• • 🐍 EPÍLOGO
𓏲 . METANOIA . .៹♡
EPÍLOGO
─── TUDO ESTAVA BEM
SETE ANOS DEPOIS
— POR FAVOR, PRATIQUEM os feitiços que aprendemos hoje. Para terça-feira escrevam um pergaminho sobre o que mais te interessou. Não deixem tudo para a última hora ou vocês não terão uma boa nota nos NOMs. — a voz de Maia se ergueu dos alunos quando era hora de terminar a aula. — Bom fim de semana, pessoal.
— Igualmente, Sra. Malfoy! — os alunos do quinto ano desejaram para a jovem professora.
— Deseje a Ginny boa sorte, vamos ver o jogo do Três Vassouras. — um grupo de alunos da Grifinória comentou enquanto agitavam uma pequena bandeira das Harpias de Holyhead.
Maia apenas sorriu e piscou para eles.
Não era segredo na escola a relação entre Maia Malfoy, uma das bruxas mais jovens a se tornar professora em Hogwarts, e Gina Weasley, a melhor jogadora do melhor time feminino da liga de Quadribol. Portanto, quando Gina tinha um jogo importante, os alunos não hesitavam em transmitir seus parabéns e sua sorte a professora, e quando encontravam a ruiva fora de Hogwarts, enviavam uma saudação a Maia.
Nem é que elas mantiveram isso em segredo a qualquer momento. Elas viveram muitas coisas juntas para esconder do resto por causa do que sentiam, então em nenhum momento elas tentaram esconder seus sentimentos, mas os mostraram com orgulho. Todos ao seu redor mostraram seu apoio em termos de relacionamento e desenvolvimento como pessoas, os parentes de Gina aceitando Maia como parte da família em questão de tempo; chegaram a considerar o relacionamento entre as duas garotas como a coisa mais natural do mundo.
No entanto, a vida como professora estabelecida em Hogwarts foi um pouco difícil para ambas. À medida que Teddy cresceu, ele não precisava mais dos cuidados primários de Maia, então ela teve que ficar em Hogwarts todos os dias, noites incluídas, e as manhãs no parque com Teddy e as noites embrulhadas nos lençóis com Gina ficaram mais difíceis de encontrar.
Quanto a Gina, sua vida também não era fácil: desde que ela se mudou com Maia - pouco depois de conseguir essa posição no Holyhead Harpies - ela teve que viajar frequentemente com a equipe, e Teddy foi de casa em casa. Primeiro com Harry, depois com Andrômeda e até às vezes com os Weasleys, encantados por ter o pequeno com eles, já que os netos estavam chegando e eles sabiam que Teddy também precisava da companhia dos filhos.
Apesar de tudo, Maia estava confortável onde estava. Ela gostava de seu trabalho, do lugar e da empresa. Ela nunca teria pensado nisso, mas retornar a Hogwarts como professora foi a melhor decisão que ela poderia ter feito na época, e ela estava feliz por ter feito isso. Seus alunos estavam passando ano após ano, mostrando grande interesse em se defender contra as artes das trevas e superando seus NOMs com boas notas; que a fez sentir orgulho de seu trabalho.
Além disso, ela não era a única que havia retornado. Agora McGonagall era a diretora da escola, assumindo a posição do falecido Dumbledore, que ainda era lembrado como o maior diretor de todos os tempos. Neville Longbottom também havia aceitado o cargo de professor de Herbologia, uma matéria em que era excelente em seus anos de Hogwarts. Maia e Neville bebiam chá com frequência, relembrando seus dias de castelo com saudade, mas também com cautela.
A jovem loira espiou no escritório de Neville, que estava usando luvas de poda e protetores de ouvido. Maia deu um sorriso engraçado ao ver que havia coisas que não mudavam.
— Você vem, Neville?
O menino parecia ouvi-la através daqueles grandes protetores de orelha, enquanto pulava no lugar, assustado, e Maia abafou uma risada.
— Sim, sim, estou indo. Apenas deixe-me terminar com este.
