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𓏲  . METANOIA . .៹♡
CAPÍTULO VINTE
─── PORÇÃO AMORTENTIA

POSSO TER UMA PALAVRA COM VOCÊ?

— Agora pode não ser o melhor momento. — Maia respondeu, com o olhar fixo no pergaminho. Ela olhou para cima para mergulhar a pena na tinta e continuar escrevendo, mas parou imediatamente quando notou a presença de Slughorn. — Sinto muito, senhor. O que você precisa?

Slughorn deu a ela um sorriso triste. — Eu tenho que sair de Hogwarts por algumas horas para... Fazer alguns recados. Eu pediria a qualquer outra pessoa, mas eu não acho que eles sejam capazes como você. Eu tenho uma aula de Poções daqui a pouco e seria ótimo se você puder dar uma olhada enquanto estou fora. Você sabe como os Carrows são... Nunca cancelam uma aula, não é? — o homem riu com voz rouca.

— Hum, claro, senhor. Preciso fazer alguma coisa?

— Não se preocupe, minha querida, eles já sabem o que têm que fazer. Apenas me faça um favor e pegue as poções que eles fizerem, sim?

Maia não teve tempo de responder, pois o homem se despedira rapidamente e cumprimentara Madame Pince pela última vez. Maia ficou surpresa, mas mesmo assim guardou a tinta e o pergaminho e foi para a aula de Poções. Ela certamente esperava que fossem primeiranistas - ela não estava com vontade de enfrentar adolescentes e não a deixava brava.

Ela foi ao banheiro para limpar as mãos - você nunca sabia o que ela realmente teria que fazer em uma aula de Poções - mas parou quando ouviu soluços. Ela se certificou de que ninguém estava prestes a entrar e caminhou lentamente até o banheiro de onde eles vieram. Ela empurrou a porta um pouco, e encontrou Daphne Greengrass encolhida no canto, cabelo loiro cobrindo seu rosto e seus ombros subindo com cada soluço.

— Daphne? — a garota levantou a cabeça. Seu rosto estava vermelho e suas bochechas estavam manchadas de lágrimas, e rímel estava espalhado pelas maçãs do rosto. — O que há de errado?

— É... Não é nada. — ela soluçou.

— Ei, vamos lá. Você está claramente chateada, não é nada. Você pode me dizer.

— Não há nada que eu possa fazer sobre isso - além disso, você estará ocupada o suficiente para eu lhe contar sobre minha vida bagunçada.

— Não diga isso. Nós somos amigas, certo?

Daphne olhou para ela e fungou. Ela espiou um pouco pelo batente da porta e, quando viu que não havia mais ninguém, falou. Ela lavou o rosto, mas ainda era um tom avermelhado que nem mesmo o frescor da água poderia aliviar. — Meus pais me enviaram uma carta esta manhã. Quando eu voltar para casa para as férias de Páscoa, será a última vez que pisarei na Mansão Greengrass. Meus pais me repudiaram.

— O que? Por que?

Os olhos de Daphne se encheram de lágrimas novamente. — Tenho um diário desde os onze anos de idade - eles me deram quando entrei em Hogwarts, para que eu pudesse escrever tudo o que acontecia comigo - mas parei de usá-lo aqui porque começou a me parecer muito infantil. Eu quase não usei, só escrevi as coisas mais importantes que aconteceram comigo, escrevi minha atração por mulheres, pensando que ninguém jamais seria capaz de ler, e minha mãe descobriu enquanto guardava roupas que havia comprado para meu aniversário.

— Ah, Daphne... — foi tudo que Maia conseguiu dizer. Ela abraçou a menina, que voltou a chorar, e Maia olhou para ela com pena. — Sinto muito. Se houver algo que eu possa fazer por você, não hesite em me dizer.

— Seus pais sabem disso?

Maia engoliu em seco. — Como você descobriu? Sobre mim.

— Eu não sabia, mas quando eu te beijei, você não entrou em pânico ou me olhou com nojo. Então havia duas opções possíveis: ou você era extremamente empática e compreensiva, ou a mesma coisa estava acontecendo com você.

Contra todas as probabilidades, a Malfoy sorriu. — Meus pais não sabem merda nenhuma. Pelo menos, eu nunca disse nada a eles. E eu pretendo que continue assim. — Maia colocou os braços ao redor do jovem Greengrass novamente. — Eu sei que isso deve ser difícil para você, mas você tem que manter a cabeça erguida. Não deixe ninguém dizer que você não é digno por causa de quem você é. Você é ótima, Daph. Se seus pais não podem ver isso, então foda-se eles. Assim que terminarmos Hogwarts em junho, você pode voar para longe e começar uma nova vida, sendo apenas quem você quer ser.

