18-Você veio!!
Paloma,
A nossa noite de ontem foi tão perfeita que parecia um sonho. Fiquei encantada ao ganhar meu primeiro buquê de alguém tão especial. Quando ela pronunciar aquelas palavras carinhosas, só pude pensar em quão sortuda sou por tê-la na minha vida.
Ao voltar para casa, contei tudo às minhas amigas, que me parabenizaram e me desejaram boa sorte. Geo, então, comentou que ela e Gustavo estavam em uma sintonia incrível. Depois de conversarmos um pouco mais, decidi ir dormir.
**Quinta-feira, 8h15**
Acordei com o alarme tocando "Born to Die", da Lana Del Rey. Fiz minha higiene matinal e, após me arrumar, enviei mensagens de bom dia para as meninas e para a minha garota. Antes que Sasa respondesse, Geo chegou em casa para me buscar, e seguimos em direção à escola.
Ao chegar à escola, encontrei um senhorzinho cuidando das flores ao redor da entrada. Assim que percebendo que estava olhando, ele acenou para mim, e eu devolvi o gesto enquanto caminhava até o pátio. Ao chegar lá, vi Samantha sentada com Beka, Mencia e Isa rindo, e só consegui sentir felicidade ao vê-las. Encontrei uma menina que me trata tão bem e que é querida por minhas amigas. Fui retirada dos meus pensamentos quando ouvi Beka falar:
— Para de secar ela e vem cumprimentar a gente! — ela disse, rindo.
— Bom dia, meninas! — respondi com um sorriso, e todas responderam em coro.
Sentei-me perto de Samantha, que encostou a cabeça em meu ombro.
— Vocês formam um casal tão fofo! — Geo comentou, e todas concordaram.
— Obrigada! — respondemos em uníssono, soltando risadas ao falarmos juntas.
— Cadê seu homem, Geo? — perguntou Isa, curiosa.
— Querendo saber demais, hein, sua piranha! — Geo riu.
— Viva o bonde das ciumentas com S! — Mencia brincou, lembrando de um episódio engraçado com um amigo que, embriagado, se declarou para uma menina, dizendo que era muito ciumento (com S!). Expliquei para Samantha, que parecia confusa.
Então, o sinal tocou e nos despedimos. Eu, Samantha e Geo seguimos para nossa sala, e alguém esbarrou acidentalmente em Geo. Quando ela ia falar algo, o garoto levantou a cabeça e pediu desculpas. Era Gustavo.
— Desculpe, gata, tá tudo bem? — ele falou, um pouco preocupado.
— Tranquilo, gato, só olhe para frente da próxima vez — ela respondeu, rindo. Logo entraram juntos na sala, e eu e Samantha fizemos o mesmo.
— Sasa, onde eu me sento? — perguntei.
— Pode sentar aqui — ela disse, batendo leve na cadeira ao meu lado.
Durante a aula de inglês, ouvi Samantha resmungar, dizendo que estava com vontade de comer chocolate. Como ela estava um pouco de TPM e se esqueceu de trazer seu doce, eu trouxe o chocolate favorito dela e entreguei.
E você deve estar se perguntando como eu sabia disso, certo? É simples: observei seu comportamento e deixei um chocolate guardado na mochila, só esperando o momento em que ela esquecer o dela para eu entregar o meu. A memória de Samantha não é das melhores, então pensei que estava um passo à frente.
— Obrigada, linda! Você é nota dez! — ela me agradeceu com aquele sorriso que eu tanto amo.
— Faço tudo para ver esse seu sorriso lindo que me hipnotiza! — respondi.
De repente, o sinal tocou, avisando que era hora do intervalo; dessa vez, passou rápido. O corredor ficou cheio de gente conversando e se movendo, e eu segurei firmemente a mão de Samantha enquanto caminhávamos até onde eu e as meninas ficamos. Devido à minha altura, um pouco abaixo da média, tenho medo de alguém me fazer tropeçar. Notei Rebeka provocando Mencia enquanto segurava o livro que ela estava lendo.
— Fala a palavra mágica que eu te devolvo, amorzinho.
— Vai se fuder— Mencia retrucou, fingindo um sorriso.
Isa estava rindo muito, e Geo estava visivelmente envergonhada perto de Gustavo, que também se divertia. Cumprimentei as meninas e avisei que eu e Samantha íamos para a biblioteca, enquanto Mencia e Beka decidiam ficar no pátio e Isa e Geo continuariam a conversar onde estavam.
Decidi pegar um livro com um título interessante, e Samantha parecia fazer o mesmo. Como só havia duas cadeiras, nós nos sentamos frente a frente. Samantha então inclinou o corpo à frente e fez um gesto com as mãos para que eu fizesse o mesmo. Quando me inclinei, ela sussurrou no meu ouvido:
— Dois reais ou uma provocação misteriosa?
Ela sorriu enquanto voltava para a cadeira.
Samantha adora fazer joguinhos e adora ver como reajo. Como eu também gosto de brincar, entrei no jogo e respondi rapidamente.
— Uma provocação misteriosa, é claro!
— Vou lembrar disso no nosso próximo encontro! — Ela afirmou.
— Ah, então você vai me surpreender? — provoquei.
— Não brinque com fogo! — Ela finalizou, sussurrando em meu ouvido — uma hora você pode se queimar.
— Se o fogo for você, eu adoraria queimar-me! — provoquei novamente, vendo Samantha segurar o riso com a mão, já que não se podia fazer barulho na biblioteca.
