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A Verdade Escapa Por Todos os Lados - Parte Dois

Estamos reunidos no laboratório de ciências, apenas Laura, Rachel, Sarah, Sam e eu. A Cobradora, depois de alguns dias de muita "pesquisa", como preferiu chamar, conseguiu os nomes e fotos dos dois garotos que estavam com Jerry na festa, Justin e Will. Não contamos para Samuel e Sarah o que aconteceu, apenas dissemos que o que Tara vai dizer será necessário saber os nomes deles. Todos os dias, os dois ainda tentam nos convencer a abrir o jogo, porém agora tenho um álibi, que é dizer que logo logo vão saber, diretamente da boca da nossa amiga confinada.

Mesmo usando meu casaco mais pesado, não consigo evitar de encolher os ombros de frio, fico muito feliz, por um lado, por saber que será apenas uma nevasca passageira, então nossas aulas não serão suspensas. Mas ao mesmo tempo quero que o clima frio dure mais, muito por conta da paisagem que a neve cria e sobre todas aquelas comparações que fiz com os livros.

Enquanto Rachel explica como vamos tirar o diretor de sua sala e mostra as fotos de Justin, Will e Jerry, começo a pensar sobre como foi o dia em que quase consegui fazer Ben falar sobre a festa.

Foi quando a senhora Taylor deu a prometida palestra em nossa escola, o auditório se encontrava com quase toda a sua ocupação preenchida e permanecia até que silencioso, a maioria dos muitos alunos, de alguma forma que não compreendi na hora, estavam sendo comportados. Os garotos eu saquei, eles ficaram calados porque estavam ocupados demais com os olhos cravados na linda mulher que discursava no palco, Amy contava a trajetória de sua vida, não fazia ideia que ela se formou mais cedo que todos, enquanto meus pais e os demais tinham dezoito anos, a mulher tinha apenas quinze.

Foi nesse instante em que vi Benjamin descer as escadas do auditório, provavelmente procurando um lugar para se sentar, ele encontrou, mas quando pediu licença para as garotas da ponta, elas o encararam com desprezo, foi possível até mesmo escutar uma delas perguntando se o menino não iria agredi-la com uma garrafa, caso permitisse que ele sentasse ao seu lado. Os garotos, do outro lado do bloco de poltronas, zombaram de volta, um menino moreno disse que "tá tudo bem ser encrenqueiro, o problema que é mais difícil de chegar nas garotas". O meu coração pesou com tamanha injustiça, achei que essas coisas já tinham parado, pelo visto não.

Ben apenas ignorou todas as provocações como sempre fez e voltou a procurar outro lugar vago.

Mordi o lábio inferior, hesitando antes de levantar a mão e balancá-la para chamar sua atenção, sabia que Laura iria me matar depois não só por ter dado seu lugar, como por ser logo para quem ela teima em dizer que ainda tem ressentimento pelo dia dos balões.

Após algum tempo, o garoto me avistou, deixando escapar um sorriso satisfatório enquanto subia os degraus.

– Você vai mesmo chamá-lo pra cá? – uma menina do meu outro lado questionou, temerosa. – E se ele arrumar confusão com alguém aqui?

– O Ben não é assim, não saia acreditando em tudo que ouve – resmunguei.

– Eu acredito nos fatos. Esse garoto quebrou uma garrafa na cabeça do Jerry, a troco de nada! – sua voz foi ficando mais baixa à medida que percebia que Benjamin está se aproximando.

– Talvez ele tenha merecido.

A garota me fitou com uma sobrancelha levantada, claramente desprezando o que disse. Lembro de sentir pena por ela não fazer ideia do que realmente aconteceu. De qualquer forma, não iria permitir que falassem dessa forma de alguém que foi tão bom e gentil como o Taylor.

– Achei que fosse uma boa pessoa – meneou a cabeça, nem me dando tempo para responder e se levantou para se sentar em outro lugar.

– Oi – cumprimentou. – Posso? – apontou para a cadeira vazia.

– Claro que pode! – abri um sorriso desconcertado, meu coração se agitou só de pensar que talvez eu disesse alguma besteira.

Nessa hora, tive que admitir que ultimamente vinha cada vez mais cedendo espaço em meus pensamentos para ele, mas eu via, e ainda vejo como um sentimento que é gerado a partir da minha admiração. Como um fã ficaria sem graça perto de seu ídolo, algo parecido.

– Odeio quando a Amy vem aqui, esses caras ficam olhando pra ela – comentou. Quando olhei de soslaio, o menino mantinha o olhar fixado para a palestrante, que explicava sobre a importância da escola para que tivéssemos um futuro.

– Você chama sua mãe pelo nome?

– Sim. Você não? – sua expressão revelava que realmente estava confuso, como se fosse algo normal.

– Nem sei se eu sei o nome da minha mãe – dei de ombros, tentando bancar a engraçada.