Daphne enxugou as lágrimas que escorriam por suas bochechas. — Obrigada, Maia. Eu precisava saber que tem alguém que não me odeia agora.

— Isso é bobagem. Nós não vamos julgá-la. Mas eu prometo não contar a ninguém se você não quiser.

— Acho que não. Meus pais provavelmente já espalharam a notícia, então ninguém me ajuda. Vou descobrir o que fazer. Ainda tenho um mês para encontrar um lugar para ficar.

— Vai ficar tudo bem, Daphne, eu prometo. Se você precisar de alguma coisa, por favor me avise.

A mais baixa sorriu através das lágrimas e assentiu. — Obrigada. Você não tem aula agora?

Os olhos de Maia se arregalaram: ela havia se esquecido completamente da tarefa que Slughorn lhe dera. — Eu tenho, na verdade! E eu estou atrasada. Vejo você mais tarde, ok?

A Malfoy não deu tempo para Daphne responder, enquanto ela corria do banheiro para a aula de Poções. Maia nem tinha notado em detalhes por que Slughorn não estaria lá, ou por que ele havia contado a ela - uma aluna, afinal - e não um professor qualificado como Snape poderia estar. Agora, era verdade que Snape não tinha estado muito em Hogwarts desde que foi nomeado diretor, e eram os Carrows que estavam ensinando sua matéria agora.

Quando ela entrou pela porta, seus livros quase caíram no chão. Gina estava sentada na primeira fila, conversando com outra grifinória ao lado dela, e ela arregalou os olhos quando viu Maia entrar, atordoada. Ela deixou sua bolsa na mesa do professor, e agora todas as atenções estavam sobre ela. — Droga, se Slughorn fosse assim eu viria todos os dias.

Maia observou Gina lançar um olhar fulminante para o garoto, mas não disse nada. — Professor Slughorn não pode vir hoje, então ele me pediu para dar uma olhada no que você tem que fazer.

— Mas você é uma estudante, gostaríamos de ver seu diploma. — o mesmo garoto de antes falou novamente.

A sonserina viu sua gravata da Grifinória e sorriu. — E eu gostaria de ver seu 'E' em todos os seus NOMs, e seu nome, por favor. Tenho certeza que o professor Slughorn aprecia que você se voluntarie para preparar todas as poções dele para as aulas e para uso pessoal. — Maia caiu no banco de Slughorn e sorriu. — Silêncio. Que choque.

Maia lançou-lhe um olhar orgulhoso ao ouvir as risadas escondidas dos outros alunos. O menino afundou em seu banquinho e não disse mais nada sobre isso. Ela piscou discretamente para Gina, que cobriu a boca para não rir.

— Eu suponho que vocês tenham que preparar a poção Amortentia - foi por volta desta época do ano - então eu recomendo que vocês sigam as instruções corretamente, pois o professor Slughorn vai precisar de uma amostra de cada uma de suas poções. Deixe-me saber se vocês tem problemas.

A sonserina examinou a sala com os olhos e acenou para si mesma, bufando. Ela passou todo o seu tempo terminando a redação sobre Artes das Trevas que Amycus havia enviado a eles - ela não sabia por que ela tinha ido à biblioteca para obter informações se ela sabia em primeira mão - porque uma Lufa-Lufa em seu ano se recusou a usar o Maldição Imperio em um menino do primeiro ano.

Ocasionalmente Maia não conseguia parar de olhar para Ginny. A garota havia puxado o cabelo para trás em um rabo de cavalo, o suor escorrendo pela testa por causa da fumaça da poção. Ela mostrava a língua infantilmente toda vez que colocava um ingrediente na mistura e mexia com cuidado. Maia a observava com interesse: ela nunca conhecera seu lado estudantil. O que ela tinha nos NOMs? Qual era a matéria favorita dela? O que ela queria fazer quando se formou em Hogwarts?

Quando o tempo acabou, Maia olhou para cima e se aproximou dos caldeirões de todos. — O tempo acabou. Se vocês fizeram isso corretamente, então vocês poderiam sentir o cheiro de alguma coisa. Normalmente há três cheiros: todos eles relacionados à pessoa que você ama. Alguém quer tentar e confessar seu amor? — Maia cercou todos os grifinórios enquanto eles abaixavam a cabeça. — Weasley?

