019
𓏲 . METANOIA . .៹♡
CAPÍTULO DEZENOVE
─── O DIA SEGUINTE
NA MANHÃ SEGUINTE, Maia não sabia onde estava quando acordou. Raios fugazes de luz cegaram seus olhos quando ela tentou abri-los - sem sucesso, fazendo barulho e recostando a cabeça no travesseiro. Quando conseguiu enxergar além, franziu um pouco a testa: aquele não era seu quarto da Sonserina, ela não via escuridão nem sentia frio, mas via como o sol nascia e a atmosfera estava quente.
Ela virou a cabeça e descobriu com surpresa um par de olhos calorosos que a observavam, divertidos, como se esperassem que Maia reagisse e percebesse onde ela estava. Um largo sorriso se espalhou por seu rosto quando ela viu Ginny olhando para ela da porta do banheiro, os braços cruzados sobre o peito e um sorriso brincalhão.
— Bom dia. — Maia murmurou, esfregando os olhos. Ela se sentou e se encostou no travesseiro, estreitando os olhos para a luz que entrava pela janela. — Por que você está vestida?
— Porque são nove da manhã e temos que ir para a aula.
Como uma mola, Maia se levantou da cama, instintivamente procurando seu uniforme entre os lençóis. Gina deu uma risadinha, e a loira assumiu que era por causa do pijama que ela pegou emprestado: uma regata - talvez curta demais para alguém tão alto - e shorts, ambos nas cores da Grifinória. Quando a ruiva ficou vermelha de tanto rir e até parecia não conseguir respirar, Maia olhou acusadoramente para ela.
— É sábado, sua idiota.
Maia alcançou a almofada mais próxima e mirou no corpo de Ginny, mas errou. — Sua filho da puta.
— Malditamente certa, eu sou. — exclamou Ginny, sorrindo.
Maia ofegou e pegou um travesseiro novamente, batendo em Ginny dessa vez. — Oh meu Deus, cale a boca! Eu te odeio.
— Você não odeia! Você me ama. — a ruiva se aproximou dela e a abraçou por trás com um sorriso tímido.
— Não mais. — dessa vez foi a vez de Gina ofegar e se sentir ofendida, e ela riu alto quando Maia a pegou e a jogou na cama e fez cócegas em suas costelas.
Isso poderia ser um bom resumo da rotina que elas tinham todas as manhãs a partir de agora. Quando realmente havia aula, Maia estava ocupada na noite anterior pegando os livros e materiais que precisava para o dia seguinte, além de trocar de roupa para que ninguém suspeitasse que ela estava usando as mesmas roupas do dia anterior. Ela acordou bem mais cedo - eram seis da manhã quando Maia saiu do quarto - com a intenção de ir ao Salão Comunal da Sonserina e pelo menos ser mais discreta do que realmente queria.
Gina sorria ao ver a garota entrar em seu quarto todas as noites, mas fazia uma cara triste ao abrir os olhos imperceptivelmente e ver a sonserina agachada ao seu lado, arrumando a gravata verde e cinza com agilidade, esperando poder se despedir da ruiva.
— Eu tenho que ir agora. Vejo você hoje à noite, ok? — Ginny cantarolou enquanto Maia a beijava na bochecha.
Maia percebeu o quão feliz ela poderia ser quando as noites chegassem. Durante o dia, sua mente estava cheia de lembranças que aconteceram no dia anterior ou pensamentos de coisas que poderiam acontecer naquela mesma noite. Muitas vezes ficavam acordadas até tarde, praticando feitiços - Maia ainda estava determinada que Gina aprendesse mais, nunca sabendo quando ia precisar - ou contando histórias da infância. Maia tinha descoberto o quão interessante era a vida dos Weasleys, sempre cercados de pessoas com quem conversar e com total liberdade para fazer o que quisessem, ao contrário de sua casa.
Os pesadelos diminuíram consideravelmente. Maia dificilmente acordava tarde da noite, encharcada de suor e quase gritando de horror, e quando acordava, Gina, ao seu lado, temia que adormecesse novamente enquanto acariciava seus cabelos e sussurrava coisas bonitas. No entanto, a ruiva também sabia que deveria dar-lhe espaço, que não poderia abraçá-la quando quisesse porque a ansiedade da loira a impedia de fazê-lo.