Maia olhou para a mesa dele por cima dos óculos. — Você tem certeza? Você parece ocupado. Ela vai entender.
O menino se livrou de todos os acessórios e finalmente cortou a parte da planta que queria,
— Coisa certa.
De fato, as coisas não haviam mudado em nada. Sim, talvez fosse novidade que um grifinório e uma sonserina como os dois fossem tão cordiais quanto eles, considerando tudo o que havia acontecido no passado; mas ainda era verdade que Maia não era muito falante e que Neville ainda era um pouco tímido, então o relacionamento deles não era tão próximo quanto Harry e Maia poderiam ser, já que eles compartilhavam coisas em comum - especialmente um afilhado.
Eles conversaram enquanto atravessavam os terrenos de Hogwarts para que pudessem desaparecer de lá, e quando eles apareceram no estádio, Maia ficou quase agradecida. A caminho das bancas, Maia fez uma breve parada nas bancas de fast food: comprou um cachorro-quente e seguiram caminho. Os dois jovens professores ergueram as mãos em saudação ao verem Harry, George, Ron e Hermione no final da primeira fila, e um pouco mais à direita, Molly, Arthur e Bill, a quem também cumprimentaram à distância.
— Aqui, eu trouxe isso para você. — Maia estendeu a mão para entregar a comida para Ron, que a olhou como um anjo.
— Como você sabia?
— Eu te conheço o suficiente para saber que você sempre esquece de pegar um para você antes do jogo começar, e quando você percebe que vai ter que entrar na fila você começa a xingar alto, então eu decidi guardar isso para todos nós, Ronald.
O ruivo corou um pouco, mas sorriu mesmo assim. — Caramba, você sabe como roubar o coração de um homem.
— Eu prefiro da sua irmã. — Maia brincou, um sorriso no rosto.
Harry, Neville e Hermione compartilharam uma risada entusiasmada, enquanto Ron se perguntava se ele gostou ou não do comentário e George descansou a mão no ombro de seu irmão enquanto balançava a cabeça, como se dissesse que ele mesmo havia pedido.
— Ei, olhe, está prestes a começar. — alguém comentou atrás deles.
E assim que a primeira bola estava nas mãos das Harpias de Holyhead, todas se concentraram no jogo.
Maia tinha sido uma grande fã de Quadribol durante seus primeiros anos em Hogwarts, mas quando ela decidiu deixar o time, uma parte de sua paixão também foi embora com ela. Mais de uma vez ela havia confessado que só assistia aos jogos para Ginny, mas a verdade era que ela ainda tinha uma parte da ilusão daquele jogo em seu coração.
E foi Ron quem o alimentou, pois afinal eles tinham mais em comum do que ela jamais imaginaria, e um deles era Quadribol. Eles discutiram as jogadas do outro time na esperança de que uma jogadora do time de Gina os ouvisse e reagisse, pois elas estavam perdendo. Eles protestavam vigorosamente quando havia desarmes flagrantes, quando eram marcadas faltas que não eram, caso conseguissem intimidar o árbitro. Harry até se juntou a eles uma vez para comemorar as bolas passando pelos aros, mas Hermione e Neville eram completamente estranhos ao mundo do Quadribol.
— Onde está Teddy? — Harry comentou quando um intervalo foi chamado.
— Eu o deixei na casa de um amigo, ele mora no final da rua. Ele é apenas uma criança, eu não consegui forçá-lo a vir. — Maia tomou um gole de sua própria bebida. — Ah, ele está gostando um pouco demais da vassoura que você comprou para ele de aniversário, a propósito. Ele já quebrou duas janelas.
Houve risadas por toda parte e Harry deu de ombros com um sorriso. — Tem que apresentá-lo às nossas velhas tradições, certo?
O estádio estava cheio, e os rugidos dos torcedores eram cada vez mais ouvidos, prevendo o fim do jogo. O Holyhead Harpies perdia por 10 pontos, bastava alguém para conseguir mais dois tiros ou para finalmente pegar o pomo.