Benjamin me surpreendeu com sua risada, o que me deixou bastante contente, significava que estava sendo interessante.

– Por que não tenta qualquer dia desses?

– Porque a minha mãe não é legal como a sua, embora eu quisesse muito.

– Não diga isso, é só uma questão de saber ignorar coisas que odeia e encontrar nela coisas que te agrade – terminou, fazendo uma pausa.

– Pra você é fácil, me diz alguma coisa que odeia, tirando os ciúmes ou quando ela fica um grude com você – fingi desafiá-lo.

– Bem – Benjamin colocou a mão no queixo. – Eu odeio quando... Não... Então quando... – suspirou. – Tá, talvez não tenha tantas coisas que vejo como um real problema nela, mas isso não significa que não possa tentar com a sua.

– Você não vê porque a senhora Taylor é muito legal e a minha mãe não, dããã – ri.

– Você é mesmo uma figura, Beth – disse, dando risada também.

Escutei o meu celular vibrar no bolso, era a mensagem de Tara, depois de quase três dias sem contato, ela não quis mais nos receber em sua casa, voltando ao estado completo de isolamento. Além das ligações, mandei vários torpedos pedindo para ao menos me dizer se estava bem, e se tinha alguma coisa que nós pudéssemos fazer. "Não estou bem. Faz o plano acontecer logo" é tudo que dizia o conteúdo da mensagem. Digitei um novo SMS, implorando para que atendesse ao telefone, fiquei com os olhos grudados na tela, esperando desesperadamente que Tara respondesse.

– Desculpe, não pude deixar de notar, é a Tara? – Ben interrompeu meu foco, dando uma leve espiada no nome salvo no meu celular. – Ela tá bem? Vocês têm se encontrado?

– Ela tá ótima! – tentei mentir, respondendo uma única pergunta, enquanto afastava devagar o celular, para que não parecesse que queria privá-lo de ver.

Se fosse numa situação normal, eu não me importaria que ELE, vale ressaltar, visse minhas mensagens.

O garoto pareceu perceber que eu não estava dizendo a verdade, já que deu um sorriso fraco e desviou o olhar. Ou talvez tivesse notado a sua invasão da privacidade.

– Eu... Só... Desculpe, só estava preocupado. Porque sabe, ela sumiu do nada – apertou um pouco os lábios com um olhar tenso, fazendo uma pausa. – Tentei ir na casa dela algumas vezes, mas fui praticamente ignorado.

– Não tem do que se desculpar – disse. Antes que pudesse continuar a conversa, um estalo me veio à mente, era a deixa que tinha para fazê-lo contar sobre o que houve de verdade. E quem sabe assim eu poderia aproveitar e dizer logo tudo que vinha me assombrando pelas últimas semanas. – Nós só estamos conversando por mensagem, mesmo assim a Tara não me fala o que aconteceu – fiz uma pausa ensaiada. – Você sabe de alguma coisa?

Escutamos alguém pedir silêncio no meio da multidão, o que nos fez ficar quietos por algum tempo.

– Não, bem, mais ou menos – seu olhar ficou mais triste. – Você não entenderia, Beth, se você soubesse ficaria escandalizada, as pessoas não são tudo que se esforçam pra parecer – continuou, sua fala saiu arrastada, e séria.

"Eu entendo sim, perfeitamente, até porque vi tudo, mas não tenho coragem de te dizer isso, mesmo sabendo que deveria. Além disso, tenho medo da sua reação", pensei.

O meu coração ficou agitado por um motivo diferente, estava agoniada, não sabia o que falar para convencê-lo a me dizer a verdade.

– Por favor, Ben, me conta, você pode confiar em mim – supliquei, entendendo que não seria ouvida, ele não seria idiota o suficiente pra dizer algo dessa importância só porque alguém disse que pode confiar.

– Tá bem – suspirou, ao mesmo tempo em que eu tinha um surto interno. – Mas já vou avisando que é algo complicado.

"Não é possível, ele vai mesmo falar assim?", pensei.

Fiquei tão eufórica que nem tinha notado que estava com o rosto mais perto do dele.

No exato instante em que o Taylor ia abrir a boca para começar, Laura apareceu do meu lado como um vulto, estava tão focada no garoto que não percebi sua aproximação. Os dois se encararam por um breve instante, a loira revirou os olhos, notando que eu havia cedido sua poltrona e se sentou no lugar que a menina que conversei antes deixou.

– Deixa pra lá, não é nada – Ben disse, voltando a prestar atenção na palestra.

Lembro que nessa hora tive vontade de expulsar a pontapés a minha melhor amiga. Não acredito que ela atrapalhou o que poderia ser o momento mais importante das últimas semanas!

"Que ódio de você, Laura!"