Quando acordaram, horas depois desses incidentes, Gina nunca mencionou nada sobre isso, mas Maia estava ciente do que havia acontecido. Ela estava infinitamente grata por a ruiva não ter tocado no assunto, envergonhada de tudo o que ainda estava acontecendo em sua mente, mas ela também foi capaz de reconhecer que era a presença de Gina todas as noites ao seu lado que fazia aqueles pesadelos diminuírem.
A sonserina olhou furtivamente para a grifinória no café da manhã - ambas concordaram em ir cedo para o Salão Principal para que ninguém as incomodasse - quase como se isso provasse que ela estava bem, que ninguém a havia incomodado. E era que Maia havia desenvolvido um grande instinto protetor em relação à mais nova - embora ela soubesse que a grifinória era perfeitamente capaz de se defender - baseado principalmente no fato de que ela sabia do que os sonserinos eram capazes, muito mais agora do que Maia tinha falado contra Pansy quando ela mexeu com Ginny. Ela lhe enviava um pequeno sorriso toda vez que a via sentada em seu assento, bem na frente de Neville, a quem ela também cumprimentava às vezes.
No entanto, uma manhã Eden Whitaker perturbou seu debate com Ginny. Ele caiu diretamente na frente dela e fez sinal para que ela não falasse.
— Eu sei que você não quer falar comigo, mas estou cansado disso. Estou cansado de acordar todas as manhãs e saber que você não estará ao meu lado todas as aulas de Poções enquanto rimos das misturas que Pansy faz, ou... Espere um minuto.
Maia ergueu uma sobrancelha com a colher de cereal na boca. — O que?
Eden cheirou o ar como um cachorro. — Você cheira a sexo! — o menino gritou em um sussurro.
A garota lutou para não cuspir o conteúdo de sua boca, mas ela limpou a boca mesmo assim. — O que você quer dizer mesmo?!
— Por favor, Maia, aceite minhas desculpas. Eu não posso suportar um único dia sem saber o que está acontecendo em sua vida, e menos quando você fez coisas que você nem me contou.
A sonserina tentou impedir que um sorriso se espalhasse por seu rosto, mas o rosto de Eden era cômico demais para ela conseguir. O rosto do menino se iluminou. — Só te perdôo porque tenho certeza de que não vou me casar com quem meus pais escolherem, mas espero que a partir de agora você me conte tudo.
Eden a pegou pelas mãos e as encheu de beijos, o que fez Maia rir. Ela estava ciente de que o olhar de Gina ainda estava sobre ela, então ela deu de ombros. — Nunca mais. Diga-me! O que aconteceu?
— Ginny e eu estamos... Juntas? Não formalizamos nada, mas... Suponho que sim.
— Eu sabia! Você tem um brilho diferente. Todo esse tempo eu estive observando você, e eu vi você feliz pela primeira vez em muito tempo. Ela te faz feliz, certo?
— Acho que sou o mais feliz do que já fui, Éden. Tudo muda quando estou com ela. Ela me faz esquecer todos os problemas, e, você me conhece, não tenho poucos.
— Você está dormindo no dormitório dela, não é? Pansy e Daphne dizem que você não esteve no quarto por semanas, mesmo Millicent e Tracey - você achou que eu não ia descobrir, certo? Elas confessará que você não dormiu no quarto delas esses dias.
Maia assentiu. — Eu sei que é arriscado, mas... Vale a pena.
— Estou feliz por você, Maia. Estou.
— Obrigada. Mas o que exatamente você está fazendo aqui? Eu esperava ver você com toda a turma. — Maia comentou sarcasticamente.
Éden revirou os olhos. — Não tem mais panelinha. Daphne está meio deprimida, não fala com ninguém a não ser quando precisa e está sempre sozinha - eu realmente não sei porque, mas nunca perguntei - Blaise é um espírito livre, você sabe, e Draco e Pansy mudam quando estão juntos. Desde que você foi embora, eles estão juntos o tempo todo, e eu acho que é ruim para os dois. Eles acham que são as vadias mais malvadas do mundo - não ria, estou falando sério - e intimidando todos ao redor deles, dizendo que é 'apenas uma piada'. Além disso, Draco e eu brigamos, então eu meio que não estou falando com ninguém agora.