O dia estava ensolarado e quente, uma coisa estranha para a Inglaterra, mas estava bom tempo para ver o pomo a olho nu. Com o passar do tempo, todo o grupo apertou os olhos - Harry e Maia através de seus óculos, o que os fez parecer um pouco engraçados - para ter um vislumbre disso. Mas eles estavam atrasados, como alguém fez. Um cabo de vassoura montado por uma garota foi arremessado em direção ao chão, voando graciosamente, rápida como um relâmpago, rumo a uma pequena bola dourada que lutava pela liberdade e não era capturada.
Mas não foi assim, pois em meio a toda a folia e gritaria, Gina Weasley pegou o pomo de ouro, concedendo 150 pontos para as Harpias de Holyhead e conseguindo uma ampla vitória, conquistando assim o campeonato.
Maia se levantou de seu assento como uma mola. — Ela fez isso! Essa é a minha garota!
— Você vai, Gina! — Ron gritou ao lado dela, colocando as mãos em volta da boca.
Eles desceram com velocidade de seus assentos para parabenizar a equipe vencedora, que se aproximava das arquibancadas para comemorar a vitória com os torcedores, mas principalmente Gina, que havia sido a estrela e a culpada daquele triunfo.
Assim que a jovem ruiva distinguiu o casaco comprido de Maia e a trança que ela usava naquele dia, correu até ela. Maia não se importava se manchava a roupa ou se fazia muito barulho: era a hora de Gina e ela ia comemorar, custasse o que custasse. Então ela deixou que a ruiva se lançasse sobre ela, um sorriso enorme no rosto, e Maia a ergueu no ar, girando-a, arrancando uma risada alta de Gina.
— Eu devo estar fedendo, Maia!
— Você cheira a rosas recém-cortadas, linda. — Maia deu um beijo na bochecha de Gina, cujo sorriso ficou ainda maior. — Você fez isso! Estou tão orgulhosa de você.
— Foi você quem me incentivou, então obrigada, de verdade. Você sempre vê o melhor em mim, mesmo quando não consigo. — seus olhos se encheram de lágrimas, e o sorriso de Maia congelou, mas quando a ruiva voltou a sorrir ela entendeu: estava chorando de felicidade.
— É para isso que estou aqui, certo? Para empurrar a outra para realizar seus sonhos. Espero que um dos seus seja realizado agora.
Gina mordeu o lábio enquanto ainda sorria. — Oh, querida. Meu verdadeiro sonho foi realizado antes mesmo desta noite.
★
Eles chegaram à Toca pouco mais de uma hora depois. Todos, exceto Ginny, planejavam se encontrar para jantar, mesmo no caso de o time da mais jovem perder, embora agora fosse sob o pretexto de comemoração. A noite tinha caído, estava um pouco mais frio, então os homens da casa decidiram armar uma barraca ao redor da mesa no jardim dos Weasley.
Maia entrou na nova casa, já acostumada com o pequeno solavanco logo ao entrar, e abaixou a cabeça no exato momento para que o apanhador de sonhos não a atingisse na cabeça. Ela tirou o casaco e o pendurou no cabide, pouco antes de algo chamar sua atenção. Uma pequena prateleira, quase escondida atrás da escuridão que entrava pelas janelas da lareira.
A loira se abaixou e inspecionou as fotos, todas limpas e brilhantes, como se Molly e Arthur se encarregassem de observá-las e limpá-las todos os dias. A primeira imagem era de Bill e Fleur, olhando um para o outro com profundo afeto e segurando as mãos e a cintura como se estivessem dançando. Maia reconheceu a cena, pois ela mesma guardava uma foto - agora velha e um pouco enrugada - de Ron e Gina naquele mesmo lugar, felizes e mais jovens. A próxima era de Charlie, que estava posando com um sorriso que não fingia ser atraente, mas ainda era; Maia riu um pouco. Certamente sua mãe estava esperando que ele se casasse em algum momento.
O próximo a chegar foi Percy com sua esposa, Audrey. Eles não eram muito vistos na Toca, pois ambos tinham empregos ocupados no Ministério, mas a sonserina sabia que eles haviam recuperado um relacionamento cordial com seus pais após os longos meses que Percy passou longe deles. O coração de Maia se partiu um pouco ao ver a foto de Fred, sozinho, com um lacinho preto no canto do porta-retratos, mas grudado na foto de seu irmão George com Angelina, recém-casados.
