018
𓏲 . METANOIA . .៹♡
CAPÍTULO DEZOITO
─── EU TE AMO
— ALGUÉM SABE A RESPOSTA? — McGonagall não perguntou a ninguém em particular, sabendo que seus alunos estavam muito distraídos para prestar atenção em suas aulas. Com um toque de sua varinha ela chamou a atenção de Maia. — Talvez você, Srta. Malfoy?
Era mais do que evidente que Maia nem estava ouvindo a pergunta da professora da Grifinória. Com olheiras mal disfarçadas sob os olhos e o rosto apoiado na mão, a Malfoy olhou para cima, um pouco irritada por ela ter sido perturbada em seu descanso.
A verdade era que ela não tinha dormido muito naquelas noites. Embora fosse verdade que ela também não tinha feito isso direito na Mansão, era um pouco mais reconfortante estar cercada de pessoas - mesmo que não fossem muito úteis. O mesmo acontecia no quarto que ela dividia com Daphne e Pansy, mas agora elas não estavam falando uma com a outra, então foi uma decisão melhor mudar de quarto, pelo menos temporariamente.
Foram Millicent Bulstrode e Tracey Davis que deram as boas-vindas à sua companhia. Claro, as perguntas tímidas das duas sobre por que ela decidiu dormir com elas só foram respondidas com o olhar duro e frio de Maia, que não havia falado, embora não fosse necessário, ambas as sonserinas haviam aprendido a lição.
— Eu não, professora. — Maia refletiu em um tom que dizia que ela estava meio entediada, meio cansada.
McGonagall tentou esconder sua surpresa, mas Maia viu o relâmpago fugaz no olhar da professora. Ao seu redor, os outros começaram a sussurrar de maneira discreta. Pode-se dizer que Maia Malfoy é uma Hermione Granger - mas na Sonserina, menos sabe-tudo e mais vaidosa - então a garota sem resposta para a pergunta de McGonagall surpreendeu a todos.
No entanto, o sinal indicava que a aula havia acabado. Maia se apressou, não querendo encontrar todos os olhos curiosos. Ela não teve muita sorte, pois não era a primeira vez que alguém a pegava desprevenida e o boato já havia se espalhado pelos corredores. O grupo de amigos da Sonserina se separou, deixando Maia sozinha na frente dos outros. Claro, Eden tentou se aproximar dela do que qualquer outra pessoa, mas ele só tropeçou no gesto teimoso de Maia e não conseguiu uma conversa lucrativa.
Ela odiava as três horas de refeições que fazia por dia, as aulas que compartilhava com seu irmão e os outros, as noites que passava sozinha acordada, olhando para o teto de seu novo quarto, pensando no que o futuro reservava para ela agora que ela estava completamente sozinha.
Maia estava acostumada a se sentir solitária, mas não estar sozinha. Ela estava sempre cercada de pessoas, e enquanto muitos não conseguiam descobrir o que estava acontecendo em sua cabeça, ela sentia que poderia recorrer a qualquer uma delas em uma situação cotidiana. No entanto, agora, em uma situação de vida ou morte, ela enfrentava o perigo sozinha.
Ela não tinha falado mais com Eden sobre as horcruxes - nem tinha ocorrido a ela colocar seus problemas de lado para colocar aquela luta em primeiro lugar, isso é o quão orgulhosa ela poderia estar. Eles haviam trocado algumas palavras, mas Maia não se sentia tão à vontade para conversar com o menino quanto antes. Toda vez que a oportunidade se apresentava, o sonserino se desculpava com ela repetidamente, e embora o coração de Maia começasse a amolecer toda vez que ela via seus olhos e o tom sincero em sua voz, sua mente lhe dizia que um amigo lhe teria dito qualquer coisa, então normalmente era naquele momento em que a conversa terminava.