— O que? Por que? — Maia queria saber.
— Acho que fiz algo que ele não gostou. Não é nada, realmente. — Éden dispensou. Ele pegou um pedaço da torrada de Maia, que lhe lançou um olhar fulminante. — De qualquer forma, como você está com as horcruxes? Alguma sorte?
— Na verdade não. Ainda estou convencida de que minha tia tem algo em sua posse, mas nem sei o que e não tenho certeza, então vou para onde estava no começo. Quanto ao de Hogwarts ... Ainda sinto uma presença estranha, mas não posso mais ter certeza de mim mesma.
Eden pegou um caderno - Maia achava que ele estava literalmente levando para qualquer lugar - e o abriu, colocando-o na frente dela. — Então você tem sorte que eu tive todo o tempo do mundo para pensar. Eu estive lendo, e desde que você me disse que o item da Sonserina já foi removido, só temos Lufa-Lufa e Corvinal. O item da Corvinal que estávamos procurando era - a princípio - o diadema, mas adivinhem? Está perdido há muito tempo, ninguém vivo o viu.
— Brilhante. — Maia bufou.
— Mas se ninguém vivo viu, podemos perguntar a alguém que não está mais vivo. — Eden tentou dizer, inclinando a cabeça para que ninguém os ouvisse.
— Helena. — Maia percebeu, com a boca entreaberta. — Podemos perguntar a Helena onde está, e então saberemos se é um deles ou não.
— Quem é Helena e quem é uma delas? — uma voz ao lado deles disse, e imediatamente Eden fechou o caderno. A voz era de Pansy, levantando uma sobrancelha enquanto ela se sentava ao lado de Eden, acompanhada, como sempre, por Draco, que não se sentou e não olhou para Eden, apenas para sua irmã discretamente.
— Ninguém. — os dois amigos responderam em uníssono.
Pansy deu de ombros. — De qualquer forma, vejo que vocês estão se falando de novo. Isso inclui nós também?
— Eu não tenho nada para falar com você, Pansy. Você é má, e estamos atrasados. — Maia falou. Ela pegou suas coisas e, junto com Eden, saiu do Salão Principal. — Eu juro que ela me dá nos nervos às vezes. Eu não sei como eu poderia fazer amizade com ela.
— Foi dito outro dia que ela insultou Weasley e que você a defendeu, insultando Pansy. Pansy disse algo sobre você - que ela esperava que você não fosse uma traidora de sangue - e Draco disse a ela para não falar sobre você na presença dele ou as coisas ficariam feias. Acho que ele quer se aproximar de você, mas não sabe como.
— Oh, agora o pequeno Draco tem calças. Eu não sei o que se passa na cabeça dele, realmente. Ele me confunde, e eu sou sua irmã.
— Ele está arrependido e quer consertar as coisas com você, mas tem medo de se posicionar. Quer dizer, é óbvio que você fez seu próprio caminho há muito tempo, mas ele tem medo de se decidir de uma vez por todas. Está com medo de que se ele sair do caminho como você fez, ele não será corajoso o suficiente para enfrentá-lo.
Eles subiram as escadas para o Salão Comunal da Corvinal. — Algum dia ele terá que escolher de que lado está, independentemente se esse lado ganhar ou perder a batalha. Você não pode estar no meio e esperar que tudo dê certo. — Maia suspirou. — Tenho medo de que ele escolha o lado errado.
— Porque não é o seu lado?
— Não, porque se ele escolher o lado errado, é mais provável que morra do que se escolher o lado que pensa ser o errado.
Eden colocou a mão em seu ombro e apertou. — Tudo vai ficar bem. Quando chegar a hora ele estará seguro. É basicamente tudo o que estamos fazendo, certo? Protegê-lo.