Maia teve que conter o riso quando viu o próximo: Rony e Hermione. Eles ainda não tinham dito 'sim, eu aceito', mas era uma questão de tempo, já que Ron se atreveu a fazer a grande pergunta meses atrás, e embora Hermione tivesse dito sim, eles ainda não tinham decidido deixe a vida de solteiro para trás e começar uma nova como um casamento.
A loira conseguiu outro pequeno sorriso quando viu a última foto, a de sua adorável mas feroz Gina. Maia ficou completamente deslumbrada com o jeito que ela estava sorrindo na foto, tanto que imitou o gesto sem perceber. Ela tinha uma beleza que a loira nunca tinha percebido em outra pessoa.
Quando ela ouviu uma garganta limpar atrás dela, ela corou, sabendo que tinha sido descoberta. Ela se viu cara a cara com Molly, que estava sorrindo amplamente. — Desculpe, eu não queria enfiar o nariz.
— Estamos esperando por você. — ela manteve o sorriso no rosto. Então ela olhou para a foto. — Lá fora.
Maia estalou a língua e deu um sorriso ansioso. Então ela enfiou a mão no bolso do casaco e tirou uma pequena caixa preta que mostrou a Molly. — Eu tenho isso no meu bolso há dias.
— Oh, querida. Eu arruinei sua surpresa?
— Nem um pouco, Molly. É só que eu estava esperando para fazer a pergunta - esperando, eu não sei o quê. O problema é que eu não quero parar de amá-la, nunca. E eu sinto que se eu perguntar a ela e o amor desaparece, será a coisa mais dolorosa que vai acontecer comigo.
Molly segurou as mãos dela, Maia já acostumada com a proximidade física que sua sogra exigia. — Você não precisa se preocupar com isso, Maia. Relacionamentos vêm e vão, talvez este seja para sempre, talvez não seja. Mas você tem que viver o momento, não deixar o futuro estragar seus planos. Claro, será de partir o coração se um dia você decidir se separar, mas siga seu coração se é isso que te faz feliz agora.
— Mais do que qualquer coisa no mundo.
— Então faça quando você sentir vontade. Não há momento certo para pedir, você só tem que criá-lo. Devemos sair, certo? — Molly enganchou o braço no da loira e ajustou a gola do casaco. — Este é um pingente muito bonito. A cor é simplesmente requintada. Onde você o conseguiu?
Maia abriu a boca, ciente do que Molly estava segurando em suas mãos. — É um presente antigo da minha mãe e do meu irmão.
— Você sente falta deles? — O lábio de Molly se contraiu.
Maia simplesmente sorriu e assentiu. — Todos os dias.
A mulher apertou sua mão carinhosamente, como se quisesse transmitir força. Ela era agora a única figura materna que Maia tinha em sua vida, com sua mãe e sua prima Tonks falecidas anos atrás. Ah, quantas vezes Maia desejou que sua mãe pudesse se encontrar ali, ver a vida que ela mesma havia criado para si mesma, ver como ela dividia sua vida com a pessoa que amava, como aos poucos o passado foi ficando para trás e só o que foi vivido importava no presente. Ela gostava de pensar que Narcissa ficaria orgulhosa dela e do que ela havia conquistado, afinal.
— Ei, Maia! — Ron chamou sua atenção de seu assento. — Eu guardei um assento para você.
— Estamos nos sentindo bem hoje, sim? — A garota riu, mas sentou-se.
— É só porque há coxinhas para o jantar e ele sabe que não são seus favoritos, então ele poderá comer mais. — George sussurrou ao lado dela, fazendo-a rir novamente.
— Isso não é verdade! — Ron protestou. — Ela é mais legal comigo do que você, George.