Embora provavelmente fosse mais correto dizer que ela não havia discutido horcruxes com mais ninguém. Fazia dias desde que ela tinha falado com Ginny - mesmo Luna, a única pessoa além da ruiva que poderia tolerá-la - e embora ela sentisse terrivelmente a falta de sua companhia, ela não podia deixar de se sentir culpada pelo que ela tinha feito. Assustada quando criança - como nunca tinha estado - ela se lembrou de que havia matado alguém, e que se Ginny descobrisse, isso poderia acabar com o estranho relacionamento que elas tinham.
Ela se sentou com as costas contra a parede, a cabeça escondida entre os joelhos. Ela tinha evitado a Weasley tanto quanto podia. No entanto, ao olhar furtivamente um para o outro na biblioteca ou nos corredores, o coração de Maia não podia deixar de pular uma batida e gritar internamente para ela ir até ela, que estava entre as coisas que davam sentido à sua vida no momento. Mas seu cérebro, como costumava ser, era mais poderoso, dizendo a ela para ficar longe ou Gina estaria em perigo.
Porque, tendo matado uma vez, o que poderia assegurar-lhe que não o faria de novo? Maia sabia que não era uma assassina. Mas ela também havia pensado nisso antes de encerrar friamente a vida do Comensal da Morte. Ela não entendia o que havia ativado dentro dela para sussurrar aquelas palavras, mas a assustou pensar que em qualquer outro momento aquela força estranha iria ressurgir e ela não poderia controlá-la.
Ela não reagiu quando alguém se sentou ao lado dela, nem quando ouviu alguns livros caírem no chão. — Vá embora, eu não quero falar. — ela apenas disse, sua voz abafada.
— Bom, porque eu também não quero falar. — Maia ergueu os olhos quando reconheceu a voz de Neville Longbottom. — Apenas coma. Você quer um pouco? — o menino disse enquanto lhe oferecia um sanduíche. — Bem, eu realmente trouxe para você, eu não quero. É vegetal, Gina diz que é o seu favorito.
O estômago de Maia roncou em resposta ao cheiro do sanduíche. Ela quase se sentiu culpada quando a pegou da mão de Neville, que acenou para ela. — O que você está fazendo aqui?
Neville falou enquanto mastigava. — Eu vi que você nunca come no Salão Principal, e no outro dia eu vi você sentada aqui quando eu saí. Eu pensei que talvez você estivesse com fome.
— Não é isso que eu quero dizer.
Neville olhou para ela e suspirou. — Eu odeio admitir isso, mas você não é como eles. Eu não sei por que você saiu do seu grupo, mas ultimamente você não parece ser você. Eu não estou dizendo que estou preocupado, mas eu estou surpreso.
— Você não tem que fazer isso. — finalmente Maia disse.
O grifinório não respondeu até alguns momentos depois, quando se certificou de que a Malfoy havia terminado sua refeição. — Por alguma razão desconhecida, Gina se preocupa com você. Ela está pensando o dia todo que fez algo errado com você, que há uma razão para você não falar com ela ou evitá-la. Eu não sei o que você está fazendo, Malfoy, mas se você já se importar com Ginny - é óbvio pelo seu rosto agora - você deveria dar uma explicação a ela.
— Não posso. — Maia disse com a voz fina e fechou os olhos. — Há coisas sobre mim que ninguém, especialmente Gina, pode descobrir. É horrível ser eu, não quero trazer mais problemas para a vida dela.
— Você acha que ela não sabe o que está acontecendo? Estamos no meio de uma guerra mágica. Haverá problemas, haverá obstáculos, as pessoas sofrerão. Cabe a nós escolher quem nos machuca de uma certa maneira. caminho, e ela... Bem, ela escolheu você.
— Eu sou apenas um foco de problemas, Longbottom. Eu arruino todos que eu chego perto. Se eu ficar longe dela, é porque estou fazendo um favor a ela.
— Droga, Malfoy. Para alguém tão inteligente você não entende muitas coisas. Gina gosta muito de você, ok? Ela nem sequer mencionou Harry em todo o tempo que você esteve na vida dela, e isso é muito difícil. Eu nunca pensei que diria isso, mas o brilho nos olhos dela toda vez que ela fala sobre você nunca existiu. Se você a machucar, eu juro que vou te matar, sua maldita Malfoy. — Neville apontou para ela com sua varinha. Normalmente Maia teria sorrido, mas desta vez foi diferente.