Gina fechou os olhos e xingou baixinho. Pela primeira vez, ela desejou que sua poção não estivesse no local e ela não pudesse sentir o cheiro de nada que Maia havia dito. Ela se levantou com cuidado e respirou fundo, aproximando-se do caldeirão. — Hum... Eu cheiro grama molhada, perfume caro e cigarros.

Maya sorriu. — Isso é interessante. — ela abafou uma risada, cobrindo sorrateiramente a boca e fingindo tossir. — Bem, você pode sair agora. Vou pegar algumas de suas poções e entregá-las ao professor Slughorn.

A garota pegou pequenas garrafas e encheu seu conteúdo. Ela ouviu a porta se fechar atrás dela, mas não se incomodou em olhar. Ela fazia uma careta toda vez que encontrava uma poção fedorenta, mas voltava a encher o pote do mesmo jeito.

— Porque você fez isso? — Ginny disse atrás dela, a boca entreaberta e a testa franzida, como se ela tivesse sido traída. Maia deu-lhe um breve olhar. — Eu estou envergonhada.

— Por quê? Porque você cheira a mim por completo? — Maia sorriu mais uma vez. — Não seja um bebê chorão. — ela imitou. Ela tirou um cigarro do fundo do bolso e o colocou entre os dentes. — Ninguém sabe que eu fumo, de qualquer maneira. — ela piscou para ela.

— Mas por que a grama molhada? — a ruiva perguntou um pouco mais calma, ajudando Maia a encher as poções. — Eu poderia reconhecer o perfume, você sempre cheira como o paraíso e definitivamente os cigarros.

— Quando eu era mais nova, Draco e eu costumávamos jogar Quadribol quando meus pais não olhavam ou não estavam em casa. Foi especialmente durante os dias de chuva, nós terminamos a partida e acabamos rolando na grama e rindo pra caramba. A grama molhada é o cheiro do meu jardim, o clima típico inglês, você sabe.

— Que bonitinho. — Gina deu uma risadinha. — Mas você... Você daria uma professora gostosa. Uma ótima professora gostosa. Só para você saber.

Maya sorriu. — Não sei de onde vem essa confiança, mas posso dizer que gosto. — Gina se aproximou dela por trás, colocou as mãos na cintura e começou a dar beijinhos no pescoço do sonserino. — Oh, não, você é apenas pura maldade.

— O quê? Eu só tenho que marcar o que é meu. — Maia ofegou surpresa; ela não tinha Ginny como o tipo ciumenta.

— Eu não sabia que você estava com ciúmes. Se é pelo idiota da Grifinória, não se preocupe, eu não gosto muito de homens, muito menos da Grifinória.

— Eu vi você mais cedo com Greengrass. — a ruiva disse enquanto se separava do corpo da sonserina, que se virou completamente. — Eu estava indo ao banheiro, mas vi vocês duas conversando, então não quis interromper. Você parecia confortável. — Gina ergueu uma sobrancelha.

Maia suspirou. — Ela está tendo problemas. Estou apenas sendo uma boa amiga.

— Eu acredito em você. Ela não iria querer mexer com meu feitiço de morcego-bogey de qualquer maneira.

Maia riu alto. — Claro, pequena. — ela disse, acariciando a cabeça de brincadeira. — Eu tenho que ir agora, e você provavelmente tem aula. Comporte-se, ok? Não gostaria que você acabasse na Ala Hospitalar. — ela a beijou na bochecha e deixou todas as amostras na mesa de Slughorn e saiu da aula.

Ela partiu para encontrar Daphne; a garota não tinha saído da cabeça desde o encontro daquela manhã. Pode parecer egoísta, mas uma parte dela ainda não sabia se ela estava preocupada porque elas eram amigas de verdade, ou que o que tinha acontecido com Daphne poderia acontecer com ela a qualquer momento.

Não demorou muito para ela imaginar a situação. Lucius provavelmente ficaria enojado e faria o mesmo que o Greengrass, deserdá-la e garantir que ninguém pensasse que ela ainda carregava o nome Malfoy. Talvez Narcisa fosse um pouco mais compreensiva, talvez algum dia ela fosse capaz de aceitá-la como ela era, mas esse pensamento logo foi apagado da mente de Maia: Narcisa conseguiu colocar seus dois filhos à disposição de Voldemort, como a garota poderia pensar que um dia ela se posicionaria contra Lucius?

