, e algo do lado de fora da janela me chama a atenção: homens trabalhando sobre um andaime. A tão prometida reforma finalmente começou e deve durar algumas semanas, até meses. Vou o mais rápido que posso para o auditório, que é onde ocorrerá o evento de comemoração de aniversário da instituição. No meio do caminho, avisto uma garota que não vejo há tempos: Rachel Turner. A última vez que a encontrei, estava na biblioteca digitando o que parecia ser códigos complexos de programação em seu notebook. Ela não é mais chamada de Cobradora, na verdade, é quase como se fosse outra pessoa, considerando que agora mal fala com a gente. Talvez a culpa de ter participado do plano que ocasionou no suicídio de Tara tenha recaído sobre seus ombros também.

Acabo tendo uma memória desagrável, lembro do dia em que a vi conversando com meu namorado, há sete ou oito meses. Os dois estavam tão entretidos na conversa que mal me viram. Podia jurar que a vi brincando com os cabelos enquanto papeavam, o que seria um péssimo sinal do jeito que imaginei, mas minha melhor amiga, que assistia a mesma cena que eu, disse que foi coisa da minha cabeça, e isso nunca aconteceu. Passei o resto daquela tarde prometendo para mim que abandonaria o meu amor pelo garoto. Laura disse que no dia seguinte, eu estaria suspirando de paixão normalmente. E bem, foi isso mesmo que aconteceu. Bastou Ben me cumprimentar e elogiar meu cabelo, que me rendi.

Quando passo por Rachel, apenas a cumprimento, e ela responde de maneira casual. Entro no auditório lotado, e procuro por minha melhor amiga. Não demora muito para que eu a localize, conversando com seus companheiros do grupo de teatro que faz parte. Em dez minutos, estamos sentadas, ouvindo sobre como foi o processo de criação da escola, começando quando a cidade passava por uma emigração exponencial da classe média e alta, desde 1950, que como consequência, deixou Chicago mais pobre e portanto, foram tempos difíceis. Embora a apresentação exibida no telão esteja recheada de imagens bem colocadas e textos objetivos, não chama a minha atenção da forma que deveria. Navego pelos pensamentos, o meu desejo é poder terminar o livro que estou lendo atualmente, e descobrir se Darse vai ou não conseguir resgatar seus amigos.

O que me traz de volta é algo leve que pipoca na minha cabeça. Levo um instante para perceber que é uma bolinha de papel. Olho para o mar de poltronas atrás de mim, procurando o autor do disparo, mas não encontro. Ao invés disso, sou atingida mais uma vez na orelha e é só então, que avisto a pessoa, que deixa um sorriso amarelo para mim: Alison. Enquanto ela, e suas amigas Ana e Diana se divertem, finjo não ligar, o que não é verdade. Lanço um olhar exausto para Laura, que me manda revidar. Faço que não com a cabeça. Respiro fundo, enquanto mais uma bolinha atinge meu corpo. Ouço risadas, comentários como "lava esse rosto, salpicada", porém estou decidida a não me deixar levar. Da última vez, causei um problema ainda maior, jogando o rádio na testa de Alison. O pior de tudo é o prejuízo. Tive que pagar pelo rádio.

Os meus olhos se iluminam quando vejo meu namorado se aproximar. Ben me cumprimenta baixinho e se senta do meu lado.

– Já disse que você está linda? – sussurra perto do meu ouvido.

– Disse hoje de manhã – sorrio, esquecendo imediatamente a chateação.

– Então, vou dizer de novo, para descontar todas as vezes que queria ter dito, mas não pude.

Dou uma risadinha tímida, e desvio o olhar.

Olho para a minha amiga, à minha direita. Ela nos encara, revira os olhos e apoia o braço no descanso da cadeira, do lado mais distante de mim, de nós. Ben percebe tudo, e dá uma risada curta.

– O que quer fazer hoje?

– Tenho que ir pra casa – os olhos vítreos. – Minha mãe e eu vamos limpar o sótão.

– Tudo bem – ele finge não se decepcionar. – De qualquer forma, nos vemos na saída.

Desde o nosso acerto amoroso, Ben me acompanha até a avenida Theodore. Ontem paramos para tomar um sorvete do Chuck 's e fizemos planos, brincamos um com o outro, e nos beijamos freneticamente.