O grifinório juntou suas coisas e foi embora. Maia o encarou com a boca entreaberta, sem palavras. De novo, aquele dilema: enfrentar tudo o que ela conhecia por Gina, ou se afastar dela por tudo que Maia era.
— Espere! — ela disse rapidamente quando ele se sentou. Neville se virou para olhar para ela. — Sinto muito pelos seus pais. Eu sei que não é um consolo, mas... Eu sinto muito.
— Está tudo bem. Você não é Bellatrix.
Neville estava certo, e não apenas sobre isso. Ela tinha que trazer Gina de volta não importava o que custasse. Ela não podia se dar ao luxo de perder o pouco de bom em sua vida, mesmo que isso significasse ser egoísta.
Como num passe de mágica, ela virou a esquina e colidiu com alguém. Instintivamente, ela fechou os olhos, mas distinguiu o cabelo ruivo antes de fazê-lo. No entanto, uma substância líquida espirrou em seu rosto e manto, e a pessoa engasgou.
— Desculpe! Eu não quis fazer... Maia. — Gina sussurrou a última parte. — Eu não vi para onde estava indo - Merlin, toda a sua camisa está coberta de tinta.
— Não tem problema, Gina. Eu limpo tudo. Escute...
— Bem, bem. Weasley gastou a pouca tinta que conseguiu comprar para manchar o uniforme de Maia. Que desajeitada. — Pansy zombou atrás deles. Maia se virou e descobriu que estava com Draco. — Você não tem coisas melhores para fazer do que arruinar as coisas caras de outras pessoas que você nunca terá, Weasley?
Ao lado dela, Draco apertou a mandíbula. Ele sabia que sua irmã não toleraria esse tipo de comentário - não mais - então ele não colocou mais lenha na fogueira.
Gina olhou atentamente para Pansy. — Já pedi desculpas a ela, foi um acidente.
— Assim como você e sua família neste mundo.
Até Draco podia admitir que Pansy tinha ido longe demais. Ele fechou os olhos quando viu Maia se aproximar de Pansy com os lábios apertados.
— Eu vou arruinar sua vida patética se você se atrever a repetir isso, Pansy. — Maia cuspiu com veneno na voz. A morena olhou para ela com altivez, erguendo o queixo, mas sabendo que não poderia suportar o olhar da Malfoy. — Saia antes que eu decida fazer isso agora.
— Vamos, Pansy. — Draco meditou pela primeira vez, pegando sua companheira pelo braço e arrastando-a para o lado oposto, mas não antes de dar uma olhada em sua irmã.
Maia virou-se para Gina. — Eu sinto muito por isso. Ela é uma idiota, não pense nisso.
— Você não tinha que fazer isso. Agora todo mundo vai pensar que você se juntou com uma traidora de sangue.
— E daí? Deixe-os pensar o que quiserem. Eles vão fazer isso, de qualquer maneira. — Maia deu um passo em direção a Gina, o hábito de checar se alguém tá vendo foi esquecido. — Estou sendo terrível com você. Um dia eu lhe digo que quero estar com você, e quando algumas semanas se passam eu paro de falar com você sem lhe dar uma explicação. Eu sei que você não merece isso, mas nem você merece todo o desastre que pode acontecer com você. Então eu quero ser honesta com você, contar tudo sobre mim, e eu quero que você realmente decida se isso é o que você quer.
Ginny olhou para ela profundamente, suas bochechas coradas, e finalmente assentiu. — É hora do jantar, então não haverá muitas pessoas no Salão Comunal. Eu acho que você será mais do que bem-vinda na Grifinória do que eu na Sonserina.
Maia sorriu um pouco. O simples pensamento de ficar sozinha com Ginny fez seu coração inchar de felicidade.
— Eu não poderia te dizer no outro dia, mas sinto muito pela sua casa. Deveríamos ter tentado evitá-la, mas...