E Draco... Bem, não era muito difícil imaginar sua reação. Sempre assim contra crianças trouxas, abortos e qualquer um que não fosse como eles - sonserino, rico e puro-sangue. Embora fosse verdade que seu pensamento havia mudado um pouco nos últimos anos, Maia duvidava que ele concordasse com a vida dela. Ainda assim, Maia já havia sofrido o suficiente em sua vida para implorar amor a pessoas que, se descobrissem seu segredo, não seriam capazes de lhe dar.

Ela descobriu, com um amargor no coração, como sua vida mudou para melhor no momento em que se afastou dos pensamentos de sua família. Quanto mais longe do lado sombrio ela estava, melhor sua vida parecia estar indo: ela tinha desenvolvido uma amizade melhor com Daphne - aquela mesma garota magricela que no primeiro ano parecia que ia chorar a qualquer momento - e tinha até conheceu Gina- que provavelmente nunca teria olhado em outras circunstâncias.

Nesse momento, Draco apareceu no corredor e foi como se o tempo tivesse parado. Eles trocaram um longo olhar - Maia estava com medo se o destino tivesse feito isso acontecer, como se este fosse o momento certo para lhe dizer a verdade - e Draco se aproximou lentamente enquanto ela estava no meio do corredor. — Eu estava procurando por você. Podemos conversar?

— Eu não estou com vontade de brigar, Draco. — Maia suspirou.

— Eu não vim para brigar. Eu só quero conversar. — Maia assentiu lentamente - afinal, era seu irmão. — Parece que você tem uma vida muito ocupada agora.

— Eu poderia dizer o mesmo. — Maia retrucou enquanto eles se sentavam nos bancos. — Por que Pansy não é a mais querida com você hoje?

Draco abriu as mãos, palmas para cima. — Eu disse a ela que precisava de algum tempo. Então você pode esperar que eu não seja visto com ela em um tempo, pelo menos.

Maia franziu a testa. — Por que?

— Ela está mexendo muito com meus negócios ultimamente e eu não gosto disso. Além disso, eu não gosto do jeito que ela fala de você. — o menino pegou uma das mãos de Maia, que o olhou fixamente. — Você é minha irmã, meu sangue. Você e eu sabemos que passamos pelo inferno sozinhos, apenas tendo um ao outro para confiar. Você sempre esteve lá, não importa o quão ruim fosse, não importa o quão amargo eu era sobre isso, e eu falhei com você de novo e de novo. Você não tem sido nada além de uma boa irmã para mim, e eu não me tornei ninguém para você. — sua voz tremeu um pouco, mas ele se recompôs rapidamente, limpando a garganta. — Eu quero mudar isso, se você me deixar. Lembra quando eu recebi a marca negra? Você disse que estaria comigo a cada passo que eu desse, que você estaria ao meu lado não importa o quê. E você tem, mas eu não tenho. Então, em vez disso, deixe-me ser o único a estar com você. Há uma tempestade, Maia, e eu farei qualquer coisa por você quando chegar a hora, assim como você faria.

A garota respirou devagar, absorvendo as palavras de seu irmão, que estava olhando para ela. Ali estava o Draco que ela conhecia, aquele que só ela podia ver. Os olhos dos dois irmãos ficaram úmidos, mas nenhum deles deixou as lágrimas caírem. — Você está falando sério? E quanto a mamãe e o papai?

— Toda a minha vida tentei justificar suas ações porque para mim era impensável que os pais pudessem fazer essas coisas com seus filhos. Não deveria ser assim, eles têm que nos proteger e cuidar de nós, não nos forçar a esta vida. Estou com você, Maia. Me desculpe por ter dito essas coisas para você, eu só precisava de um motivo para me agarrar a elas, mas esse motivo se foi. Você é quem eu deveria estar segurando. Eu deveria estar protegendo você, não virando minha cabeça quando você mais precisa de mim. — o menino entrelaçou os dedos e apertou. — Como você está indo?

— Melhor, honestamente. Eu me arrependo, mas era ele ou você. Acho que uma parte de mim sempre voltará para a família.

Eles ficaram em silêncio por alguns momentos. Parecia que Draco queria perguntar outra coisa, mas não se atreveu, e a garota achou que talvez fosse melhor assim. Ela não queria contar a ele onde passava as noites e com quem, não ainda, pelo menos.