– Beth? Oi? – volto para o presente com Sarah estalando os dedos na frente do meu rosto. – Onde você tá agora? Em Nárnia?

– Desculpa – balanço a cabeça. – Só estava lembrando de umas coisas.

– Ou será que tava pensando no Ben? – Laura provoca, lançando um olhar furtivo para mim.

– Para de dizer essas coisas! – Vocifero, enquanto Sarah ri, mesmo estando de boca aberta, talvez pensando que estava certa desde o começo.

– Então, tá decidido, vamos repassar o plano – Rachel corta a conversa, arranhando a garganta, o que nos faz olhar para seu rosto. – Uma hora antes do próximo jogo estadual, nós vamos tirar o diretor da sala dele dizendo que os garotos do time de baseball estão brigando feio na biblioteca de novo. Depois que o diretor Franklin sair, Sarah e Sam estarão lá pra abrir a porta e fazer os preparativos pra pôr a Tara no ar. Enquanto isso, vou me certificar de trancá-lo na biblioteca. Beth irá distrair o zelador, Laura a vice diretora, pra que caso o diretor tente ligar pra um dos dois enquanto estiver preso, ainda tenhamos tempo. Vou cobrar alguns favores de um dos meus clientes, eles vão segurar a maioria dos professores de algum jeito. E é aí que a Tara entra, ela deve ter no máximo quinze minutos.

– Isso é importante mesmo? A gente pode se ferrar legal por causa disso – Sam olha para os lados, conhecendo-o como conheço, diria que ele queria dizer alguma outra coisa.

– Garanto que é a coisa mais humanitária que faremos pela Tara, acredite – falo com confiança.

– Nós temos um problema – o garoto quase me interrompe, levantando o olhar.

– Sam e eu conversamos... – Sarah toma a iniciativa. – Só vamos ajudar se soubermos o que tá acontecendo. Essa é nossa condição.

– Vocês vão descobrir! A Tara vai falar, já dissemos – Laura contesta.

– E por que não contam agora de uma vez???– o tom de pele do rosto de Samuel começa a ficar mais avermelhado, à medida em que sua voz vai se exaltando.

Rachel, Laura e eu nos entreolhamos, é sempre horrível ter que contar sobre a festa, porque é como se eu revivesse cada momento, algo que estou farta.

– Porque... Não é tão simples – explico, cabisbaixa.

– Sinto muito – a garota de cabelo cacheado estreita os olhos com melancolia. – Nós estamos cansados de ser deixados de fora, se a Tara vai contar de qualquer forma, não faz diferença vocês falarem antes com a gente. Nem sabemos porque estamos fazendo isso tudo.

– Só conta pra gente! – Sam reclama. – Acham que só vocês se importam com a Tara? Acham que nós não merecemos saber que merda aconteceu com ela?

– Calma, Sam – Rachel tenta tocar no ombro do menino aborrecido, mas ele a evita, afastando um passo brusco, com os dentes trincados de revolta.

Ao vê-lo sofrer por algo que ainda não sabe, de alguma forma, me deixa irritada também. Ele não pode falar como se nós decidíssemos quem deve saber o quê, Tara decidiu isso, pois ela é quem foi estuprada.

Algumas imagens voltam à tona, agora sei que o nome do garoto que consumou do fato o ato é Justin, vejo o exato instante em que ele apoia seu corpo sobre o da morena e começa, é tão nojento, tão desumano que transformo isso, parte em ódio, parte em uma sensação que aperta o meu peito e faz meus olhos ficarem úmidos.

– Acham que é fácil pra mim também!?– Grito de volta, com o lábio tremendo. – Vocês dois não têm NOÇÃO da gravidade da situação! Não é como se eu tivesse bem em saber o que houve, já que nem mesmo nos meus sonhos eu consigo ter paz graças a isso! Nem aconteceu nada comigo, mas tenho certeza que nunca mais vou ser a mesma garota que fui por causa de um BANDO DE IDIOTAS QUE ESTUPRARAM A TARA! – as palavras saíram tão rapidamente da minha boca que levo algum tempo para perceber que disse a verdade, porém não importa, não tem como negar que ainda estou destruída, as lágrimas que escorrem agora no meu rosto confirmam isso, juntamente com mais flashes das cenas que presenciei.

– O quê? – sua voz praticamente desaparece, enquanto coloca uma mão na boca, os olhos ficam tão aterrorizados quanto os meus naquela festa.

Sam parece desnorteado, ele fica sem reação, como se sua alma tivesse saído do corpo, tudo que consegue fazer é de deixar pousar na cadeira atrás dele, os cabelos bagunçados cobrem seu rosto.

Laura vem me acolher num abraço, um gesto incomum, e muito sensível de sua parte. Mesmo assim, não consigo parar de chorar, a dor é muito grande, eu só queria poder apagar essa parte da história, mas não tem como, é tudo real.

– Faz parar. 

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