Maia assentiu enquanto olhava ao redor. A Sala Comunal da Corvinal estava diante deles, com um enorme retrato de uma mulher no centro, olhando para eles atentamente como se soubesse que os alunos não pertenciam à sua casa. — Acho que não temos que entrar. Fantasmas nunca estão em suas Salas Comunais, não é?
— Dizem que ela está sempre no quintal, perambulando. — Eden disse com um encolher de ombros.
Foi para lá que eles se dirigiram. Maia olhou a hora, pensando que talvez o fantasma da filha de Ravenclaw não fosse encontrado ali. No entanto, uma figura esbranquiçada atravessou a parede naquele exato momento, e olhou para um ponto fixo na parede enquanto murmurava algo que os sonserinos não conseguiam ouvir.
— Vai. — Éden sussurrou. — Eu vou esperar por você aqui. É algo que você tem que fazer.
A garota assentiu, embora não muito convencida. Ela nem sabia por onde começar; provavelmente a fantasma pensou que tudo o que ela vinha lhe dizer era loucura - Merlin, eles nem sabiam ao certo se o objeto que procuravam era o diadema. No entanto, o tempo estava se esgotando. A cada dia que passava, mais poder reunia Voldemort, e se ela pudesse evitá-lo, ela tinha que pelo menos tentar.
Ela tentou ser o mais furtiva que pôde - não queria assustar Helena - mas não pareceu funcionar, pois a figura fantasmagórica se virou para ela assim que a garota atravessou o pátio. Helena não disse nada, apenas olhou para ela, como se esperasse que Maia finalmente dissesse alguma coisa.
— Olá. Você é Helena Ravenclaw, certo? — essa provavelmente foi uma pergunta muito estúpida. — Meu nome é Maia...
— Malfoy. Eu sei quem você é. O que você quer de mim? — a voz de Helena era dura e fria.
— Há algo da Corvinal que estou procurando, Helena. Algo pequeno, mas significativo. Você sabe por acaso onde está o diadema?
O fantasma arregalou os olhos e olhou para ela atentamente. De repente, o gesto em seu rosto se transformou em horror, e Maia instintivamente fechou os olhos enquanto o fantasma a percorria. Ela sentiu um calafrio repentino dentro de si e se virou para ver para onde Helena havia ido: temia ter sido muito direta ou desrespeitosa.
— Helena, por favor. É urgente. Você sabe onde está o diadema? — a Sonserina assumiu, com alívio no coração, que era de fato o diadema da fundadora, dada a reação da filha.
— Não há diadema. Eu o roubei. Procurei me tornar mais inteligente, mais importante do que minha mãe. Eu fugi com ele. Minha mãe, dizem, nunca admitiu que o diadema se foi, mas fingiu que ainda o tinha. Ela escondeu sua perda, minha terrível traição, mesmo dos outros fundadores de Hogwarts. Então minha mãe adoeceu - fatalmente doente. Apesar da minha perfídia, ela estava desesperada para me ver mais uma vez. Ela enviou um homem que há muito tempo me amava, embora eu rejeitasse seus avanços, para me encontrar. Ela sabia que ele não descansaria até que o fizesse.
— E o que aconteceu?
— Ele me encontrou. Eu fugi para a Albânia com o diadema, e ele me encontrou. Eu não sei o que aconteceu, mas ele acabou com minha vida, e depois com a dele, arrependido. Nós dois voltamos para Hogwarts - como fantasmas - o lugar onde crescemos. — o fantasma contou com uma voz profunda. Mantinha-se muito perto de Maia, que a olhava com pena.
Maia respirou trêmula. Era o objeto que procuravam, agora ela não tinha dúvidas. — Você contou essa história para alguém, certo? Um estudante?
Helena Ravenclaw olhou para ela com altivez. — Você não é o primeiro sonserino a tentar me enganar. Ele era lisonjeiro, bonito. Ele parecia entender o que eu estava passando. Alguém entenderia.
— Espere, Helena! — Maia gritou quando o fantasma pareceu sair, desculpe, ainda se torturando por seu erro. — Não quero o diadema, quero destruí-lo. — Helena freou com força, mas levou alguns segundos para se virar e olhar para Maia novamente. — Eu não sou Tom Riddle, apesar de nossas semelhanças. Eu sei que ele pode ser persuasivo e manipulador, mas estou sendo honesta, Helena. Eu quero me livrar do mal dentro de seu objeto mais precioso, aquele que ele profanou.