— Mãe nunca vai se perdoar. — começou Draco, sussurrando. — Ela acha que eu não estou olhando, mas eu vejo seu olhar toda vez que ele está em casa - ela está com medo. Eu a vejo quando somos forçados a fazer algo - ela se arrepende. Ela chora. Não estou dizendo que ela é uma boa mãe, mas vejo que ela não pertence a esse lugar e sofre mais por nós do que por si mesma.

— Eu sei. — Maia assentiu apesar de tudo. — Ela merece muito mais do que isso.

— Temos que ser fortes por ela, por nós. Vai acabar logo.

Maia descansou a cabeça no ombro do irmão, e eles permaneceram nessa posição pelo que pareceu um tempo infinito. Ela suspirou e pensou que fazia muito tempo que não sentia tanta paz. As coisas pareciam estar indo bem: Daphne, Eden, Gina, Draco. Todas as coisas boas que aconteceram ultimamente podiam ser resumidas naquelas quatro pessoas, e ela estava grata por tudo ter corrido bem.

No entanto, ela não podia deixar de se preocupar. Ela se conhecia e conhecia sua vida: a felicidade não dura muito. Ela se perguntou qual desses pilares iria desmoronar mais cedo e fazer sua vida virar de cabeça para baixo.

Ela levantou a cabeça ligeiramente, olhando para Draco timidamente: ele estaria ciente de que Daphne tinha sido marginalizada? E se o fez, o motivo? Gina não era uma distração para ela. Ela era uma pessoa que aprendera a amar e conquistara um lugar em seu coração, apesar de todas as suas diferenças e do grande número de coisas que eram contra elas. Ela temia que Draco não pudesse amá-la da mesma forma, esse pensamento a aterrorizava profundamente.

— Eu espero que você possa me perdoar. Eu serei o irmão que você merece de agora em diante.

Maia o cutucou. — Estamos nisso juntos. Estarei ao seu lado.

— E eu vou lutar ao seu lado quando chegar a hora. Merlin, eu senti tanto a sua falta. — Draco abraçou sua irmã com força, e ela respondeu fazendo o mesmo. Naquele momento, ninguém jamais poderia ficar entre eles. — Eu te amo, irmã mais nova.

Maia ergueu uma sobrancelha. — Eu não sou mais nova que você.

— Eu nasci antes de você.

— O que significa apenas que eu fui tecnicamente criada antes de você.

Draco riu da briga e colocou um braço em volta dos ombros de sua irmã, sua mão desocupada no bolso: eles eram o par da Sonserina mais uma vez.

No entanto, essa situação - mesmo tendo que aliviar a ruiva - só deixou Ginny preocupada. Desde que Maia lhe disse com um grande sorriso que ela voltou a falar com seu irmão, que ela e Eden eram inseparáveis novamente, e que ela estava fazendo amizade com Daphne, ela não podia deixar de se sentir deslocada.

Todos os momentos secretos que elas compartilharam estavam sendo ofuscados por Maia passando mais tempo com seus amigos - individualmente, é claro - o que tirava mais tempo das rotinas que elas passavam juntos. Acostumou-se a ver Maia de longe, sem que ela lhe lançasse tantos olhares furtivos como antes: os cafés da manhã eram passados com Daphne, de quem ela parecia estar particularmente próxima - o garfo de Ginny havia colidido mais de uma vez com o fundo do prato, fazendo-o ranger - os almoços eram dedicados a Draco e Gina não era mais a única assistindo, mas Pansy também os ouvia rindo de alguns assentos além- e os jantares pertenciam a Éden - Gina pensou que era porque o menino lhe deu mais paz e era definitivamente o que ela precisava.

Claro, elas ainda estavam se esgueirando, curtindo momentos curtos mas intensos, os olhares secretos ainda existiam, mas o coração de Gina lhe dizia que de agora em diante seria assim, e embora ela gostasse de Maia se dar bem com eles, não podia deixar de sentir que ela estava se tornando um segundo prato e que sua presença não era mais tão necessária.

Porque, embora possa não parecer - claro, diante do público, Gina Weasley era uma jovem confiante - a ruiva também tinha inseguranças. Ela era a caçula de sete irmãos, sempre com medo de viver à sombra de um deles, sempre com o pensamento de que ela não seria suficiente em sua mente. Ela podia ser uma bruxa poderosa e inteligente, mas também havia uma faceta dela que nem todos conheciam: ela havia se machucado no passado, ela sempre foi a segunda escolha de Harry, e agora que havia alguém que via e escolhia ela, ela estava com medo de sofrer novamente.