O coração de Maia afundou por um momento. Ela estava cercada por Weasleys, Grifinórias, simpatizantes de coisas que, a princípio, seriam bem diferentes das de Maia. Mas a menina sentia-se bem, acolhida, feliz, calorosa, ao contrário do que sempre sentira na mansão, rodeada pela frieza das paredes e a dos pais, o tratamento próximo por obrigação dos elfos, que eles temiam.
Ela nunca pensou que sua vida terminaria assim, comendo todo fim de semana com os Weasleys, traidores do sangue e grifinórios, muito longe do que ela deveria ser na vida. Mas quando Ron lhe deu um pequeno sorriso e lhe passou o prato de purê de batatas, quando George a cutucou para chamar sua atenção e compartilhar uma risada, quando Harry, sentado à sua frente, olhou para ela com aqueles olhos verdes profundos, como se estivesse checando se estava tudo bem, quando Hermione balançou a cabeça zombeteiramente, como se dissesse para ela não prestar atenção em Ron; foi quando ela percebeu que esta era a vida que ela queria para ela.
— Antes de cavar, seus abutres. — Ginny disse acima de todos os outros, levantando-se e batendo em seu copo com uma pequena colher. — Eu gostaria de compartilhar algo com vocês, com todos vocês. Porque vocês são minha família, não importa se vocês estiveram aqui ou não desde o início, porque cada um de vocês provou para mim que se importam e me amam, e eu amo e me importo com vocês da mesma forma. Vocês me empurraram para me tornar uma aluna melhor, uma jogadora melhor, uma pessoa melhor, e eu sou grata por tudo isso.
— Vá e nos faça chorar, Gina! — George gritou do seu lado, fazendo a platéia rir.
Maia riu baixinho, mais baixo do que os outros, porque estava na expectativa das palavras de Gina. Ela entendeu que aquele dia tinha sido importante para ela e que a sensibilidade agora emergia graças às emoções.
— Cala a boca, Georgie. Porque vocês me amam, e eu amo vocês, gostaria de lhe dizer duas coisas. Estou deixando o Quadribol. — com os suspiros de choque e sussurros de protesto, Ginny deu de ombros. — George me ofereceu para ajudá-lo com a loja, e como Ron não poderá mais ajudar, decidi que serei eu a ajudar.
Ainda havia confusão na barraca, especialmente nos rostos de Arthur, Molly e Maia. Eles não tinham falado sobre Gina deixar o Quadribol, então a confusão era evidente em sua carranca e lábios entreabertos.
— Mas por quê? Você acabou de ganhar a liga!
— Você está ferida?
— Elas não estão tratando você bem?
Muitas perguntas ressoaram na tenda, mas eles ainda não ouviram nenhuma resposta.
— Por favor, deixe-me explicar. — Ginny riu nervosamente. — Sei que acabamos de ganhar a liga, e isso é apenas a cereja no topo do bolo, estou muito feliz por isso. Não, não estou lesionado, estou perfeitamente bem. E também, não, eles me trate bem. Não é nada disso.
— Vamos, derrame o chá! — alguém disse.
E ela fez.
— Estou grávida. Estou... Tendo um bebê.
Nesse exato momento Maia congelou. Ela estava em um estado como se seu cérebro não tivesse sido capaz de entender as palavras que chegaram aos seus ouvidos. As pessoas ao seu redor irromperam em aplausos, incrivelmente felizes com a notícia, enquanto Maia ficava olhando para o suéter preto de Gina, que era abraçada e parabenizada por todos que se aproximavam dela.
Maia se levantou com o corpo ainda dormente. Um flash de luz incomodou seu rosto, e ela viu que Charlie estava perto dela com uma câmera. — Que diabos? — ela sussurrou para si mesma, mas Harry, que agora estava ao lado dela, colocando a mão em suas costas, um tanto preocupado, também a ouviu.
— Você está bem? Você está tão pálida que está prestes a ficar transparente. — Harry soltou uma risada suave enquanto a ajudava a se levantar. — Você não está feliz?
— Eu não achei que ia funcionar.
Harry franziu a testa. — O que você quer dizer?