O fantasma desviou o olhar por um momento, seus olhos translúcidos umedecendo. — Você é uma amiga de Luna. Eu vi você com ela de vez em quando; você não a julga. Às vezes nós, Corvinais, podemos ser incompreendidos e confusos, mas apenas aqueles que podem ver através de nós tiram o melhor de nós. nós. — os olhos do fantasma se suavizaram, como se Maia tivesse despertado até ternura nela. — O diadema ainda está aqui em Hogwarts. Se você sabe onde está, é só perguntar. Se você não sabe, você nunca vai encontrá-lo.
Helena Ravenclaw atravessou o muro do pátio e desapareceu; Maia nunca mais a viu. Seu coração estava batendo forte, pois ela estava mais perto de encontrar a horcrux do que nunca. Ela voltou seu olhar para a entrada do pátio, onde encontrou o olhar urgente de Eden.
— Então?
— Nós temos, Éden. Ela disse que temos que pedir, ou então nunca saberemos como encontrá-lo. Mas a quem podemos pedir? — Maia estalou os dedos pouco depois, lembrando-se do que Draco tinha feito para que os Comensais da Morte entrassem em Hogwarts, ou quando Gina passou três vezes na frente da Sala Precisa, pedindo o que ela precisava. — A Sala Precisa. Temos que perguntar onde está o diadema, e ele aparecerá.
— Nós podemos ir hoje à noite, eu tenho que ficar de guarda. Mas temos que voltar para a aula ou teremos problemas se formos pegos aqui.
— Se você estiver certo. Devemos ir para algum lugar tranquilo - que tal a biblioteca? Para que possamos investigar como nos livrar do diadema. Não podemos pegar a espada da Grifinória, e isso não funciona com um simples feitiço.
★
As aulas naquela manhã foram extremamente lentas para Maia. Ela estava impaciente para ir à Sala Precisa e encontrar o maldito diadema, e então uma maneira de destruí-lo para sempre. Seu pé se mexeu involuntariamente, e Eden teve que chutá-la por baixo da mesa para evitar que ela o balançasse toda vez que Maia se movia. Ela estava constantemente olhando para o relógio, rezando para que a campainha tocasse, mas parecia que as coisas não estavam a seu favor naquela manhã.
Pelos olhares que eles estavam lançando, Draco e Pansy pareciam ter um problema com Eden e Maia se reconciliando. Eles sussurravam discretamente pelas costas, mas os sonserinos podiam percebê-los mesmo assim.
— Qual é o problema com eles? Eu sinto que não consigo nem respirar sem eles sussurrando sobre isso.
— Eles obviamente estão com ciúmes. — murmurou o Éden. — Nós somos mais inteligentes, mais bonitos do que eles. — Maia riu disso, e isso aumentou os sussurros atrás deles.
Aquela noite foi a primeira de muitas que ela ficou no Salão Comunal por mais de dez minutos. Quando o relógio bateu meia-noite, Eden desceu as escadas, fechando cuidadosamente a porta de seu dormitório. Ele deu uma breve saudação a Maia, certificando-se de que não havia ninguém por perto que pudesse perturbá-los.
— Devemos?
Maia levou a lanterna para Eden, que estava mais atrás, olhando as ilustrações que fizera em seu caderno. Eles sabiam que a Sala Precisa poderia estar cheia de coisas inúteis, então tiveram que levar em conta a forma e o tamanho do diadema.
— Se o encontrarmos, o que vamos fazer com ele? — Eden finalmente perguntou, quando eles já estavam do lado de fora da porta.
— Agora que já sabemos onde está, acho melhor mantê-lo. Qualquer um poderia encontrá-lo aqui, mas ninguém suspeitaria que somos nós que o temos.
— Ok, então. Você quer que eu fique com ele? — Eden disse e Maia assentiu. Eles entraram na sala, cheia de artefatos empilhados uns sobre os outros e móveis que nunca estiveram lá antes. — Bem, é o que é. Vamos fazer isso.