— Você teria sido descoberta. — a ruiva terminou a frase para ela, assentindo. — Eu sei, e não se preocupe. Não foi sua culpa. Vamos ficar em Grimmauld Place até meus pais reformarem a casa. Ela não terá a forma de antes, mas é mais do que teríamos imaginado em outro lugar. Podíamos ter morrido, então suponho que devemos isso a você.
— Eu não poderia deixar nada acontecer com você se eu pudesse evitar.
Gina parou na frente dela e cruzou os braços. — Você vê? É isso que eu não entendo. Um dia você arrisca tudo por mim, mas no outro diz que é muito perigoso e não quer se aproximar de mim. Do que você tem tanto medo, Maia?
A sonserina finalmente olhou para cima. Ela suspirou profundamente e olhou para seu suéter, ainda manchado. Ela viu as bochechas de Ginny queimarem, e ela se lembrou que haveria tinta preta em seu rosto também. — Machucando você. Ultimamente tudo que eu toco foi arruinado, e eu não quero que você acabe do mesmo jeito. É mais fácil para mim arriscar por você e ser descoberta, do que pensar que eu posso acabar machucando você.
A conversa deles foi interrompida por uma Mulher Gorda escandalizada, que gritou quando viu a sonserina na porta de seu Salão Comunal. — Uma sonserina por aqui! Volte para o seu quarto, mocinha.
— Doce de morango. — Gina disse em voz alta. — Ela está vindo comigo, e ela ouviu a senha, então ela vai entrar quer você queira ou não.
A Mulher Gorda levou a mão ao peito, quase como se estivesse ofendida, e Maia ergueu uma sobrancelha. Foi uma cena divertida, algo que nunca aconteceu nas masmorras porque ninguém observava a entrada da Sala Comunal. Todos separaram os Sonserinos, então em Hogwarts eles estavam tão internalizados que ninguém iria querer ir para a Sala Comunal que não era guardada por ninguém.
Maia ficou agradavelmente surpresa com o interior da Sala da Grifinória. Estava muito quente - muito diferente do da Sonserina - com cores vermelhas e douradas por toda parte, os móveis, os livros, os tapetes e muitos emblemas da Grifinória ao redor da sala. Havia uma grande lareira no centro da sala, com poltronas e sofás ao redor, e, como Gina havia previsto, eles agora estavam desocupados. Ainda havia restos de flâmulas do time de Quadribol da Grifinória e Weasley é nosso estandarte do rei. Maia riu disso.
Gina a levou para seu quarto, decorado com as mesmas cores do Salão Comunal. Gina dormia na da direita, bem ao lado da janela, a julgar pelas outras duas camas desocupadas. Na parede mais próxima havia um pôster gigante do Holyhead Harpies, o melhor time feminino de Quadribol da Grã-Bretanha, e Maia soltou um assobio de admiração. — Eu não sabia que você era fã das Harpias de Holyhead.
— Você está brincando? É o único time formado por mulheres, e elas são fodas.
— Você é feminista, estou vendo. Sou mais uma fã do Chudley Cannons. — Maia deu uma risadinha. Ela se agachou em frente ao criado-mudo dos Weasley, onde havia uma foto de sua família, todos sorrindo na frente do que pareciam pirâmides. — Isso é legal.
— Sério? Esse é o time do meu irmão Ron. — Ginny se inclinou para ver a que Maia estava se referindo. — Ah, é de quando fomos ao Egito alguns anos atrás. Meu irmão Bill trabalhou lá, então fomos visitá-lo. Você já foi?
Maia balançou a cabeça. — Parece divertido.
— Bem, sobre o que você queria falar? — Gina finalmente disse.