— A poção. Ela deve estar grávida por causa da poção que ela tomou. Mas os médicos disseram que só tinha 35% de chance de funcionar. Eu pensei que íamos fazer todos aqueles testes para nada, mas ela estava tão animada que eu não fiz. Não queria dizer a ela que seria em vão.
O menino de olhos verdes a pegou nos braços e, novamente, tudo parecia um sonho para Maia. Como sua vida poderia realmente ser isso? Maia se empolgou um pouco, apoiando o queixo no ombro dele e fechando os olhos. — Você vai ter um bebê. Parabéns, Malfoy.
Um bebê. UM BEBÊ. A sensação começou a encher sua cabeça quando ela viu Ginny olhar para ela com aqueles olhos de adoração. Ela a abraçara centenas de vezes, milhares, ousaria dizer, mas não sentia que nenhum abraço as conectasse e unisse tanto quanto este. Uma quarta vida se formaria em sua casa, pois Teddy sempre foi um deles. Maia a pegou nos braços, tentando não machucá-la ou deixá-la cair.
— Alguma palavra da mãe mais legal?
Gina grunhiu, fingindo-se ofendida, enquanto Maia a beijava na bochecha. Ela o largou e Maia apenas olhou para Molly. — Basta tirar a foto, sim? — Molly engasgou enquanto levava as mãos à boca, lágrimas se formando em seus olhos quando Maia se ajoelhou na frente de sua filha. — Alguém me disse uma vez que não existe momento certo para perguntar isso, você tem que criá-lo para si mesmo. Com você ao meu lado percebi que tudo é mais fácil de dizer, de sentir. Você é quem cria momentos e memórias especiais. para mim, e quero que o resto de nossas vidas seja uma delas. Quer se casar comigo? — a barraca se encheu de alegria novamente quando Gina pegou o rosto da loira em suas mãos e a beijou profundamente, Maia sentindo o sal das lágrimas de sua - agora noiva - em sua boca. O anel descansou com beleza delicada em sua mão. — Eu sinto que você deveria ter feito isso. — ela resmungou enquanto se levantava, — você é mais flexível do que eu.
★
ONZE ANOS E NOVE MESES DEPOIS
— Tudo bem, bochechas doces. Você já fez as malas?
Maia se agachou na frente da menina, que, para a idade, era bem pequena. A garotinha balançou a cabeça, um rubor evidente em suas bochechas, como se ela soubesse que seria repreendida. Maia suspirou.
— Teddy ficou acordado ontem à noite e ele me deixou assistir a um filme com ele, então eu esqueci de empacotar tudo. Me desculpe, mãe, eu vou fazer isso agora.
A mulher suspirou novamente. Ela ajustou os óculos na ponta do nariz enquanto se abaixava novamente para fechar o zíper de sua própria bagagem; a menina de onze anos sairia de casa para ir para Hogwarts, mas ela também sairia por mais um ano. No entanto, isso já era rotina, dificilmente a incomodava. Teddy tinha quase vinte anos, então podia cuidar de si mesmo, e agora que tinha namorada ele mal passava na casa, o que deixava Gina, Maia e-
— Cissy! Eu juro, você é uma delatora! — Teddy gritou do andar de baixo, seus sapatos enormes batendo contra a madeira da escada e fazendo a garota soltar um grito agudo.
— Por favor, Edward, pare de assustar sua irmã, ela tem que fazer as malas ainda. — ela prendeu o cabelo em um rabo de cavalo e deu um pequeno sorriso para a filha. — Vamos, eu ajudo você. Não temos muito tempo e você não quer se atrasar, quer?
Cissy balançou a cabeça com fervor, mas evitou o olhar de Maia. — E se... As pessoas não gostarem de mim?
— O que você quer dizer, bochechas doces?
— E se eu não fizer amigos? E se eu for selecionada para uma casa que você não gosta?
— Baby... Você não precisa se preocupar com isso. Eu prometo a você, você vai fazer grandes amigos. Você vai conhecer pessoas da sua idade, talvez mais velhas, talvez mais novas, que gostariam de ser sua amiga. Você é muito especial, gentil e muito inteligente. Em Hogwarts você encontrará bons amigos, eu lhe garanto. — Maia estendeu a mão e mostrou-lhe uma foto. — Você vê? Eu conheci todos os seus tios e tias em Hogwarts. No começo nós não gostávamos muito uns dos outros, porque eu tinha outros bons amigos, mas no final olhe para nós.
— Ficam bêbados todo fim de semana. — Teddy interrompeu da porta. Maia jogou-lhe uma almofada com o cenho franzido, o que fez a filha rir.
— Não preste atenção nele, ele só está com ciúmes. — Maia gritou a última parte para que seu afilhado pudesse ouvir. — Como na parte da casa, não se preocupe, eu vou te amar, não importa em que casa você seja escolhido. Não importa se é Grifinória ou Sonserina, Corvinal ou Lufa-Lufa - eles matariam para ter você do lado deles.
— Teddy era um Lufa-Lufa, mamãe era uma Grifinória, você é um Sonserino. E se eu não me encaixar em nenhum deles?
— Sempre há espaço para todos em Hogwarts. Você não vai ficar de fora, o Chapéu sempre leva suas opiniões em consideração.
Cissy abraçou a mãe com força, envolvendo os braços curtos em volta da cintura, e sorriu.
Maia poderia continuar contando infinitas vezes como foi sua vida, como a dor, a angústia e a opressão se transformaram em liberdade, em amor, em família. Como a marca que ardia de desejo de deitar em seu braço nunca se materializou, como a vida a que estava destinada nunca veio através de um punhado de atos de bravura que uma garota de dezesseis anos foi capaz de fazer. Como no final sua família, que prometia ir muito longe na dinastia puro-sangue, colidiu contra um muro de infortúnio e perda, sendo apenas ela a única que estenderia essa linhagem, mas muito longe do que seus ancestrais desejavam.
Ela poderia continuar narrando, também, as incontáveis noites em que dormiu com Gina ao seu lado, acalmando seus pesadelos, alimentando seus sonhos, acordando ao seu lado todas as manhãs, quando via os olhos sem vida de Éden olhando para o nada, quando ela sofria novamente o a dor dos crucios de Bellatrix antes de morrer, como ela se via, varinha erguida, assassinando um homem a sangue frio por uma criatura que nunca mereceu sua admiração ou amor.
Ela conseguia se lembrar da primeira palavra de Teddy - Maia - a primeira vez que ele perguntou sobre seus pais, a primeira vez que montou uma vassoura; a primeira vez que ele pisou em Hogwarts, quando o chapéu seletor pousou em sua cabeça e ele gritou Lufa-Lufa, depois de pensar um pouco sobre isso, como ela, da mesa dos grandes professores, o animou com um grande sorriso e disse que estava muito orgulhosa dele.
Ela podia se lembrar de como naquela mesma noite, quando sua filha já dormia no que seria seu quarto pelos próximos sete anos com seus novos companheiros, ela escreveu uma carta para Gina com um sorriso radiante, afirmando o que ela já sabia desde olhou para aqueles grandes olhos cinzentos e ela percebeu aquele sorriso travesso em seu rosto sardento: que quando o chapéu gritou Amelia Narcissa Malfoy, ela levou cinco segundos para responder Sonserina, e a pequena Cissy se sentiu em casa, cercada de aplausos e de olhares gentis, ansiosos para que ela fosse até a mesa das cobras.
Ela conseguia se lembrar de milhares de outras coisas, porque tivera uma vida longa e plena, mas agora nada disso importava. Não importavam detalhes ou coisas banais, nem grandes curiosidades ou momentos.
A única coisa que importava era que, afinal, tudo estava bem.
Então é isso, a história de Maia Malfoy e Ginny Weasley termina aqui!
Sentirei muitas saudades delas! Foi lindo ver o desenvolvimento de Maia e sobre como tudo acabou bem no final. ❤️🥺
Obrigada a todos pelo apoio, amor, votos e comentários! Vocês me fazem muito feliz! ❤️
Teremos um capítulo extra, que daqui a pouco será lançado!
Obrigada e até a próxima :}}
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