— Ei, Gina. — no entanto, esse apelido fez seu coração derreter. Maia estava encostada no batente da porta com um sorriso dócil. — Você está disponível?

— À meia-noite? — Maia assentiu inocentemente. — O que estamos fazendo, invocando Satanás?

— Oh, muito melhor. Eu vou te dizer apenas se você prometer que vai fazer isso.

— Oi, vamos lá. Apenas me diga.

Maia não respondeu, apenas agarrou a mão de Gina e a arrastou para fora do Salão Comunal da Grifinória. Gina estava grata por ainda estar vestida - estava esperando Maia aparecer em seu quarto como costumava fazer à noite - porque elas corriam pelos corredores do castelo como se houvesse algum tipo de fogo.

— Eu não vou correr nunca mais. Eu não me importo se alguém está me perseguindo, eu prefiro morrer então.

— Você é uma rainha do drama, Weasley. — elas pararam de correr, mas ficaram de olho em cada esquina. — Nós diremos a você quando chegarmos lá.

— Espere, nós?

— Tão tarde como sempre, querida Maia. Você nunca sabe- espere, você a trouxe? — Eden ergueu a lanterna e fez uma careta. — Eu estava torcendo por Longbottom, para ser honesto.

— O que você quer dizer? Por que eu traria Longbottom?

Éden deu de ombros. — A espada pode ser pesada?

— E você pode ser um idiota. — Maia emburrada. Gina assistiu a cena, atordoada. — Ela pode fazer o que um homem pode fazer, ou até melhor, já que você tem o alcance emocional de uma colher de chá.

Gina bufou, mas sentiu-se orgulhosa de que Maia a estava defendendo - sem acrescentar o fato de que ela nem sabia do que eles estavam falando - e Eden pareceu finalmente notar sua presença. — Você está certa. Sinto muito, garota de Maia.

A ruiva corou tanto quanto seu cabelo, mas cerrou o punho. — Eu tenho um nome, você sabe.

Tanto Maia quanto Eden riram baixinho. — Feisty. Um goleiro.

— De fato. — Maia piscou para ela.

— Alguém vai me dizer o que estou fazendo aqui?

Eden olhou para Maia com a boca aberta. — Você não disse a ela? Eu pensei que um relacionamento implica sinceridade?

— Você poderia parar com todas as suas... Palavras? — Maia repreendeu. — Se eu dissesse a ela antes de virmos, então a opção de ela não concordar poderia ser muito... Muito provável.

— Perdoe-a, ela é nova em todas essas coisas de relacionamento. — Éden interferiu. — Viemos aqui para destruir isso. — o garoto tirou um pequeno baú de sua mochila, e Gina o observou atentamente. — E você é a única que pode empunhar a espada da Grifinória.

Atrás dele, a porta da Sala Precisa apareceu. Maia estava logo à frente, os olhos fechados e as mãos nos quadris. — Esse é o horcrux que você encontrou? Você quer que eu me livre dele?

Os três entraram na sala, discutindo as possibilidades que tinham. Gina não estava satisfeita com a decisão, mas não podia deixar de se sentir útil em uma tarefa tão importante que estava tão longe de seus interesses. Ela olhou para Maia, que estava franzindo os lábios, e sentiu uma espécie de orgulho em seu coração. Fazia apenas dois anos desde a reunião da Ordem da Fênix, quando sua mãe a considerava muito jovem para aprender sobre assuntos mais antigos. E lá estava Maia, confiando-lhe algo tão importante. Ela tentou evitar um pequeno sorriso.

— Eu li que a espada da Grifinória só aparece quando realmente é necessária, então a Sala dos Requisitos parecia o lugar perfeito para fazer isso. O plano é, Maia pegue o diadema e então você, Gina, pegue a espada e destrua essa... Coisa.

— Que simples? — Gina perguntou. Ambos os sonserinos assentiram. — Por que apareceria se só aparece quando necessário? Por que eu precisaria disso?

— Porque as chances da horcrux tentar matar Maia se ela a pegar são altas, e você certamente precisaria mais da espada se fosse Maia quem estivesse morrendo. — Gina abriu a boca horrorizada. — Ei, não culpe o jogador, culpe o jogo.