A grifinória estava sentada de pernas cruzadas em sua cama, suas costas contra a cabeceira da cama. Maia se acomodou na frente dela, seus nervos à flor da pele. — Não há volta agora, Gina. Quando eu te contar tudo isso você vai perceber quem eu realmente sou. Tudo começou quando eu tinha apenas um ano de idade. Naquela época, o Lorde das Trevas não era tão poderoso quanto ele é agora, mas tinha uma forma corporal incompleta, ele precisava ganhar poder para finalmente matar Harry Potter e se tornar o bruxo mais poderoso de todos os tempos. Minha família sempre foi uma grande fã do lado sombrio, e como consequência desse fanatismo doentio que eles fizeram todo o possível para que o Lorde das Trevas pudesse realmente ser formado de uma vez por todas. Então eles ofereceram seus filhos, os colocaram à disposição de quem você conhece para fazer o que for preciso para ganhar o poder. Devo dizer que minha mãe sentiu repulsa pela ideia... Éramos seus filhos.
— No entanto, Voldemort rejeitou meu irmão, alegando que quando ele crescesse um homem seria útil para ele entre suas fileiras, mas ele me aceitou. Ele começou um ritual, não me lembro exatamente como ele estava na minha frente, mas ele começou a me enfeitiçar. Obviamente não me lembro de nada do que aconteceu, vi através de uma memória, mas todos esperavam que eu não sobrevivesse. No entanto, quando Voldemort terminou de jogar todos aqueles feitiços em mim, eu parei de chorar. Meus olhos ficaram vermelhos por um momento, e foi quando ele começou a sorrir: ele sabia que tinha funcionado.
— Um de seus Comensais da Morte se adiantou, perguntando o que havia acontecido, e esse foi seu maior erro: sem olhar para ele, dirigiu-se a ele com um avada kedavra e o matou. Ele havia interrompido o ritual, e agora eu corria o risco de que todos os poderes que eu tinha em meu corpo pudessem se dissipar. Então ele me atacou com feitiços novamente, e algo aconteceu. A partir desse momento todos sabem sobre meus poderes. Todos os Comensais da Morte presentes sabem qual foi o motivo disso: Voldemort queria experimentar meus poderes, me dar mais poder do que eu jamais teria, convencido de que minha lealdade estaria com ele, dada a minha família. Ele queria criar sua mão direita.
Gina parecia atordoada. Ela certamente esperava qualquer coisa menos isso. — Mas como seus pais permitiram isso?
— Porque o Lorde das Trevas estava prestes a terminar de reunir todo o seu poder para matar Potter, e meu pai queria restaurar o sobrenome Malfoy ao prestígio que ele sempre desfrutou, então ele ofereceu seus filhos em troca de... Nada.
— É por isso que você é tão habilidosa, certo? É como se uma parte dos poderes dele pertencesse a você. Você é a mais próxima de um igual que eles vão encontrar.
O coração de Maia estava acelerado. Ela levou as mãos ao rosto nervosamente. — Estou ligada a ele de uma maneira que você nunca imaginaria. Minha mãe decidiu me contar tudo isso quando eu tinha dezesseis anos. A guerra mágica estava prestes a estourar, e ela sentiu que eu merecia saber disso. Sempre suspeitei que havia algo estranho em mim, mas não até esse limite. Eu entendi tarde demais que meus pais haviam vendido minha vida e que eu estava condenada a isso desde que nasci. Voldemort queria uma mão direita, e é isso que eu me tornei, Gina.
— O que você quer dizer? — Ginny perguntou com medo entrelaçado em sua voz.
— No jantar de Natal que fizemos, meu pai revelou a todos que Draco e eu iríamos nos casar com pessoas de sua escolha. — Maia riu sem humor. — Todos os meus amigos, incluindo Draco, sabiam disso, e decidiram que era melhor não me contar nada. Essa é a razão pela qual eu não falo com eles, e provavelmente a razão pela qual Pansy decidiu insultar você.
— Eu descobri graças ao Éden que todos sabiam desse detalhe, então voltei imediatamente para minha casa, não aguentava pensar como eles riram de mim daquele jeito. Quando voltei, Voldemort estava lá. Ele queria que eu demonstrasse minha lealdade, e não havia nada que eu pudesse fazer além de fazê-lo. Ele queria que eu matasse um Comensal da Morte que tinha ido atrás de Potter, seu irmão e Granger quando eles saíram para encontrar as horcruxes, porque ele não conseguia parar um grupo de adolescentes. Ele queria saber se eu tinha sangue frio e coragem suficiente para matá-lo.