Coloco a minha mão por cima da sua, que está no seu joelho.

– Prometo que daqui a algumas semanas, vou ter mais tempo para nós. Vou compensar todo o tempo perdido.

– Espero ansiosamente, minha Cerejinha.

Nós trocamos sorrisos. Ben volta a assistir a palestra, enquanto eu o continuo observando de maneira discreta. Mordo os lábios, apenas para tentar tirar deles a sensação que sinto quando beijo a boca do meu namorado. É tão agradável, tão intenso. Observá-lo tão de perto me deixa com os hormônios borbulhando, tenho vontade de mostrar toda a minha ousadia aqui mesmo, e pular no seu colo, ao passo em que me acabaria de beijá-lo. Mas tudo não passa de roteiros imaginários que frequentemente crio na cabeça. Antes era tudo mais romântico, agora parece que estou numa vibe mais animalesca, se é que posso chamar assim. Não faz mal às vezes.

A minha felicidade desaparece quando ouço o nome de Tara ser mencionado, logo após o de Sam. Desvio minha atenção para o telão. Os meus olhos fraquejam ao ver uma foto da garota na apresentação. O diretor explica a importância de apoiar uns aos outros, e sempre conversar com os pais sobre conflitos internos, o que para mim, é como se estivesse sugerindo que o que ela viveu foi uma história fictícia ocasionada por problemas mentais.

Aperto os punhos nas mãos, mas logo sou surpreendida por um vídeo que o homem diz ser uma homenagem. É a mesma gravação que enviei para o jornal da escola, e que tanto me fez chorar. Tara, em seu quarto, começa a tocar a música Somewhere Over The Rainbow em seu ukulele. A sua voz doce ecoa por todo o auditório, e machuca meus ouvidos, o meu coração. Em pouco mais de um minuto, sinto a respiração falhar. Ver a sua imagem reproduzida trás tudo de volta, os pesadelos, a cena na festa, seu suicídio. Olho para o vídeo mais uma vez, e me deparo com o sorriso da garota, enquanto se dedica totalmente à música. "Em algum lugar além do arco-íris, pássaros azuis voam, e os sonhos que você sonhou, os sonhos realmente se tornam realidade, ooh", diz a canção.

– Fique calma, fique calma – repito aos sussurros como um mantra para mim, mesmo que claramente não esteja funcionando.

Grudo as mãos, agora trêmulas, na poltrona e me afundo nela, enquanto me esforço ao máximo para assistir àquela tortura mental sem demonstrar o desastre emocional que está sendo causado no meu interior. A dor no peito piora. Engulo seco, as lágrimas, mesmo que eu tente segurar, escapam. O ritmo da respiração fica ainda mais forte, o suor escorre da testa. E na tentativa de prender toda dor dentro de mim, o efeito é oposto. É como uma barragem danificada que tenta segurar as águas de uma represa, explode.

– TIRA ISSO AGORA! – as veias do pescoço saltam.

Meu corpo se ergue sozinho, o coração martelando no peito. Pego a primeira coisa que meus olhos veem e atiro no diretor, e nos demais presentes no palco. Depois, alcanço uma garrafa com água e faço a mesma coisa e em seguida, uma mochila. Antes que as pessoas possam sequer reagir, tento correr, mesmo catatônica, em direção ao telão, para que eu mesma afaste o que tanto me dói. Porém, nesse momento, alguém me agarra pelo estômago.

– Beth! Calma! – a voz de Ben soa atrás de mim, mas agora, tudo que preciso fazer é tirar aquela maldita gravação. Nada importa. Ou então não sei o que vai acontecer com a minha cabeça.

– ME SOLTA! ME SOLTAAAAA! – Esgoelo, enquanto sacudo o corpo com violência, tentando me livrar dos braços que me impedem de prosseguir. As lágrimas continuam borrando a visão, o muco nasal sai, e o meu rosto se contorce em agonia. – ME SOLTAAA! – continuo berrando, e repetindo a mesma frase. Mais e mais pessoas vão se aglomerando ao meu redor, tentando me ajudar, porém nada do que dizem ou fazem surte efeito. Os braços e pernas acertam alguns dos que tentam me controlar à força. A dor latejante se instala na minha cabeça, pressionando- a para todos os lados.

Continuo gritando e gritando, com todo o meu ser, até que a visão escurece de vez e tudo fica calmo.

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