Os dois trocaram um olhar conhecedor e bufaram, mas não tiveram escolha. Maia nunca tinha visto a Sala Precisa tão desastrosa. Havia pilhas de cadeiras empilhadas, cuja extremidade a garota não conseguia ver; poltronas e sofás esmagados e queimados, mas não havia vestígio de nada brilhante para chamar a atenção deles.
Decidiram que o melhor era que cada um seguisse um caminho diferente e conseguisse encontrar o diadema mais cedo. Maia riu alto por toda a sala enquanto Eden bocejava alto. No entanto, ela disse a si mesma que eles provavelmente estavam trancados por um tempo, e que era melhor se ela concentrasse seus esforços em localizar a horcrux.
Ela colocou a mão no peito e fechou os olhos. Ela se encolheu um pouco quando uma leve dor apareceu. Ela respirou fundo e abriu os olhos novamente: estava lá, não havia dúvida. A dor aumentava cada vez que ela dava um passo, indicando que estava mais perto do que ela esperava. — Accio diadema. — mas nada aconteceu. Não ia ser tão fácil.
Ela olhou para cima quando algo começou a tremer. Era uma caixinha pequena, com fechos de ouro, muito parecidos com os que sua mãe tinha na Mansão onde guardava as joias. Maia subiu na cadeira mais baixa e segurou firme na estante mais próxima para não escorregar. Ela subiu o melhor que pôde, com dificuldade, mas determinada a alcançar a caixa.
Ela abafou um grito quando a cadeira cedeu sob o peso de seu pé apoiado, mas ela se recompôs e agarrou algo resistente acima. Ela pegou a caixa o melhor que pôde, e a dor voltou ao peito, então desta vez ela gritou.
— Maia! — Eden correu o mais rápido que pôde e chegou bem a tempo de pegar a garota, que segurava a caixa com força contra o peito. — O que aconteceu?
— Encontrei. — a garota sussurrou enquanto abria. A dor diminuiu gradualmente e desapareceu completamente quando as pontas de seus dedos acariciaram os diamantes embutidos na tiara. — É lindo. Não é à toa que ele queria mantê-lo.
— Nós temos que sair antes que eles nos vejam. Eu vou ficar com ele; vai ser pior para você. — Eden confirmou enquanto enfiava o baú na mochila. — Eu suponho que você está indo para a Sala Comunal da Grifinória?
— Você assumiu bem. — Maia sorriu.
— Bom. Estou feliz por estarmos nos falando novamente, e estou feliz que você esteja feliz. Deus sabe que você merece isso. Vejo você amanhã no café da manhã.
★
Quando ela chegou ao retrato da Mulher Gorda, depois de todos aqueles dias ela já a tratava como uma delas. Ela ainda a olhava desconfiada - algo que ela até fazia com alguns grifinórios - mas ela lhe desejou boa noite e nunca delatou sua presença. Era tarde demais, então ela foi na ponta dos pés até o quarto de Ginny, que provavelmente já estava dormindo.
Mas ela estava errada, porque quando ela abriu a porta da ruiva, um raio de luz vermelha foi para sua mão e ela o puxou rapidamente, enquanto a queimava. — Droga, mulher! — Ginny apontou sua varinha para ela e respirou quando percebeu que era Maia. — Você poderia pelo menos me avisar da próxima vez que você decidir queimar minha mão! — Maia apertou sua mão para evitar a queimadura.
— Desculpe! É tarde e você não estava vindo, e eu estava com medo de que algo acontecesse.
— Meu Deus, Gina, se você ainda não me matou, então eu sou imortal.
— Não seja um bebê chorão! Eu já disse que sinto muito. Podemos ir dormir agora?
Maia estava franzindo a testa com a dor induzida pela queimadura - o vermelhidão era mais do que evidente em sua pele pálida - mas quando ela olhou para Gina, seu rosto relaxou. A ruiva usava um roupão, o cabelo preso em um rabo de cavalo e olhava para ela com ternura - infelizmente, ela descobriu, não podia ficar brava com ela.
— Podemos.
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