— Você... Fez isso?
— Eu fiz isso. Eu fiz isso e estou tentando chegar a um acordo comigo mesmo que eu fiz isso, e que eu tenho que arcar com as consequências e a responsabilidade que vem com isso. Eu tirei a vida de alguém, não há desculpa para isso. É algo que ainda não me deixa dormir à noite, ainda penso na última vez que ele olhou para mim e...
Sua voz parou quando os braços de Ginny envolveram seu pescoço. Ela abriu a boca algumas vezes, mas ficou sem palavras.
— Não estou dizendo que não gosto, mas o que você está fazendo?
— Você precisava de um abraço. — Ginny disse contra seu cabelo. — Isso não é culpa sua, Maia. Você não teve outra escolha. Ele teria feito quem sabe o que se você não tivesse feito. Eu sei que isso não te alivia, mas eu não te culpo. Ele teria te matado se você não tivesse agido. Não é uma coisa legal, mas eu não acho que você seja um mau tomador de decisões, você simplesmente não tem escolha.
— Eu não sou uma boa pessoa, Gina. Eu poderia ter decidido não matá-lo.
— E então ele teria feito isso sozinho, depois de matar você. Eu entendo que estamos em tempos difíceis e que às vezes temos que agir sem pensar para proteger os nossos. Você fez isso, Maia, e é importante que você tenha isso em mente, mas você não pode se torturar por algo que não foi sua decisão. — Ginny se afastou dela e olhou para suas mãos enquanto brincava com os dedos. — Sobre o que você disse sobre se casar...
— Blaise Zabini. Ele é rico, jovem e vem de uma boa família. Mas eu não vou me casar com ele. Temos que encontrar as horcruxes e acabar com isso. — Maia se aproximou de Gina, e suas mãos frias entraram em contato com o calor da Weasley. — Eu não quero deixar você ir, Gina.
— Então não deixe.
Maia pegou os lábios de Ginny com os seus porque não conseguiu esconder seu desejo por muito mais tempo. Ela gemeu contra eles, em uma mistura de alívio pela reação de Gina e o prazer de beijar a ruiva. Ginny a puxou para mais perto dela, se isso fosse possível, e passou os braços ao redor do pescoço da Malfoy novamente.
Maia entendeu que essa era uma das poucas coisas pelas quais ela ainda estava ali. Meses atrás ela teria olhado com prazer a possibilidade de juntar tudo o que precisava e partir com Draco, obviamente, mas agora ela não concebia a ideia de deixar a Weasley para trás e fingir que nada havia acontecido. Seu coração pulou uma batida cada vez que seus lábios se reuniam com frenesi, cada vez mais rápida e desesperadamente.
Maia se mexeu no lugar, desconfortável com a posição, e se inclinou em cima de Ginny, descansando os braços em cada lado do corpo da garota. Dessa forma os beijos se tornaram mais lentos, mais quentes, mas igualmente apaixonados. As duas garotas podiam sentir suas bochechas ficarem avermelhadas, desencadeadas pela sensação de êxtase e excitação. Maia mordeu levemente o lábio inferior de Gina, que deu um gemido suave com o ato, e Maia sorriu largamente.
— Você está linda, toda excitada. — Maia sorriu. — Você é muito boa para mim, eu sinto que nós duas sabemos disso. Eu não sei o que você está fazendo comigo.
— Desde o primeiro momento que nos conhecemos este ano, eu sabia que você era diferente. Seus olhos brilhavam de forma diferente, algo em você havia mudado. Você até me defendeu quando Draco me insultou - não pense que eu não ouvi. Muita coisa aconteceu no passado que nós duas gostaríamos de mudar, mas honestamente, acho que você se esforçou para mudar o que não gostou, e comigo você está indo bem. Acredito em segundas chances para as pessoas que as conquistam. Como ter sido uma das poucas pessoas com quem você realmente está, porque significa que você viu em mim o mesmo que eu vi em você. Você me escolheu da mesma forma que eu escolhi você, e nenhum de nós sabia disso. Você me manteve sã esse tempo todo, acho que sem você - apesar dos altos e baixos - eu teria enlouquecido, Maia.