Estávamos sussurrando no tom mais baixo possível; se não se pode fazer barulho normal, imagine se alguém escutasse as nossas travessuras.
Logo mudamos de assunto, e Samantha me convidou para ir ao banheiro com ela para retocar seu gloss. Como sou educada, decidi acompanhá-la. Ao chegarmos lá, ela viu uma cabine e me puxou para dentro.
— Posso te beijar? — ela perguntou.
— Claro, não precisa nem pedir! — respondi, rindo.
Respondi por impulso, e talvez adrenalina?
Meu coração batia rapidamente quando ela me puxou um pouco para seu colo e encostou-me na parede. Enquanto a beijava, não pude conter um pequeno gemido pelo contato da minha pele com a parede gelada, que fez com que meu corpo se arrepiasse instantaneamente.
Quando percebi, nossos lábios já estavam em perfeita harmonia e sincronia. O beijo doce logo se tornou feroz; nossas línguas pareciam disputar território. Samantha parecia explorar todo o meu ser, e, com a pegada certa, me fazia pensar loucuras.
Confesso que, em meio a esse fogo todo, eu estava levemente perdida sobre onde colocar minhas mãos. Uma delas segurava seu pescoço, e, como se Samantha pudesse ler meus pensamentos, ela guiou minha outra mão até sua cintura. Apertei-a mais contra mim, e ela soltou um pequeno gemido de aprovação. A segunda melhor visão de Samantha foi seu olhar de desejo, como se ela também pudesse esquecer onde estávamos.
Foi como se eu pudesse esquecer onde eu estava e que horas eram. Samantha me faz sentir nas nuvens. Ela desperta meu lado curioso e alguns desejos que, até então, eram desconhecidos. Nunca senti vontade de beijar alguém em um banheiro, ainda mais no da escola.
Ela separou nossos lábios e começou a descer para o meu pescoço. Apertei sua cintura com um pouco mais de força, e ela pareceu gostar disso. Com uma mão, começou a explorar, baixando até minha bunda e apertando um pouco. Fiquei tão surpresa que acabei puxando-a ainda mais para perto de mim. Saímos do transe quando o sinal tocou.
Respirei fundo, tentando recompor meus pensamentos e...
Meu Deus, este banheiro nunca esteve tão quente!
— Salvas pelo sinal ou tivemos azar de ele tocar agora? — ela riu docemente, parecendo uma Samantha completamente diferente da que tinha desejos tão intensos. O que acabou de acontecer mesmo?
— Vejo que esse retocar no batom era só uma desculpa para me beijar. Sou tão ingênua! — brinquei, rindo, mas depois percebi que Samantha estava com uma expressão indecifrável e ela disse:
— Prometo me comportar, já que a escola não é lugar para isso — ela falou, um pouco envergonhada.
— Tudo bem, linda! Repita isso fora da escola — provoquei enquanto caminhávamos de volta para a sala.
Ajeitei meu cabelo e o dela ao entrarmos na sala.
A aula passou muito rápido, e quando percebi, o sinal já havia tocado para irmos embora. Despedi-me de Samantha e fui para casa.
Fechei a porta de casa com um sorriso ao lembrar do dia que tive. Decidi abrir a geladeira para beber um copo d'água. Ao me virar para a sala, vi alguém levantando-se do sofá e quase deixei o copo cair.
Era apenas minha mãe.
— Credo! Você parece que viu um fantasma! Vem cá falar com a mamãe — disse ela animada.
— Você veio!!! — abracei-a.
— Claro, amor. Decidi vir antes, já que não tinha mais compromissos.
— E como ficou você e Samantha? Atualiza a mamãe sobre os babados! — ela disse, sorrindo.
Decidi sentar e fofocar com ela. Eu amava e ainda amo fazer isso. Só que presencialmente, né? Devido à carreira da minha mãe, temos que nos comunicar virtualmente.
— Está indo super bem! O sentimento é recíproco e decidimos nos conhecer melhor antes de namorar — falei animada.
— Que lindo, filha! Vai dar tudo certo para vocês!
— Inclusive, espera aí — levantei para pegar no meu quarto o buquê que ela me deu e mostrar à minha mãe.
— Fomos à exposição de Van Gogh que nós duas queríamos muito visitar, e ela me deu este buquê depois que eu a levei para casa — relatei, animada.
— Que lindo, filha! Você ganhou seu primeiro buquê de flores. Mamãe está muito orgulhosa. Minha menina está crescendo! — ela exclamou, emocionada.
Depois que colocamos o papo em dia e discutimos várias fofocas que aconteceram enquanto minha mãe estava trabalhando, ela fez uma proposta.
— Como cheguei de viagem e você não para de falar de Samantha, que tal convidá-la para um jantar aqui em casa? Queria conhecer todos, inclusive minha futura nora.
— Boa ideia, mãe! Daqui a pouco mando uma mensagem para ela.
Assim que enviei o convite a Samantha, ela logo respondeu confirmando presença.
Mamãe ficou feliz e pediu para eu ajudá-la com o jantar. Que saudades da comida da minha mãe!
Mal posso esperar para conhecer a família dela. Será que eles vão gostar de mim?
Bom, tentei não pensar muito nisso e apenas foquei em passar o tempo com minha mãe. Confesso que senti saudades do meu padrasto, mas minha mãe me informou que ele precisou resolver algumas coisas. Logo, nós três nos veríamos novamente.
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