— Eu sei que você pode não gostar disso, mas estamos fazendo isso para um bem maior. Eu nunca faria nada para colocá-la nessa posição se não fosse realmente necessário. — Maia agarrou sua mão. — Se você não estiver pronta, então vamos embora. Você não é forçado a fazer isso.

— Não, não. Eu disse que iria ajudá-la. Se é para matá-lo de uma vez por todas, que assim seja.

Maia apertou sua mão e sorriu para ela. Ela pegou o baú em suas mãos, suspirou profundamente e olhou para seus dois companheiros. — Preparados?

Os dois trocaram um olhar e assentiram. Eden ficou um pouco afastado da situação e Gina ficou bem na frente de Maia, preparada para qualquer coisa que pudesse acontecer.

A loira segurava o diadema nas mãos, esperando que algo acontecesse e isso bastasse para a espada aparecer. No entanto, nada aconteceu. O diadema parecia tão bonito e inofensivo como sempre, como se não tivesse sido danificado por magia negra.

No entanto, de repente Maia tocou um dos diamantes, e foi quando a imagem saiu da horcrux. Uma forte nevasca cercou a sala, despenteando o cabelo de Maia e tornando difícil para ela ver o que estava acontecendo na sua frente. Era como se todo o resto tivesse desaparecido, restando apenas ela e a figura que começava a se formar. A fumaça preta terminou de tomar forma, e os olhos da garota se arregalaram de horror quando ela vislumbrou a figura de Yaxley diante dela.

Seu rosto estava desfigurado de tal forma que seus olhos ficaram brancos e grandes presas e vermes emergiram de sua boca. A pele do rosto dele começou a desmoronar, e ela assistiu horrorizada enquanto os pedaços caíam e desapareciam assim que tocavam o chão. A figura fantasmagórica de Yaxley se aproximou dela rapidamente, e Maia, sentada no chão, recuou o mais agilmente que pôde. No entanto, a força da horcrux a agarrou pelo manto e a ergueu pelo pescoço.

Você me matou. Você teve a escolha e fez isso de qualquer maneira. Por que eu pouparia sua vida agora? Você não é nada.

Os pés de Maia começaram a subir e ela parou de tocar o chão. A gravata em volta do pescoço estava começando a cortar o ar, e ela soltou o diadema na tentativa de afrouxá-lo.

Ela não ouviu nada ao seu redor, apenas Yaxley, que continuou a olhar para ela com sarcasmo. — Você vai morrer de qualquer jeito. Por que importa se é hoje à noite? — os olhos de Maia se arregalaram, perdendo o ar, mas ao mesmo tempo tentando fazer com que as palavras de Yaxley passassem despercebidas. — Oh, você não contou a ninguém, não é?

A loira estava começando a perder a consciência. Seus lábios ficaram roxos e a palidez de seu rosto mudou para um tom marrom. — Faça isso agora. — ela tem a dizer.

Um grande rugido ecoou na sala. A dor no pescoço e a falta de ar nos pulmões foram substituídas por uma dor intensa no peito, tão intensa que ela teve que gritar - quase uivando - porque sentiu que naquele momento estava morrendo. Ela lutou para ficar acordada com o esforço de recuperar o ar e a tentativa de dissipar aquela dor no mais profundo de seu ser, e do lado de fora, Eden e Gina acreditavam que ela estava perdendo a batalha.

A garota parou de se mover e gritar alguns segundos depois. Eden correu para ela, e uma Gina atordoada seguiu o exemplo. — Maia! — Ginny sacudiu o corpo da garota, que estava flácido. — O que está acontecendo com ela?!

Éden olhou para ela. — Ela está bem. Ela estará.

— Por que ela está assim? O que diabos está acontecendo com ela?! — a ruiva exigiu saber. Seus olhos começaram a se encher de lágrimas quando ela viu que Maia ainda não estava se mexendo ou acordando. — Por favor!

Como se tivesse ouvido os apelos do Weasley, Maia reagiu e abriu os olhos. Imediatamente ela examinou os arredores com os olhos e levou a palma da mão ao coração. Então ela engoliu em seco. — Está feito? — ela exclamou.

Ginny enxugou as lágrimas com fúria e a abraçou com força. — Nunca mais faça isso, sua idiota. — Eden olhou para Maia com um aceno de cabeça, que fechou os olhos desanimada, mas se inclinou para o toque da garota.

— Desculpe. Mas está feito, certo? Faltam três.

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