A garota roubou outro beijo com um pequeno sorriso. — Espero que saiba que você foi minha salvação. Sem você tudo teria deixado de fazer sentido. — Gina olhou para baixo. — Você é linda. Adoro suas sardas bem aqui embaixo dos olhos; seu sorriso infantil quando vê algo engraçado; ou como eu...
Maia parou de falar de repente. Gina franziu a testa, preocupada. — O que aconteceu?
— Eu te amo. — a loira sussurrou incrédula. Não foi a primeira vez que ela pensou sobre isso, mas foi a primeira vez que ela percebeu como era verdade. — Eu te amo. — ela repetiu.
Era como se não houvesse um pingo de medo em seu corpo quando Ginny se lançou sobre ela e a beijou profundamente. Ela sentiu que com Gina ao seu lado nada de ruim poderia acontecer, que era a solução para todos os seus problemas. Realmente naquele instante ela estava sozinha com ela em uma nuvem, esquecendo tudo o que estava acontecendo ao seu redor.
Maia ouviu o sussurro de Gina em seu ouvido e ela estremeceu imediatamente. Ela sentiu arrepios em seu braço e os cabelos em seu pescoço se arrepiaram, e foi como se algo tivesse sido ativado dentro dela. Ela se inclinou em seus braços e encarou a ruiva com intensidade, que tinha um sorriso genuíno no rosto. — O que?
Maia se aproximou lentamente, e foi só quando ela plantou os lábios no pescoço da garota que Gina soltou um suspiro. Ela passou os dedos finos sobre o abdômen da garota, que irradiava calor, e ela estremeceu sob seu toque. Ela mordeu suavemente o lugar que não tinha parado de beijar, e Gina suspirou novamente.
A sonserina se separou da ruiva, que reclamou com os olhos. — Está um pouco quente aqui. Você se importa se tirarmos isso? — ela murmurou, apontando para a camisa da Grifinória de Gina.
Esta não respondeu, mas simplesmente a pegou e jogou no chão. Maia a puxou de volta para ela com a intenção de beijá-la, mas parou quando Gina olhou para ela.
— Tudo bem? Podemos parar.
— Não, não! Acredite em mim, isso é quente. É só que eu não fiz nada além de beijar, e você certamente tem mais experiência do que eu.
Maia riu levemente. — Espere, você acha que eu e Fleur? Merlin, não! Eu tinha quatorze anos. Foi uma paixão, eu tinha certeza do que eu queria e do que não queria. Com você, eu quero. Mas não há necessidade de fazer isso agora. Está tudo bem, hein?
— Leia o quarto, Malfoy. Estou parcialmente nua na sua frente. Claro que quero fazer isso com você.
Maia sorriu, e para equilibrar as coisas ela também se livrou de seu suéter cinza. — Estava manchado, de qualquer maneira. Dê-me sua mão. — Ginny obedeceu, e observou enquanto Maia a trazia para seu peito. — Você pode sentir isso? Estou nervosa como o inferno. Nós apenas temos que ouvir uma a outra para fazer isso direito.
Ginny as virou para que agora ela estivesse em cima de Maia. A sonserina colocou as mãos nas costas da menina mais nova, olhando-a diretamente nos olhos. Ginny se inclinou para lhe dar um beijo que Maia recebeu de bom grado, e se aproximou da loira enquanto colocava as mãos atrás das costas. A loira começou a ofegar quando o sutiã da ruiva deslizou pelos ombros e caiu ao lado da cama.
— Uau.
Maia estava convencida: a risada de Gina enchendo seus ouvidos e o contato com sua pele fazia parecer o paraíso na terra.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro